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terça-feira, 12 de maio de 2009

O Cerne da Iniciação

No Budismo Vajrayana, quando se recebe a iniciação de uma deidade, o Mestre que outorga esta benção está, através do seu poder, purificando o nosso corpo ordinário, para que posteriormente, pela prática, a graça da deidade passe a agir em nós e a beneficiar outros seres. No entanto, a iniciação (Huang) é apenas o primeiro passo! A importância que hoje damos a uma iniciação, as vezes é puramente mítica, sem compreendermos realmente o significado de sermos "iniciados". Para que este processo se estabeleça é necessária a prática constante, e dois passos ainda são dados: A transmissão oral (Lung), e os ensinamentos (Chi-su) e explicações sobre a sadhana, onde são abordados aspectos complementares e didáticos para a compreensão da prática. Assim, completando as três etapas: Huang, (iniciação), Lung (transmissão oral) e Chi-su, (explicação), três aspectos complementares interagem, abrindo os canais do corpo, fala e mente. Durante este ensinamento, o Lama irá nos guiar pelos aspectos mais sutis do Bodisattva, revelando-nos através da sadhana um roteiro minucioso até a compreensão do mais precioso ensinamento.

As Trinta e Sete Práticas de um Bodhisattva

No Budismo Vajrayana, dentro das sadhanas, primeiramente se faz a prece de refugio, onde se atualiza, o voto de refúgio, que é o de estarmos fazendo a prática para o benefício de todos os seres. Pensar no sofrimento dos seres, como motivação primeira, estabelece a "bodichitta", ou "mente altruísta". A bodichitta é de fato, a condição necessária, para toda prática de meditação. Sem ela, a motivação, e a própria prática, passam a não ter sentido, e nenhuma transformação pode se operar. O desenvolvimento da bodhichita é essencial. Todos os Budas e Bodhisattvas atingiram a realização através de primeiro terem desenvolvido a bodhichita eles mesmos. Devido a realização do estágio de bodhisattva vir de se cultivar a bodhichita, nós precisamos seguir o mesmo sistema de desenvolver a bodhichitta em nós mesmos.Todos os Bodisattvas fizeram o voto de não passar para o Nirvana antes de liberar todos os seres do sofrimento do Samsara.Neste ensinamento inspirador o Lama, irá nos falar das trinta e sete práticas que definem a via de um Bodisattva, e os aspectos e qualidades que demonstram suas ações iluminadas, sendo um espelho orientador para todo praticante em sua vida cotidiana.

Demagogia

Começo a desconfiar que por trás de tanto alarde para essa tal de gripe suina tenha alguma coisa de maior porte acontecendo. Acabam de confirmar o que eu já sabia. No Jornal Nacional, os cientistas disseram que esta gripe é muito menos nociva e fatal que uma gripe comum. Um homem que não se vê o rosto, só a voz e que contraiu a gripe, disse que já teve gripes piores. Do que será que estão desviando nossa atenção? Algo mundial está para acontecer?

Jovem do RJ infectado diz que gripe suína foi 'fraca'

Qua, 13 Mai, 07h35

O jovem carioca de 21 anos que chegou de Cancún, no México, com gripe suína, deve ter alta hoje do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na zona norte do Rio. Em entrevista à TV Globo, ele contou ter ficado um pouco assustado ao receber a notícia de que estava com a doença, mas que foi uma gripe "relativamente fraca", em comparação com outras que ele já teve.
Um amigo e a mãe desse amigo, também confirmados como portadores do vírus da Influenza A(H1N1) continuam em tratamento, apesar de estarem sem febre e em bom estado de saúde. Um outro paciente, de 27 anos, que chegou dos Estados Unidos no dia 3, foi internado ontem à tarde com suspeita de estar com a gripe.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Incensos


Desde tempos remotos, os incensos são usados por diversas culturas e civilizações para agradar os deuses nos rituais, casamentos e encantamentos. Os incensos feitos de resinas naturais têm uso terapêutico no preparo de medicamentos e para espantar maus espíritos que podem causar perda energética quando a pessoa está com algum tipo de desordem. Sua função básica é expandir o campo energético espiritual da pessoa sintonizando-a com a energia solar que é a uma das cinco fontes que nos permite viver nesse planeta. Também são usados para alcançar o sagrado, depurar o corpo, limpar a alma abrindo seus canais psíquicos e alinhar seu conteúdo. É dito que lançam luz sobre o que está oculto e age sobre o inconsciente limpando a psicobiosfera local. Também se diz que promovem a sabedoria pessoal, melhora a concentração, purifica a energia pessoal e facilita a meditação.

domingo, 10 de maio de 2009

Dia de quê?

Particularmente, acho isso uma bobagem. Dia das Mães é todo dia ou será que somos mães só um dia por ano?

Tá. Comemorar! Comemorar o quê? Somos mães 365 dias por ano e 24 horas por dia. Aí chega nesse domingo de maio, acho que o segundo, os filhos resolvem que têm que agradar a mãe. Saem, compram presente, trazem flores, bombons, os que estão longe gastam alguns minutinhos a mais no telefone e dizem palavras doces.

Não! As mães devem ser respeitadas e tratadas assim integralmente, o tempo todo!

Sem querer parecer piegas e chantagista emocional, mas já sendo, de uma forma ou de outra, carregamos cada um dos nossos filhos na barriga por nove meses, amamentamos e, mesmo com os seios doloridos, nos alimentamos melhor para gerar mais leite, damos comidinha na boca, trocamos fraldas, passamos noites em claros, blá, blá, blá...

Nós falamos isso toda hora sim! Porque só quem é mãe sabe o tanto que isso é difícil e, ao mesmo tempo, instintivo! A gente faz porque faz e pronto! Nós, mães fazemos coisas que muito macho não faz. Fácil. Eles só colocam a sementinha!

Cheguei a uma conclusão: de duas, uma! Ou nós somos fantásticas, sensacionais, maravilhosas ou muito, mas muito malucas!

No entanto, vejo na minha lista de e-mails que tenho pouquíssimas amigas mães! Acho que está acontecendo alguma coisa. Será que as mulheres estão deixando de, pelo menos, ser malucas?

Para as que são mães, parabéns! Nós somos foda!!!

What more enlightenment do you want?


When you don’t have obsessions,
when you don’t have hang-ups,
when you don’t have inhibitions,
when you are not affraid
you will be breaking some rules.
When you are not affraid
you will not fullfill somebody’s expectations.
What more enlightenment do you want?
That’s it!

Quando você não tem idéias fixas,
quando você não tem pendências,
quando você não tem inibições,
quando você não tem medo,
você infringirá algumas regras.
Quando você não tem medo,
você não vai cobrir as expectativas de ninguém.
Que outra iluminação você quer?
E só isso!

Dzongsar Jamyang Khyentse Norbu Rinpoche

sábado, 9 de maio de 2009

Tudo o que o homem faz prá desfazer de tudo!

Foto do rio Negro obtida pelo satélite Landsat
Encontro do Solimões com o Negro

Agência Estado

Rio Negro sobe e dispara alerta de emergência no AM

Sáb, 09 Mai, 11h47

"O rio Negro atingiu hoje o nível de emergência, de 28,90 metros. A marca é definida pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como alerta às defesas civis municipal e estadual. A média de subida do rio, contudo, diminuiu nos últimos dias: passou de cerca de quatro centímetros por dia para até dois nesta semana. Mesmo assim ainda há a expectativa de que, em 30 de junho, o rio venha a atingir a marca da maior cheia registrada, de 1953, que foi de 29,69 metros. Outro quadro preocupante no Estado é o do rio Solimões, que represa o rio Negro e continua subindo cerca de quatro centímetros ao dia, estando atualmente em 26,90 metros. O Solimões tem mais força na corrente de água e volume que o Negro e os dois rios se encontram nos arredores de Manaus, formando o rio Amazonas.
Segundo a assessoria da Defesa Civil Municipal, já foram distribuídos 200 metros de madeiras para as pessoas que estão com os assoalhos de suas casas alagados nos arredores de Manaus, já que a maioria não quer sair de sua residência. Pelo menos 3 mil casas se enquadram nesta situação. A sede da Fundação Nacional do Índio (Funasa), que fica no bairro da Glória, está a menos de dez centímetros das águas do rio Negro. No interior, a Defesa Civil Estadual distribuiu cartões com valor de R$ 300 para cerca de 5 mil famílias em 38 municípios. Há dois meses, o governo estadual decretou estado de emergência nos 62 municípios do Estado. Hoje, a Defesa Civil aponta que há cerca de 150 mil pessoas atingidas pela cheia em todo o Estado e, destas, aproximadamente 65 mil tiveram que deixar suas casas."

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Eu uso óculos!

Ano passado ganhei duas doencinhas: um hipotireoidismo e um glaucoma. A primeira é remédio pro resto da vida e a outra, tratei a tempo e fiquei boazinha! Voltei há poucos dias ao meu oftalmologista, doida para experimentar umas lentes de contato e tirar a "cangalha" da cara.
O médico:
- Não pode! Quem teve glaucoma... não pode! Eu não aconselho... Não me responsabilizo...
Daí comecei a curtir armações de óculos, ver vitrines, revistas e, nos meus guardados, achei uma delas que comprei por cinco reais num brechó do budismo, novinha e ainda com as lentes que, é claro, não tem nada a ver com minha visão.
Não é que acho um www atrás da haste? Vou prá net e descubro que os garotos propaganda do grupo são ninguém mais ninguém menos que Samuel L. Jackson, Wesley Snipes, Paris Hilton e entre outros, pasmen, Beth, a Feia!
Um dos designers (projetistas e não "desenhadores") é o renomado Phillipe Starck! Uma página só dele.
Allan Mikli International Group. Transadíssimo e super criativo! Visitem! E lembrem-se, pelamor, não estou fazendo propaganda. Só dividindo minha curtição!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sssshhh...


Reflexões

Acho que estou satisfeitinha com meu blog. Posto coisas que eu sinto, que eu penso, que eu gosto e que não gosto e coisas descaradamente copiadas de outras fontes. Mas nunca deixo de citá-las. Se alguma passou despercebida, podem me dizer que eu conserto! Queria ser mais legalzinha com as pessoas, mas não consigo. Devia estar, como uma mera cidadã brasileira, igual aquele "parlamentar", me lixando para a opinião pública. Mas eu não sou parlamentar! Então, estou me lixando!
Sou uma senhora de meia idade e idade e meia, estatura mediana, dona de casa mais ou menos, filhos criados, meia-boca, mas criados, marido já acomodado e workahollic. O dia inteiro na rua, enfiado no paraíso dele, a oficina.
Tenho insônia, mas adoro dormir e, quando consigo, é melhor não me acordar! Tenho medo, tristezas, arroubos e coragens como todo ser humano. Como diz a "menina do didentro" e eu adoro ela, às vezes fico muito matutandinha sobre o que estou fazendo aqui nesse nosso sofrido planetinha.
Queria ajudar mais, mas na minha idade, desculpa mais porca, acho que já fiz bastante e, ao mesmo tempo, acho que ainda tenho muito o que fazer.
Tenho só dois pequenos desejos. Um mundano e outro espiritual: ganhar sozinha na mega-sena e atingir a iluminação! Só isso! E continuo sonhando...

O problema sujeito-objeto

Nosso problema básico como seres humanos é a relação su­jeito-objeto. Na primeira vez que ouvi essa afirmação, anos e anos atrás, pareceu abstrata e irrelevante para minha vida. Ape­sar disso, toda a nossa desarmonia e dificuldade decorrem de não sabermos o que fazer a respeito da relação entre sujeito e objeto. Em termos comuns, do dia-a-dia, o mundo está dividido em sujeitos e objetos. Eu olho para vocês, vou para o trabalho, sento-me numa cadeira. Em cada um desses casos, penso em mim como o sujeito em relação com os objetos: vocês, meu trabalho, a cadeira. Intuitivamente, no entanto, sabemos que não somos separados do mundo e que a divisão sujeito-objeto é uma ilusão. Para chegar a esse conhecimento intuitivo é que praticamos.
Se não entendermos o dualismo sujeito-objeto, veremos os objetos em nosso mundo como a fonte de nossos problemas: vocês são o meu problema, meu trabalho é meu problema, a cadeira. (Quando me considero como o problema, tornei-me objeto.) Dessa forma, afastamo-nos dos objetos que considera­mos como os problemas e vamos em busca de outros, que para nós são não-problemas. Desse ponto de vista, o mundo consiste em mim e nas coisas que agradam ou desagradam a mim.
Historicamente, a prática zen e a maioria das outras disci­plinas de meditação têm tentado resolver o dualismo sujeito-objeto esvaziando o objeto de todo conteúdo. Por exemplo, tra­balhar no MU* ou em grandes koans esvazia o objeto do condi­cionamento que vinculamos a ele. Conforme o objeto vai se tornando cada vez mais transparente, somos um sujeito contem­plando um objeto virtualmente vazio. Esse estado é às vezes chamado de samadhi. Esse é um estado de graça porque o objeto vazio não me incomoda mais. Quando atingimos esse estado, tendemos a nos parabenizar por todo o progresso que já fizemos.
Esse estado de samadhi, porém, ainda é dualista. Quando o atingimos, uma voz interna diz: “Deve ser isso!” ou “Agora estou de fato indo bem”. Permanece existindo um sujeito oculto, observando um objeto virtualmente vazio, no que acaba sendo uma separação entre sujeito e objeto. Quando nos damos conta dessa separação, tentamos acionar o sujeito também e esvaziá-lo de seu conteúdo. Quando fazemos isso, tornamos o sujeito em outro objeto ainda, com um sujeito ainda mais sutil a observá-lo. Estamos assim criando uma regressão infinita de sujeitos.
Esses estados de samadhi não são precursores da verdadei­ra iluminação porque um sujeito finamente velado está separado de um objeto virtualmente vazio. Quando voltamos à vida diária, aquele estado de graça se dissipa e mais uma vez estamos num mar de sujeitos e objetos. Prática e vida assim não se encontram.
Uma prática mais límpida é não tenta livrar-se do objeto, mas, antes, tenta enxergá-lo tal qual é. Aos poucos, aprendemos o que é ser ou vivenciar, e nesse estado não existe sujeito nem objeto. Não é que eliminemos alguma coisa; antes, reunimos as coisas. Ainda há o ‘mim’ e ainda há ‘você’, mas quando sou apenas minha vivência de você, não me sinto separado de você. Sou uno com você.
Esse tipo de prática é porém muito mais lento porque, em vez de concentrar-se num único objeto, trabalha com tudo em nossa vida. Qualquer coisa que nos aborreça ou contrarie (que, para sermos honestos, inclui quase tudo) se torna farelo para o moinho da nossa prática. Trabalhar com tudo leva a uma prática que permanece viva em cada segundo da nossa vida.
Quando aparece raiva, por exemplo, a maioria das práticas zen tradicionais nos levaria a ignorar essa raiva e a nos concen­trar em alguma coisa, como a respiração. Embora desse jeito a raiva seja posta de lado, ela voltará toda vez que formos critica­dos ou ameaçados de alguma forma. Por outro lado, nossa prá­tica é nos tornarmos a própria raiva, vivenciando-a plenamente, sem separação ou rejeição. Quando trabalhamos dessa maneira, nossas vidas se aquietam. Aos poucos, aprendemos a nos rela­cionar com os objetos problemáticos de uma forma diferente.
Nossas reações emocionais gradualmente se minimizam; por exemplo, objetos que temíamos vão perdendo seu poder sobre nós e podemos lidar com eles com mais presteza. É fasci­nante observar a mudança que ocorre; vejo-a acontecer nos ou­tros e em mim também. Esse processo nunca está completo; no entanto, estamos nos tornando cada vez mais livres e despertos.

Aluno: Como é aquilo que você descreve como diferente da prática shikantaza * tradicional?

Joko: Corretamente entendido, é muito parecido com o shikantaza, mas existe uma tendência a esvaziar a mente. É possível entrar numa espécie de experiência bruxuleante na qual o sujeito não está incluído. Essa é apenas uma outra forma de falso samadhi. Os processos de pensamento foram eliminados da percepção cons­ciente e cancelamos nossa experiência sensorial da mesma forma como seria feito com qualquer outro objeto da percepção consciente.

Aluno: Você disse que o verdadeiro propósito da prática é expe­rimentarmos nossa unidade com todas as coisas, ou apenas ser­mos nossas próprias vivências de modo que, por exemplo, esta­mos só lixando as unhas se for isso que estivermos fazendo. Mas não é um paradoxo tentar chegar até nisso?

Joko: Concordo com você: não podemos tentar ser unos com o lixar. Se tentarmos nos tornar unos com esse movimento, separamo-nos dele. O próprio esforço se derrota. Existe uma coisa, porém, que podemos fazer: podemos reparar nos pensamentos que nos separam de nossa atividade. Podemos estar cônscios de não estarmos completamente engajados naquilo que estamos fa­zendo. Isso não é tão difícil. Rotular nossos pensamentos ajuda-nos nesse sentido. Em vez de dizer “Vou me unir com o ato de lixar”, o que é dualista — pensar a respeito da atividade em vez de só executá-la —, sempre podemos observar que não o esta­mos fazendo. É tudo quanto se torna necessário.
A prática não tem que ver com passar por certas experiên­cias, com vivenciar grandes conclusões, nem com chegar em alguma parte ou tornar-se algo. Somos perfeitos como somos. Com “perfeitos” quero dizer que é isso, só. A prática é simples­mente manter a percepção consciente — de nossas atividades e também de todos os pensamentos que nos separam de nossas atividades. Quando lixamos nossas unhas ou nos sentamos para praticar, nós apenas lixamos as unhas ou nos sentamos para praticar. Uma vez que nossos sentidos estão abertos, ouvimos e sentimos outras coisas também: sons, odores e assim por diante. Quando os pensamentos surgem, observamos que surgiram e regressamos à nossa experiência direta.
A percepção consciente é nosso verdadeiro ser. E o que somos. Por isso, não temos que tentar desenvolver a percepção consciente; nós apenas precisamos observar como bloqueamos nossa conscientização, com pensamentos, fantasias, opiniões e julgamentos. Ou estamos na percepção conscientizadora, que é o nosso estado natural, ou estamos fazendo alguma outra coisa. O sinal do aluno maduro é que, na maior parte do tempo, ele não faz outra coisa. Ele está apenas ali, vivendo sua vida. Nada especial.
Quando nos tornamos uma percepção consciente aberta, nossa habilidade para os raciocínios necessários torna-se mais aguda, e todo o nosso input sensorial se torna mais claro, mais intenso. Depois de algum tempo sentados na prática, o mundo parece mais brilhante, os sons são mais intensos, e há uma riqueza da captação sensorial que é apenas o nosso estado natu­ral se não estivermos bloqueando o acesso às experiências com nossas mentes rígidas e preocupadas.
Quando começamos a prática, podemos manter a percep­ção consciente só por intervalos muito breves e logo desviamos a nossa atenção do presente. Prisioneiros de nossos pensamen­tos, não reparamos nem que estamos divagando. Então nos apa­nhamos de volta e recuperamos a atenção na prática sentada. A prática inclui tanto a percepção consciente de nossa postura sentada como a percepção consciente de termos divagado. Após anos de prática, essas divagações diminuem até quase desapare­cerem, embora isso nunca ocorra de forma radical.

Aluno: Os sons e odores e também as nossas emoções e pensa­mentos são todos partes da nossa prática sentada?

Joko: Sim. É normal que a mente produza pensamentos. A prá­tica é tomar consciência de nossos pensamentos sem nos perder­mos neles. Caso nos percamos, preste atenção nisso também.
O zazen na realidade não é complicado. O verdadeiro pro­blema é: nós não queremos fazê-lo. Se meu namorado começa a olhar para as outras mulheres, por quanto tempo permanecerei simplesmente disposta a vivenciar isso? Todos temos problemas constantes, mas nossa disponibilidade para somente ser está nos últimos itens, em nossa lista de prioridades, até termos praticado o suficiente para termos fé em apenas sermos de modo que as soluções possam aparecer naturalmente. Um outro indicador de uma prática em fase de amadurecimento é o desenvolvimento dessa confiança e dessa fé.

Aluno: Qual é a diferença entre permanecer totalmente absorvi­do no lixar das unhas e em estar consciente de estar totalmente absorvido no lixar das unhas?

Joko: Estar consciente de estar absorvido em lixar as unhas é ainda um dualismo. Você está pensando “Estou totalmente ab­sorvido lixando as minhas unhas”. Essa não é a verdadeira presença atenta. Na verdadeira presença atenta, a pessoa está só fazendo. A conscientização de que se está absorvido numa dada experiência pode ser um passo útil no caminho, mas ainda não é ter chegado efetivamente lá, porque ainda há o pensar sobre isso. Ainda há uma separação entre a percepção consciente e o objeto dessa percepção consciente. Quando estamos lixando as unhas, não estamos pensando em prática. Numa boa prática, não estamos pensando “Estou na prática”. Uma boa prática é fazer o que estamos fazendo e observar quando divagamos. Quando já estamos nessa prática há muitos anos, percebemos quase de imediato quando começamos a divagar.
Focalizar a atenção em algo chamado “prática zen” não é necessário. Se, da manhã até a noite, formos tomando conta de uma coisa após a outra, de maneira completa e cabal e sem pensamentos concomitantes do tipo “Sou uma boa pessoa por ter feito isso”, ou “Não é maravilhoso eu poder tomar conta de tudo?”, então isso será suficiente.

Aluno: Minha vida parece consistir em camadas sobre camadas de atividades, todas desenrolando-se ao mesmo tempo. Se eu fizesse apenas uma coisa por vez e depois passasse para a se­guinte, eu não conseguiria dar conta de tudo que realizo normal­mente durante um dia.

Joko: Duvido. Fazer uma coisa de cada vez e entregar-se por completo a essa execução é o meio mais eficaz de se conseguir viver, porque não há bloqueio nenhum no organismo. Quando vivemos e trabalhamos dessa maneira, somos muito eficientes sem nos afobarmos. A vida é sem acidentes.

Aluno: Mas e quando uma das coisas é ter de refletir sobre um assunto, outra é atender o telefone, uma terceira é uma carta para se escrever...

Joko: Mesmo assim, toda vez que nos voltamos para uma outra atividade, se estivermos completamente presentes, apenas fazen­do o que estamos fazendo, a tarefa será concluída muito mais depressa e melhor. Em geral, no entanto, incluímos na atividade vários pensamentos subliminares como “Preciso conseguir fazer todas essas coisas também — ou minha vida simplesmente não serve”. A atividade pura é muito rara. Quase sempre existe uma sombra, um filme sobre ela. Podemos não estar conscientes disso, mas perceber apenas uma certa tensão. Não existe tensão na atividade pura, além da contração física exigida para que a atividade em si seja executada.
Há muitos anos, num sesshin, eu costumava ter a experiên­cia de apenas tornar-me o cozinhar, o arrancar as ervas daninhas, ou o que fosse que eu tivesse que fazer, mas ainda existia um assunto sutil ali. E sem a menor hesitação, assim que o sesshin tinha evaporado um pouco que fosse, eu voltava completamente a toda a mesma história de sempre. Eu não me havia tornado una com o objeto.

Aluno: De volta ao exemplo de lixar as unhas: se realmente estamos apenas fazendo isso, então não estamos em absoluto cientes de nós, ao passo que, se lembramos de que estamos fazendo isso, retornamos ao dualismo sujeito e objeto e não estamos mais entregues à pura atividade. Isso não significa, no entanto, que quando estamos só lixando as unhas não estamos absolutamente ali? Não existimos mais?

Joko: Quando estamos entregues à pura atividade, somos uma presença, uma percepção consciente. Mas isso é tudo o que somos. E isso não se parece com nada. As pessoas supõem que o estado iluminado é inundado de sentimentos amorosos e emo­ções calorosas. Porém, o verdadeiro amor, ou a verdadeira compaixão, é simplesmente estar não-separado do objeto. Em essên­cia, é um fluxo de atividade na qual não existimos como um ser separado de nossa atividade.
Sempre existe um certo valor na prática que tem caracterís­ticas dualistas. Um certo treino e um descondicionamento desen­rolam-se em qualquer situação de prática sentada. Mas, até que tenhamos superado esse dualismo, não conseguiremos conhecer a liberdade final. Não existe uma liberdade final enquanto não houver apenas um só, ali.
Podemos achar que não nos importamos com a liberdade final nesse sentido. A verdade, no entanto, é que nós a desejamos.

Aluno: Se uma pessoa está sentindo amor e outra pessoa está sentindo ódio, existe uma diferença em como devem praticar?

Joko: Não. O amor ou a compaixão genuína é uma ausência dessas duas emoções concebidas em nível pessoal. Somente uma pessoa pode amar ou odiar no sentido usual. Se não existe pessoa, se estamos apenas absorvidos no viver, essas emoções estarão ausentes.
Na prática de concentração que descrevi primeiro, uma vez que o sentimento de raiva é um objeto, o que fazemos é simples­mente ignorá-lo. Empurramos a emoção para o lado e esvazia­mos o koan de seu conteúdo. O problema dessa abordagem é que, quando voltamos à vida diária, não sabemos o que fazer com as nossas emoções, porque elas não foram resolvidas. São um território desconhecido pela prática zen clássica. Na prática da conscientização, nós apenas vivenciamos o pensamento e a emoção e suas sensações concomitantes. Os resultados são muito diferentes.

Aluno: Na prática shikantaza que me ensinaram, as emoções fazem parte da prática: elas aparecem e nós nos sentamos para praticar com elas.

Joko: Sim, a prática shikantaza pode ser entendida dessa manei­ra. Temos apenas que nos acautelar quanto às armadilhas.

Aluno: Nos sesshins mais longos e difíceis, às vezes me sinto como Gordon Liddy, com minha mão sobre a chama de uma vela para saber quanta dor consigo suportar. No velho estilo da prática do samadhi, eu penso que o teste do samadhi da pessoa era sua capacidade de não sentir a dor mediante o estado de graça e a concentração.

Joko: Certo. Então o objeto é cancelado.

Aluno: Nesse estilo de prática, o sesshin torna-se urna espécie de prova de resistência. Você poderia comentar como a dor funcio­na nesse sistema para não ser masoquismo?

Joko: Uma dor moderada é um bom mestre. A vida mesma apresenta a dor e também inconveniências. Se não sabemos como lidar com a dor e com a inconveniência, não sabemos muito a nosso próprio respeito. Uma dor extrema não é necessá­ria, no entanto. Se a dor for excessiva, pode-se usar um banco ou a cadeira, ou até mesmo pode-se deitar. Mesmo assim, existe um certo valor em a pessoa dispor-se a ser a dor. A separação sujeito-objeto ocorre porque não estamos dispostos a ser a dor que associamos com o objeto. E por isso que nos distanciamos dele. Se não nos entendemos em relação à dor, corremos dela quando aparece, e perdemos esse imenso tesouro de conscienti­zação com a vivência direta da vida. De modo que, até certo ponto, é útil sentar-se com a dor para podermos recuperar uma consciência mais plena de nossa vida tal qual ela é.
Quando atendo alunos em daisan *, a maior parte do tempo meus joelhos ficam doendo. Então estão doendo: é só isso. Sobretudo quando ficamos mais velhos, é útil ser capaz de estar com a nossa vivência e viver plenamente a vida. Parte do que viemos aqui aprender é como estar com o desconforto e a incon­veniência.
De certa forma, a dor é um grande mestre. Sem um certo grau de desconforto, a maioria das pessoas aprenderia muito pouco. Dor, desconforto, dificuldade e até mesmo a tragédia podem ser grandes instrutores, em especial quando ficamos mais velhos.

Aluno: Dentro da consciência ordinária, tudo o que esteja além de nós é um objeto?
Joko: Se pensarmos no eu da pessoa como um objeto entre outros, até mesmo ele pode ser um objeto. Posso observar a mim mesma, posso ouvir a minha voz, posso cutucar as minhas per­nas. Desse ponto de vista, sou um objeto também.

Aluno: Então, objetos incluem sentimentos e estados de ânimo, além das coisas do mundo?

Joko: Sim. Embora pensemos em nós como sujeitos e em tudo o mais como objetos, isso é um erro. Quando nós separamos as coisas umas das outras, tudo se torna um objeto. Só existe um único sujeito verdadeiro — que é o absolutamente nada. O que é?
Aluno: A percepção consciente.

Joko: Sim, a percepção consciente, embora a palavra seja inade­quada. A percepção consciente não é nada e, no entanto, o mundo inteiro existe através dela.
Do livro: Nada de Especial - Vivendo Zen - Charlotte Joko Beck

* Mu — literalmente "não" ou "nada" — é normalmente proposto para os iniciantes como um meio de focalizar sua atenção.
* Shikantaza — "apenas sentar'': uma forma pura de meditação sentada, sem a ajuda da contagem da respiração ou da prática do koan, na qual a mente mantém-se bastante concentrada, alerta e calmamente cônscia do presente.
* Daisan: uma entrevista formal entre aluno e instrutor no decurso da prática meditativa.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Are Tibetans the new Jews?

A serious Dalai Lama - March 2008


Jerusalem Post [Wednesday, March 26, 2008 19:34] - Ira Rifkin

In 1990, the Dalai Lama hosted a delegation of American Jews in Dharamsala, his home in exile in the hill country of northern India. His agenda was clear. Tibetans had lost sovereignty over their homeland and were scattering around the globe. How, he asked, had Jews preserved their cultural and religious identities during their own 2,000-year exile, and what might Tibetans do to preserve theirs?

Some 18 years later, the parallel between Tibet's unfolding and increasingly bleak prospects and the Jewish historical experience seems all the more relevant. Just as after the failed first century Jewish uprising against Rome, Tibetans are becoming a minority in their homeland thanks to Beijing's strategy of drastically and irreversibly altering Tibet's population by flooding the territory with Han Chinese, China's dominant ethnic group. Already, two out of every three residents of Lhasa, Tibet's capital, is Han Chinese.

In 2006, Beijing hastened the process considerably by opening a high-speed rail link between Lhasa and Beijing. Saffron-robe clad Tibetan Buddhist monks have been replaced by Chinese-run brothels, karaoke bars and a sprawling amusement park that now surround the Potala Palace, the Dalai Lama's former residence and Tibet's equivalent of Jerusalem's ancient Temple.

IT'S EASY to imagine that the only reason China has not razed the Potala Palace as Rome razed the Second Temple is the horrific press response that action would unleash in today's global media environment, a nuisance Rome did not have to contend with. How much easier for Beijing to leave the palace intact, if only for its tourism value, particularly this year when large numbers of foreign visitors are expected to visit China's far-flung provinces as part of their Beijing Olympics experience. But saving the palace does absolutely nothing to offset the greatest threats to Tibet's future as a political entity run by and for Tibetans: the passing of time and humanity's cruelly short memory.

It took Jews almost two millennia to re-establish an independent state in their homeland. During that time, later-arriving Arabs settled in the land and claimed it as their own. Despite Judaism's numerous ritual reminders of Zion's centrality, Jewish historical ties to the land were conveniently forgotten by most of the world, which came to view modern Jews as having no connection to the ancient Israelites who once populated the same land. As a result, returning Jews were regarded as colonialist interlopers and Arabs were seen as indigenous innocents suffering at the hands of Jewish pretenders.

Tibetans now face a similar inversion of history. How long will it be before Tibetans are viewed as a relic, and perhaps bothersome, minority in their homeland similar to the condition of Native Americans in the United States, Formosans in Taiwan, or Serbs in Kosovo? How long must Beijing hold on to Tibet before the world comes to think of Tibet as Chinese territory and favors the claims of the descendants of Chinese settlers over Tibetans seeking to reestablish their historical national rights? Another 30 years? A century or two? Two thousand years?

I FIRST met the Dalai Lama in 1979 in Los Angeles during his initial visit to the United States. Like so many others, I was immediately charmed. Tibetans revered him as the fourteenth in a line of individuals said to be the reincarnation of the Bodhisattva of Compassion, a being who it is said willingly delays completion of his own spiritual enlightenment by repeatedly reincarnating for the purpose of helping others first attain theirs.

Yet despite his otherworldly aura, he was entirely approachable, a seemingly "simple monk" - as he often describes himself - in possession of a keen and self-mocking sense of humor. Speaking on interfaith relations at a Los Angeles World Affairs Council luncheon during that visit, he displayed an infectious giggle over his poor command of English when his interpreter informed him that a Jewish religious leader was called a rabbi, not a "rabie" as he had mispronounced it. I've since been in his presence as a journalist or spiritual explorer numerous times - at day-long Tibetan religious ceremonies, at meetings with Western scientists during which he spoke about the brain- and personality-altering power of meditation, and at meetings with Washington politicians at which he pushed the Tibetan cause. Perhaps the most unforgettable encounter was a 1997 Pessah Seder staged in his honor by the Reform movement - at which he decided that gefilte fish wasn't to his liking.

The Dalai Lama still retains his trademark demeanor even as his public pronouncements on the future of Tibet have become increasingly dark. He has said he is likely to be the last Dalai Lama (Dalai Lama is a title; the current office holder's actual name is Tenzin Gyatso), which would mean the end of a Tibetan Buddhist tradition stretching back more than 500 years.

Rather than lobbying for genuine Tibetan independence, he now restricts himself to calling for Tibetan cultural self-determination. Politically, the Dalai Lama argues correctly that Tibetans are powerless in the face of brutal Chinese repression and that, for all his pop culture stardom, no nation - not the United States and certainly not little Israel - is willing to antagonize the Chinese behemoth for the sake of strategically meaningless Tibet.

Religiously - and he is a religious leader more than he is a political figure - he notes that Buddhism's central beliefs in the impermanence and interdependence of all worldly phenomenon dictate that Tibet's ongoing existence as a separate state is hardly assured or even necessary.

Jewish cultural identity survived the destruction of the Second Temple by shifting from a temple-based religion to its rabbinic form. Moreover, it took Jewish secularists willing to take up the gun for Zionism to gain a state in the modern era.

Tibetan religion and culture are in the initial stages of a similarly radical transformation. What shape that will take and whether it will successfully preserve a distinct Tibetan identity is, of course, unanswerable. What is clear is that Jews and Tibetans have more in common than is superficially apparent - as the Dalai Lama recognized back in 1990.

The writer is an author and editor in Annapolis, Maryland, who writes often about Jews and Buddhism.

A gripe dos porcos e a mentira dos homens - Por Mauro Santayana


O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente.
Os moradores de La Glória alguns deles trabalhadores da Carroll não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarréia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país, nem às suas leis - somente às leis do país de origem.
O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala no nível da exploração familiar tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco. Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.
As Granjas Carroll, como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos, mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada "ação social". Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam como ocorre, no Brasil, com a Daslu argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.
O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll com a cumplicidade da OMS.

domingo, 3 de maio de 2009

Transformando o veneno

“No budismo tibetano, o pavão é conhecido por comer plantas venenosas, transformando as toxinas nas cores radiantes de suas próprias penas. Ele não se envenena. Da mesma forma nós, que advogamos a paz, não devemos nos envenenar com a raiva, mas considerar com equanimidade todos que praticam a violência, permanecendo constantemente conscientes de nosso próprio estado mental. Se nos tornarmos raivosos em nossos esforços, devemos recuar e recuperar a perspectiva compassiva.”

Chagdud Tulku Rinpoche.

Ovelhas


E eu estou no bando, sou uma delas, a negra da família. Uma maria-vai-com-as-outras. Fui inventar de entrar em Orkut - já tive contrariedades - depois no Facebook, Twitter - não sei prá que serve aquilo - e agora no MySpace. É isso mesmo, tudo junto. Que complicação! Confusão, sô, custei chegá! Me lembrei do seu Zé do L'Atelier. Putz! Anos 70 pacas! Mas, então, voltando às ovelhas. E agora? Saio, fico? Vou com elas pro abatedouro? Eu quero ter amigos é de verdade, quer dizer, desses de carne e osso, sabe? Que a gente encontra e abraça, né? Tô lá eu querendo ser amigo virtual de Sting, Seal, Peter Gabriel, Jamiroquai e outros tantos? Só prá ter a ilusão e virtual ainda por cima, de que eles são meus amigos só porque mandaram um recadinho? Ah, quero não. Tá certo que eu gosto de música, mas os que eu gosto muito, mas muito mesmo, não estão lá. E se estão, dão uma de estrelinha, e nem te respondem. Se eu quero música free, 0800, vou no YouTube. Às vezes fico pensando que devia ficar com meu bom e velho e-mailzinho, o Google que sabe tudo e ainda tem imagens do jeito que a gente quer e meu blog que eu amo de paixão. Mas bom mesmo era quando a gente recebia carta escrita à mão, ficava cercando a hora que o carteiro passava. Hoje, se você gasta papel, é acusado de estar acabando com as árvores. Eu planto, gente. Eu planto! Vou resolver isso amanhã porque travesseiro é que é bom conselheiro.

sábado, 2 de maio de 2009

Os que ficam e os que vão

Pedido:
Uma pessoa iniciante no budismo cobrou minha participação na lista e me senti muito desconfortável. Infelizmente ainda não me iluminei e não gosto que pessoas que chegaram "ontem" dêem palpite no que os mais "velhos" devem ou não fazer. Aliás, os mais antigos são tão calados no que diz respeito ao dharma e os que estão chegando estão na fase da empolgação, do modismo, enchem a boca para dizer "eu sou budista" e acham que podem sair por ai ensinando o dharma. Chegam a afirmar que Dzogchen é Shamata! Francamente! Eles nem sabem que temos uma praticante que entra muda e sai calada, não usa tchuba nem zen e já está no terceiro ano do Dzogchen! Que pena! Acho melhor passar a responsabilidade para esta pessoa que me cobrou, ela aceitando ou não, antes que alguma ação não-virtuosa aconteça.... Estou um tanto irritadiça e reativa no momento.
Resposta:
Eu já notei alguns comportamentos negativos de pessoas iniciantes no budismo que já se consideram verdadeiros praticantes. Isso realmente é lamentável, e o pior é que a maioria que se comporta assim são justamente aqueles que não seguirão o caminho do Dharma por muito tempo. Em todos esses anos já presenciei inúmeras vezes isso. Como você disse, essas pessoas são movidas pelo modismo. O meu intuito foi apenas reunir os praticantes e frequentadores do grupo e divulgar os eventos. Espero que essa minha intenção não seja desviada devido a discussões vazias.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Qual é a sensação?

"Podemos ainda estar nos perguntando: O que é essa iluminação, se não é felicidade nem infelicidade? Como um ser iluminado aparece e funciona? Qual a sensação de descobrir a nossa natureza búdica?
Nos textos budistas, quando aparece esse tipo de pergunta, a resposta normalmente é que essas coisas estão além da nossa concepção, são inexprimíveis. Muitos pensam, incorretamente, que esse é um subterfúgio para não responder. Mas essa é, efetivamente, a resposta. Nossa lógica, linguagem e símbolos são tão limitados que não conseguimos sequer expressar plenamente algo tão mundano quanto uma sensação de alívio; as palavras são inadequadas para transmitir por inteiro uma experiência total de alívio para uma pessoa. Se até os físicos quânticos Têm dificuldade em encontrar palavras para expressar suas teorias, como ter a expectativa de encontrar um vocabulário para expressar a iluminação? Enquanto estivermos confinados ao estado atual, em que apenas uma fração das possibilidades da lógica e da linguagem é utilizada e no qual ainda somos presas das emoções, só podemos imaginar como é ser iluminado. Ás vezes, porém, com a ajuda da diligência, inferência e raciocínio lógico podemos chegar a uma boa aproximação, da mesma maneira que ao ver fumaça no alto de uma montanha, é possível supor, com certa precisão, que lá há fogo. Utilizando os recursos ao nossso dispor, podemos começar a ver e aceitar que os obscurecimentos são resultado de causas e condições que podem ser manipuladas e, por fim, eliminadas. Imaginar a ausência de emoções aflitivas e das negatividades é o primeiro passo para compreender a natureza da iluminação.

Suponha que você esteja com dor de cabeça. Sua vontade imediata é aliviar a dor, o que é possível porque você sabe que a dor de cabeça não é um componente inato do seu ser. Você, então, procura descobrir o que causou a dor - falta de sono, por exemplo. A seguir, aplica o remédio apropriado para eliminar a dor de cabeça, como tomar uma aspirina ou tirar um cochilo.

No primeiro sermão, em Varanasi, Sidarta ensinou os seguintes quatro passos, comumente conhecidos como as quatro nobres verdades: conheça o sofrimento; abandone as causas do sofrimento; siga o caminho que leva à cessação do sofrimento; saiba que o sofrimento pode ter fim. Alguém poderia perguntar porque Sidarta precisou destacar "Conheça o sofrimento". Será que não somos suficientemente inteligentes para saber quando estamos sofrendo? Infelizmente, só reconhecemos a dor como tal quando ela está realmente madura."
do livro "O Que Faz Você Budista?" de Dzongsar Jamyang Khyentse - Editora Pensamento - páginas 130, 131 e 132. - http://www.khyentsefoundation.org/ - http://www.siddharthasintent.org/

Canceriana cardinal.

O símbolo gráfico de câncer sugere um fechamento protetor, um “ninho”, um abrigo, símbolo também da gestação e da maternidade. Primeiro signo da água representa a sensibilidade, o sentimento, a nutrição emocional. Signo regido pela lua, que é o domínio do inconsciente, das emoções, do sonho, da imaginação.

Regente: Lua Elemento: Água Complementar: Capricórnio

Característica: proteção, receptividade, sentimentos, sensibilidade, ternura, criatividade artística, intuição, carência, comportamento “lunático”, fantasia, impressionabilidade, vulnerabilidade psíquica e emocional, insegurança.
Cardinal são os primeiros signos de cada elemento.
Solar: Câncer (água)
Ascendente: Áries (fogo)
Lua: Capricórnio (terra)
Meio do Céu: Libra (ar)

Djavan Caetano Viana


"Assim como as flores, os poetas não escolhem lugar ou classe social para florescer. Nascido de família pobre, a 27 de janeiro de 1949, em Maceió, Alagoas, Djavan poderia ter virado raiz, mas a música mudou seu destino e, de uma flor-de-liz, brotou uma carreira cuja floração já perdura por mais de vinte e cinco primaveras. Por sua originalidade e polinização de suas canções, a única coisa que se pode prever a cada novo trabalho de Djavan é a sua versatilidade de tons.
Filho de mãe lavadeira, ainda garoto escutava-a cantarolar os sucessos de Ângela Maria e Nélson Gonçalves. Mas a música só veio a se revelar essencial para Djavan Caetano Viana na adolescência. O violão, aprendeu sozinho, olhando, ouvindo e acompanhando as cifras nas revistinhas do jornaleiro. Nesta época, ganhava a vida como meio de campo do CSA.
Aos dezoito anos, formou o conjunto Luz, Som e dimensão (LSD) que animava os bailes, clubes, praias e igrejas de Maceió. No ano seguinte, Djavan largou o futebol e passou a dedicar-se apenas à música. Foi dedilhando o violão que Djavan descobriu que podia compor. Os companheiros não o entendiam muito bem, achavam-no estranho, complexo. Mas Djavan teve logo uma certeza que permanece verdadeira até hoje: gosta de cantar, mas precisa compor. Então, em 1973 deciciu tentar a sorte no Rio de Janeiro.
O começo, é claro, foi difícil, negro, nordestino."
"Djavan Caetano Viana nasceu em 27 de Janeiro de 1949 em Maceió, Alagoas.
De família pobre, aos 16 anos começou a tocar violão, que aprendeu de ouvido.
Em Maceió, formou o grupo Luz, Som, Dimensão, mais conhecido como LSD, com repertório dos Beatles.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1973, quando foi contratado como crooner na boate Number One.
Em 1975 foi premiado com o segundo lugar pela canção "Fato consumado", no Festival Abertura, da TV Globo.
No ano seguinte, gravou o primeiro LP, "A voz, o violão e a arte de Djavan", pela Som Livre, que incluía uma de suas criações mais consagradas, "Flor-de-lis".
No final da década de 1970, suas composições adquiriram estilo de grande lirismo e letras com elaborados jogos de imagens.
Em 1980, pela EMI, lançou o disco "Alumbramento".
Seu disco seguinte, "Seduzir", apresentava trabalho percussivo com características africanas, incluindo sucessos como "Açaí" e "Faltando um pedaço".
Assinando contrato com a CBS (atual Sony Music), viajou para os EUA para gravar "Luz", disco que incluiu a expressão "caetanear" na letra de "Sina", retribuída por Caetano Veloso ao gravar a musica no LP "Cores e nomes", em que usa o verbo "djavanear".
Além disso, "Luz" contou com a participação de Stevie Wonder na faixa "Samurai".
Em 1984 lançou "Lilás" (com Lilás, Esquinas, Infinito) e participou como ator do filme "Para viver um grande amor", de Miguel Faria Jr.
Ainda na década de 1980, gravou os discos "Meu lado" (1986), com "Segredo", "Topázio" e "Quase de manha"; "Não é azul mas é mar" (1987), com "Dou não dou", "Florir", "Soweto" – gravado nos EUA, em inglês, como Bird of Paradise(1988) –; e Djavan (1989), com Corisco, Vida real, e cuja música "Oceano", acompanhada pelo violão de Paco de Luccia, foi incluída na trilha da novela Top Model, da TV Globo.
Seus discos, que passaram a mesclar diversos gêneros musicais, como samba, funk, música de viola, baladas e ritmos africanos, tornaram-se sucesso no mercado brasileiro e internacional.
Na década de 1990, lançou os CDs "Coisa de acender" (1992, Sony), em que aparece "Linha do Equador", sua primeira composição em parceria com Caetano Veloso; "Novena" (1994, Sony), em que explora a tradição nordestina e faz parceria com a filha Flávia Virgínia na musica "Avo"; e "Malásia" (1996, Sony), que traz "Correnteza" (Tom Jobim e Luís Bonfá) e "Sorri" (Smile, Charles Chaplin, versão de João de Barro).
Algumas de suas composições encontraram grandes interpretes, como Gal Costa (Açaí, Maria Bethânia (Alibi), Caetano Veloso (Oceano), Roberto Carlos (A ilha) e Nana Caymmi (Meu bem-querer). Nos EUA teve intérpretes como Carly Simon, Al Jarreau, Carmen McRae e o grupo Manhattan Transfer.
Foram seus parceiros Artur Maia (Alivio), Orlando Morais (A rota do indivíduo), Gilberto Gil (Corisco), Chico Buarque (Alumbramento), alem de Cacaso, Aldir Blanc, Nelson Mota, entre outros."

Devassar minha vida!

Vai saber até meu sobrenome e as asas do meu destino.

Sequei cinquenta e quase oito.

Você é raiz de maniotti utilissima. Arranca-se com a mão, vem com tudo e transforma-se em alimento de corpo, alma, fala e mente. Eu sou raiz de baobá. Só dou sombra e medito.

Quem não gosta de você diz que isso é música de preto, mas gosto tanto dela assim. Diz que não tem presença no palco, mas não fecha os olhos e nem faz caretinhas pra cantar. A voz sai fácil.

Não gosto de futebol, não entendo, não sei. Mas posso gostar do Flamengo. Ya me gusta el flamenco, pues portucallis y españa soy y mi encanta la color lilas y las puntas de estrella.

Devia acordar com mantras, com meditação, com vacuidade e sabedoria. Mas cedi à ilusão, te segui, te encontrei, acordei com um Cigano e seu Álibi e me joguei sem medir! Em vez de buscar o cd de mantras, perdi o tino, busquei o seu e te devorei!

Com fone de ouvido que tem gente dormindo, te ouvi alto, dentro, horas, mesmo com o sol nascido e a manhã rompida e me arrependi de não ter ido te ver quando veio aqui.

Volta! Volta? Quando? Me dê um daqueles sinais! Não me deixe desigual!

Brigadô!

"Por ser exato, o amor não cabe em si. Por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade e fim!"

terça-feira, 28 de abril de 2009

O Buda e o budismo.


O budismo é uma das religiões mais interessantes do mundo e tem sido praticado largamente através do extremo oriente. No entanto, também se tornou recentemente muito popular entre muitas pessoas nos Estados Unidos. Por exemplo, o ator Richard Gere assim como muitas outras celebridades abraçaram e patrocinam os benefícios do budismo. As origens do budismo datam de mais de 2000 anos e, embora o budismo seja agora uma religião, tudo que ele contém se deve às raízes espirituais que figuram no hinduísmo. O budismo, que tem como seu ídolo uma estátua de seu fundador Sidarta Gautama (que é mais conhecido como o Buda), promove uma doutrina de paz, tranqüilidade e resolução interna, vivência moral e, se diz que seguir os caminhos do Buda traz paz e harmonia espiritual perfeita.

Buda é uma palavra que significa “o supremamente iluminado”ou aquele que tem uma mente ou espírito completamente desperto“. Sidarta Gautama conquistou este título durante o século VI aC após uma profunda jornada espiritual. Ele expôs vários princípios ou verdades e estes ensinamentos se tornaram a espinha dorsal fundamental da doutrina budista. Estes ensinamentos foram interpretados um tanto diferentemente em lugares onde o budismo se espalhou (tais como o Japão, por exemplo), mas os princípios do budismo continuam os mesmos em todos os lugares: o budismo é uma busca pela redução do sofrimento e da dor através da meditação e uma busca por uma vida simples, livre de anseios.

O Buda não é considerado um deus e os budistas não rezam para ele ou para sua imagem em troca de favores. Pelo contrário, eles meditam sobre como podem alcançar paz, amor, compaixão dentro de si mesmos. O budismo tem cinco grandes preceitos e os budistas se esforçam para seguir estes preceitos

Eles são:
1. Não matar nenhum ser.
2. Não roubar ou tomar para si qualquer coisa que não lhe foi dado.
3. Abster-se de conduta sexual errônea e excesso de satisfação sensual.
4. Não mentir.
5. Abster-se do uso de álcool e drogas que nublam a mente e prejudicam o pensamento.

Seguindo estes preceitos e libertando-se dos desejos ansiosos, os budistas sentem que podem atingir o nirvana, uma paz espiritual. Uma vez que tenham atingido o nirvana e vêem que a vida não é feita de desejos, coisas materiais ou luxúria, os budistas se tornam capazes de usar seu tempo para melhorar o mundo. O ídolo mais comumente associado ao budismo é a estátua do Buda com seus braços dobrados sobre o colo e um sorriso de felicidade no rosto. Diz-se que a estátua serve par representar a compaixão e a tranqüilidade espiritual do Buda e, quando os budistas não podem rezar para o Buda, eles abaixam a cabeça para a estátua para reconhecer e agradecer o Buda pelos seus ensinamentos. Como cada vez mais e mais pessoas descobrem o budismo, a estátua do Buda pode ser encontrada em muitos lares através do mundo.