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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Festival do Vesak



"Às 09h20min desta quarta-feira, 28 de abril, teremos o Festival de Vesak, um dos três festivais de Lua Cheia mais importantes do ano. O Festival de Vesak celebra o nascimento, a iluminação e o parinirvana do Buda, ocorridos no século VI a.C., e acontece sempre numa Lua Cheia de abril ou maio, quando o Sol está no signo de Touro e a Lua está em Escorpião.

Diz a lenda que Sidarta Gautama, nasceu rico e em meio ao luxo, e a sua família fazia de tudo para que ele não encarasse o lado mais duro da realidade. Aos 29 anos, quando todos os indivíduos passam pelo primeiro Retorno de Saturno e sentem a necessidade de amadurecer, Sidarta resolveu abandonar a vida que levava, abrindo mão de tudo o que sua família possuía e seguindo uma vida de renúncia. Praticou um Ioga diferente do que se vê hoje no Ocidente e teve uma vida de asceta, mas percebeu que aquele não era o seu caminho.

Um dia, ao terminar de meditar debaixo de uma figueira (árvore boddhi), Sidarta encontrou enfim a iluminação. Tornou-se Buda, que significa “desperto”, “iluminado”, passando a compreender a verdadeira natureza dos fenômenos e o porquê da impessoalidade e impermanência desses fenômenos, que muitas vezes geram insatisfação. Ao despertar, o ser humano atinge a consciência e tem diante de si a possibilidade de ser plenamente livre dos condicionamentos físicos e mentais que causam sofrimento e a sensação de insaciabilidade.

Surgiu então o Budismo, que não é uma religião (pois não afirma a existência de um deus criador, não possui dogmas e nem almeja converter todas as pessoas), nem uma filosofia (pois vai muito além de um corpo conceitual e da reflexão intelectual). O Budismo prefere que o próprio seguidor defina aquilo que ele é, ao invés de cristalizar uma definição de si mesmo.

O Festival de Vesak marca a celebração da vida e da iluminação de Buda, assim como o seu nascimento e morte. Buda teria despertado durante a Lua Cheia do Vesak (isto é, com o Sol em Touro e a Lua em Escorpião, o que ocorre sempre no mês de abril ou maio), e, nesta época do ano, temos as condições ideais para a iluminação e transformação na consciência dos seres humanos.

No Vesak, a Fase Cheia da Lua, como um cálice, recebe toda a Luz do Sol, de forma plena. A iluminação do Sol em Touro tem as características deste signo: fecundidade, abundância, nutrição e estruturação e, quando estas qualidades são recebidas pela Lua em Escorpião, que representa a transmutação dos desejos em aspirações mais sublimes, transformação, superação de crises e os ciclos da vida, o despertar e a iluminação podem surgir de maneira muito especial.

Todas as Luas Cheias são momentos de muita energia, nos quais o despertar, a transformação e a iluminação estão mais disponíveis aos seres humanos. Além do Festival do Vesak (Touro/Escorpião), temos o Festival da Páscoa (Áries/Libra) e o Festival de St. Germain (Gêmeos/Sagitário), este último associado ao Espírito Santo e a inteligência divina.

Portanto, na manhã desta quarta, mesmo sem vermos a Lua no Céu, nós teremos a oportunidade de, individual e coletivamente, buscarmos atingir a iluminação de Buda, tal qual ocorrida há mais de 2.500 anos atrás: alcançarmos a ascensão do nosso espírito e o despertarmos para uma consciência mais amplificada e plena, além de sintonizarmos coletivamente as diversas mentalizações, meditações, orações, mantras, canalizações e palestras que estarão ocorrendo ao rdor do mundo, em prol de um trabalho espiritual que acelere e aprofunde o processo de evolução planetária."

Dimitri Camiloto

A raiva

Não há razão para se sentir raiva de nenhuma pessoa! A raiva é um sentimento muito pequeno, além de negativo e infrutífero. É um sentimento infeliz e doloroso tanto para quem a sente quanto para o objeto da raiva, seja uma pessoa ou uma situação. Nada é resolvido com a raiva. Ela só traz exaustão e mais complicações!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

Os Oito Dharmas Mundanos (sob minha perspectiva)


Todos querem ser elogiados; ninguém quer ser criticado.
Todos querem ser felizes; ninguém quer ser infeliz.
Todos querem ganhar; ninguém quer perder.
Todos querem ter atenção; ninguém quer ser ignorado.

Não importa ser elogiado ou criticado.
Não importa ser feliz ou infeliz.
Não importa ganhar ou perder.
Não importa ter atenção ou ser ignorado.

Elogio ou crítica é vacuidade.
Felicidade ou infelicidade é vacuidade.
Ganho ou perda é vacuidade.
Atenção ou ignorância é vacuidade.

Forma é vacuidade. Vacuidade é forma.

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SOHA

Gate significa “ir”, Paragate significa “ir perfeitamente”, Parasangate sgnifica “ir perfeita e completamente”, Bodhi significa “iluminação”, Soha significa “construir o fundamento”.

“Vá, vá perfeita e completamente para a iluminação e construa o fundamento.”


Atingirei tudo isso no momento eu que conseguir rir de mim mesma!

Os Oito Dharmas Mundanos

Dzongsar Khyentse Norbu Rinpoche

"No caminho Mahayanna foram ordenados oito tipos diferentes de armadilhas nas quais se pode cair e, mesmo se você cair em uma você já estará bastante enfraquecido. É claro, sem mencionar se você cair nas oito. Aí, você se torna realmente fraco. Estas oito armadilhas são bastante simples. Aqueles que não vão ficar aqui o resto dos dias deveriam anotar, escrever, porque é uma coisa muito boa para se pensar. Não há uma ordem, OK? A primeira – e eu digo isso porque é uma das armadilhas em que eu sempre caio – é querer ser elogiado. A segunda, não ser criticado. A terceira, querer ser feliz. A quarta, não querer ser infeliz. A quinta, querer ganhar. A sexta, não querer perder. A sétima, ter muita atenção e a oitava, não querer ser ignorado. Eu realmente quero que vocês contemplem estas armadilhas e que observem quantas vezes caímos nelas a cada dia, cada hora. Os mestres estavam tão certos! Elas realmente te deixam fraco. Como se você quisesse alguma coisa desse homem [1]. OK! Não precisa de muito! Vocês só têm que me elogiar e pronto. Eu já vou dando tudo! Vocês devem contemplar realmente em vocês, quero dizer, quantas vezes me sinto feliz quando alguém diz: - Puxa, você parece muito mais novo do que é! – Nós valorizamos tanto o elogio e a crítica e tudo o mais e ficamos fracos. E quanto mais elogios recebemos, mais queremos. E, vocês já sabem, mesmo depois de um monte de elogios, um pouquinho de crítica no meio pode arrasar você e te deixar insone por várias semanas. Agora, se vocês realmente analisarem estas qualidades mundanas, os dharmas mundanos como o elogio e a crítica, eles não têm nenhuma essência. Muitas vezes o elogio que recebemos dos outros geralmente é cheio de contradições. E muitas vezes, o elogio que ouvimos de outra pessoa sempre vem com uma etiqueta de preço muito alto. Não vou passar por todas as armadilhas, mas é alguma coisa bastante fácil de contemplar e só contemplar sobre estas oito armadilhas realmente te deixa forte. Vocês sabem, eu não estou dizendo que, de agora em diante, repentinamente, se ouvirem um elogio ou uma crítica vocês devem tampar os ouvidos. É como o exemplo da gravata. Vocês têm que viver neste mundo, têm que falar com as pessoas, socializar. Vocês estão destinados a passar por estas oito armadilhas."


[1] O próprio Dzongzar

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Do apego e desejo - Chagdud Tulku Rinpoche


" Impelidos pelo desejo, deixamos de apreciar e valorizar aquilo que já temos. Precisamos nos dar conta de que o tempo que temos com aqueles que nos são caros - nossos amigos, nossos parentes, nossos colegas de trabalho - é muito curto. Mesmo se vivêssemos até cento e cinquenta anos, isso seria muito pouco tempo para desfrutar da nossa oportunidade humana e fazermos uso delas.
Aqueles que são jovens pensam que sua vida será longa e os velhos pensam que a vida terminará logo. Mas não podemos pressupor essas coisas. Nossa vida vem com uma data de expiração embutida. Há muitas pessoas fortes e saudáveis quemorrem jovens, enquanto muitos velhos, doentes e debilitados continuam vivendo dia após dia. Sem saber quando iremos morrer, precisamos cultivar a apreciação das coisas que temos, enquanto as temos, em vez de ficarmos procurando defeitos em nossas experiências e buscarmos, incessantemente, preencher nossos desejos."

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Descobrindo o Caminho da Liberdade


"(...) é interminável o samsara, a existência cíclica. Não compreendemos que estamos vivenciando resultados que nós mesmo criamos e que nossas reações produzem mais causas, mais resultados - incessantemente. Pelo fato de termos sido nós mesmos  que armamos a emboscada em que nos encontramos, cabe a nós mudá-la. Uma pessoa que esteja com o cabelo embaraçado e oleoso e olhe num espelho não irá conseguir limpar sua imagem esfregando o espelho.
(...) Algumas pessoas pensam que o remédio para o sofrimento está nas mãos de Deus ou Buda, em algum lugar externo a elas. Mas as coisas não são assim. O próprio Buda disse a seus discípulos: "Eu lhes mostrei o caminho que leva á liberdade. Seguir por esse caminho é algo que depende de vocês."
A mente quando usada de modo positivo - para gerar compaixão, por exemplo, - é capaz de criar grandes benefícios. Pode parecer que esses benefícios vêm de Deus ou Buda, mas são simplesmente o resultado das sementes que plantamos. Embora com os ensinamentos do Buda recebamos a chave do conhecimento que nos permite transformar, pacificar e treinar nossa mente, somente nós podemos descerrar sua verdade mais profunda, expondo nossa natureza búdica e suas capacidades ilimitadas.
Nossas experiências atuais na vida são de relativa boa sorte. Muitos são os que experimentam sofrimento muito pior que o nosso. Assolados pelas dores implacáveis da guerra, doença e fome, não tem meios para mudar para mudar sua situação; parece não haver saída.
Ao contemplarmos as dificuldades em que essas pessoas se encontram, compaixão brota em nosso coração. Ganhamos inspiração para não desperdiçarmos nossas circunstâncias bem afortunadas, mas sim, usá-las para criar benefícios para nós mesmos e para os outros - benefícios que estejam além da felicidade provisória que vem e vai, além dos ciclos infindáveis do sofrimento samsárico. Somente ao revelar por inteiro a verdadeira natureza da mente - ao alcançar a iluminação - podemos encontrar felicidade duradoura e ajudar os outros a fazer o mesmo. Essa é a meta do caminho espiritual."

Chagdud Tulku Rinpoche

quinta-feira, 8 de abril de 2010

As alças da mente - Rosana Hermann


O pensamento pode voar, mas a mente gosta mesmo é de uma prisão. A mente gosta de prender-se voluntariamente a tudo o que não muda, ao que permanece, ao que se repete e ao que é sempre igual. Por isso, a mente adora lembranças e memórias. Porque o passado já passou e não pode ser mais mudado. O passado é permanente. A mente acha isso o máximo! É como administrar uma empresa onde nada pode dar errado. O medo da mente é justamente este, administrar imprevistos.
Outra coisa que a mente ama de paixão é o padrão, porque como o nome já diz, o padrão não muda. Um metro, uma hora, o mesmo caminho para o trabalho, voltar ao mesmo restaurante e sentar à mesma mesa, são padrões que toda mente humana gosta de repetir. Ah, que prazer que a mente sente quando a bunda senta na mesma cadeira que sentou na aula anterior! A repetição dá segurança, porque cria a falsa ilusão de que nada vai mudar. E se nada mudar, nada de ruim poderá acontecer. Tudo será igual, com o mesmo final feliz, como antes.
Crianças adoram ver filmes mil vezes porque se sentem seguras, porque podem antecipar as próximas cenas (se na vida fosse assim...) e porque têm certeza de como a história terminará. Já as mentes adultas, especialmente as obsessivas em qualquer grau, adoram a matemática. A matemática é a única ciência exata e imutável. Enquanto a física e química, a biologia, por exemplo, estão sujeitas a variáveis da vida
real, a matemática continua igual. Daí o fato de que toda mente obsessiva gosta de contar, manipular números. As contas são sempre exatas, não mudam. E se você contar todos os passos e chegar direitinho à padaria com seus mil passos, então, podemos concluir que sua mãe não vai morrer e nada vai dar errado no seu dia. Certo? Errado.
Errado porque a mente vive num mundo irreal. Mundo da mente é como caspa, só existe na sua cabeça. Tudo é mera ilusão. E, com perdão do excesso de realidade fisiológica, o mundo está cagando e andando pras suas ilusões mentais. Como o mundo já provou, uma batida de asas de borboleta na África pode influenciar mais a ocorrência de um tsunami na Ásia do que sua contagem de azulejos no banheiro. Porque a borboleta é real e seu pensamento, não.
O problema é que a mente não quer nem saber disso e provavelmente muitos já terão abandonado este texto nas primeiras linhas. Espertos, porque sabem que vou contar um segredo sobre eles: a mente fabrica alças. Sim, alças, onde ela, a mente, possa se apegar. Uma alça, como aquele putaqueopariu do carro, onde a gente segura a vida quando o motorista não é de confiança. Como o santoantonio dos jipes. A alça pode ser um nome, um amuleto, uma mania, uma repetição qualquer. A mente é chata, mas criativa, e assim, inventou a alça-sem-mala. Nesta alça ela se apega até a morte.
É uma crença, um dogma, uma frase feita, um chavão, um lugar-comum: "Angélica ficou mais bonita depois que teve filho"; "Vaso ruim não quebra"; "Jesus voltará"... Qualquer alça é boa pra mente: "A cadeia é a universidade do crime", "Direituzumanu só tem bandidu"... Se a mente se acha fraca, ela inventa uma alça para se sentir forte, tipo: "Sou feia, mas tô na moda".
A mente inventa que se a pessoa perder dez quilos vai ser feliz e tudo vai dar certo na vida. Troca nomenclaturas, pra se sentir por cima. Porque uma coisa é dizer que você tem TOC e outra coisa é assumir que você é um obsessivo chato, que ninguém agüenta conviver a seu lado e por isso você precisa de tratamento sério com remédio e tudo mais. A mente inventa alças pra não cair em si. Mas cair em si é a única forma de tomar consciência - primeiro passo para melhorar.
Portanto, remova todas as alças! Caia! Caia em si! Tá gordo? Então vamos emagrecer! Tá infeliz? Saia dessa, viva a vida, aproveite, Tá duro? 'Bora ganhar dineiro! Não fique aí com essa cara de passageiro do circular da eternidade vendo a vida passar na fresta da janelinha de um puta õnibus cheio, segurando firme na alça do medo, pois você tem que dar o sinal e descer para a liberdade do impresivísel!

Buda Akshobya



"O Buda Akshobya é a personificação do agregado da consciência personificada, o aspecto imutável e indestrutível do diamante. Ele é, então, o Buda da confissão, de purificação e de cura por excelência. Seu mantra possui um grande poder purificador. A recitação do mantra purifica os karmas negativos, notadamente os criados pelo não respeito aos votos tais como os Oito Preceitos do Mahayanna, os votos laicos, dos monges. Acontece o mesmo para os karmas muito negativos criados pelos Cinco Crimes Odiondos, o abandono do Santo Dharma ou as críticas feitas aos Aryas. Toda pessoa que ouve ou vê o mantra é protegida dos renascimentos nos reinos inferiores. É por isso que é muito benéfico recitar com compaixão o mantra na orelha dos seres vivos (humanos ou animais), sobretudo no momento da morte. Para os seres já mortos, pronunciar seus nomes e recitar o mantra em sua intenção cem vezes, mil vezes ou um milhão de vezes tem o poder de libera-los imediatamente, mesmo se eles estiverem presos num renascimento nos reinos inferiores."

Centre Kalachakra – Étude de Buddhisme et Meditation

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ensinamentos do mestre que nasceu do lótus - Uma coleção de instruções de Padmasambava à Dakini Yeshe Tsogyal e a outros discípulos próximos.

Padmasambava e Yeshe Tsogyal

Testamento do Prego Precioso
"Independente de quão profundos, vastos ou todo-abrangentes os ensinamentos da Grande Perfeição possam ser, todos eles estão inclusos no seguinte: não medite ou fabrique nem que seja um átomo e não se distraia nem que seja por um instante.
Há o perigo de pessoas que não compreendam essa instrução utilizarem-se do chavão: 'Tudo bem não meditar!'. A mente delas continua presa às distrações das atividades do samsara, sendo que, quando alguém vivencia a natureza da não meditação, deveria liberar o samsara e o nirvana na igualdade. Ao atingir a iluminação, deve-se estar definitivamente livre do samsara, de forma que as emoções perturbadoras cessem naturalmente e tornem-se estado desperto original. Que utilidade tem uma realização que falha em reduzir as emoções pertubadoras?
De qualquer modo, algumas pessoas cederão aos cinco venenos enquanto se abstém de meditar. Não constataram a natureza verdadeira e, seguramente, irão para o inferno.
Não professe uma visão que você não tenha alcançado! Já que a visão é isenta de ver, a essência da mente é uma extensão de grande vacuidade. Já que a meditação é sem meditar, deixe a sua experiência pessoal livre de fixação. Já que a conduta é sem agir, ela é naturalidade não fabricada. Já que a consumação é sem renunciar ou conquistar, ela é o dharmakaya da grande bem-aventurança. Essas quatro frases são palavras vindas do meu coração. Contradiga-as e você falhará em descobrir a natureza da Ati Yoga."

Editora Makara - página 29