Mandala é uma palavra sânscrita para círculo de cura ou mundo inteiro. É uma representação do universo e de tudo que há nele. Khyil-khor é a palavra Tibetana para mandala e significa "centro do universo onde um ser totalmente iluminado habita". Os círculos sugerem totalidade, unidade, o útero, completude e eternidade. Elas não representam uma estranha realidade, e sim, um mundo iluminado que sempre existiu que é revelado quando as manchas da raiva, apêgo e ignorância são transformados. Paradoxalmente estes mundos iluminados são construídos das mesmas energias que nós, em nossa visão dualística, percebemos como raiva, apêgo e ignorância, mas no estado iluminado, inabalável, são vistos como força, compaixão e sabedoria. Portanto, mandalas são projetos arquitetônicos ou vistas aéreas de palácios celestiais constuídos de conceitos iluminados.
As Mandalas no Budismo Tibetano
Os monges tibetanos criam estas imagens arquetípicas para nos lembrar do ciclo de vida e morte. No Tibet, o processo de se criar uma mandala é tão importante quanto a mandala em si. Levam-se anos de preparação e treinamento para se ganhar a habilidade e conhecimento apropriado para pintar uma mandala. Mesmo quando se está apto para pintar, ainda é feita uma meditação de três dias antes que se deem as primeiras pinceladas. Existem muitos tipos de mandala no Tibet tais como a "transmutação de forças demoníacas" e "fortalezas cósmicas". As primeiras são reconhecidas por suas imagens de fogo sinistras, dragões e guerreiros onde se tem a impressão geral de dinâmica ou movimento de energias. As "fortalezas cósmicas" criam um visual de paz, de lugar seguro, repleto de deuses, deusas lótus e figuras angelicais que possuem a função de nos proteger e nos abençoar a medida que nos sintonizamos com o nosso próprio ser interior, aquele centro dentro de nós mesmos. As mandalas de areia são um tipo especial de se fazer mandalas desenvolvido por monges budistas tibetanos. Com padrões intrincados que refletem os vários tipos de compreensão, são criadas em uma superfície plana com areia fina colorida afunilada através de um fino tubo de metal, criando estas formas circulares em três dimensões. Elas podem ser apreciadas por sua beleza, pela variedade de cores e imagens intrincadas e detalhes meticulosos. Antigamente no Tibet era usada a areia moída de pedras coloridas para se fazer as mandalas. Hoje, pedras brancas são moídas e depois tingidas com guache opaco para produzir os tons fortes encontrados nestas pinturas de areia. As cores básicas são azul, vermelho, amarelo e verde com três tonalidades - o escuro, médio e o claro - num total de quatorze cores. A construção destas mandalas é um ritual que pode demorar até um mês com um ou dois monges devotando os seus dias nesta experiência meditativa. O desenho é ritualmente preenchido com areia colorida durante dias e depois é riscada nas quatro direções com o dorje do mestre e varrida sobre o tablóide onde foi feita e jogada num rio ou ao vento para representar a impermanência da vida. A areia que se torna abençoada através do processo de feitura da mandala é tida para beneficiar a terra ou rios onde ela é jogada. Os tibetanos acreditam que uma mandala de areia contém o conhecimento para se adqüirir iluminação dentro desta vida.
Mandalas no Ocidente
Existe também uma tradição de círculos de cura no Ocidente. Um simbolismo poderoso pode ser observado nas pinturas nativas do índio Americano, nas rodas medicinais e escudos de guerra. As rodas medicinais representamo universo, mudança, vida, morte, nascimento e aprendizagem. O grande círculo é a hospedaria de nossos corpos, nossas mentes e nossos corações. Apesar de existir muitos paralelos com as mandalas tibetanas, os nativos americanos nunca usaram a palavra para descever seus próprios círculos sagrados. Na Europa, as mandalas herméticas, apesar de desenhadas linearmente, podem ser também circulares. Simbolismos da Alquimia, Kabbalah, geometria e numerologia possuem um papel importante na criação e desenho destas. A arquitetura das catedrais góticas nos mostram um outro caminho para a iluminação os vitrais rosáceos foram construídos nos tempos da praga e da guerra. Como mandalas, eles eram construídos para ser um símbolo de iluminação do espírito humano. Sentando-se no escuro e contemplando a luz que vaza através dos desenhos inspirados nos proporcina uma experiência poderosa e reveladora.
Jung e as Mandalas
Foi Jung quem nos chamou a atenção desses desenhos circulares percebido por ele enquanto estudava religião Oriental. Ele percebeu que seus clientes experienciavam estas imagens circulares como "movimentos em direção a um crescimento psicológico, expressando a idéia de um refúgio seguro, de reconciliação interna e inteireza". Para Jung as mandalas são vasos ou embarcações na qual nós projetamos nossa psique que retorna a nós como um caminho de restauração. Ele reconheceu que figuras arquetípicas (símbolos universais) de várias culturas podiam ser identificados nesta expressão espontânea do inconsciente. Os círculos são universalmente associados com meditação, cura e o sagrado que podem funcionar como chaves para os mistérios de nosso reino interior, que se usados para esta finalidade podem nos levar de encontro com os mistérios de nossa alma.
De uma “Melhor Resposta” do Yahoo! de uma pessoa que se auto denomina Índio. Mas, com certeza ele tirou isso de algum livro que ele não especifica. Fiz algumas retificações.