1. GENEROSIDADE - “DJINPA” (tib.) "DANA" (sânscr.), [do lat. generositate.] doação, oferenda, presente, dom, prodigalidade, donativo, dádiva, mérito, merecimento, poder, virtude, privilégio. Doação de bens, riqueza pessoal e corporal. É consumada com a oferenda de intenção, esforço, do material oferecido e a dedicação do mérito. Inclui todas as formas de doar e compartilhar o Dharma.
2. DISCIPLINA MORAL OU ÉTICA – “TSULTRIM” (tib.), "SILA" (sânscr.). [do lat. disciplina.] regime de ordem, relações de subordinação do aluno ao mestre; observâncias de preceitos ou normas; submissão a um regulamento; ensino, instrução, educação; refrenagem de má-conduta; obediência. Compromisso de evitar a comissão do mais leve dano aos outros; exame escrupuloso da mente arrefecendo até o mais sutil impulso à não-virtude antes que este se traduza em ação de fala ou de corpo; manutenção de um discernimento afiado entre o que aceitar e o que rejeitar como ações apropriadas de corpo, fala e mente; conduzir-se de acordo. Abandono das ações não-virtuosas, juntamente com seus fundamentos. Praticamos ao pensar e agir puramente, ao abandonar pensamentos negativos e plantar sementes positivas, ao dedicar mérito e fazer preces de aspiração para beneficiar todos os seres, inclusive demônios e entes negativos. Elimina todas as paixões maléficas através da prática dos preceitos de não matar, não roubar, não ter conduta sexual inadequada, não mentir, não usar tóxicos, não usar palavras ásperas ou caluniosas, não cobiçar, não praticar o ódio nem ter visões incorretas.
3. PACIÊNCIA – “DZOPA” (tib.) "SHANTI" (sânscr.), [do lat. patientia.] virtude que consiste em suportar as dores, incômodos, infortúnios, sem queixas e com resignação. Tolerância em face ao tratamento abusivo dos outros, tolerância ao sofrimento em favor do dharma e firmeza ao ouvir os ensinamentos. Reconhecer que as condições negativas surgem exatamente de acordo com o karma de cada um – e que, no seu próprio surgimento, essas causas kármicas estão sendo purificadas. Esperar que a dificuldade se vá. Trabalhar cada dificuldade à medida que surge. Capacidade de suportar dificuldades. Exercitamos quando encontramos dificuldade em nossa prática, ao visualizar, ao manter a concentração, ao agir cuidadosamente e corretamente. Quaisquer que sejam as circunstâncias permanecemos pacientes. Pratica a abstenção para prevenir o surgimento de raiva por causa de atos cometidos por pessoas ignorantes.
4. PERSEVERANÇA JUBILOSA OU DILIGÊNCIA – “TSONDRÜ” (tib.), “VIRYA” (sânscr.) [do lat. perseverantia.] pertinácia, constância, firmeza, persistência, prosseguimento, continuação, permanência, continuidade. Diligência, valentia, entusiasmo. Continuar até o completamento não importando quantas dificuldades surjam em sucessão. Empenho. Ímpeto. Transcendência da inércia, da preguiça e do sentimento de opressão. Disposição para praticar ações virtuosas. Lembramo-nos da preciosidade desse corpo humano e dedicamos nossas vidas para criar benefícios incessantes. A vida é muito curta e não podemos desperdiçar um único dia. Tendo feito uma conexão com esse centro ou qualquer lugar de virtude, não deveríamos perder a oportunidade para usar corpo, fala e mente para beneficiar seres porque esse é um lugar sagrado e os efeitos de qualquer ação por nós aqui realizada, virtuosa ou não virtuosa, são multiplicados. Desenvolve esforço vigoroso e persistente na prática do Dharma.
5. CONCENTRAÇÃO OU ESTABILIDADE MEDITATIVA – “SAMTEN” (tib.) "SAMADHI" ou “DIANA” (sânscr.). Centralização, limitação, absorção, aplicação. Direcionamento da mente para a meditação até que esteja totalmente imersa e absorvida nela. Qualidade estável da mente de forma unidirecionada sobre um objeto virtuoso. Significam todas as vezes que nos focamos em nossa direção e meditação no ato da oferenda e nos concentramos para não sermos levados por pensamentos comuns, praticamos a estabilidade meditativa. Reduz a confusão da mente e leva à paz e à felicidade.
6. CONHECIMENTO TRANSCENDENTAL – “SHERAB” (tib.) "PRAJNA" (sânscr.). Reconhecimento da natureza vazia de todos os fenômenos, o sabor único da vacuidade que permeia o samsara e o nirvana. Todos os fenômenos transcendem qualquer extremo imposto por palavras ou conceitos: sonho, aparição, bolha, mágica, ilusão, miragem, reflexo, eco. Sabedoria que não conceitualiza as Três Esferas. Mente "boddhi". Significa manter a visão do sabor único e puro do objeto para quem oferecemos, de nós mesmos e da substância ou esforço oferecido. Todos possuem a mesma natureza.
As Quatro Nobres Verdades são o fundamento do Budismo e entender o seu significado é essencial para o autodesenvolvimento e alcance das Seis Perfeições, que nos farão atravessar o mar da imortalidade até o nirvana. A prática dessas virtudes ajuda a eliminar ganância, raiva, imoralidade, confusão mental, estupidez e visões incorretas. As Seis Perfeições e o Nobre Caminho Óctuplo nos ensinam a alcançar o estado no qual todas as ilusões são destruídas, para que a paz e a felicidade possam ser definitivamente conquistadas. A prática das seis perfeições que trazemos para qualquer oferenda pode tornar possível um oceano de atividades iluminadas. Desenvolve o poder de discernir realidade e verdade.
No budismo
mahayana, os
sutras da
Perfeição da Sabedoria (prajna-paramita) e o
Sutra do Lótus (Saddharmapundarika) listam as "Seis Perfeições" (termos originais em
sânscrito):
1. dana paramita : generosidade, doação
2. sila paramita : virtude, moralidade, conduta apropriada
3. shanti paramita : paciência, tolerância, aceitação, resistência
4. virya paramita : energia, diligência, vigor, esforço
5. dhyana paramita : meditação, concentração, contemplação
6. prajna paramita : sabedoria transcendental, insight