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segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma maneira para se combater o orgulho e o egoísmo.

Dois lados: Windows e Apple - Two sides: Windows and Apple
Com uma atitude egoísta, se é importante, e os outros não tão importantes. De acordo com os conselhos de Shantideva, uma técnica para ajudar a contornar e mudar esta atitude é se imaginar em frente de si mesmo como um observador imparcial. Seu próprio eu egoísta de um lado e um número ilimitado de outros seres sobre o outro lado: dez, cinquenta ou cem. De um lado está o seu eu orgulhoso, egoísta, e do outro lado, um grupo de pessoas pobres, necessitadas. Você está, com efeito, no meio, como uma terceira pessoa imparcial. Agora, julgue. Esta pessoa única e egoísta é mais importante? Ou o grupo de pessoas é mais importante? Pense. Você se juntará a este lado ou ao outro? Naturalmente, se você é um ser humano verdadeiro, seu coração vai com o grupo porque o número é maior e as pessoas são mais carentes. O outro é apenas uma única pessoa, orgulhosa e estúpida. Seu sentimento fica naturalmente com o grupo. Pensando desta forma, gradualmente diminui-se o egoísmo e o respeito pelos outros cresce. É assim que se pratica.

With a selfish attitude, oneself is important, and others are not so important. According to Shantidevas advice, a technique to help in turning this attitude around is to imagine- in front of yourself as an unbiased observer- your own selfish self on one side and a limited number of other beings on the other side- ten, fifty, or a hundred. On one side is your proud, selfish self, and on the other side is a group of poor, needy people. You are, in effect, in the middle- as an unbiased, third person. Now, judge. Is this one, single, selfish person more important? Or is the group of people more important? Think. Will you join this side or that side? Naturally, if you are a real human being, your heart will go with the group because the number is greater and they are more needy. The other one is just a single person, proud and stupid. Your feeling naturally goes with the group. By thinking in this way, selfishness gradually decreases, and respect of others grows. This is is the way to practice.

Tenzin Gyatso, XIV Dalai Lama.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Palavras do Coração - Dalai Lama

Ontem à noite estava mesmo precisando de ler algo enriquecedor e sentei-me no meu banquinho em frente da minha prateleira-altar para melhor visualizar meus livros budistas. Peguei o que a Anna, uma amiga portuguesa me mandou de presente e li a matéria abaixo. Sinceramente? Preciso ler isto o tempo todo até que saiba de cor, de coração. Acho que é por isso que o livro tem esse título. Palavras do Coração é da Editorial Presença, Lisboa. http://editorial.presenca.pt O título em inglês é An Open Mind. O português é de Portugal e decidí mantê-lo. Boa leitura, meus queridos.

"Algumas vezes quando encontro alguém e sinto que sou um pouco melhor do que essa pessoa, procuro uma qualidade positiva nela. Pode ser o cabelo bonito. E então, penso: 'Eu estou careca. Assim, nessa perspectiva, essa pessoa é melhor do que eu!' Podemos encontrar sempre uma qualidade noutra pessoa em que somos ultrapassados por ela. Este hábito mental ajuda a contrariar o nosso orgulho ou arrogância.
Algumas vezes sentimo-nos desesperados; ficamos desmoralizados, pensando que somos incapazes de fazer o que quer que seja. Nessa situação devemos lembrar-nos da oportunidade e do potencial que temos para sermos bem sucedidos.
Ao reconhecer que a mente é maleável, podemos mudar as nossas atitudes usando vários processos de pensamento. Se estamos a comportar-nos de forma arrogante, podemos usar o processo de pensamento que acabei de descrever. Se nos sentimos dominados por um sentimento de abandono ou depressão, devemos agarrar cada oportunidade que surge para melhorar a nossa situação. Isto é muito útil.
As emoções humanas são muito poderosas e algumas vezes submergem-nos. Isso pode conduzir a situações desastrosas. Outra prática importante no treino da mente é afastarmos-nos das emoções fortes antes que elas cheguem a nós. Por exemplo, quando sentimos cólera ou ódio, podemos pensar: 'Sim, agora a cólera está a dar-me mais energia, mais capacidade de decisão, reacções mais rápidas.' Mas, quando observamos mais de perto, podemos ver que a energia trazida pelas emoções negativas é essencialmente cega. Vemos que, em vez de provocarem um progresso mental, elas têm muitas repercussões negativas. Duvido mesmo de que a energia induzida pelas emoções negativas seja realmente útil. Em vez disso, devemos analisar a situação com cuidado e depois, com clareza e objectividade, determinar quais as medidas a tomar.
A convicção 'Eu devo fazer alguma coisa' pode dar-nos um poderoso sentido do fim em vista. Isto, acredito, é a base para uma energia mais saudável, mais útil e produtiva. Se alguém nos trata injustamente, devemos primeiro analisar a situação. Se achamos que podemos aguentar a injustiça, se as consequências de fazermos isso não são muito graves, então penso que é melhor aceitar. Mas se com clareza e consciência chegarmos à conclusão de que essa aceitação trará muitas consequências negativas, então temos que reagir adequadamente. Esta conclusão deve basear-se numa clara consciência da situação e não surgir como resultado da raiva. Eu penso que a raiva e o ódio na verdade nos causam mais mal do que a pessoa responsável pelo nosso problema.
Imaginem que o vosso vizinho vos odeia e está sempre a criar-vos problemas. Se perderem a calma e criarem ódio em relação a ele, a vossa digestão será alterada, o vosso sono tranquilo desaparecerá e terão de começar a usar tranquilizantes e comprimidos para dormir. Depois terão de aumentar as doses, o que vos prejudicará fisicamente. O vosso humor será afectado e, como resultado, os vossos velhos amigos hesitarão em vos visitar. Gradualmente ficarão com cabelos brancos e rugas e podem  até criar problemas de saúde mais sérios. Aí o vosso vizinho ficará verdadeiramente contente. Sem vos infligir nenhum mal físico, ele realizou os seus desejos.
Se, apesar das injustiças do vosso vizinho, permanecerem calmos, felizes e pacíficos, a vossa saúde continuará forte, continuarão alegres e mais amigos vos visitarão. A vossa vida terá mais sucesso. Isto fará com que seu vizinho se preocupe. Não digo isto como de fosse uma anedota. Tenho uma certa experiência neste campo. Apesar de algumas circunstancias infelizes por que passei, geralmente permaneço calmo, com um estado de espírito ameno. Eu penso que isto é muito útil. Não devem levar a tolerância e a paciência como sinais de fraqueza. Eu considero-as como sinais de força.
Quando enfrentamos um inimigo, uma pessoa ou um grupo de pessoas que nos desejam mal, podemos vê-los como uma oportunidade para desenvolvermos a paciência e a tolerância. Nós precisamos destas qualidades, elas são-nos muito úteis. E a única ocasião em que temos oportunidade de as desenvolver é quando somos desafiados por um inimigo. Assim, nesta perspectiva, o nossos inimigo é o nosso mestre espiritual, o nosso professor. Independentemente da sua motivação, do nosso ponto de vista, os inimigos são muito benéficos, são uma bênção."

sábado, 2 de maio de 2009

Os que ficam e os que vão

Pedido:
Uma pessoa iniciante no budismo cobrou minha participação na lista e me senti muito desconfortável. Infelizmente ainda não me iluminei e não gosto que pessoas que chegaram "ontem" dêem palpite no que os mais "velhos" devem ou não fazer. Aliás, os mais antigos são tão calados no que diz respeito ao dharma e os que estão chegando estão na fase da empolgação, do modismo, enchem a boca para dizer "eu sou budista" e acham que podem sair por ai ensinando o dharma. Chegam a afirmar que Dzogchen é Shamata! Francamente! Eles nem sabem que temos uma praticante que entra muda e sai calada, não usa tchuba nem zen e já está no terceiro ano do Dzogchen! Que pena! Acho melhor passar a responsabilidade para esta pessoa que me cobrou, ela aceitando ou não, antes que alguma ação não-virtuosa aconteça.... Estou um tanto irritadiça e reativa no momento.
Resposta:
Eu já notei alguns comportamentos negativos de pessoas iniciantes no budismo que já se consideram verdadeiros praticantes. Isso realmente é lamentável, e o pior é que a maioria que se comporta assim são justamente aqueles que não seguirão o caminho do Dharma por muito tempo. Em todos esses anos já presenciei inúmeras vezes isso. Como você disse, essas pessoas são movidas pelo modismo. O meu intuito foi apenas reunir os praticantes e frequentadores do grupo e divulgar os eventos. Espero que essa minha intenção não seja desviada devido a discussões vazias.