Terminando de ler o livro "Vazio Luminoso", quero compartilhar que o budismo é totalmente lógico! Apesar de muitas deidades, elas não são nada além do que um meio hábil, um simbolismo para que possamos despertar em nós mesmos suas qualidades de amor, compaixão e sabedoria. Digo despertar porque essas qualidades já estão inerentes em nós. Logo, o budismo costuma dizer que já somos as deidades, já somos buda, seres iluminados. Somos um diamante, porém, encoberto pela lama da nossa ignorância, da ignorância daquilo que o budismo nos ensina, de que devemos ser amigos até de nossos defeitos e sentimentos ruins e transformá-los no diamante. O que fazemos quando encontramos uma pedra preciosa no solo? Retiramos, limpamos e posteriormente lapidamos. Então, ela mostra todo o seu brilho! As práticas são essa lapidação, esse polimento. Isso é o que se chama de "estágio de criação da yoga das deidades". À medida que nós aprendemos a trabalhar com as imagens , gradualmente experimentamos o significado das deidades diretamente, sem pensamento conceitual, automaticamente. Somos como elas, somos uma deidade. Nosso corpo se torna precioso e passamos a agir na vida com mais cuidado, com mais carinho conosco e com todas as pessoas. Como está no livro, "em vez de imaginá-las, (as deidades) sentimos a presença real de suas naturezas até que finalmente possam se tornar tão reais que as encontramos cara a cara". As deidades iradas não são motivo para que sentir medo ou aversão ou mesmo que se imaginar que elas são coisas más, demoníacas. Elas agem com uma energia irada, mas por pura compaixão, assim como uma mãe chama vigorosamente a atenção de um filho quando ele solta sua mão e, atravessando a rua, corre o risco de ser atropelado.
Boas Festas
Há 10 anos