"Gyatrul Rinpoche nasceu no Tibet oriental em 1925. Ele passou muitos anos em retiro com alguns dos maiores lamas e foi totalmente qualificado como um professor do budismo vajraiana na tradição Nyingma. Treinado por adeptos renomados, passou muito tempo de sua vida no Tibet em retiro meditativo antes de fugir em 1959. Em 1976, foi apontado como o representante espiritual de Sua Santidade Dudjom Rinpoche nos Estados Unidos. Em 1978, fundou o Centro de Budismo Orgyen Dorje Den.
No livro The Generation Stage in Buddhist Tantra (A Geração do Estágio no Budismo Tântrico da Snow Lion) ele explica sobre o uso do mala na prática yoga da deidade. Este excerto pode ser encontrado no Snow Lion website. Aqui está um excerto do “A Geração do Estágio no Budismo Tântrico”.
Padmasambhava disse: “O melhor tipo de mala para se usar para intensificar o número de recitações é um mala feito de alguns tipos de jóias preciosas (tib. tin o tche). Um tipo de mala comum é feito de semente de uma árvore ou fruta e um tipo inferior de mala é feito de madeira, terra, pedra ou remédio.”
Um mala feito de conchas do mar, terra, madeira ou sementes ou frutas de árvores é para ser usado para realizar sadanas e ações pacíficas. Um mala feito de ouro queimará amplos e extensivos carmas. Um mala de coral vermelho é melhor para realizar sadanas poderosas. Um mala de aço ou de turquesa é bom para atividades iradas. Um mala feito de dzi ou outras pedras preciosas pode ser usado para queimar quaisquer atividades cármicas que se estiver fazendo. Um mala feito de pedras de damasco realizará atividades amplas e extensas. Um mala feito de “lot ton” (uma pequena semente redonda e negra dentro de uma fruta) realiza atividades poderosas. Um mala feito de contas de raksha cumpre práticas iradas. Um mala feito de semente de bodhi realiza todos os dharmas. Malas feitos de madeiras de árvores queimam carmas pacíficos. Um mala de sementes de amora queima carmas poderosos. Malas de mogno realizam práticas iradas. Malas feitos de marfim, especialmente de uma presa de elefante, irá realizar todas as atividades em questão. Contas de pedra são boas para a prática ampla e expansiva. Contas feitas de remédio (dutzi) são boas para a prática irada. Malas com diferentes tipos de jóias são boas para qualquer prática. No entanto, eu sugiro não tentar fazer um mala com um tanto de contas diferentes porque, a não ser que se saiba quais combinações são efetivas, pode-se causar um resultado não positivo.
A seguir, o texto menciona os diferentes tipos de benefícios que derivam do uso de diferentes tipos de malas. Um mala de ferro ou aço multiplica a virtude que é acumulada com cada recitação de uma maneira geral. Um mala de cobre multiplica cada recitação por quatro vezes. Um mala de raksha multiplica cada recitação por vinte milhões e um de pérola, por cem milhões. Um mala de prata multiplica por cem mil e um de rubi, por cem milhões. Um mala de sementes de bodhi manifesta benefícios ilimitados para qualquer forma de prática, seja ela pacífica, vasta, poderosa ou irada. Todos devem saber o significado do mala e a melhor maneira de amarrá-lo. Amarre seu mala com três, cinco ou nove fios, e nenhum outro número. Três fios simbolizam os três kayas, cinco fios simbolizam os cinco budas, e os nove fios simbolizam os nove veículos. A conta principal, a conta do guru, pode ser composta de três contas simbolizando os três estados vajra do ser, os três kayas. A conta menor do lado de fora deve ser azul, talvez de lápis lazuli. A cor azul simboliza a mente imutável da verdade última. A conta do meio deve ser vermelha para simbolizar a fala vajra e a conta interior deve ser branca para simbolizar o corpo vajra. Seu mala deve ser abençoado por um lama e você mesmo deve abençoar constantemente o seu mala imbuindo-o com a sua energia. Você deve energizar seu mala antes de contar as recitações nele a fim de produzir real benefício. Você deve limpar sua boca, sua mão e então o seu mala antes de usá-lo. Também pode perfumá-lo com óleo de sândalo. Em seguida, imagine você mesmo como a deidade, coloque o mala em sua mão esquerda e arrume as contas com a conta do guru colocada verticalmente no centro. Recite o mantra que transforma todos os dharmas na consciência pura da sua verdadeira natureza:
OM SWABAVA SHUDDO SARVA DHARMA SWABAVA SHUDDO HAM.
Este mantra limpa e transforma percepções impuras em consciência pura e vacuidade. Da vacuidade, a conta do guru aparece como a deidade central da mandala, e as outras contas aparecem como os membros do séquito. Esta parte da prática é a meditação sobre o samayasattva. Em seguida, chamar o jnanasattva. andalaConvide os seres de sabedoria primordial para se aproximarem, conectando-os de forma que eles se dissolvem no samayasattva, exatamente como se faria em uma sadana. Convide os seres de sabedoria para virem de suas terras puras no espaço à sua frente. Eles se dissolvem em sua mala e permanecem firmes lá. Assim, cada parte de sua mala é a mandala inteira. Isso inclui a divindade central, o séquito, os assentos de lótus, os ornamentos, implementos de mão, cores, etc. Abençoar seu mala desta forma multiplica cada sílaba do que quer que você recitar o mantra 100.000 vezes, além de causar bons resultados cármicos. Portanto, é extremamente importante para fazer isso. Seu mala representa não apenas a forma da deidade, mas a fala da deidade também. Por exemplo, se você recitar o mantra de cem sílabas, a conta do guru representa a sílaba OM e as outras esferas representam as sílabas restantes. Guru Padmasambhava disse, “Sempre que você recitar mantras pacíficos, use a ponta do seu polegar para contar a mala. Ao recitar mantras amplos, use o terceiro dedo. Use o dedo indicador e o polegar ao recitar mantras poderosos, e o dedo mindinho ao recitar mantras irados. Usar apenas a mão esquerda para contar mantras. A mão direita é usada, mas raramente, por exemplo, em algumas práticas irada. Alguns livros ensinam o uso das duas mãos, mas não use a mão direita somente.” Qualquer tipo de prática que se está fazendo, seja pacífica, irada, poderoso ou expansivo (amplo), esteja sempre consciente de que o polegar é um gancho vajra que atrela poderes espirituais, deidades e outras bênçãos. Também é fácil mover as contas com o polegar. O texto não fala, mas há alguns extensos ensinamentos explicando como mover as contas sobre os malas ao realizar certas práticas. Em algumas práticas iradas, usa-se as contas com as duas mãos e assim por diante. Os ensinamentos a seguir, que explicam como cuidar de seu mala quando você não estiver usando, veio direto da boca do Guru Padmasambhava. (Visitar o site). Se o seu mala tem sido repetidamente abençoado por grandes lamas, por seu próprio professor e por si mesmo como parte de sua prática de deidade, ele deve acompanhá-lo como sua sombra. Você mantém o samaya raiz vajra do mala por nunca deixá-lo sair do seu corpo."
Visitar:
http://vajratool.wordpress.com/2011/02/03/use-of-a-buddhist-mala-by-gyatrul-rinpoche/#comments
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* O grifo é meu.