Saí do Khadro Ling às sete e dez da manhã já na correria com medo de perder o vôo. E, quem me conhece, sabe que eu detesto correria, stress. Não foi prá isso que eu fui pro sul. Só que lá a gente fica só por conta dos ensinamentos e iniciações, sorvendo cada palavra de Jigme Rinpoche, muito calados. Não tive nenhum contato com televisão, rádio ou qualquer meio de comunicação externa. Afinal, estava re-ti-ra-da! Resultado: na hora de voltar, corri à toa! A van do Airton correu à toa! Paguei, desci, despedi rapidinho e entrei prá dentro do aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre prá dar de cara com uma fila enorme. Acho que alguém notou minha cara aflita e me colocou numa fila menor e fui atendida em poucos instantes. Subi e fiquei na boca do portão de embarque esperando, esperando, esperando. O vôo é adiado. E eu achando aquilo muito estranho. Um rapaz do meu lado parecia conversar sozinho reclamando, xingando. Realmente é desagradável. Eu estava super cansada, afinal acordar às seis da manhã e dormir depois de meia noite por cinco dias seguidos não é fácil. Mâs... paciência. Não temos controle sobre tudo como gostaríamos de ter. Não temos controle de nada. Todos os vôos que eu peguei, Porto Alegre prá São Paulo, São Paulo prá Belo Horizonte atrasaram. Trouxe essa lição que já sabia teoricamente, mas desta vez, tive que fazer o para-casa na marra e manter a calma e a paciência. Trouxe de lá muito cansaço, calor, muitos amigos no coração, uma paisagem maravilhosa dividida com quase quinhentas pessoas e muita coisa prá aprender! Só quando cheguei é que fiquei sabendo o motivo dos atrasos dos vôos: uma tragédia colossal no estado do Rio, muita chuva, muitas mortes e muitos desabrigados. E a gente reclamando de atraso. Com certeza! Muita coisa prá aprender é o que se trás de uma viagem!
Boas Festas
Há 10 anos