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sábado, 19 de junho de 2010

A Natureza Luminosa da Mente - Sua Santidade, o XIVº Dalai Lama.

Precisamos nos familiarizar com as boas atitudes, mas o fato de estarmos habituados a emoções más como o ódio, cria um enorme obstáculo para isso. Precisamos detectar as diversas formas de emoções perturbadoras e perniciosas e combatê-las de imediato. Se nos acostumarmos gradualmente a controlar nossos maus hábitos, é possível que nos tornemos calmos em alguns anos, mesmo que no momento costumemos a nos zangar com facilidade.
Algumas pessoas tendem a achar que ficarão sujeitas a perder a sua independência se não permitirem que suas mentes vagueiem por onde desejarem, ou seja, se tentarem controlá-las. Não é verdade. Se nossa mente estiver caminhando da maneira correta, já seremos independentes. Mas se ela estiver agindo de modo errado, é necessário exercermos controle sobre ela.
É possível eliminar completamente as emoções perturbadoras ou conseguiremos apenas reprimi-las? Do ponto de vista do budismo, a natureza convencional da mente é a de luz clara. Desse modo, a corrupção não se encontra na própria natureza mental. As deturpações são fortuitas e temporárias e podem ser extirpadas. Do ponto de vista supremo, a natureza da mente é o vazio de existência inerente.
Se as emoções perturbadoras como o ódio fizessem parte da verdadeira natureza da mente, então, esta seria, por exemplo, sempre odiosa, pois tal seria a sua natureza. Contudo, evidentemente, isso não é verdadeiro. Só ficamos zangados em determinadas circunstâncias e, quando essas circunstâncias não se apresentam, a raiva não é gerada. Isso mostra que a natureza do ódio e da mente são diferentes, mesmo que, num sentido mais profundo ambas sejam consciência, possuindo assim uma natureza de luminosidade e de conhecimento.
Quai são as circunstâncias que servem de base para gerar o ódio? Ele é gerado porque sobrepomos aos fenõmenos uma repulsa e uma maldade que vão além daquilo que existe. Baseados nisso, nos zangamos com o que impede a realização de nossos desejos. Consequentemente, o fundamento de uma mente envolvida com o ódio não é válido. Contudo, uma mente amorosa possui um fundamento válido. Quando, por um longo período de tempo, uma atitude que possui um princípio válido rivaliza com uma atitude destituída dele, aquela que o tem vencerá.
Em consequência, se adotarmos sem interrupção, por um longo período de tempo, atitudes que possuam um fundamento válido, as más atitudes não fundamentadas nele decrescerão gradualmente. Quando treinamos salto à distância, por exemplo, a base do processo é o corpo físico. Portanto, existe um limite de quanto se pode saltar. Contudo, como a mente é uma entidade de mera luminosidade e conhecimento, quando é ela a base do treinamento, pode-se, através da familiarização gradual, desenvolver atitudes saudáveis de modo ilimitado.
Nós próprio sabemos que a mente é capaz de se lembrar de muitos fatos. ao colocarmos nela algo, depois algo mais, vemos como é possível armazenar na memória inúmeras coisas. Nos nossos dias, não conseguimos reter grandes quantidade de elementos pois, empregamos apenas os níveis mais grosseiros da consciência. Se usássemos os mais sutis, poderíamos reter uma extraordinária quantidade de elementos.

De "Bondade, amor e compaixão" - Editora Pensamento

A dor como o jardim da compaixão


Whatever you do, don’t shut off your pain; accept your pain and remain vulnerable. However desperate you become, accept your pain as it is, because it is in fact trying to hand you a priceless gift: the chance of discovering, through spiritual practice, what lies behind sorrow.
“Grief,” Rumi wrote, “can be the garden of compassion. If you keep your heart open through everything, your pain can become your greatest ally in your life’s search for love and wisdom.”


Seja lá o que você faça, não se desligue de sua dor; aceite-a e permaneça vulnerável. Seja lá quão desesperado você se torne, aceite sua dor como ela é porque você está de fato tentando lidar com um presente inestimável: a oportunidade de descobrir o que está por trás da dor através da prática espiritual.
Rumi escreveu: "A dor da perda pode ser o jardim da compaixão. Se você manter seu coração aberto a todas as coisas, sua dor poderá se tornar uma grande aliada na sua procura por amor e compaixão."