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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Leia

Leia
(Cláudia Chaves à esquerda e Marcus Sarmento à direita)
As surpresas podem ser boas ou ruins, mas, como não gosto de ficar "no escuro", prefiro não ter surpresa nenhuma. Aliás, uma das minhas birras com minha mãe sempre foi o fato de ela adorar fazer surpresas e eu detestar! O tempo me deu razão.
A última vez em que vi a Leia, ela estava com um lenço na cabeça e eu, muito curiosa e inconveniente, perguntei o porquê daquele pano? Resposta seca e forte: "Estou com câncer." Mas resolvi continuar a conversa porque, mais feio ainda, é você demonstrar susto, preconceito, desconforto ou desaponto.
Quando ela me falou que era no útero e nos ovários estranhei porque tenho vizinha, amigas e ex-cunhada que já tiveram, tiraram tudo logo que detectada a doença e estão aí vivendo a vida normalmente. Mas, como ela não quis entrar em detalhes, não seria eu que ia ficar cutucando. Deixei-a sossegada.
Só sei que fiquei muito triste, mas, ao mesmo tempo, me dizendo que tudo ia dar certo, que aquilo tinha cura, que bobagem, menina! E eu fui me enganando, rezando todas as noites prá ela, sempre mandando uma luz em pensamento antes de fechar meus olhos para dormir.
E segui me iludindo, perguntando a todos por ela, querendo saber notícias e ilusão não tá com nada, não, viu, gente!  Quebrei a cara no samsara! Olha que ontem, a primeira notícia que li, logo ao abrir meus e-mails foi a da morte dela e mesmo assim me assustei porque eu lá, achando que ela estava em casa, tomando os medicamentos direitinho. Que nada! Já estava há quase uma semana no hospital, sofrendo seus momentos finais. O tempo não me deu razão.
Leia foi muito bem assistida pelos membros da sangha mais chegados a ela. Lama Sherab ainda estava aqui e fizemos o P'howa prá ela ontem e vamos seguir fazendo até amanhã.
Por mais que eu estude a morte e o renascimento no budismo, é uma coisa estranha essa mudança de forma, de lugar, de não sei quê. A lojinha ficou mais triste, faltosa, vazia. A sangha também. Parece que se instalou uma alteração na rotina.
Mas Leia está bem. Disso tenho certeza, não vou ter mais esta surpresa e o tempo vai me dar razão!
Fica bem minha querida Leia. Pena que não tenho uma foto sua (achei só esta bem ruinzinha) e você me mandou tantas minhas com os lamas... Descanse um pouco agora.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

'Tequinfim!

'Téquinfim! Detesto esse horário de verão e até hoje não descobri prá que serve. Esse papo de economia de energia não cola porque tomo banho de manhã acendendo a luz do banheiro e de noite, com ela apagada. Ou seja. Tanto faz! Tá certo que tenho a tendência familiar de ter dores de cabeça e, às vezes, enxaqueca. Mas hoje, que é o último dia, acordei e tomei uma Neusa! E nem vem que é psicológico, não. É o relógio biológico mesmo. Muda tudo! A hora de acordar, a hora de comer, a hora de trabalhar, a hora de dormir, fora as outras horas. Se o tempo não existe então quê que tão mexendo nele?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tempo


Por que demorou tanto? Já faço dez anos de Nyingma. Meu Ngöndro pronto há quatro anos. Fiz outro almejando o Dzogchen com este nome atrativo de Grande Perfeição. O dinheiro nunca aparecia, nunca surgia, nunca sobrava, nunca poupava, nunca patrocinava. E eu insistindo, forçando a barra.

Um dia, desisti. Deixei de lado. Achei que não era para esta vida, que era bad karma. E fui seguindo minhas práticas normaizinhas, simplórias como simples se tornaram minhas vontades. Diria minha tia:

- Seja tudo pelo amor de Deus!

Inventei de fazer mantras curtos de Tara. Facinho... Um milhão e duzentos!
Como tudo muda, tudo é impermanente, o carma mudou também. Good karma. E o dinheiro apareceu. Não um milhão e duzentos, mas o suficiente para viajar meio Brasil ida e volta e passar vinte e dois dias no Khadro Ling vivendo, aprendendo, meditando, contemplando, fotografando, comprando, vendo, comendo, respirando e dormindo. Pouco. Vinte e dois dias. O tempo certo.