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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Um Aluno Pergunta. O Mestre Responde

E se alguém fizesse um voto para o Buda de abandonar as idéias de desejo e ódio? O que o senhor acha disso, mestre?

Parece uma idéia interessante, mas existem alguns desafios para se manter um voto deste tipo. Basicamente, nossos hábitos de percepção nos fazem ver os fenômenos como desejáveis ou ameaçadores. Então, antes que possamos manter este voto, temos que entender o que nos faz ver as coisas, experimentar as coisas de certas maneiras. Quais as condições psicológicas são necessárias para produzir os resultados de certas experiências que surgem em nossas vidas. A aparência das coisas, das experiências não acontecem assim, simplesmente, sem causas e condições. Isto é algo que nós não entendemos, que tipos de condições são necessários para produzir certos tipos de resultados. Só então podemos começar realmente a trabalhar com isso ou chegar á raiz do desejo ou ódio que vem da maneira que talvez interpretamos o que está passando pelos cinco sentidos ou então ele será apenas uma total fabricação mental baseada em nossas idéias, memórias e expeculações disso ou daquilo. Em vez de tomar um voto, seria bem mais produtivo verdadeiramente entender o mecanismo desse fenômeno que chamamos “mente”. Votos agem como um suporte, uma diretriz para nos deixar mais atentos aos nossos hábitos. Eles não serão capazes de interromper o surgimento dos nossos hábitos, mas podem enfraquecê-los e então, finalmente, veremos a futilidade de tais hábitos e deixá-los ir. Temos que entender que a causa do desejo e do ódio não está enraizada no objeto, mas na maneira como vemos o objeto. Especialmente se tomamos um exemplo do que pode acontecer nos relacionamentos. Num momento, uma pessoa se mostra extremamente desejável até que ela faça ou diga algo que não gostamos e, se ela continua a criar mais condições que achamos desagradáveis ou discordantes, logo, logo esta mesma pessoa pode aparecer como a causa do nosso ódio. Então precisamos perguntar a nós mesmos onde está a base para este desejo ou ódio e trabalhar com ela.

Timo - A Chave da Energia Vital


Recebi um pps. Normalmente, detesto abrir pps! Deleto na hora! Dá trabalho, preguiça e, geralmente vem uma mensagem babaca, piegas, cheia de anjinhos, florzinhas, paisagens, cachoeiras, fora que pode vir lotado de vírus!

Mas este eu abri porque foi um amigo que mandou e, sabendo da minha ogeriza, me alertou que não tinha problema. Encaminhei. Retornou-me um ser do sexo masculino que dizia:

"Gostei muito do seu anexo sobre o timo,e gostaria de saber se você tem mais informações a respeito pois, aos 22 anos, tive um timoma ( tumor no Timo ) e passei por uma cirurgia onde houve a necessidade de removê-lo. Os motivos aos quais levaram a doença acredito que pude identificar devido a problemas na infância. Contudo, hoje me considero uma pessoa bastante normal e não consegui ainda verificar os efeitos de não ter o timo. Se for levar em consideração este anexo, estaria eu perdido...?! Agradeço se você tiver mais informações, pois sempre fui curioso a esse respeito. Visto que não encontrei nenhuma resposta quanto à literatura médica, talvez haja algo nas orientais ou espirituais."
Mandei uns sites prá ele, indiquei uns livros de medicina tibetana.
Muito bem! Alguns meses depois, tive uma depressão forte que me fazia chorar muito e a sentir uma forte dor no peito como se ele apertasse, ardesse. Um dia, no meio da choradeira, lembrei-me do timo e disse a mim mesma.
- "Não é o coração que dói. É o timo se contraindo!"
Comecei a me preocupar. Fui associando palavras: timidez, distimia, atimia e tome Google!
Distimia é um estado depressivo, uma desordem do humor, falta de prazer ou divertimento na vida, etc. Na wikipedia, procurem por http://pt.wikipedia.org/wiki/Distimia
sendo que atimia só achei num dicionário médico espanhol e quer dizer "1.perda da consciência ou do conhecimento; 2.demência; 3. atimismo. Atimismo: falta de timo, estado produzido pela falta ou extirpação deste órgão."

As informações do pps são de autoria de Sônia Hirsch, jornalista e pesquisadora naturalista. Saiu numa das edições de revista Bons Fluidos. Ela também fez uma associação de palavras. Resolvi blogar.
No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz "eu", fica uma pequena glândula chamada timo. Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital. Precisa dizer mais? Precisa, porque o timo continua sendo um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando nos estressamos e mais ainda se adoecemos. Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só o conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhidinho. Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos americanos bombardeavam timos adultos perfeitamente saudáveis com megadoses de raios X achando que seu "tamanho anormal" poderia causar problemas. Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, continua totalmente ativo: é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro. Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora. Mas também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos. Amor e ódio o afetam profundamente. Idéias negativas têm mais poder sobre ele do que vírus ou bactérias. Já que não existem em forma concreta, o timo fica tentando reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes. Em compensação, idéias positivas conseguem dele uma ativação geral de todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas.

O teste do pensamento
Um teste simples pode demonstrar essa conexão. Feche os dedos polegar e indicador na posição de o.k., aperte com força e peça para alguém tentar abri-los enquanto você pensa "estou feliz". Depois repita pensando "estou infeliz". A maioria das pessoas conserva a força nos dedos com a idéia feliz e enfraquece quando se pensa infeliz. (Substitua os pensamentos por uma bela sopa de legumes ou um lindo sorvete de chocolate para ver o que acontece...)
Esse mesmo teste serve para lidar com situações bem mais complexas. Por exemplo, quando o médico precisa de um diagnóstico diferencial, seu paciente tem sintomas no fígado que tanto podem significar câncer quanto abcessos causados por amebas. Usando lâminas com amostras, ou mesmo representações gráficas de uma e outra hipótese, testa a força muscular do paciente quando em contato com elas e chega ao resultado. As reações são consideradas respostas do timo e o método, que tem sido demonstrado em congressos científicos ao redor do mundo, já é ensinado na Universidade de São Paulo (USP) a médicos acupunturistas.
O detalhe curioso é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito... "Fiquei de coração apertadinho", por exemplo, revela uma situação real do timo, que só por reflexo envolve o coração. O próprio chacra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem muito mais a ver com o timo do que com o coração - e é nesse chacra que, segundo os ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal para o estágio humano.
"Lindo!", você pode estar pensando, "mas e daí?" Daí que, se você quiser, pode exercitar o timo para aumentar sua produção de bem-estar e felicidade. Como? Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir. Fique de pé, os joelhos levemente dobrados. A distância entre os pés deve ser a mesma dos ombros. Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não sobre o calcanhar, e mantenha toda a musculatura bem relaxada. Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito, marcando o ritmo assim: uma forte e duas fracas. Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto observa a vibração produzida em toda a região torácica. O exercício estará atraindo sangue e energia para o timo, fazendo-o crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios e garganta. Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava esperando um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem, calma, nutrição emocional, abraço. Ótimo. Íntimo. Cheio de estímulo. Bendito timo.

A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre culinária natural, alimentação e saúde.

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