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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Além das diferenças - Ralph Antunes





Ralph Antunes é um dos participante da lista budista de discussão Shunya
Data: sábado, 7 de outubro de 2006 - 16:15:53 – 0300

Nada como meditar sobre os fatos do cotidiano. Tenho pensado sobre por que tenho e temos opinião formada sobre tantas coisas. Por que somos Flamengo ou Fluminense, PT ou PSDB, gostamos ou não de pagode, rock, música clássica, mulheres louras e magras ou morenas bem fornidas, ou não gostamos de mulher? As preferências pessoais são livres, e é saudável que existam diferenças. Que seria das louras magras se todos preferissem as morenas? Tenho tentado pensar de forma desapaixonada nessas questões. Torço pelo Fluminense, certamente não porque seja o melhor time, mas porque meu avô era Fluminense, e, por causa do meu avô, meu pai também era Fluminense. Se não fossem, eu poderia ser Flamengo ou Vasco. Se torcer por um time fosse algo racional eu hoje torceria pelo São Paulo, talvez. Ser homo ou heterossexual, gostar de praia ou montanha, ser extrovertido ou calado é tudo questão de carma. A grande maioria de nossas escolhas são irracionais e automáticas, conseqüência de muitas vidas, nossas ou de outros. Em assuntos sem maiores conseqüências, como futebol, pouca diferença faz que escolha fazemos, embora existam muitos que vêem o futebol como assunto seríssimo, a ponto de provocar ódios e mortes. No Maracanã, quando o Fluminense faz um gol, pulo e comemoro, mas não consigo mais deixar de olhar a torcida adversária calada e triste. Inversamente, quando levamos um gol e a torcida adversária comemora, penso que toda aquela gente também merece alegria. Da perspectiva de alguém lá do alto, de Google Earth, como diz minha amiga Karla, talvez fosse mais justo a torcida do Flamengo, mais numerosa, comemorar. Embora continue gostando muito de futebol, torcer nunca mais será o mesmo para mim. Perigoso é quando pensamos que nossas escolhas são as únicas certas e passamos a hostilizar quem é diferente, pensa diferente ou apenas nasceu em um lugar diferente. Somos iguais em um aspecto fundamental, o desejo de sermos felizes, e, mais que isso, o direito à felicidade. O traficante pensa que sua atividade é um atalho para a felicidade. Que a polícia ou quadrilha adversária querem bloquear seu caminho até lá, justificando assassinatos. Quando alguém resiste a entregar seu carro ou sua bolsa a um ladrão, está perigosamente resistindo a entregar o que, para ele, parece ser a passagem para a felicidade. Da mesma forma, a vítima do assalto não quer que alguém leve embora a felicidade armazenada na bolsa ou no valor do carro. O corrupto quer alcançar uma casa na praia, um carrão, belas mulheres, sensação de poder, alguns milhões em um paraíso fiscal, qualquer coisa que abafe a angústia de se sentir miserável e infeliz a cada manhã. O argentino que quer ser campeão mundial, o colega de trabalho que disputa conosco uma promoção, o motorista do outro carro que disputa conosco uma vaga no shopping lotado, o chefe que parece nos exigir mais do que podemos ou queremos dar, todos tentam fugir da infelicidade. Porém, qualquer idéia de sucesso que passe pela dor alheia é ilusória. Se buscássemos matar a sede de felicidade na fonte correta, se víssemos com clareza e caminhássemos na direção correta, caminharíamos todos na mesma direção, cada um a seu modo, e não haveria disputas. Quando alguém ergue a cabeça acima da manada, do ponto de vista do Google Earth ou mais alto ainda, e vê além da ignorância, não há mais separação. Nada que antes dividia faz mais sentido. Só faz sentido o que é bom para o todo. Seria bom se, cada vez que eu encontrasse resistência ou ouvisse uma opinião diferente da minha, eu pensasse nisso. Creio que a bússola está dentro de nós, indicando o Norte. No silêncio podemos ouvir a parte de nós que é anterior à ignorância, que escuta além do ruído, e vê além dos obstáculos.
Abraços a todos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Presente do Mar - Anne Morrow Lindbergh



Procurando por este livro, talvez para reler, sei lá, para dar uma olhada nas aquarelas, descubro um pedaço de papel digitando.
Não. Não fui eu quem escreveu. Eu não escreveria termos tais como preocupação precípua, sensações incognocíveis, égide do intelecto. Não! Essa verborréia não me pertence.

Deixei o papel de lado e fui ver o que grifei no livro. Sempre leio grifando. Descobri que a moça não era nada boba. Era reprimida. Também, naquela época! Principalmente com quatro filhos e com um marido sempre ausente: Charles Lindbergh, o primeiro piloto a atravessar o Atlântico no "Spirit of Saint Louis" em uma viagem sem escalas.
Ela estava a fim de alguém e não sabia o que fazer com isso. Ninguém sabe no decorrer do livro. Ela não diz.

Sua paixonite foi ninguém mais ninguém menos que Antoine de Saint-Exupéry. Outro piloto!

Bem, vamos aos meus grifos.

"Nunca se sabe que possíveis tesouros essas ondas inconscientes vão lançar à areia branca e suave do consciente. Talvez uma pedra redonda de formato perfeito, ou uma concha rara do fundo do mar; [...]

Mas esses tesouros não devem ser procurados, muito menos desenterrados. Nada de escavar o fundo do mar. Isso frustraria nosso objetivo. O mar não recompensa os que são por demais ansiosos, ávidos ou impacientes. Escavar tesouros mostra não só falta impaciência e avidez, mas também falta de fé. Paciência e fé. Precisamos nos deitar vazios, abertos e sem exigências como a praia - esperando por um presente do mar."

"Há certos caminhos que podemos trilhar. Um deles é a simplicidade da vida."

"Essa não é uma vida de simplicidade, mas de multiplicidade, sobre a qual os sábios nos advertem. Não nos conduz à unificção, mas à fragmentação. Não nos traz o estado de graça, mas destrói a alma."

"A agitação é, sempre foi, e provavelmente será sempre inerente à vida da mulher."

[...] não estamos nos desapegando só das roupas, mas também da vaidade."

[...] descubro que estou me desapegando da hipocrisia dos meus relacionamentos. Que alívio isto me traz! Descobri que a coisa mais desgastante da vida é ser insincera. É por isso que a vida social se torna, ás vezes, cansativa. Estamos usando máscaras. Resolvi tirar a minha."

[...] essa simplicidade pode nos trazer uma extraordinária paz e liberdade espiritual."

[...] podemos nos dar ao luxo de escolher entre simplificar e complicar a vida. [...] Mas quando se descobre por acaso essa simplicidade, como eu a descobri por alguns dias, encontra-se a serenidade que ela traz consigo."

[...] somos todos ilhas num mar comum. [...] Estamos todos sozinhos.
Partir é inevitavelmente doloroso, mesmo que seja por pouco tempo. É como se fosse uma amputação, em que eu tivesse a perna a perna arrancada e não pudesse me locomover.
Afastada da minha própria espécie, pareço estar mais próxima das outras.
Na verdade não é a solitude física que separa as pessoas umas das outras; não é o isolamento físico, mas o isolamento espiritual que as separa. [...] O que nos afasta é o deserto do espírito, as terras áridas do coração, por onde andamos perdidos e alheios. Quando somos estranhos para nós mesmos, nos tornamos estranhos para os outros também.
Acredito que a mulher não se ressinta tanto por se dar em pequenas doses, mas por se dar em vão.
Toda pessoa, especialmente a mulher, deveria ficar sozinha por algum tempo durante o ano, durante a semana, durante o ano.
O que dizer de uma civilização em que ficar a sós é considerado suspeito; em que temos que nos desculpar e inventar explicações por ficarmos sozinhos, ou esconder o fato de que gostamos da solidão, como se isso fosse um vício secreto!
Nada alimenta tanto o núcleo interno quanto o trabalho criativo, por mais simples que seja, como cozinhar e costurar.
Nosso cotidiano não nos prepara para a meditação."

Os 5 Ss do Direito da Vizinhança


Saúde – Segurança – Silêncio – Solidariedade – Sossego

Quem não reclama seus direitos por não querer se indispor com o vizinho é conivente com seu próprio desconforto ou não sabe conversar cuidadosamente sem ferir.
A lei do silêncio já não existe há muito tempo. Caducou. Ela ainda pode valer como um acordo entre cavalheiros, mas, para tanto, há que existir cavalheirismo.
Vigora, atualmente, a propalada Poluição Sonora que, sendo violada, dá o direito ao incomodado de reclamar judicialmente, afora o que estiver escrito no Novo Código Civil que promete reviravoltas na educação da sociedade. Aliás, uma educação que deve começar do berço. Literalmente.
Hoje em dia, parece que os pais não sabem onde está o limite de um choro sentido e sofrido da birra irritante, nociva e manipulativa de uma criança.
Crescendo adolescentes mal educados pegam o carro dos pais para infernizar o trânsito já tão caótico da cidade. Usam o apartamento desalugado, também dos pais, para fazer festinhas e sexo barulhento e constrangedor em prédios estritamente familiares.
Tanto estes adolescentes quanto estas crianças vão, um dia, ser adultos e podem chegar a exercer cargos de governo. Já pensou?
Pessoalmente, acho que o que vale é o bom senso e a inteligência. Vejamos:
1) O padeiro tem que dormir bem, senão, de manhã cedinho, ele não vai fazer um pãozinho legal para você.
2) O guarda noturno mal dormido de dia vai dormir à noite, no serviço, e não nos garantirá nenhuma segurança.
3) Os bebês precisam dormir de dia. Um sono interrompido, inexistente ou de má qualidade interferirá na saúde deles e crescerão irritadiços.
4) O estudante precisa de silêncio para se concentrar nos estudos.
5) O idoso já não é, pela própria idade, uma pessoa cem por cento sadia; precisa descansar.
6) O doente crônico também precisa de repouso. O que se dirá de uma pessoa gripada, com febre, mal estar e dores e que está de cama? Aí, pessoal – tenham dó – já é um caso de compaixão. E se esse doente fosse um parente seu, um filho, um pai, uma mãe ou até você mesmo?
Reflita um pouco antes de achar que você mora sozinho, numa ilha deserta e que pode fazer qualquer barulho que não vai incomodar ninguém!

Os Quatro métodos de Orientação dos Boddhisattwas


Os quatro métodos de orientação dos bodisatvas são doação, fala bondosa, ação benéfica e cooperação.

1- Doação

Esta "doação" significa ausência de cupidez. Não ser cúpido significa não cobiçar. Não cobiçar é o mesmo que não bajular. Mesmo se você domina os quatro continentes, para educar e ensinar corretamente, você tem antes que deixar a cobiça de lado. Dando, por exemplo, seus pertences para pessoas desconhecidas, oferecendo flores de alguma montanha distante a um Buda, ou oferecendo os tesouros de sua vida passada aos seres vivos. Seja material, seja em forma de ensinamentos, cada dádiva tem seu valor e vale a pena ser dada. Mesmo se o presente a ser dado não lhe pertence, nada impede que você faça a doação. Não importa quão insignificante seja a coisa, desde que o esforço de dar seja genuíno.

Quando você sai do caminho para o caminho você chega ao caminho. Chegando ao caminho, o caminho está sempre sendo deixado para o caminho. Quando se deixa bens serem bens, bens tornam-se dádivas. Você se dá para você mesmo, outro se dá a outro. O poder das relações causais de doar vai longe, atingindo devas, seres humanos e sábios iluminados. Quando a doação é feita, formam-se imediatamente tais relações causais. O Buda disse: "Quando um praticante da doação aproxima-se de um grupo, todos notam sua presença".

Você deve saber que a mente de uma pessoa assim comunica de maneira sutil com as outras. Dê, portanto, nem que seja uma pequena frase ou um verso do ensinamento. Isso será boa semente, nesta e em outras vidas. Dê o que você tem de valor, nem que seja uma única moeda ou uma única folha de grama. Isso se tornará uma forte raiz de bondade, nesta e em outras vidas. O ensinamento também é um tesouro e bens materiais também são ensinamentos. Tudo depende do desejo e da intenção de quem dá.

Houve um rei que deu sua barba como medicamento para curar seu criado e uma criança que, tendo oferecido areia ao Buda tornou-se rei numa vida futura. Eles não ansiavam por gratidão, apenas compartilhavam o que tinham. Preparar um barco ou construir uma ponte também é transcendente generosidade de dar.

Quando se aprende a dar, aceitar um corpo ao nascer ou largar o corpo na hora da morte são ambos atos de doação. Todo trabalho produtivo é fundamentalmente uma dádiva. Deixar flores ao sabor do vento e os pássaros ao da estação também são doações meritórias.

Quando o rei Ashoka alimentou centenas de monges com a metade de uma manga, ele deu também um exemplo de grande dádiva para aqueles que recebem. Não se trata apenas de fazer o esforço da doação, é preciso estar atento e tirar proveito de todas as oportunidades de dar. As doações passadas, as virtudes de dar inerentes a você, é o que o levam a ser o que é agora.

O Buda disse: "Se deves praticar o dar a ti mesmo, muito mais podes dar aos teus pais, esposa e filhos". Assim, você deve saber que, até usando alguma coisa para você mesmo, você está doando; dar para pais, esposa e filhos também é dar. Mesmo quando você dá um grão de poeira, rejubile-se com seu ato, pois corretamente você transmite uma das virtudes dos Budas e passa a praticar um dos princípios de um bodisatva.

Difícil é transformar a mente de um ser que sente. Você deve mudar sempre as mentes dos seres sencientes, desde a primeira partícula até o momento em que eles encontram o caminho. No início, é dando que se faz isso. Por isso, dar é o primeiro dos seis paramitas[1]. A mente é imensurável. As coisas dadas são imensuráveis. No entanto, há um momento em que a mente transforma as coisas e há doações nas quais as coisas transformam a mente.

2- Fala bondosa

"Fala bondosa" significa que, ao olhar para os seres vivos, é preciso despertar a mente de amor e bondade e pronunciar palavras de muito carinho. É o oposto do discurso duro e cruel. Socialmente, estamos acostumados a perguntar se alguém vai bem de saúde; no budismo, existe a expressão "cuida-te" e é uma maneira respeitosa de perguntar como vai uma pessoa. Fala bondosa é aquela dirigida aos seres vivos com o mesmo carinho com que se fala aos bebês.

Devemos elogiar quem tem virtudes e ter piedade de quem não as tem. Uma vez iniciada a fala bondosa, pouco a pouco esta virtude aumentará. E assim, outras falas bondosas, inauditas e desconhecidas surgirão. Nesta vida de agora deveríamos, com prazer, falar bondosamente; então, de vida em vida, nunca regrediremos. A conquista dos inimigos e a harmonização dos dirigentes se baseiam na fala bondosa. Quem ouve uma fala bondosa será tocado profundamente e nunca se esquecerá dela.
Você deve saber que a fala bondosa vem da mente bondosa e a mente bondosa da semente da boa vontade. Devemos saber que a fala bondosa não é apenas o elogio a quem merece. Ela tem o poder de mudar o destino das nações.

3- Ação benéfica

Ação benéfica é o emprego de habilidades para o benefício de todos os seres, em todos os níveis. Significa cuidar do futuro próximo e do futuro distante desses seres e auxilia-los habilidosamente. Até uma tartaruga exausta ou um pardal ferido merecem um auxílio, pelo qual nenhuma recompensa é esperada. Aqui, a ação benéfica é a única motivação.

Os tolos pensam que, beneficiando outros, reduzem seus próprios benefícios. Estão enganados. A ação benéfica é um princípio único, beneficiando universalmente todos os envolvidos nela.

Um grande chefe da antiguidade interrompeu seu banho três vezes e três vezes deixou a refeição pelo meio a fim de atender quem vinha lhe pedir auxílio. Sua única intenção era ajudar os outros. Ele não se importava nem mesmo em auxiliar os súditos de outros chefes. Da mesma forma, você deve auxiliar igualmente amigos e inimigos. Beneficiar igualmente a si e aos outros. Com este estado de espírito, até as ervas e as árvores, as águas e os ventos são incessantemente atingidos pela ação benéfica. Você deve esforçar-se de todo coração para socorrer o ignorante.

4- Cooperação

Cooperação significa não-diferenciação. É não-diferenciação de si e não-diferenciação de outros. Por exemplo, no mundo humano, o Buda tomou a forma de um ser humano. Daí sabermos que ele deve fazer o mesmo em outros planos. Quando conhecemos cooperação, o eu e os outros são apenas um. Música, canção e vinho integram os seres humanos, integram os seres celestiais e integram os seres espirituais. O ser humano integra a música, a canção e o vinho. A música, a canção e o vinho integram a música, a canção e o vinho. O ser humano integra o ser humano, o ser celestial integra o ser celestial, o ser espiritual – esta lógica existe. Compreender isso é compreender a cooperação.

Ação cooperativa significa forma apropriada, dignidade, atitude correta. Assim, você leva à identidade com os outros após levar os outros à identidade consigo. No entanto, a relação e/outros varia infinitamente com as circunstâncias.

Um filósofo chinês do século VII dizia: "O oceano não recusa água, por isso ele é imenso. Montanhas não recusam terra, por isso elas podem ser tão altas. O sábio chinês não recusa gente, por isso ele pode ter muitos seguidores".

O fato de o oceano não recusar água é cooperação. Por outro lado, a água também não recusa o oceano. Esta é a razão pela qual a água se junta e vira oceano; pela qual a terra não se acumula e vira montanha. É claro, o oceano é o oceano por não recusar o oceano, por isso ele é imenso. Porque Montanhas não montanhas, há montanhas, e altas. Porque o chefe não recusa gente, sua gente forma uma comunidade. Um soberano não afasta o povo de si. Não afastar o povo não significa deixar de punir ou de recompensar. Embora um chefe de nação recompense e puna, ele não afasta o povo.

Antigamente, quando as pessoas eram simples e honestas, não havia entre povos nem punição, nem recompensa. O conceito de punição e recompensa era diferente. Ainda hoje deve haver gente que procura o caminho sem esperar recompensa. Este conceito está além da capacidade de compreensão da pessoa ignorante. Como o dirigente esclarecido compreende isto, ele não se separa do povo.

As pessoas sempre formam uma nação e buscam um chefe esclarecido, mas, não sabendo exatamente a razão pela qual o sábio dirigente é sábio, elas apenas se felicitam por não serem rejeitadas pelo iluminado chefe. Elas não sabem como rejeitá-lo. Não se dão conta de que são elas que suportam o sábio chefe. Sendo assim, como a lógica da cooperação se aplica tanto aos soberanos iluminados quanto à gente ignorante, cooperação é a tarefa do bodisatva. Gentilmente, pratica a cooperação com seja quem for que encontrares.

Cada um desses quatro métodos de orientação inclui os quatro. Logo, há dezesseis métodos para guiar os seres vivos.

Eihen Dogen Daisho, que transmitiu o Dharma da China ao Japão, escreveu este ensinamento no quinto dia do quinto mês do quarto ano de Ninji (1243).
[1] Perfeições: Generosidade, disciplina, paciência, perseverança (ou diligência), concentração e sabedoria.

Os Três Defeitos, as Seis Máculas e os Cinco Modos Errôneos de Deter os Ensinamentos


"Através dos ensinamentos do Dharma, podemos levar todos os seres ao estado búdico perfeito. Então, quando recebemos esses ensinamentos, é essencial que estejamos livres das falhas habituais que poderiam nos impedir de entendê-los claramente – os três defeitos, as seis máculas e os cinco modos errôneos de reter os ensinamentos. De outro modo, estudar os ensinamentos será apenas uma perda de tempo. Por favor, focalize os ensinamentos com atenção consumada e aplique as seis perfeições".

Patrul Rinpoche – The Heart Treasure of The Enlightened Ones – Shambala Editora – 1992 Páginas de 1 a 6.

Os três defeitos:
1. Não prestar atenção aos ensinamentos;
2. Esquecê-los;
3. Ouvi-los com a mente cheia de pensamentos negativos.

As seis máculas:
4. Ouvir os ensinamentos com orgulho;
5. sem fé;
6. indiferente;
7. distraído;
8. aborrecido;
9. desencorajado.

Os cinco modos errôneos de reter os ensinamentos:
1. Lembrar das palavras, mas não dos significados;
2. Lembrar do significado, mas não das palavras;
3. Lembrar de ambos, mas falhar em reconhecer sua intenção verdadeira;
4. Lembrar de ambos, mas confundir a ordem;
5. Lembrar de um significado errado.

As Seis Paramitas (perfeições):
1. djin-pa (tib.) – dana ( sânsc.) – generosidade;
2. tsul-trin (tib.) – sila (sânsc.) – disciplina moral, isto é, isentar-se de matar, de roubar, ter conduta sexual indevida, mentir, difamar, fala rude, conversar fiado, cobiçar, maldade e visão errônea;
3. dzö-pa (tib.) – shanti (sânsc.) – paciência; paz- ciência;
4. tson-drü (tib.) virya (sânsc.) – perseverança jubilosa;
5. sam-tem (tib.) djana - (sânsc.) (ou samadhi) – concentração;
6. she-rab (tib.) – prajna (sânsc.) – conhecimento transcendental.


Presença incômoda


Vocês incomodam, perturbam, importunam. São um estorvo, pessoas desagradáveis e cansativas. Só sabem reclamar, queixar, molestar e apoquentar. Apontam falhas de todos, mas não vêem as suas e nem as querem ouvir, revidando com fala rude. Só fazem exigências e difamam as pessoas jogando-as umas contra as outras. Querem é chamar a atenção e o estão conseguindo porque as pessoas não falam em outra coisa senão na presença incômoda que vocês representam. Vocês criaram esta situação. Agora, tratem de sair dela.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Eu não sabia

Eu não sabia que SWAT quer dizer Special Weapons And Tactics

Distração.


Inúmeras pessoas crêem que a meditação deve necessariamente ser um estado desprovido de todos os pensamentos. Ora, quando elas meditam, pensamentos aparecem e elas concluem disso que são incapazes de meditar, que a meditação é um exercício completamente fora de seu alcance. Esse a priori é um erro: meditar não é apagar todo pensamento. Como abordar o problema dos pensamentos? É preciso, antes de tudo, evitar dois erros:
1 - O primeiro é não tomar consciência de que os pensamentos se produzem nem segui-los maquinalmente.
2 - O segundo é procurar detê-los.
A atitude justa será, ao contrário, estar consciente da produção dos pensamentos, mas sem segui-los nem procurar pará-los, mas simplesmente não ocupar-se deles. Se não nos ocupamos dos pensamentos, os pensamentos não tem força. Enquanto não conhecemos a natureza de nossa mente, esta produz pensamentos, que tanto podem ser positivos como negativos, dotados de uma grande força sobre nós mesmos, pois eles são apreendidos como reais. Sem esta apreensão, os pensamentos não tem nenhuma força. Quando deixamos a mente relaxada, vem de início um momento em que ela permanece sem pensamentos. Esse estado estável é como um mar sem ondas. Nessa estabilidade, surge em seguida um pensamento. Este é como uma onda que se forma na superfície do mar. Na medida em que deixamos este pensamento sem nos ocuparmos dele, sem o "deter", ele esvanece-se por si mesmo na mente de onde emanou. É como a onda que se desfaz de novo no mar de onde surgiu. O mar e a onda, se não refletimos sobre isso, podem aparecer como duas realidades separadas. De fato, elas são indiferenciadas em essência, pois a essência da onda é a água, bem como a essência do mar também o é. Não podemos dizer que ambos sejam entidades diferentes. Ondas sobem à superfície do mar, mas nada podem fazer alem de fundir-se de novo no mar. No entanto, não podemos dizer que o mar estaria de início diminuído ou que estaria em seguida aumentado. Da mesma maneira, quando deixamos acontecer o movimento dos pensamentos sem nos ocuparmos deles, nossa mente não se encontra deteriorada quando os pensamentos se produzem, e ela não se encontra melhorada quando é desprovida de pensamentos. Enquanto não tivermos compreendido o que é a mente, somos um pouco como aquele que estando na praia pensasse que o mar deve absolutamente ser desprovido de ondas. Quando uma onda vem em sua direção, ele desejaria agarrá-la e jogá-la para um lado, depois, agarrar a seguinte e jogá-la do outro lado. E mesmo quando, independentemente de seus esforços, o mar se acalmasse por instantes, seria inevitável que ondas se formassem de novo ali. Aquele que esperasse estabelecer um mar definitivamente desprovido de ondas só poderia estar constantemente decepcionado. Querer, durante a meditação, eliminar os pensamentos, é colocar-se na mesma situação. Quando ondas surgem do mar, elas recaem no mar. Na realidade, o mar e as ondas não são diferentes. Se compreendemos isso, permanecemos sentados na praia, relaxados: não há então nem fadiga nem dificuldade. Do mesmo modo, quando observamos a essência de nossa própria mente, que existam pensamentos ou não, é sem importância; permanecemos simplesmente relaxados.

De "Meditação - Conselhos ao Principiante" de Bokar Rinpoche.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dias "Livres do Stress"


No meu blog todos os dias são dias "Livres do Stress". Nestes dias vocês têm permissão para sorrir, gargalhar, contar piadas, descontrair, tomar banho de mar, de cachoeira e o que mais der na telha!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Aqui, ó!

Toninho Horta

"Senhoras e senhores, aqui quem vos fala é o comandante fulano de tal. Estamos descendo para realizar pouso em Belo Horizonte. Observem os sinais de não fumar... blá, blá, blá...

Olho na janelinha. Sempre escolho a janelinha. Pode ser brega, mas escolho a janelinha. E vejo as minhas Minas Gerais... Águas doces, muitas. Montanhas. Mares de morros. Não tem mar. Tem água. Muita. E doce... Como é doce voltar para casa...


AQUI, Ó!

Oh! Minas Gerais
Um caminhão
Leva quem ficou
Por vinte anos ou mais
Eu iria a pé
Com meu amor
Eu iria até, meu pai
Sem um tostão
Em Minas Gerais
A alegria é guardada em cofres, catedrais
Na varanda eu vejo o meu amor
Tem benção de Deus
Todo aquele que trabalha
No escritório
Bendito é o fruto
Bendito é o fruto
Bendito é o fruto dessas Minas Gerais.

Música e letra de Toninho Horta.

Um Chapéu para Viagem...


"A mente é como um páraquedas!
Funciona melhor quando aberta!"
(Frank Zappa)

Quero um chapéu desses, mas vou mudar tudo!
Cor verde exército e mensagem do Frank Zappa.

Citação de Einstein


“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo.
A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura.
É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.
Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".
Quem atribue à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.
A verdadeira crise, é a crise da incompetência.
O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.
Sem crise não há mérito.
É na crise que se aflora o melhor de cada um.
Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.
Em vez disso, trabalhemos duro.
Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la"

Albert Einstein

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

As siglas, gente!


pps: power point show

jpg: joint photographic group

gif: grafic interchange format

pdf: portable document format

txt: text - Essa é fácil.

doc: document - Também é fácil.

html: hyper text markup language - Cruzes!

http: hypertext transfer protocol overview - Nossa! Meu blog é isso?!

www: world wide web - Pensei que fosse aquela fundação para salvar animais em extinção...

rar: roshal archive

zip: unzip, decompress - A mesma coisa que abrir o zíper? O fecho éclair? Será que não tem nada em português? Só inglês e francês?

bmp: bitmap

Tá. Mas qual o significado disso tudo? Ah, ó! Fica para uma outra vida...

Juro que não acompanho!


Sou do tempo em que não tinha TV.
Sou do tempo em que a TV era preto e branco e a programação era ao vivo. Errou? Errou. Começava às sete horas da noite e acabava quando eu já estava dormindo. Nunca soube a que horas.
Sou do tempo em que a TV passou a ser "em cores". Aí, consertaram para "a cores".
Tela oval. Tela quadrada. Tela plana. Controle remoto.
Vídeo cassete. Vídeo cassete de quatro cabeças. Locadoras.
TV a cabo? Sky? Quantos canais? Qual é o plano?
Estou no tempo em que, quem compra hoje, vai trocar amanhã.
Comprou um Home Theather? Ih, filhinha, tá defasada, hein?
Analógica? Já tem digital! Já tem virtual! Plasma!
LSD? Não! LCD! Liquid Cristal Display.
CD Player, MP3, MP4. Gente! Sou do tempo da MPB.
Cérebro Eletrônico, Computador, PC, Notebook, Laptop, Palm. Bluetooth é um dente azul?
E as siglas? Ai, as siglas! Pps, jpg, gif, pdf, txt, doc, html, www, avi, wmv, win rar, zip... Meu Deus! Já deu! Sou uma analfabeta digital!
Tanto consumismo, juro que não acompanho! Mais fácil descobrir a natureza pura da minha mente!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Praticando o Poder do Agora - Eckart Tolle


A calma é nossa natureza essencial. O que é calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa. Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato, fica perdido no mundo. O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silêncio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio. Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta NO SEU INTERIOR. VOCÊ ESTÁ PRESENTE. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano e coletivo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Meu saudoso Mestre Chagdud Tulku Rinpoche

Saudades... E eu tenho um colcha igualzinha a essa...

Sonhos

Já fazem oito dias que voltei do retiro. Assim que cheguei, comecei a acordar achando que ainda estava lá e que tinha que sair correndo para não perder a prática das quatro horas da madrugada! Depois acordava sem saber onde estava! Hoje acordei achando que essa não é a minha casa! Será que estou ficando louca?

Antes sonhava que estava sem o efeito da força de gravidade: voando ou nadando. Consultei um lama que me disse que era sinal de prática boa de uma certa deidade. Um psicólogo budista falou que é saudades do nirvana. Melhor abrir o link abaixo da foto e ler. Mas prefiro a opinião do lama.

Atenção!
Nirvana não é uma banda de Seattle, Washington State, USA. Samsara não é um perfume da Guerlain. E dharma não é pesquisa do seriado Lost

Aliás, segundo Jigmed Rinpoche e outros tantos mestres, "O samsara é como uma privada. Onde quer que ele exista, o cheiro não é bom!" Daí inventar um perfume com esse nome, só pode ser prá usar como Bom Ar!

sábado, 31 de janeiro de 2009

Stupa guarda cinzas de Chagdud Tulku Rinpoche em Belo Horizonte

Lama Tchimed feliz e sorridente!

Lama Tchimed e a stupa. agora só falta pintar.
(Fotos do Orkut de Elisa Filgueiras)
Manhã de sábado. O Templo do Budismo Tibetano Dawa Drolma, em Casa Branca, distrito de Brumadinho, estava lotado de praticantes que foram participar do ritual de consagração da stupa de Chagdud Tulku Rinpoche, lama tibetano que teve seu parinirvana (passagem) em 2002 e, aos 4 anos, foi reconhecido como um tulku (encarnação de um mestre de meditação). Rinpoche era o mestre do templo, um iluminado, dizem os budistas.

O dia era de festa. Na parte externa, flores, incensos e bandeiras de oração que tocadas pelo vento espalhavam a força das preces contidas em centenas de mantras (sílabas em sânscrito ou poemas). Eles repetiam o mantra "om dzambala zhalen traia soha" para gerar prosperidade espiritual e material irrestritos.

Diante da stupa, pessoas de qualquer credo podem fazer pedidos para si e para a humanidade. A cerimônia foi conduzida pelo lama Tchimed Rigdzin que, aos 3 anos, foi entregue aos cuidados de um tio, também lama e, aos 12 anos, começou seu treinamento no monastério Khatok, no Tibete.

Lama Tchimed explicou que, durante um retiro no Nepal, o venerável Chagdud Rinpoche insistiu para que ele viesse para o Brasil "para dar vigor às atividades".

- Ao longo do caminho o que parecia ser obstáculo foi se resolvendo.

Ritual: A cerimônia na manhã de sábado durou duas horas e Lama Tchimed ressaltou que "todas as religiões são necessárias".

- Tenho fé e devoção nas religiões porque elas nos dão caminhos e formas legítimas de chegarmos aonde queremos. Sem fé e devoção não é possível recebermos bênçãos.

Lama Tchimed respondeu a uma indagação muito comum, principalmente entre leigos, que desconhecem a filosofia budista. Onde está Buda? Nos templos, nas estátuas?

- Procuramos por ele, mas Buda somos nós. Nossa natureza é Buda. Nossa mente é Buda. Quando meditamos alcançamos a liberação. Buda nos concede bênçãos, nós mantemos votos e somos nós próprios a alcançarmos a liberação. Sem fé e devoção nada funciona. Mas é o lama que nos mostra o caminho do Buda e nós praticamos. Buda liderou a si mesmo e meditou.

Segundo Lama Tchimed, "um lama congrega características especiais, internas, externas e secretas. Seu nome é apenas um nome, mas o que o torna um lama é a não dualidade dos fenômenos internos e externos. Tenho 40 anos de treinamento, vivi em cavernas no Tibete, mas no Brasil levo uma vida confortável, tenho cama, lençóis limpos, televisão, e essa não é a vida de um lama. Por isso não estou pronto."

Ele explicou ainda os benefícios de se ter uma stupa em um local tão próximo de Belo Horizonte.

- Ela é a representação do corpo, fala e mente do Buda. Aqui, todas as pessoas de bom carma podem se reconectar com o mestre Chagdud Rinpoche. E esses benefícios não estão restritos apenas a Casa Branca, pois são espalhados para todos os continentes e pessoas de todas as religiões. Rinpoche está aqui - assegurou.

Lama Tchimed disse que estava muito emocionado com o carinho e dedicação de toda a sanga (pessoas envolvidas naquele grupo) para a construção da stupa.

- Em apenas um ano, o sonho se tornou realidade. A stupa não poderia ser mais perfeita porque contém todos os elementos adequados como mandalas, substâncias sagradas e manuscritos legados por Buda.

Agenda A stupa, que fica no Condomínio Cachoeira das Pedras, em Casa Branca, está aberta à visitação pública.

Publicado em 27 de janeiro de 2009 por Ana Elizabeth Diniz para o jornal O Tempo

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A falta que eu não faço.


Amanhã à noite faz uma semana que voltei prá casa e ainda não saí prá lugar nenhum. Parece que estou em retiro domiciliar com um horário de acordar, comer e dormir todo doido. Esquisito prá caramba!

Hoje fez um calor danado em BH e só agora à noite é que refrescou. O céu está meio cor-de-rosa, sabe, com aquela cor estranha que aparece no céu quando vai chover. Será que vai chover? Seria bom.

Estou meio devagar, desanimada, lerda. Hoje até achei que podia ser gripe, dengue, corpo doendo, coceiras. Será que é o remédio tibetano do Lama Rigdzin fazendo limpeza? Mas acho que é o calor mesmo. Acho que vou dormir na sala que é mais fresquinho.

Inez mandou algumas fotos, não todas, mas foi o suficiente para sentir saudades. O jeito é me mudar para Porto Alegre e ir ao templo sempre que me der vontade. Ou, melhor ainda, ser moradora do Khadro-Ling e trabalhar prá ficar lá.

Mas agora estou pensando em passar uns tempos no Odsal Ling com Lama Tsering. Ela é meio sargentona, brava e disciplina é o seu nome. Não dá mole mesmo! Mas, quem sabe, é disso que eu estou precisando. Além do mais, São Paulo é mais perto e se encher o saco tenho onde ficar na casa de uma amiga ou volto prá casa. Mas essa é a última hipótese dos meus planos.

O marido parece mais bem humorado hoje. Antes mal me dirigiu a palavra. Problema! Eu é que não vou deixar de fazer minhas coisas por conta de ninguém. Se tiver que perder, que perca.

Ah! Também esse lance de marido vai ver que nem é comigo. Paranóia minha! É pepino de trabalho e coisa de síndico do prédio. Fico louca prá ele largar esse cargo! Vizinho enche o saco mesmo, faz barulho e só sabe reclamar. E eu que me acostumei com o silêncio do Khadro Ling...

Tenho peninha da minha filha que disse que eu fiz muita falta prá ela. Mas também foi só ela. Acho que por ser mulher. Os homens da casa, nem aí!

Minha mãe mal telefonou. E, no fundo, no fundo, estou achando isso tudo muito bom. É sinal que não faço tanta falta assim e posso cair no mundo que tudo fica do mesmo jeito. Ótimo! Não sou tão importante! Já vai cortando meu ego!

Debaixo da mesa do meu computador tem um pernilongo de plantão que morde minhas pernas e pés. No calor então! Ai! Tchau!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tempo


Por que demorou tanto? Já faço dez anos de Nyingma. Meu Ngöndro pronto há quatro anos. Fiz outro almejando o Dzogchen com este nome atrativo de Grande Perfeição. O dinheiro nunca aparecia, nunca surgia, nunca sobrava, nunca poupava, nunca patrocinava. E eu insistindo, forçando a barra.

Um dia, desisti. Deixei de lado. Achei que não era para esta vida, que era bad karma. E fui seguindo minhas práticas normaizinhas, simplórias como simples se tornaram minhas vontades. Diria minha tia:

- Seja tudo pelo amor de Deus!

Inventei de fazer mantras curtos de Tara. Facinho... Um milhão e duzentos!
Como tudo muda, tudo é impermanente, o carma mudou também. Good karma. E o dinheiro apareceu. Não um milhão e duzentos, mas o suficiente para viajar meio Brasil ida e volta e passar vinte e dois dias no Khadro Ling vivendo, aprendendo, meditando, contemplando, fotografando, comprando, vendo, comendo, respirando e dormindo. Pouco. Vinte e dois dias. O tempo certo.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Qualidades da natureza da mente

"A mente é o mais sutil e recôndito aspecto da nossa condição relativa, mas não é difícil notar a sua presença. Basta observar os pensamentos e como eles nos enredam no seu fluxo. Se perguntarmos o que é a mente a resposta é o fluxo ininterrupto dos pensamentos que surgem e desaparecem. Ela tem a capacidade de julgar, de raciocinar, de imaginar, etc. dentro dos limites de espaço e tempo. Mas, além da mente, além dos pensamentos, existe o que se denomina 'natureza da mente', o estado verdadeiro da mente, além de quaisquer limitações. Como está além da mente, o que fazer para nos acercarmos de uma compreensão a seu respeito? Tomemos, por exemplo, o espelho. Olhamos no espelho e vemos refletidas as imagens de tudo o que está diante dele, mas não vemos a natureza do espelho. Mas o que significa a 'natureza do espelho'? Quer dizer a capacidade de refletir, descrita como a sua claridade, transparência, pureza, limpidez, condições indispensáveis para que os reflexos possam manifestar-se. A natureza do espelho não é algo que se veja, e a única forma de concebê-la será através das imagens refletidas no espelho. Da mesma forma, apenas conhecemos e vivenciamos o que esteja relacionado ao corpo, à voz e à mente. Contudo, é assim mesmo que somos levados a compreender a sua verdadeira natureza."

"Dzogchen: The Self-Perfected State" by Namkhai Norbu Rinpoche.
Translated from the Italian by John Shane.
Edited by Adriano Clemente.
New York: Arkana, 1989.
Available at Ligmincha's Bookstore.
Traduzido para o português por Tenzin Namdrol

Camiseta branca




"A camiseta não é suja. Ela está suja. Um mestre budista costuma usar esta metáfora para nos lembrar que nossos medos, inseguranças e negatividades não são a nossa mente, mas só estão recobrindo temporariamente nossa lucidez como a sujeira em uma camiseta que pode ser lavada."

Texto escrito dentro do desenho de uma camiseta sob o vidro da mesa da recepção do Khadro-Ling.

Fui preguiçosa, desatenta e obscurecida pelo sono.

Fui preguiçosa, desatenta e obscurecida pelo sono.
Verbalmente me arrependo.
Mentalmente, lamento duplamente
por ter até mesmo vergonha de confessar
e de expressar meus outros erros e deslizes.
Abandono a culpa
mas me envergonho.
Clamo com remorso.
Recomponho meu corpo, fala e mente
e, recitando, me purifico.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Normose - Professor Hermógenes


Entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, sobre uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Pessoalmente, não o conheço e nunca participei de nenhuma oficina com ele, mas essa entrevista se encaixa muito bem para mim. Quando digo a alguém que estou ansiosa, aflita, angustiada, tem gente que até grita:
- Pára!
Umas fazem uns discursos tipo auto-ajuda, outras até debocham. Isso é muito desagradável e só faz com que nos sintamos pior, menos normais!
Segue a entrevista.

"Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se 'normaliza', quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha 'presença' através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscosde viver uma vida a seu modo. Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes."

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

No meditation mind!


Ansiosíssima, mala pronta, não consigo deslotar nada. Tiro coisas e continua cheia. É o material de prática que é muito, é grande e extremamente necessário. E não estou levando nem um livro!
Amanhã, acordar cedo para encontrar o Lama Chimed e os irmãos vajra. Vamos enrolar mantras para colocar na stupa. Espero ficar o dia inteiro neste pré retiro. Quem sabe dou uma centrada porque estou me machucando muito.
Ontem feri o dorso da mão direita no retrovisor de um carro estacionado grudado num outro. Bati o cotovelo direito e deu um “ovo”.
Fui fazer a dancinha dos zumbis do Michael Jackson com minha filha e bati a coxa na quina da mesa. Zuação! E ainda fico com a música na cabeça.
Lama Tsering diria:
- No meditation mind!
Quando a gente não está prestando atenção no que faz, fica estabanada, aflita, ansiosa, dá é nisso. No meditation mind!
Pelo menos demos muitas risadas. Melhores que a do Vincent Price!

Porque o gambá cheira mal?

Ilustração de Marcos Jardim

O gambá tinha uma filha casada com o ariramba (martim-pescador), que ia sempre ao rio e ao lago para flechar peixes. Ele pousava sobre um pau inclinado, para espreitar os peixes e flechá-los e voltava muito depressa, quando menos a sogra esperava. Um dia, o gambá chamou a filha:
— Minha filha, como é que seu marido mata os peixes?
— Como há de ser, pai? Ele sobe no pau que está inclinado sobre o rio.
— Ah, é assim? Ora, assim até eu mato peixes!
E ele chamou a mulher para o pau e esperou. Logo lhe apareceu o avô do peixe tucunaré. O gambá saltou sobre ele, mas o peixe era esperto, abriu a boca e engoliu-o. A velha correu para casa gritando e contou à filha o que se passara. A filha foi contar ao marido o que tinha acontecido e pediu-lhe que salvasse o seu pai.
O ariramba foi para a margem do rio, subiu ao pau e esperou. Quando apareceu o avô do peixe tucunaré, flechou-o, puxou-o para terra e pediu à sua mulher que trouxesse uma faca.
Abriu a barriga do peixe e encontrou o seu sogro quase morto. Mas salvou-o.
É por isso que o gambá ficou com o rabo tão feio; é que o avô do peixe pelou-o; e ficou com mau cheiro por causa do calor da barriga do peixe.

(J. M. "Por que o gambá cheira mal". Folha de São Paulo, 16 de abril de 1962)

http://www.jangadabrasil.com.br/abril56/im56040c.htm

sábado, 27 de dezembro de 2008

Retiro

Chagdud Gönpa Khadro Ling - Três Coroas - Rio Grande do Sul

"Não pense que você tem que controlar algo... apenas siga o movimento natural de tudo... foque sua energia para que nada seja desperdiçado... pense que o que você descobrir e treinar é muito precioso para uso de outras pessoas... veja que não é pela sua força que você anda, mas pela energia dos budas e bodisatvas.
Abandone todo o conhecimento anterior e apenas se abra para o que ouvirá e praticará.
Carinho, do L.S."
Sábado, 27 de dezembro de 2008, 10:23h.

Meus artigos no jornal


Estrangeirismo - Botando a boca no trombone!
Artigo meu publicado no Jornal Pampulha de Belo Horizonte em 15 de outubro de 2005.

"Antes de tudo, devo dizer que sou decoradora. Pelo menos formada e de nível superior, quatro anos de curso. Mas, no momento, exerço pouquíssimo a profissão por ter me tornado tradutora. Que a classe me perdôe, mas beira o ridículo o (mau) uso do inglês para denominar ambientes intuindo que isso possa 'valorizar' o trabalho de um profissional.
É home-theater (que ninguém consegue pronunciar direito), é fumoir (francês) indicando um lugar onde é permitido fumar, home library que, para mim, não passa de um ambiente cheio de estantes recheadas de livros que, por sinal, os decoradores deveriam ler mais e por aí vai. Muito chique, não?
Porém, no número 802 do Jornal Pampulha, na página F1, deparei-me com o título "Costumize sua casa."
Irritei-me! Está tudo errado! Primeiro, não existe a palavra costumize nem como verbo, no caso, para você customizar a sua casa. Custom é substantivo que quer dizer costume, convenção, etiqueta, hábito, tradição. No sentido comercial, clientela, cliente e, como adjetivo, temos customized que seria o termo brasileiro 'feito sob encomenda' (tanto no Collins, quanto no Oxford).
Dizer que 'customizar a sua casa' é 'fazer diferente e o que mais gosta para deixar a marca da sua personalidade refletida' não tem nada a ver. Desculpem-me, minha turma, mas façam-me o favor! Francamente! Até quando seremos macacos dos estadunidenses? Ou será que só eles são americanos?"

Visão budista
Artigo meu publicado no Jornal Pampulha de Belo Horizonte em 7 de março de 2007.

"Sou budista. Portanto, deveria ser eqüânime, compassiva, amorosa, alegre, paciente. Mas como conseguir ser assim diante dos fatos que vejo na televisão? Que samsara esquisito! Mesmo querendo me alienar, o rádio do vizinho toca a CBN o dia todo. Corro o risco de ser morta se for lá para reclamar.
Compassiva fico quando vejo a mãe do menino arrastado chorando em rede nacional. Compassiva fico quando vejo meninos morrendo na linha do trem. Que idéia! Estavam drogados? Não é possível! Compassiva fico com índio que, há dez anos - alguém se lembra? - dormindo, morre queimado em plena Cidade do Poder e da Impunidade! Mas alguém fez alguma coisa? Alguém faz alguma coisa contra filho de autoridade de Brasília? Ao contrário. Um dos rapazes passou num concurso público forjado pelo próprio pai e está ganhando seis mil reais por mês! Se trabalha ou não, não sei. Mas recebe! Percebe o salário e não percebe o que fez!
Quem matou a atriz a tesouradas - alguém se lembra? - já se formou na PUC Minas.
Com filha que tira a vida de quem lha deu, não sei o que fico, se fico, como fico! Pior ainda quando dizem que os pais dela eram muito severos! Por essa conta, já teria matado os meus, alguns irmãos, tios e tios que se acham no direito de se meter na educação de filhos alheios. Mas nem por isso fiquei pior e nem saí por aí cometendo atrocidades. Hoje uma palmadinha já traumatiza...
É normal quando nenhum dirigente discute algo em benefício da população? É normal entrar na lógica da barganha: isso é seu, isso é meu e estamos combinados. É normal cometer crimes às claras? É normal transar na praia e ainda reclamar privacidade? John Lennon e Yoko ficaram na cama um tempão. A frase é famosa: cometem violência em plena luz do dia mas se escondem para fazer amor. Mas eles não reclamaram!
A lei brasileira é deliciosa. Ninguém precisa explicar nada. Até hoje tem gente que, num romantismo do tempo da ditadura, diz entre dentes: odeio norte-americano! Tudo bem. Mas lá, bateu, levou! E não são trinta anos ou saída por bom comportamento, não. É perpétua se não for - adiantada e taxativamente discordo - pena de morte.
Mas somos psicóticos, paranóicos. Precisamos de tratamento e enquanto ele não vem panis et circus! Novela, futebol e cesta básica.
Mas acontece que sou budista. Portanto, devo ser eqüânime, compassiva, amorosa, alegre e paciente. Ainda bem que ser budista também é estar plenamente consciente da impermanência, de que as ações virtuosas e prejudiciais causam seus resultados inevitáveis e que este reino é um oceano de sofrimento.

A Única Maneira em "O Caminho é a Meta! Um Livro de Bolso de Meditação Budista."

"De acordo com o Buda, ninguém pode alcançar a sanidade e a iluminação básicas sem a prática da meditação. Vocês podem estar extremamente confusos, atentos ou prontos para o caminho. vocês podem estar emocionalmente perturbados e passando por um sentimento de claustrofobia em relação a este mundo. Talvez estejam inspirados por obras de arte deste mundo em geral. vocês podem ser gordos, magros, grandes, pequenos, inteligentes, burros. Seja lá o que forem, só existe um caminho, incondicionalmente e ele é começar a praticar a meditação. A prática da meditação é a única maneira. Sem ela não há saída ou entrada."

Carta ao Papai Noel

Recebi um e-mail de uma amiga que me repassou. Repasso.

"Papai Noel, como é de costume, todo ano lhe escrevo para contar como foi o meu ano. Lembro-me deste ano de 2008 de uma forma muito peculiar No começo tudo era esperança e alegria, a Bolsa estava em alta, mas bem em alta 70.000 pontos, dinheiro não faltava para nada, todos estavam especulando como louco desvairados, compra e vende, vende e compra, realiza lucro aos montes, nesta louca ciranda financeira sem controle. Todos sabiam que era uma "Bolha", mas afinal de contas se até o meu vizinho estava investindo na bolsa, e ganhando, porque eu também não poderia fazer isso. Apareceram até uns adolescentes na televisão com cara de intelectual, se intitulando de novos milionários, teve até revista sobre isso, lembra? Nas empresas estavam recontratando até os "mais experientes", ou seja, quem tinha mais 50 anos para suprir as vagas em aberto no mercado de trabalho por todo o Brasil, pois tava faltando até gente no mercado de trabalho. O petróleo andava na casa dos US$ 142,00/barril, e a gasolina tava cara pra dedeu, mas e daí, eu podia pagar no cartão em 10 vezes mesmo, e daí? A soja era riqueza pura no campo, nunca se vendeu tanto carro, geladeira, fogão e televisão, a propósito 29 polegadas que nada, eu queria uma LCD tela plana, bem fininha, enorme, para deixar lá em casa, mas tinha que ter alta definição, a tal da HD, afinal eu queria ver as Olimpíadas lá da China. No campo da música internacional apareceu até uma cantora que o nome é difícil de dizer até hoje, uma tal de Amy nãosei dequeHouse...., que faz apologia a autodestruição e bebedeira, sem falar em outras coisas, vende tanto quanto se chapa, todos riem. Teve até pai atirando criança pela janela e namorado matando namorada por amor ou desamor, eu vi isso na televisão, aquela grande e bem fininha. Que começo e meio de ano incrível foi esse de 2008, comprar era a palavra de ordem, comprar, comprar e comprar, pagar depois agente vê como faz para pagar. No campo do meio ambiente, os ambientalistas estavam bem loucos, teríamos que descobrir ou até construir um outro planeta Terra para suprir as nossas necessidades, o planeta estava agonizando, aquecimento global, furacões, deslizamentos de terra, enchentes e coisas do gênero, ou seja, agitação total. Bom, daí chegou o setembro negro, a Bolsa Quebrou, a Bolha Estourou, e aquele Brasil que esperamos décadas para deixar de ser o Brasil do Futuro e ser o Brasil do Presente, ficou em alerta total. Os Americanos começaram a gritar, pedir dinheiro emprestado ao governo (isso era inacreditável), as casas deles foram sendo tomadas, os estrangeiros sendo expulsos aos pouco e silenciosamente, o pavor se abateu sobre todos e iniciou a tão chamada CRISE FINANCEIRA, reuniões para todos os lados, os Europeus botaram a mão no bolso para segurar o tranco e incrivelmente até os japoneses saíram da Fórmula 1 devido a Crise. Quebrou de tudo, banco, seguradora, fábrica de carro, fábrica, minas, siderúrgicas e as máquinas dos colonos foram tiradas deles, até o meu vizinho, aquele besta que acreditou nessa ilusão, "SI FU". Aqui no Brasil nem sentimos muito no começo, foi só pânico mesmo, pois só queríamos chegar no Natal bem, poder tomar a nossa "espumante" no ano novo, que tava tudo bem. O preço do Barril do Petróleo anda no final do ano, em US$ 37,00/barril, mas o preço da gasolina não caiu, continua o mesmo do começo do ano, e sabe porquê? Para dar lucro na Petrobrás, quase 12 bilhões em apenas um trimestre, tudo bem ela é nossa mesmo... Os Bancos até ganharam dinheiro do Governo para emprestar, coisa incrível, mas tinham a obrigação de emprestar e não é que não queriam emprestar para ninguém, queriam só para eles, o governo teve que mudar as regras e apontar uns dedos por aí, mas papai Noel, o que é CND? Sei que é coisa das empresas com dívidas, o que é? O Lula foi na TV mandar a gente gastar e continuar comprando. CRISE que crise. Devemos acreditar nele, afinal é o nosso gestor maior, sua popularidade é a maior de todos os outros que passaram por aqui nos últimos tempos, ele devia estar certo. Papai Noel do Céu... Daí começaram as demissões por todos as lados, demissão na Vale, no vale e se criou um vale, um buraco, um abismo, no meio do caminho que agente fechou os olhos para não ver o estouro, os grandes estão balançado e se caírem, o barulho é feio, os meus amigos, aqueles de mais de 50 anos, já tomaram um pé na bunda faz tempo, mão de obra qualificada que nada, salve-se quem puder, os mais novinhos só dizem que não sabem o que fazer para conseguir emprego, aliás 34.000, 80.000 e assim por diante são os números de desempregados em São Paulo, agora no final do ano. Tem carro empilhado nas montadoras e até em pista de pouso de avião, aguardando comprador, eu vi isso na minha televisão de LCD, aquela desgraçada e bem fininha, que eu tenho que pagar mais 18 prestações caríssimas? Os juros não caíram e ao mesmo tempo o IPI dos carros foi suspenso, isso não parece meio contraditório? O Lula foi TV e disse diferente agora,... Continuem comprando, mas não esqueçam de pagar as contas... Que coisa mais estranha, porque haveríamos de fazer isso, não é? Cinco minutos depois a Fátima disse que a população brasileira está endividada até não poder mais, tem gente querendo devolver os carros, porque compraram no impulso e agora estão com medo de não poder pagar, inacreditável, como sabe esse nosso Gestor. Papai Noel, agora a pouco o Lula disse que não era para os empresários demitirem seus funcionários, mas se eles não tem trabalho como poderão manter os empregos? Papai Noel, acharam o culpado dessa CRISE e ele está lá nos Estados Unidos, nem sei o nome dele. Papai Noel, esse cara não merece presente de forma nenhuma. Disseram que ele fez uma tal de Corrente Financeira e bagunçou 50 bilhões de dólares pelo mundo afora, era um tal que trabalhava na NASDAQ. O que é isso? Agora aparece na TV de boné na cabeça para esconder a cara e anda até tomando uns tapas e empurrões, eu vi, sabe aonde? Claro lá na TV LCD HD de 32 pol. que eu comprei em 24 prestações lá na loja, que tá fazendo propaganda de monte na TV. Papai Noel, é por isso que eu lhe escrevo... Me ajuda a manter o meu emprego, pois eu tenho que continuar a botar gasolina no meu corcel velho, a prestação mesmo, no cartão, já que não deu tempo de eu comprar um popular zerinho em 72 meses, como fez o besta do meu vizinho. Tenho ainda que pagar as prestações da minha televisão de LCD HD de 32 pol., ainda faltam 18 prestações e se eu perder o meu emprego, como vou pagar os meus cartões de crédito, aqueles com juros absurdos, que eu aceitei em usar e eu não quero ir para o SPC SERASA, imaginem o que vão dizer de mim, imagina o que o meu vizinho vai falar. Mas se mesmo assim, eu não conseguir segurar o meu emprego, pelo menos diz para o Lula aumentar o tempo do seguro desemprego, até esta crise terminar, por uns 18 meses já tá bom. Vou ter que terminar por aqui porque a LanHouse está fechando, até o ano que vem. Feliz 2009. Do seu querido menino, Zé Povo Brasileiro."

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Citando Bob Thurman




"A liberdade do dualismo é entender que a realidade última é relativamente real, ultimamente real e relativamente última."

Robert Thurman

Com Sua Santidade o 14º Dalai Lama
Com sua filha, a atriz Uma Thurman (uma que dizer canal central)
Com a esposa Nena e a filha Uma.

Robert Alexander Farrar Thurman nasceu em 4 de agosto de 1941. É um escritor americano budista e acadêmico influente e prolífero que autorizou, editou ou traduziu vários livros sobre o budismo tibetano. É professor de estudos budistas indo-tibetano da Universidade de Columbia, detentor da primeira cátedra no campo deste estudo nos Estados Unidos. É também co-fundador e presidente da Tibet House (Casa do Tibet) em Nova York e ativista contra o controle do Tibet pela República Popular Chinesa.
Thurman nasceu em Nova York, filho de Elizabeth Dean (nascida Farrar), uma atriz dos bastidores e de Beverly Reid Thurman Júnior, um editor da Associated Press e tradutor das Nações Unidas. Cursou a Philips Exeter Academy de 1954 a 1958 e, em seguida, a Universidade de Harvard obtendo o título de Bacharel em Artes (AB) em 1962.
Casou-se dom Christophe de Menil, herdeira da Schumberger Ltd., uma fortuna em equipamento de petróleo, em 1959. Tiveram uma filha, Taya e seu neto é o artista Dash Snow.
Em 1961, Thurman perdeu seu olho esquerdo num acidente de carro quando tentava levantar o carro com um macaco e o olho foi recolocado através de uma prótese ocular.
Após o acidente, ele resolveu redirecionar sua vida, divorciou-se da esposa e viajou de 1961 a 1966 para a Turquia, Iran e Índia. Converteu-se para o budismo e foi ordenado sacerdote budista em 1964, o primeiro monge americano da tradição budista tibetana.
Estudou com Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama de quem se tornou amigo íntimo.
Em 1967, de volta para os Estados Unidos, Thurman abandonou seu voto de celibato e casou-se pela segunda vez com uma modelo teuto-suiça, Nena von Schlebrügge, que passou por um breve casamento com Timothy Leary. Thurman e Schlebrügge, agora uma psicoterapeuta, tiveram quatro filhos sendo a mais velha, a atriz Uma Thurman.
Thurman obteve o Mestrado em Artes em 1969 e um Ph.D. em Estudos de Sânscrito Indiano em 1672 em Harvard. Foi professor de religião no Amherst College de 1973 a 1988 quando aceitou um trabalho na Universidade de Columbia como professor de religião e sânscrito. A revista Time o escolheu como um dos 25 americanos mais influentes em 1997.
Dr. Thurman é altamente reconhecido por suas traduções e explanações dinâmicas e lúcidas da religião e filosofia budista, particularmente à tradição Gelugpa (dge-lugs-pa), e seu fundador, Je Tsongkhapa.

Traduzido por Ana Carmen Castelo Branco - Belo Horizonte, 26 de dezembro de 2008.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Retirantes contemplam a vida. - Tradução

Suan Mokkh, Thailândia
Quando Sarah Medway, uma artista inglesa de 50 anos de idade, leu a programação para os próximos 10 dias, ela ficou nervosa. "Eu queria sair imediatamente. Quase não consegui passar pelo balcão de registro", ela confessou. "Eu acabara de passar por uma transição difícil na minha vida e meu filho recomendou-me que eu fizesse isso. Ele me disse que simplesmente não era mais eu mesma". No terceiro dia, Sarah estava pronta para desistir. Ela mergulhou fundo dentro de si mesma e, na manhã seguinte, sentiu uma onda de calma e se adaptou à rotina estrita. No sétimo dia, ela chorou de desespero, mas nos últimos poucos dias, ela sentiu seu espírito nascendo de novo. "É uma montanha-russa emocional", concordou Matthew Carter, um instrutor de ginástica da África do Sul que tinha acabado de completar seu quarto retiro no monastério Suan Mokkh. "Mas isto limpa a sua alma". Wat Suan Mokkh está bucolicamente situado dentro de uma floresta em Chaiya, no sul da Thailândia. O monastério de floresta foi fundado em 1932 por um dos mais reverenciados monges da Thailândia, o Venerável Buddhadasa Bhikku (literalmente "Servo do Buddha"). Ele fundou o centro como um santuário para aqueles que quisessem praticar Vipassana (meditação do insight - visão clara). "Minha verdadeira natureza era aquela de um monge da floresta", escreveu Buddhadasa em 1943 e, pelos 50 anos seguintes, ele devotou sua vida a espalhar a palavra sobre o dharma (natureza) e encorajar Anapanasati (vigilância por meio da respiração) entre seus seguidores. Tal foi sua busca pela paz no mundo que Buddhadasa começou a convidar visitantes de diferentes religiões para seu retiro silvestre, esperando que eles levassem a mensagem de volta para suas casas.

Wat Suan Mokkh e a Sala de Meditação
Buddhadasa faleceu em 1993, mas seu legado vive em Wat Suan Mokkh. Gerenciado por devotos buddhistas e voluntários laicos, o monastério organiza mensalmente retiros para estrangeiros que desejam aprender Anapanasati e explorar a si mesmos.
As inscrições são feitas no último dia de cada mês (Wat Suan Mokkh não cancelou ou adiou nenhum retiro nos seus últimos 15 anos). Os dormitórios podem abrigar até 60 homens e 60 mulheres. As acomodações são espartanas: uma cela de concreto de 3 por 4 metros tem uma cama de alvenaria e uma esteira de palha. Espera-se que os retirantes imitem a rotina do próprio Siddhartha Gautama incluindo o mínimo de sono, andar descalços, comer somente pela manhã e dormir num travesseiro de madeira.

A Resposta Está Debaixo do Seu Nariz
Qualquer um que respire pode praticar a meditação Anapanasati. Ela não requer despesa, equipamento e nenhum planejamento. É boa para sua saúde e não tem efeitos colaterais.
As instruções para um iniciante são simples: sinta sua respiração entrando em suas narinas; siga-a até seu umbigo; sinta-a voltando para fora através de seu nariz; não pense em mais nada.
Ainda assim, é uma busca que poucos e preciosos mortais podem arrogar ter conseguido em uma só vida.
Aconselha-se que você comece sentando confortavelmente com a coluna ereta (o "lótus completo" e outras posições de yoga são puramente para aparecer). Tenha os olhos semicerrados e olhe para baixo em direção à ponta de seu nariz. Então, faça algumas respirações profundas. Siga sua respiração enquanto ela entra e sai. Na medida em que os pensamentos entram na sua mente, deixe-os passar. Retorne à respiração. Depois de um tempo, suas pernas, suas costas, seu pescoço ou todos os três começarão a doer. Ignore a dor. Volte à respiração. Continue focalizando na respiração até alcançar um estado de calma. Dissipe os pensamentos. Observe somente sua própria respiração. Ouça os sons à sua volta, mas não os analise. Inspire. Expire. Continue pelo tempo que você conseguir.

Sábio, porém humilde e secamente divertido, Tan Ajahn Dhammavidu oferece a palestra diária sobre os princípios buddhistas e a prática de Anapanasati.
O monge pode perspicazmente simpatizar com as frustrações dos meditantes noviços. Ele nasceu há 50 anos na Inglaterra e, como músico e artista, passou os anos 60 e 70 vivendo um estilo de vida hippie na Índia antes de se tornar um monge buddhista Theravada nos meados de 1980. Tan Ajahn Dhammavidu diz que não se arrepende e nem sente falta do "mundo real".
"A vida é sofrimento", diz, apesar de que um sorriso irônico no rosto sugere que ele está bem feliz com sua porção. Recontando casos de seu passado travesso, o monge inglês mantém sua audiência compenetrada, um alívio bem-vindo para os que estão lidando com suas próprias almas problemáticas.
Com uma virada de ironia, Tan Ajahn Dhammavidu amarra sua narração relacionando-a aos ensinamentos do Buddha.

Os Cinco Obstáculos para a efetiva meditação - desejo, agitação, preguiça, má-vontade e dúvida - são justapostos à analogia de se comer uma pizza enquanto dopado por haxixe numa hospedaria em Bengala. Cabeças balançam em apreciação. Ele deixa muita coisa sem dizer, mas sua mensagem é sempre clara: escolha o Caminho do Meio; não se engane; fique atento a tudo.
Os sinos tocam novamente para mais uma hora de meditação caminhando. Silenciosa e atentamente, os sábios andam devagar como zumbis em volta das terras do monastério. No nono dia, pede-se que os alunos devotem o dia inteiro à prática de meditação. Não há almoço neste dia, só o desjejum. Não haverá cânticos, nem yoga. As poucas distrações que poderiam existir são removidas e os meditantes lutam para atingir o nível mais alto que puderem.

Como o retiro caminha para um final, os membros sobreviventes refletem sobre o que provavelmente foi o mais longo dos 10 ou 12 dias de suas vidas:
"Eu tenho muito respeito pelo Buddhismo, mais ainda depois do retiro", reflete Sarah. "Acredito que Buddha descobriu a física quântica a 2.500 anos atrás".
"Definitivamente vale a pena fazê-lo ao menos uma vez na vida" divagou Márcio Assis, 27 anos, do Brasil. "O travesseiro de madeira foi duro; sopa de arroz para o desjejum todos os dias foi duro; acordar às 4 da manhã foi duro. Mas, no final, senti uma atitude mental muito mais positiva. É uma oportunidade de deixar para trás o mundo capitalista e olhar para dentro".
"Considerando que eu estava aqui para pensar sobre nada, eu nunca pensei tanto em minha vida", confessa Andréa, uma aluna alemã.
Como muitos outros, Andréa foi recomendada a ir ao Wat Suan Mokkh por um amigo e veio para "purgar os demônios" depois de término traumático com seu namorado. No final do curso ela sentiu que tinha finalmente fechado um capítulo em sua vida, mas não sem angústia e o derramamento de muitas lágrimas.
Um para subir, Scotty!
Se você já visitou um dos grandes lugares sagrados do Buddhismo, tais como Lumbini no Nepal, o lugar de nascimento do Buddha, você já deve ter notado a maneira descuidada com que muitos habitantes abordam os locais turísticos. Famílias indianas correm espalhando amendoins, tirando fotos, rindo. O Buddhista ocidental convertido, por outro lado, tende a querer dar esse passo além com austeridade. Ele se sentará debaixo de uma árvore, diante de centenas de tolos e risonhos turistas, e meditará desesperadamente, sem dúvida desejando alcançar um plano mais alto e, de preferência, antes do templo fechar para o dia.
Outros preferem tomar alucinógenos ou fumar maconha antes de descer para um dia duro de meditação. Você os encontrarão nas praias da Thailândia ou de Goa. Eles param a cada cinco minutos para mais uma dose.
Depois de incontáveis retiros e milhares de turistas e desejosos de ser buddhistas, Reinhard Holscher, um dos coordenadores do programa, é cético quanto ao que chama de "Coelhinhos da Felicidade".
"A meditação é um trabalho para toda a vida", ele diz. "Iniciantes não podem alcançar nenhum estado avançado em apenas 10 ou 12 dias".
É aí que jaz o conflito na mente ocidental. Enquanto muitos orientais parecem nascer com um senso natural de habilidade para a meditação, o impaciente e caprichoso ocidental tende a achar que todo o processo é apenas uma tarefa impossível de ser realizada.
"Queremos a Iluminação agora, ou estouraremos nossos miolos tentando!" ele diz.
O fato verdadeiro é que somente uma vida ascética é condutiva a uma meditação bem sucedida. Álcool e drogas simplesmente não adiantam. É uma busca pessoal, não há competições ou Campeonatos Mundiais de Meditação. É um assunto pessoal entre você e sua alma.
Apesar dos sinais de aviso, mais de 120 ocidentais fazem suas malas e entram no monastério em busca da Iluminação todos os meses - os jovens e os incansáveis, os militantes buddhistas e os renascidos curiosos, uns escravos da rotina, outros em encruzilhadas, outros em becos sem saída, alguns procurando por respostas, alguns olhando para algum lugar dentro, outros para algum lugar fora, os atormentados, os confusos, românticos, viciados, rebanhos e um sortimento de almas perdidas.
Dos 96 que apareceram para o programa de 11 dias em abril de 1996, apenas 67 completaram o curso - tal é o tormento psicológico que muitos têm que agüentar.
"A maioria dos que saem fora são jovens e não têm a menor idéia do que esperar", Reinhard diz.
Outros não conseguem ter o suficiente. Andy é um jardineiro da Alemanha e já veio a 20 retiros em Wat Suan Mokkh. Depois do 11º dia de cada curso, ele se muda para o outro lado da estrada para o monastério principal por duas semanas "para colher os resultados".
Completando o retiro, os alunos são bem-vindos a ficar no monastério principal se quiserem mais tempo para praticar meditação num ambiente silvestre ou se eles não se sentirem prontos para voltar para o mundo exterior.
Fundamentalmente você volta para o espaço selvagem, para o tráfego barulhento, luzes brilhantes e a comoção da vida do dia a dia. Mas enquanto pega uma carona de volta para Surat Thani na traseira de um caminhão, você sente um novo começo, uma estranha sensação de que sua vida está de alguma forma mais aberta do que você poderia imaginar antes. Seus sentidos estão mais claros: você pode sentir o cheiro da grama e das árvores, você pode sentir a brisa solta nos seus cabelos como nunca sentiu antes. Você encara milhares de pessoas na rua e simpatiza com cada uma delas. Você "nasceu de novo". O mundo é agora a sua ostra.
Com uma súbita explosão de alegria você grita para o ar: "Carpe Diem!" E, talvez, pela primeira vez na sua vida, você verdadeiramente diz isso pra valer.

Os retiros de meditação do Wat Suan Mokkh (em inglês) são realizados do 1º ao 11º dia de cada mês.
Inscrição: Um dia antes que o retiro comece.
Custo: 1500 baht para alimentação e acomodação.
Retiros em língua thai são realizados do 19o ao 27o todo mês.
Contato: The Dhammadana Foundation, c/o Suan Mokkhabalarama, Chaiya, Surat Thani, Thailand, 84110.
Telephone/fax: 07-743-1597.
Web site: www.suanmokkh.org/
Suan Mokkh está situado na Highway 41, perto de Chaya, 50 km. Ao norte de Surat Thani. Trens e ônibus: use a principal linha de trem ou rodovia entre Surat Thani e Bangkok.
Aeroporto mais perto: Surat Thani
Retiro de meditação:
4h.: acordar, banhar-se, meditar, yoga.
7:30h.: desjejum, tarefas, palestra do dharma, meditação, meditação caminhando, meditação.
12:30h.: almoço (última refeição do dia), tarefas, meditação, meditação caminhando, meditação, cânticos.
18h:. xícara de chá, banho quente nas termas, meditação.
21h:. Cama
Não ler, não escrever, não fumar, não beber, nenhum pensamento ou atividade sexual, não conversar.
© 2006 tradução de Ana Carmen Castelo Branco, para a Comunidade Nalanda,
http://buddhadasa.nalanda.org.br/destinofelicidade.html