Nos textos budistas, quando aparece esse tipo de pergunta, a resposta normalmente é que essas coisas estão além da nossa concepção, são inexprimíveis. Muitos pensam, incorretamente, que esse é um subterfúgio para não responder. Mas essa é, efetivamente, a resposta. Nossa lógica, linguagem e símbolos são tão limitados que não conseguimos sequer expressar plenamente algo tão mundano quanto uma sensação de alívio; as palavras são inadequadas para transmitir por inteiro uma experiência total de alívio para uma pessoa. Se até os físicos quânticos Têm dificuldade em encontrar palavras para expressar suas teorias, como ter a expectativa de encontrar um vocabulário para expressar a iluminação? Enquanto estivermos confinados ao estado atual, em que apenas uma fração das possibilidades da lógica e da linguagem é utilizada e no qual ainda somos presas das emoções, só podemos imaginar como é ser iluminado. Ás vezes, porém, com a ajuda da diligência, inferência e raciocínio lógico podemos chegar a uma boa aproximação, da mesma maneira que ao ver fumaça no alto de uma montanha, é possível supor, com certa precisão, que lá há fogo. Utilizando os recursos ao nossso dispor, podemos começar a ver e aceitar que os obscurecimentos são resultado de causas e condições que podem ser manipuladas e, por fim, eliminadas. Imaginar a ausência de emoções aflitivas e das negatividades é o primeiro passo para compreender a natureza da iluminação.
Suponha que você esteja com dor de cabeça. Sua vontade imediata é aliviar a dor, o que é possível porque você sabe que a dor de cabeça não é um componente inato do seu ser. Você, então, procura descobrir o que causou a dor - falta de sono, por exemplo. A seguir, aplica o remédio apropriado para eliminar a dor de cabeça, como tomar uma aspirina ou tirar um cochilo.
No primeiro sermão, em Varanasi, Sidarta ensinou os seguintes quatro passos, comumente conhecidos como as quatro nobres verdades: conheça o sofrimento; abandone as causas do sofrimento; siga o caminho que leva à cessação do sofrimento; saiba que o sofrimento pode ter fim. Alguém poderia perguntar porque Sidarta precisou destacar "Conheça o sofrimento". Será que não somos suficientemente inteligentes para saber quando estamos sofrendo? Infelizmente, só reconhecemos a dor como tal quando ela está realmente madura."
do livro "O Que Faz Você Budista?" de Dzongsar Jamyang Khyentse - Editora Pensamento - páginas 130, 131 e 132. - http://www.khyentsefoundation.org/ - http://www.siddharthasintent.org/
3 comentários:
Olá, estou visitando este espaço maravilhoso! Parabéns pelo excelente trabalho mostrado aqui. Excelente suas publicações, uma grande contribuição. Feliz e honrado por sua amizade. Acredito; aquele que caminha sozinho pode até chegar mais rápido... Porém quem segue acompanhado de um amigo com certeza vai mais longe... Espero sua visita! Encontrar-nos-emos sempre por aqui. Votos de uma semana recheada de sucesso, muita paz, saúde, brilho, bênçãos, proteção e alegria. Fique com Deus. Um abraço fraterno.
Valdemir Reis
Esse livro é muito bom.A foto tb.
Como eu gostava de ter tanta certeza acerca de tudo!
Mas,não tenho certezas acerca de nada!
Espero,não esperando que um dia,a noite se transforme em dia e,se faça luz no meu interior.
Espero...não esperando!!!
Felicidades para todos que já estão na alvorada do dia.
Eu,continuo na profunda noite das duvidas!!!
Postar um comentário