Aprendizado
"Como foi que você aprendeu tanto, Mullá ?", perguntaram certa vez a Nasrudin.
"Falando muito", respondeu ele.
"Vou colocando em sequência todas as palavras que me ocorram. Quando eu fico interessante, posso ver o respeito no rosto das outras pessoas. Na hora em que isso acontece, começo a tomar nota mentalmente do que disse".
"Como foi que você aprendeu tanto, Mullá ?", perguntaram certa vez a Nasrudin.
"Falando muito", respondeu ele.
"Vou colocando em sequência todas as palavras que me ocorram. Quando eu fico interessante, posso ver o respeito no rosto das outras pessoas. Na hora em que isso acontece, começo a tomar nota mentalmente do que disse".
O tolo que era sábio
Todos os dias o Mullah Nasrudin ia esmolar na feira, e as pessoas adoravam vê-lo fazendo o papel de tolo, com o seguinte truque: mostravam duas moedas, uma valendo dez vezes mais que a outra. Nasrudin sempre escolhia a menor.
A história correu pelo condado. Dia após dia, grupos de homens e mulheres mostravam as duas moedas, e Nasrudin sempre ficava com a menor. Até que apareceu um senhor generoso, cansado de ver Nasrudin sendo ridicularizado daquela maneira. Chamando-o a um canto da praça, disse:
- Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro e não será considerado idiota pelos outros. Nasrudin lhe respondeu:
- O senhor parece ter razão, mas se eu escolher a moeda maior, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas.
O senhor não sabe quanto dinheiro já ganhei, usando este truque. E acrescentou:
- "Não há nada de errado em se passar por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente".
Todos os dias o Mullah Nasrudin ia esmolar na feira, e as pessoas adoravam vê-lo fazendo o papel de tolo, com o seguinte truque: mostravam duas moedas, uma valendo dez vezes mais que a outra. Nasrudin sempre escolhia a menor.
A história correu pelo condado. Dia após dia, grupos de homens e mulheres mostravam as duas moedas, e Nasrudin sempre ficava com a menor. Até que apareceu um senhor generoso, cansado de ver Nasrudin sendo ridicularizado daquela maneira. Chamando-o a um canto da praça, disse:
- Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro e não será considerado idiota pelos outros. Nasrudin lhe respondeu:
- O senhor parece ter razão, mas se eu escolher a moeda maior, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas.
O senhor não sabe quanto dinheiro já ganhei, usando este truque. E acrescentou:
- "Não há nada de errado em se passar por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente".
Caiu alguma coisa...
Ao ouvir um forte estrondo, a mulher de Nasrudin saiu correndo até o quarto.
"Não precisa se preocupar", disse o Mulláh, "foi apenas meu manto que caiu no chão".
"O quê? E fez um barulho desses?"
"Sim, é que na hora eu estava dentro dele".
Mentira e Verdade
Em dada ocasião, um rei chamou Nasrudin para se consolar:
- Ah, Mulláh, estou triste. Meu povo anda mentindo demais, não sei mais o que fazer. O que posso fazer quando o povo me falta com a verdade.
- Acontece, rei - respondeu Nasrudin - que nem sempre é fácil diferenciar a verdade da mentira.
- Mas é claro que é, Mulláh - retrucou o rei - a verdade impele ao bem, enquanto a mentira só visa enganar...
- Essa é a teoria, mas é preciso que todos saibam na prática o que é mentira e o que é verdade...
Assim Nasrudin combinou com o rei e com o carrasco da corte que na manhã seguinte todos os cidadãos iriam ser levados para fora dos muros da cidade e antes de entrarem o carrasco deveria perguntar o que queriam fazer na cidade, os que mentissem, seriam enforcados em praça pública.
E assim foi. Na manhã seguinte estavam todos os cidadãos em frente ao portal da cidade e o capataz falou:
- Todos os que desejam entrar na cidade devem me dizer o motivo, aqueles que mentirem serão enforcados.
- Eu serei o primeiro - disse Nasrudin, e se encaminhou na direção do carrasco.- Por que quer entrar na cidade? - perguntou.
- Eu estou indo ser enforcado naquela forca - e apontou para a praça.- Isso é uma mentira, Mulláh!!! - disse o carrasco.
- Se estou mentindo, então me enforque, oras!
Casa de Banhos
Em dada ocasião, Nasrudin chegou em uma casa de banhos, mas como estava com uma roupa velha e a barba cheia de falhas, o atendente o tomou como um vagabundo qualquer. Por isso, tudo que forneceu ao Mulláh, foi uma tina de água fria e uma toalha velha.
Antes de ir embora, Nasrudin se dirigiu ao atendente afim de pagá-lo. O Mulláh pagou com uma grande e brilhante moeda de ouro, que fez com que o queixo do homem caísse.
Dali uma semana Nasrudin voltou a casa de banhos, e embora ainda usasse andrajos, o atendente o recepcionou incrivelmente bem e lhe ofereceu seus melhores serviços. Antes de ir embora, o Mulláh foi pagar o homem, mas desta vez lhe deu uma diminuta e opaca moeda de cobre:
-Mas o que é isso? - perguntou o atendente.
-Essa moeda de cobre é pelo atendimento da semana passada, e aquela moeda de ouro foi pelo atendimento de hoje.
Iogurte
Como se sabe, uma pequena porção de iogurte, quando misturada no leite, pode fermentar este último e torná-lo também iogurte. Acontece que em dada ocasião, Nasrudin estava a beira de um lago misturando iogurte no lago, quando um amigo passava:
-Nasrudin, o que está fazendo?
-Estou misturando iogurte no lago, assim teremos um lago de iogurte.
-Mas isso não funciona, Nasrudin.
-Sei que não funciona, mas já pensou se isso dá certo?
O Barco e o Homem Letrado
Em dada ocasião, Nasrudin estava em um barco com um homem letrado, quando o Mulláh disse algo que contrariava as regras gramaticais:
O Barco e o Homem Letrado
Em dada ocasião, Nasrudin estava em um barco com um homem letrado, quando o Mulláh disse algo que contrariava as regras gramaticais:
-Você nunca estudou gramática? - perguntou o estudioso.
-Não, nunca - respondeu Nasrudin.
-Nesse caso, metade de sua vida se perdeu - retrucou outro.
Nasrudin ficou em silêncio durante algum tempo, quando finalmente falou:
-Você nunca aprendeu a nadar? - disse o Mulláh ao homem letrado.
-Não, nunca - este respondeu.
-Então, nesse caso, toda a sua vida se perdeu. Estamos afundando.
Entre os Amigos e o Burro
Nasrudin ia montado em seu burro pelo povoado, pensando no que pensar, quando de repente uns amigos lhe chamaram.
O mestre, ao escutar o chamado, desce do burro e vai ter com eles.
Quando chega, estes começam a recriminá-lo pelo que havia feito, ou não havia feito.
Nasrudin, nesse momento, volta até seu burro e com um sorriso lhe diz:- Que sorte que não falas!
Não há estoque...
Entre os Amigos e o Burro
Nasrudin ia montado em seu burro pelo povoado, pensando no que pensar, quando de repente uns amigos lhe chamaram.
O mestre, ao escutar o chamado, desce do burro e vai ter com eles.
Quando chega, estes começam a recriminá-lo pelo que havia feito, ou não havia feito.
Nasrudin, nesse momento, volta até seu burro e com um sorriso lhe diz:- Que sorte que não falas!
Não há estoque...
Um homem foi até a loja de comestíveis de Nasrudin e lhe perguntou qual era o preço das nozes.- Duas peças de ouro por quilo - respondeu Nasrudin.
- Esse é um preço escandaloso! - queixou-se o cliente.
-Você não tem nenhuma sombra de consciência?
- Sinto muito. - replicou o Mulláh - mas não tenho este artigo em estoque.
A Lua no Poço
Numa noite clara e enluarada, Nasrudim vai ao poço tirar água. Ao olhar para baixo, vê o reflexo da lua brilhando na água e na mesma hora diz:
A Lua no Poço
Numa noite clara e enluarada, Nasrudim vai ao poço tirar água. Ao olhar para baixo, vê o reflexo da lua brilhando na água e na mesma hora diz:
- Nossa, coitada da lua, ela caiu dentro da água! Espere lua, que eu já vou tirá-la daí!
Nasrudim vai correndo até a sua casa e volta com uma corda com um gancho de ferro amarrado na ponta. Rápidamente atira a corda dentro do poço, gritando de forma encorajadora:
- Vamos lua, força, agarre firme que eu já puxá-la para fora daí!
Mas aconteceu que a corda ficou presa numa grande pedra no fundo do poço e Narudim precisou puxar com toda a sua força.
“Ufa!” – pensou Nasrudim com os seus botôes. “Mas como a lua é pesada!”
De repente, a corda se solta num tranco e Nasrudim cai de costas no chão.
Quando consegue recuperar o fôlego, ainda estendido no chão, ele se depara com a lua no céu, brilhando no meio das estrelas.
Então Nasrudim diz à lua:
- Não foi nada fácil, mas conseguimos, heim lua! Que sorte a sua eu ter chegado bem a tempo de poder ajudá-la! Foi um prazer estar a seu serviço. Adeus lua, e boa noite!
Quando a Sinceridade Fala Primeiro
Certo dia, um juiz perguntou ao mestre Nasrudin:
- Mestre, no caso de você ter de escolher entre a justiça e o dinheiro, o que você escolheria?
- O dinheiro, é claro - respondeu Nasrudin, sem pestanejar.
- O quê! - disse o juiz. Pois eu escolheria a justiça sem pensar duas vezes, porque a justiça não é fácil de ser encontrada, enquanto o dinheiro, este não é tão raro assim. Podemos encontrá-lo por aí sem grandes dificuldades. Estou sinceramente espantado com a sua opção, Nasrudin. Não o julgava capaz de uma ambição, sendo um mestre!
- Meritíssimo, cada um deseja aquilo que mais lhe falta! - respondeu tranqüilamente o mestre Nasrudin.
Mude-se Para Outro Lugar
Por algum motivo que agora já caiu no esquecimento, o povo de Aksehir zangou-se muito com Hodja, e quis expulsá-lo da cidade. Queixaram-se dele ao Juiz e este viu-se obrigado a intimar Nasrudin e dizer-lhe:
- Hodja, o povo da cidade não te quer. Todos desejam que te mudes para outro lugar.
- Eu é que não gosto do povo daqui - respondeu Nasrudin. - No que me diz respeito, podem todos ir embora da cidade!
- Mas eles são muitos, e tu és só um! - disse o Juiz.
- Então, já que são muitos, é ainda mais fácil para eles. Podem trabalhar juntos e construir uma cidade onde quer que desejem. Mas como é que eu posso, na minha idade, construir uma casa nova e cultivar um jardim no meio do campo?
As Chaves Perdidas
O Mulláh perdeu suas chaves e foi à praça buscá-las quando um vizinho lhe disse: - Mulláh , que estás fazendo? Respondeu: - Busco minhas chaves. - Onde as perdeste? - Em minha casa. - Por que buscas aqui? - É porque aqui tem mais luz!
A luta dos cegos
Certa manhã, quando dirigia-se ao mercado, Nasrudin viu alguns cegos e, fazendo tilintar as moedas em sua bolsa, disse em voz alta:
Quando a Sinceridade Fala Primeiro
Certo dia, um juiz perguntou ao mestre Nasrudin:
- Mestre, no caso de você ter de escolher entre a justiça e o dinheiro, o que você escolheria?
- O dinheiro, é claro - respondeu Nasrudin, sem pestanejar.
- O quê! - disse o juiz. Pois eu escolheria a justiça sem pensar duas vezes, porque a justiça não é fácil de ser encontrada, enquanto o dinheiro, este não é tão raro assim. Podemos encontrá-lo por aí sem grandes dificuldades. Estou sinceramente espantado com a sua opção, Nasrudin. Não o julgava capaz de uma ambição, sendo um mestre!
- Meritíssimo, cada um deseja aquilo que mais lhe falta! - respondeu tranqüilamente o mestre Nasrudin.
Mude-se Para Outro Lugar
Por algum motivo que agora já caiu no esquecimento, o povo de Aksehir zangou-se muito com Hodja, e quis expulsá-lo da cidade. Queixaram-se dele ao Juiz e este viu-se obrigado a intimar Nasrudin e dizer-lhe:
- Hodja, o povo da cidade não te quer. Todos desejam que te mudes para outro lugar.
- Eu é que não gosto do povo daqui - respondeu Nasrudin. - No que me diz respeito, podem todos ir embora da cidade!
- Mas eles são muitos, e tu és só um! - disse o Juiz.
- Então, já que são muitos, é ainda mais fácil para eles. Podem trabalhar juntos e construir uma cidade onde quer que desejem. Mas como é que eu posso, na minha idade, construir uma casa nova e cultivar um jardim no meio do campo?
As Chaves Perdidas
O Mulláh perdeu suas chaves e foi à praça buscá-las quando um vizinho lhe disse: - Mulláh , que estás fazendo? Respondeu: - Busco minhas chaves. - Onde as perdeste? - Em minha casa. - Por que buscas aqui? - É porque aqui tem mais luz!
A luta dos cegos
Certa manhã, quando dirigia-se ao mercado, Nasrudin viu alguns cegos e, fazendo tilintar as moedas em sua bolsa, disse em voz alta:
- Amigos, amigos, peguem estas moedas. Tu, toma esta, tu, esta, e vocês repartam o resto - e enquanto fazia isso, fazia tilintar as moedas em sua bolsa.
É evidente e seria até demais esclarecer, que não repartiu um só tostão.
Produzida a cena, afastou-se para observar a seguinte situação: Os cegos começaram a precipitar-se uns sobre os outros, exclamando e gritando: " deu tudo para ti". Ou então:" Vocês ficaram com tudo ao invés de repartir". Ou:" Eu nada recebi", " mentes", " dá-me a minha parte", etc. etc.
Isso transformou-se em empurrões, socos, chutes, insultos, xingamentos,terminando em uma grande batalha indescritível, dada a cegueira totalreinante.
Nasrudin, que seguia de perto as peripécias da batalha, murmurou:- Isto é o que poderia chamar-se de uma " uma luta de cegos por motivo inexistente".
Pertinência
Um dos espetáculos mais impressionantes que já vi, foi aquele de uma multidão que se aglomerava em volta de uma sepultura de um santo com tanta emoção que eu fui tomado como que por uma força material. Ora, vós dizeis que os sufis desaprovam esse gênero de manifestação. Como podeis negar a importância de um fenômeno desta ordem? Resposta: Talvez você não conheça esta história de Mulláh Nasrudin que pode ser considerada como uma analogia de vossa experiência e vossa pergunta.
Pertinência
Um dos espetáculos mais impressionantes que já vi, foi aquele de uma multidão que se aglomerava em volta de uma sepultura de um santo com tanta emoção que eu fui tomado como que por uma força material. Ora, vós dizeis que os sufis desaprovam esse gênero de manifestação. Como podeis negar a importância de um fenômeno desta ordem? Resposta: Talvez você não conheça esta história de Mulláh Nasrudin que pode ser considerada como uma analogia de vossa experiência e vossa pergunta.
Nasrudin levava um amigo no carro. Ele dirigia em alta velocidade. De repente, ao ver um indicador de estrada, o amigo gritou:— Nasrudin, nós estamos indo na direção errada!...
— Por que você não pensa nunca em coisas agradáveis? Ó..., por exemplo, olhe só a que velocidade estamos andando!
Os melhores conselhos
Os melhores conselhos
Nasrudin começou a construir uma casa : seus amigos, que tinham cada um sua própria casa, e eram carpinteiros, pedreiros, o rodearam de conselhos. Mulláh estava radiante. Um após outro, e às vezes todos juntos, disseram-lhe o que fazer. Nasrudin seguia docilmente as instruções que cada um lhe dava.
Quando a construção terminou, ela não se parecia em nada com uma casa.
- Que curioso! - disse Nasrudin - e, contudo eu fiz exatamente aquilo que cada um de vocês me tinha dito para fazer!
A lua é mais útil que o sol
Nasrudin entrou na casa de chá proclamando: - A lua é mais útil que o sol. - "Por que ,mullá"? - "Precisamos de mais luz durante a noite que durante o dia".
"Se sobrevivo a esta vida sem morrer, estarei surpreso!!!"
Nasrudin entrou na casa de chá proclamando: - A lua é mais útil que o sol. - "Por que ,mullá"? - "Precisamos de mais luz durante a noite que durante o dia".
"Se sobrevivo a esta vida sem morrer, estarei surpreso!!!"
O equilíbrio do mundo
Um dia perguntaram a Nasrudin.
Um dia perguntaram a Nasrudin.
- Mestre, ao amanhecer o dia, cada um vai para o seu lado: uns por aqui, outros por ali, por que será?
- Se todos fossem para a mesma direção - responde Nasrudin - o mundo se desequilibraria e cairia!
Descida
- Nasrudin, como caíste do burro?
- Não estive mal. Eu ia descer, de qualquer maneira.