-->

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Viver despenteada

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida lhe despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade.
O mundo é louco, definitivamente louco.
O que é gostoso engorda.
O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia.
Fazer amor despenteia.
Rir às gargalhadas despenteia.
Viajar, voar, correr, entrar no mar despenteia.
Tirar a roupa despenteia.
Beijar a pessoa amada despenteia.
Brincar despenteia.
Cantar até ficar sem ar despenteia.
Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível.

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado, mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora.

O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz? Por acaso não se dão conta de que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita? A pessoa mais bonita que posso ser!

O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser. Por isso, minha recomendação a todas as mulheres: entreguem-se, comam coisas gostosas, beijem, abracem, dancem, apaixonem-se, relaxem, viajem, pulem, durmam tarde, acordem cedo, corram, voem, cantem, arrumem-se para ficar linda, arrumem-se para ficar confortável. Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida lhe despentear!

O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo!
Via e-mail por Ana Campello

Loucura de amor

Amor e loucura será redundância! Será que as loucuras de amor só são feitas nas relações entre um homem e uma mulher? Pode ser! Mas e as loucuras que as mulheres fazem ao se apaixonar pelos homens e depois ter filhos? Essa é a suprema loucura de amor! Além de amar apaixonadamente o seu homem, marido ou companheiro, se apaixona pelos filhos. Algum dia, o amor por seu companheiro pode se acabar. Isso é comum. Mas pelos filhos, sejam eles crianças ou adultos, o amor-loucura nunca se extinguirá e perdê-los será como que ficar faltando um pedaço. Minha maior loucura de amor? Marido e filhos!

Barack Hussein Obama II

Now it's official!

Conexão Obama: o presidente americano já não depende da imprensa (nem do governo) para falar com as pessoas.

http://www.youtube.com/watch?v=pTKTCgznoAQ

I am proud to announce my nominee for the next Justice of the United States Supreme Court: Judge Sonia Sotomayor.
This decision affects us all — and so it must involve us all. I’ve recorded a special message to personally introduce Judge Sotomayor and explain why I’m so confident she will make an excellent Justice.
Please watch the video, and then pass this note on to friends and family to include them in this historic moment.
Judge Sotomayor has lived the America Dream. Born and raised in a South Bronx housing project, she distinguished herself in academia and then as a hard-charging New York District Attorney.
Judge Sotomayor has gone on to earn bipartisan acclaim as one of America’s finest legal minds. As a Supreme Court Justice, she would bring more federal judicial experience to the Supreme Court than any Justice in 100 years. Judge Sotomayor would show fidelity to our Constitution and draw on a common-sense understanding of how the law affects our day-to-day lives.
A nomination for a lifetime appointment to the highest court in the land is one of the most important decisions a President can make. And the discussions that follow will be among the most important we have as a nation. You can begin the conversation today by watching this special message and then passing it on:

http://my.barackobama.com/SupremeCourt

Thank you,
President Barack Obama

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Sutra do Coração.

Prajnaparamita T'hagka
Livro Dalai Lama

Sadhana do Sutra do Coração - Editora Makara


Em sânscrito: Baghavat Prajnaparamita Hridaya
Em tibetano: Tchom Den De Ma She Rab Tchi Pa Rol Tu Tchi Pe Nying Po
Em português: A Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente – A Deusa Transcendente, Realizada e Vitoriosa

Indescritível, inconcebível e inexprimível, a perfeição do conhecimento transcendente é não nascida e incessante – a própria natureza do espaço. É o campo do estado desperto primordial autoconhecedor de cada um. Presto homenagem à mãe dos budas dos três tempos.

Homenagem à Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente!

Assim ouvi:

Certa vez o Conquistador Transcendente e Realizado encontrava-se no Pico dos Abutres, em Rajagriha, acompanhado de uma numerosa sanga de monges e bodisatvas.
Naquele momento, O Conquistador Transcendente e Realizado descansava em equilíbrio na absorção meditativa de examinar os fenômenos, conhecida como “o estado de profunda percepção”.
Naquele mesmo momento também, o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, examinava atentamente o caminho profundo pelo qual o conhecimento transcendente é consumado e viu com precisão que os cinco agregados da mente e do corpo são vazios de natureza própria.
Então, pelo poder de Buda, o valoroso Shariputra dirigiu as seguintes palavras para o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara:

- “Como deve proceder um filho de ascendência espiritual que deseje se engajar no caminho profundo pelo qual o conhecimento transcendente é consumado?”

Uma vez ditas essas palavras, o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, dirigiu as seguintes palavras para o valoroso Shariputra:

- “Ó Shariputra, os filhos ou filhas de ascendência espiritual que desejem se engajar no profundo caminho pelo qual o conhecimento transcendente é consumado deveriam ver com precisão desta maneira: deveriam ver, precisa, correta e intimamente, que seus cinco agregados da mente e do corpo são vazios de natureza própria.

A forma é vacuidade.
A vacuidade é forma.
A forma não é outra que não a vacuidade.
A vacuidade não é outra que a não forma.

Da mesma maneira, sensações, percepções, fatores condicionantes e modalidades de consciência são vazios. Ó Shariputra, assim todos os fenômenos são vacuidade – eles são características, não nascidos e incessantes, estão além da imperfeição e da perfeição. Eles não decrescem e não aumentam.

Ó Shariputra, portanto, com vacuidade não há forma, não há sensação, não há percepção, não há estados mentais e não há consciência. Não há os sentidos da visão, da audição, do olfato, do paladar, do tato ou da mente discursiva. Não há formas, não há sons, não há cheiros, não há sabores, não há sensações táteis e não há conceitos. Não há ignorância nem ausência de ignorância e assim por diante inclusive não há envelhecimento e morte, nem ausência de envelhecimento e morte. Do mesmo modo, não há sofrimento, não há origem do sofrimento, não há cessação do sofrimento e não há caminho. Não há estado desperto primordial, não há realização e não há falta de realização.

Ó Shariputra, portanto, por não haver realização para bodisatvas, em vez disso, eles subsistem por confiarem na perfeição do conhecimento transcendente. Já que as suas mentes são desobscurecidas, eles são destemidos. Eles estão muito além de quais quer concepções errôneas e, portanto, alcançam o estado consumado do nirvana. Além disso, todos os budas existentes nos três tempos tornam-se budas, despertam perfeita e completamente para a insuperável, verdadeira e perfeita iluminação, por confiarem na perfeição do conhecimento transcendente. Portanto, já que o mantra da perfeição do conhecimento transcendente, o mantra do supremo estado desperto intrínseco, o mantra insuperável, o mantra que traz igualdade ao que é desigual, o mantra que pacifica totalmente todo o sofrimento, não é falso, ele deveria ser conhecido como verdadeiro.
Recito o mantra da perfeição do conhecimento transcendente.”

OM GATÊ GATÊ PARAGATÊ PARASAMGATÊ BODHÍ SOHÁ

“- Ó, Shariputra, assim deveria treinar-se um grande e corajoso bodisatva na perfeição do conhecimento transcendente.”

Então, o Conquistador Transcendente e Realizado ergueu-se daquele estado de absorção meditativa e expressou sua aprovação ao grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, dizendo:

“- Excelente, excelente! Ó filho de ascendência espiritual, assim é. Assim é. Dessa mesma maneira que você acabou de mostrar, assim se deveria praticar a profunda perfeição do conhecimento transcendente. Os tatágatas se regozijam com isso.”

Uma vez que o conquistador Transcendente e Realizado conferiu esse mandamento, o valoroso Shariputra, o bodisatva Avalokiteshvara, o mundo inteiro de deuses, humanos, semi-deuses e gandarvas, todos se regozijaram. Eles exaltaram as palavras proferidas pelo Conquistador Transcendente e Realizado.

Assim termina a Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente

Sob o patrocínio real do Rei Trisong Deutsen, em meados do século VIII, o tradutor tibetano (lotsaua) Bhiksu Rintchen De traduziu este texto para o tibetano juntamente com o mestre indiano (pandita) Vimalamitra. Foi editado pelos grandes tradutores tibetanos (lotsauas) Guelo, Namka e outros. Este texto tibetano foi copiado de afresco em Guedje Tchemaling, um dos templos do glorioso Samye Vihara

Cosmos

O Cosmos

“A um rio que tudo arrasta, todos chamam de violento; mas ninguém chama violentas as margens que o aprisionam há séculos.” Bertolt Brecht

No Colégio Santa Dorotéia, sempre fui o primeiro lugar de todos os torneios de redações do colégio inteiro, mesmo dos graus superiores ao meu. É que sempre consegui me expressar melhor por meio da palavra escrita e não da falada. A fala, assim como todos os atos, dominada pela mente, por alguma motivação e pelas emoções aflitivas arrisca uma compreensão errônea, um julgamento posterior confuso e ardiloso por meio do ouvinte que depois a destorce e usa para jogar contra nós! A escrita está registrada e documentada!

Nas minhas lembranças mais remotas que remontam ao berço, fui uma criança cerceada, visada, vigiada, controlada e recriminada. As palavras ásperas e rudes ressoam no meu ouvido até hoje. Quando as escuto, causam-me um mal-estar interior e só depois de adulta, ou direi, velha, consegui compreender a causa desta repulsa apesar de ainda me estremecer.

Meus pais como todos os pais do mundo, queriam que a sua filha brilhasse. Não brilhei!

Minha avó materna é a única pessoa de quem tenho lembrança tranqüila. Falava baixo, manso e conseguia desta maneira que eu comesse todo alimento sem pressionar-me. Não contava estórias. Levava-me a colher flores, o cosmos que grassava nos matos ao redor da casa dela. Morreu antes que eu completasse oito anos.

Às vezes, ponho-me a pensar: se ela tivesse sobrevivido até a minha idade mais adulta, teria eu julgamentos discriminativos sobre ela? Então, passo a perceber essa morte prematura como uma bênção para a minha lembrança, diria eu, macia e suave. Minha filha, que já conta trinta e um anos e ainda tem minha mãe viva analisa-a e a seus atos.

Nunca tive um irmão ou irmã com quem pudesse contar como amigo. Pelos caprichos da vida, fui a primeira filha mulher tendo um irmão mais velho que, agora julgo eu, talvez tenha se sentido enciumado pela minha presença de menina cheia dos vestidos rendados e bordados. Ah, se ele pudesse imaginar como estas vestimentas me apertavam, arranhavam e incomodavam! Quatro anos e meio depois, nasce outro homenzinho. Só depois dos meus oito anos é que veio outra menina, depois outra e depois um menino.

Nada sei dos meus irmãos. Não conheço seus pensamentos. Não me lembro de ter um momento tranqüilo do tipo “jogar conversa fora” com nenhum deles. Fiquei isolada deles, como num limbo.

Na adolescência, fui tornando-me retraída, ensimesmada, trancada. Esse comportamento complicou minha situação e fui novamente taxada de esquisita, nervosa, estranha, de espírito difícil. As pessoas falam. Essa fama correu a família inteira, chegando até aos tios, primos, sobrinhos, cunhadas e outros agregados. Talvez eu seja mesmo uma mulher alterada, a ovelha negra da família.

Quando eu contava dezoito anos perco meu irmão caçula num acidente de carro. Não tendo passado no vestibular e ficando sem o tempo do colégio, comecei a trabalhar muito cedo e encontrei o homem que seria meu marido e pai dos meus filhos vida afora.

Aí, já é outra estória. Mas a relação com minha família de berço e infância já estava estragada. Jamais consegui resgatá-la porque meus pais e irmãos não gostam de ler e eu sempre consegui me expressar melhor por meio da palavra escrita e não da falada.

Por isso tornei-me budista, tomei refúgio no Buda, no Dharma e na Sangha, as Três Jóias e leio os livros dos lamas e monges cujas palavras me acalmam a mente.

http://www.loja.jardicentro.pt/product_info.php?products_id=145

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Lições do mestre Mingyur Rinpoche - Como lidar com o sofrimento?

Mingyur Rinpoche

O monge Mingyur Rinpoche estará no Brasil em agosto para difundir os ensinamentos do budismo tibetano. Sua agenda inclui ainda palestras sobre o seu livro Joyful Wisdom.
Mingyur Rinpoche estará no Brasil de 24 a 31 de agosto.

No Rio de Janeiro, dará o primeiro nível Dzogchen- Mahamudra, um alto ensinamento do budismo tibetano, duas iniciações (Karma Pakshi e Guru Rinpoche) e duas palestras públicas. Em São Paulo, ensinará a continuação do segundo e do terceiro nível de Dzogchen-Mahamudra a seus alunos, dará uma iniciação pública dos Mil Budas, duas palestras sobre seu livro Joyful Wisdom e outra denominada A Ciência da Meditação. Mais informações no site http://yongeybr.tripod.com/
Qual o meio mais habilidoso de não se cortar nas lâminas afiadas apresentadas pela vida? Mingyur Rinpoche, monge tibetano de 33 anos que hoje reúne milhares de alunos em todo o mundo, ensina no seu mais novo livro, Joyful Wisdom (Alegre Sabedoria), como enfrentar situações difíceis sem sofrer mais do que o necessário.
Nos monastérios onde viveu, ele era sempre o menorzinho da turma. Passava por debaixo das mesas quase sem abaixar a cabeça, corria de lá para cá como um ratinho e zanzava entre os monges mais velhos sem ser percebido. “Quando a sala de meditação estava cheia, vinha sempre alguém na minha direção para se sentar onde eu estava, pois era tão miudinho que o lugar parecia estar vazio”, conta ele.
Talvez por aparentar tamanha fragilidade e sentir-se tão desprotegido, o pequeno Yongey Mingyur sofreu muito. Tinha frequentes ataques de pânico, sentia-se amedrontado com as enormes (para ele) dimensões do monastério e atravessou noites seguidas com pesadelos horrorosos porque achava que alguém fosse acusá-lo de ter quebrado o vidro da sua janela que, um dia, apareceu rachado.
Justamente por isso, ninguém melhor do que ele para saber o que uma pessoa sente diante de uma situação que lhe parece avassaladora.
Seguindo os ensinamentos que lhe foram passados por seus mestres budistas, pouco a pouco Rinpoche começou a entender o processo de como caía nas armadilhas dos seus pensamentos e começava a sofrer. Algo que todos nós fazemos sem darmos conta.
No seu primeiro livro, Alegria de Viver, Descobrindo o Segredo da Felicidade (Campus Elsevier), Mingyur Rinpoche conta como superou seus traumas por meio da meditação. No segundo, o recém-lançado Joyful Wisdom (ainda sem tradução em português), ele explica quais atitudes e recursos temos para nos poupar do sofrimento inútil ou minimizar as dores que não se pode evitar. Acompanhe aqui algumas das preciosas lições de sabedoria do monge tibetano, ensinadas em seus livros, cursos e palestras. Com certeza elas têm a possibilidade de nos conduzir a uma vida mais plena, alegre e cheia de sabedoria.
o0o
1 - Dê um passo para trás

Dizem os ensinamentos budistas: não importa qual a situação, sempre é possível observá-la de outra perspectiva. Uma coisa é olhar para um rio mergulhado dentro dele, outra é vê-lo da margem e vislumbrar melhor o que ele é, o seu curso e onde vai parar. “Quando estamos totalmente imersos dentro da água, ou, de maneira correlata, dos nossos sofrimentos, podemos nos afogar sem perceber”, diz Mingyur Rinpoche. Nessa situação, a água entra pelo nariz, turva os olhos, não conseguimos respirar. “Não há nenhuma vantagem em permanecer assim. Então, nem que for por um instante, precisamos tentar sair da situação para encará-la de outra maneira”, ensina. Pelo menos para inspirar um pouco de oxigênio, se afastar da turbulência, nos fortalecer. Por momentos, podemos ver que não somos o próprio rio, só estamos envolvidos nele. Dar um passo para trás e observar o que acontece de outro ângulo é essencial para desenvolver outra perspectiva."Esse afastamento da situação pode ser muito positivo. A partir desse momento, ela não tem mais o poder de nos arrastar para o fundo do poço”, afirma o mestre. Esse distanciamento nos oferece uma nova visão da realidade, mais verdadeira e abrangente.
o0o
2 - Acolha a dor

“Os ensinamentos de Buda feitos há 2 500 anos não dizem como superar a solidão, o desconforto e o medo que preenchem nossa vida. Muito pelo contrário. Suas lições mostram que só seremos capazes de encontrar a liberdade ao aceitar os sentimentos provocados pelos percalços em que esbarramos no caminho”, relata Mingyur. Dessa maneira, podemos acolher o incômodo que as instabilidades nos trazem, sem deixar que elas possam nos imobilizar completamente. “Percebemos que estamos sofrendo, aceitamos essa condição. No entanto, não somos mais engolidos pela dor.”Uma das formas de facilitar esse processo é a meditação. Durante a prática, também podemos perceber o rio dos nossos pensamentos, e a turbulência emocional que se origina deles. “Mesmo hoje, 20 anos depois de aprender a meditar, ainda estou sujeito à maioria das emoções humanas”, conta Rinpoche. “Dificilmente seria alguém que poderia ser chamado de ‘iluminado’. Me canso, como todo mundo. Algumas vezes estou zangado, frustrado ou aborrecido. Mas agora, tendo aprendido a trabalhar com minha mente, percebi que essas experiências mudaram de nível.” Em vez de ser soterrado por elas, Mingyur aprendeu a acolhê-las e a aproveitar as lições que elas oferecem.
o0o
3 - Não compre o pacote todo

O cérebro humano está constantemente processando diversas faixas de informação por meio dos cinco sentidos. Ele as compara com experiências passadas, presentes e por vir, prepara o corpo para reagir de certa maneira e, ao mesmo tempo, áreas relacionadas com a memória e com a projeção do futuro são ativadas. Para facilitar esse processo de cognição, descarta algumas informações e sintetiza aquelas que selecionou num único pacote. É um sistema complexo que funciona razoavelmente bem para o que precisamos no dia-a-dia. “Mas a maneira de ele funcionar traz uma desvantagem ao ver as coisas como um todo”, diz o monge. “Dessa forma, podemos perder muitos dados importantes que teriam a capacidade de influir e modificar a nossa avaliação de determinada situação.” Ou seja, baseados em informações gerais fornecidas pelo cérebro, pensamos que a situação é de um determinado jeito, mas, na realidade, ela pode ser de outro. Trocando em miúdos, existe uma grande chance de estarmos completamente enganados.
o0o
4 - Desconfie dos seus julgamentos

Uma história contada no livro Joyful Wisdom ilustra bem essa possível interpretação equivocada da realidade. Certa vez, Mingyur Rinpoche estava no museu de cera de Paris, quando viu uma estátua do Dalai-Lama. Era uma reprodução perfeita e vívida do líder espiritual tibetano, embora estivesse ligeiramente na penumbra. Ele então chegou mais perto para olhar todos os detalhes, pois conhece Sua Santidade bastante bem. Estava assim entretido, quando um casal se aproximou. Ele não percebeu sua presença e continuou a atenta observação. Por sua vez, os dois turistas também o observavam detidamente, pensando que Rinpoche fazia parte da cena moldada com cera: o Dalai-Lama com um monge pequenininho ao lado. “Quando finalmente eu me mexi, os dois deram um grito de pavor”, lembra. “Eu, por minha vez, levei um susto com a presença deles. Depois de nos recuperarmos do choque, e darmos boas risadas juntos, me ocorreu que esse episódio fugaz era capaz de revelar um dramático aspecto da nossa condição humana”, conta Rinpoche. “Vemos o que esperamos ver, limitados por nossa própria capacidade de observação. E o que percebemos pode não ser a realidade como ela é.” Nos agarramos em nossas percepções e conclusões, e a defendemos com unhas e dentes, sem perceber que elas têm grande chance de não serem reais. “A realidade pode bem ser diferente daquilo em que acreditamos. Para compreender o que uma situação realmente é, teríamos de estar num estado que Buda chamou de ‘iluminado’”, explica o monge no seu livro. Ou seja, num estado não limitado por nossas percepções errôneas. A iluminação é como se, de repente, se acendesse a luz de um quarto escuro e a gente fosse capaz de ver como ele realmente se apresenta. E assim poder dizer: “Nossa, aquela coisa em que eu tropeçava sempre é uma mesa! Aquela outra coisa que achava que era um criado-mudo é uma cadeira!” Traduzindo: olhamos para a vida dominados por nossas percepções, concepções e emoções. E elas são filtros que distorcem a realidade. Portanto, aceitar que nossa visão tende a ser limitada, e que podemos não ter razão em nossos julgamentos, é sempre um bom começo para diminuir e relativizar as emoções dolorosas provocadas por eles.
o0o
5 - Aceite que sofrer faz parte da vida
Sofremos por diferentes razões. Mas uma das distinções mais cruciais, no entanto, é saber distinguir o sofrimento “natural” do sofrimento “autocriado”. O primeiro inclui tudo aquilo que não podemos evitar na vida. Classificados nos textos budistas como as dores ligadas ao nascimento, envelhecimento, doença e morte, são experiências que fazem parte das transições mais importantes da existência. Eles se apresentam como condições naturais que envolvem o desconforto físico. Mas há outro tipo de sofrimento que se desenvolve com base em avaliações psicológicas autocriadas, experiências que surgem de nossa interpretação de fatos e eventos, como ressentimento ou raiva contra as pessoas que não vivem do jeito que a gente gosta, inveja de quem tem mais do que nós ou uma ansiedade paralisante quando não há a mínima razão para isso. “Esses sentimentos dolorosos gerados por nossas concepções são baseados em histórias que contamos a nós mesmos, fortemente enraizadas em nosso inconsciente, sobre não ser suficientemente bom, rico o bastante, bonito ou seguro na medida certa, ou outras formas parecidas”, diz Rinpoche. O sofrimento autocriado é essencialmente uma invenção mental. “É como eu mesmo pude constatar com relação à minha própria ansiedade e medo, não é menos doloroso do que o natural.”“Mas, em vez de ficar julgando com pensamentos como ‘Por que eu estou sozinho?’, ‘Será que tem um jeito de sair disso?’, ‘Não quero mais sentir tal coisa de jeito nenhum!’, poderíamos olhar para esses sentimentos dolorosos e dizer que há solidão, há ansiedade, há medo, como se essa dor fosse uma condição não pessoal, mas algo que simplesmente faz parte da vida”, aconselha o monge. É uma maneira de compreender a Primeira Nobre Verdade ensinada por Buda: a de que o sofrimento (dukkha) existe e de que é uma condição natural da humanidade.“A palavra dukkha é traduzida no Ocidente, de uma maneira um tanto pesada, por sofrimento. Mas o termo se refere mais a um desconforto, algo que incomoda, aquela coisa que raspa no peito mesmo quando a gente está feliz”, explica o monge tibetano. “Aceitar que essa dor existe e que pertence ao nosso mundo, e não ficar o tempo todo lutando contra ela como algo a ser subjugado, é o primeiro grande passo para cessar aquilo que nos faz sofrer.”

Da Revista Bons Fluidos - Junho de 2009 -Direção de arte • Camilla Sola Texto • Liane Alves

Viva assim!

Fique tranquilo.
Aprenda a observar caramujos.
Plante jardins impossíveis.
Convide alguém perigoso para um chá.
Faça pequenos sinais que digam SIM, e cole todos pela casa.
Faça amigos com liberdade, sem desconfiança.
Olhe com esperança para seus sonhos.
Chore durante os filmes.
Num balanço à luz da lua, balance o mais alto que você puder.
Cultive o amor.
Recuse-se a ser “o responsável”.
Faça por amor.
Tire várias sonecas.
Desprenda-se do dinheiro.
Faça isso agora.
O dinheiro virá naturalmente.
Acredite em magia.
Dê muita risada.
Celebre todo momento glorioso.
Tome banhos de lua.
Tenha criações selvagens, sonhos transformadores e perfeita calma.
Desenhe nos muros, nas paredes.
Leia todo dia.
Imagine-se uma pessoa mágica.
Brinque com crianças.
Escute as pessoas mais velhas.
Esteja aberto.
Mergulhe fundo.
Seja livre.
Abençoe-se.
Deixe os medos de lado.
Divirta-se com tudo.
Entretenha sua criança interior.
Você é inocente.
Construa um forte com lençóis.
Molhe-se.
Abrace árvores.
Escreva cartas de amor.

(Autor desconhecido)

Sutra do Coração (Tibetano - Vajrayanna)

Sutra do Coração em sânscrito

Na língua da Índia: Bhagavati Prajnaparamita Hridaya.
Na língua do Tibet: Chomdendema Sherabkyi P'haröltuchinpe Nyingpo.

O primeiro verso diz:

Assim eu ouvi. Certa vez, o Bhagavan [Buddha] estava em Rajagriha, sobre a montanha Gridhrakuta, com uma grande assembléia de monges e uma grande assembléia de bodhisattvas.

Naquele momento, o Bhagavan entrou na concentração que expressa o ensinamento chamado "Iluminação Profunda". No mesmo momento, o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva [ser da iluminação, grande ser], enquanto praticava a profunda Perfeição da Sabedoria, viu os cinco agregados [forma, sensações, percepções, vontade, consciência] como sendo vazios em sua própria natureza.

Então, pelo poder do Buddha, o venerável Shariputra disse ao nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva: Como deve treinar o filho ou filha de nobre linhagem que deseje praticar a profunda Perfeição da Sabedoria?

Assim ele disse e o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva respondeu o seguinte ao venerável Shariputra: Ó Shariputra, um filho ou filha de nobre linhagem que deseje praticar a profunda Perfeição da Sabedoria deve ver deste modo: os cinco agregados são completamente vazios em sua própria natureza. A forma é vacuidade; a vacuidade é a forma. A vacuidade não é outra senão a forma; a forma não é outra senão a vacuidade. Assim também são a sensação, a percepção, a vontade e a consciência. Deste modo, Shariputra, todos os fenômenos são vacuidade, sem características. Não são produzidos nem interrompidos. Não são impuros nem puros. Não têm diminuição nem aumento.

Portanto, Shariputra, na vacuidade não há forma, sensação, percepção, vontade, consciência; não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, mente; não há cor, som, odor, sabor, tato, fenômeno; não há [reinos dos sentidos, desde] o reino da visão até o reino da mente; não há o reino dos fenômenos, não há o reino da consciência; não há [elos de surgimento dependente, desde] a ignorância e o fim da ignorância até a velhice-e-morte e o fim da velhice-e-morte; não há [as verdades nobres sobre] o sofrimento, a origem, a cessação, o caminho; não há sabedoria, nem atingimento ou não-atingimento. Portanto, Shariputra, como os Bodhisattvas não têm atingimento, eles permanecem na Perfeição da Sabedoria.


Como não há obscurecimento na mente, não há medo. Transcendendo as visões falsas, eles atingem o nirvana completo. Todos os Buddhas dos três tempos, através da Perfeição da Sabedoria, despertaram totalmente para a iluminação insuperável, completa e perfeita. Portanto, o mantra da Perfeição da Sabedoria, o mantra do grande conhecimento, o mantra insuperável, o mantra inigualável, o mantra que alivia todo sofrimento, deve ser conhecido como a verdade, pois não é falso. O mantra da Perfeição da Sabedoria é proclamado deste modo:

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SOHA

Deste modo, Shariputra, um Bodhisattva Mahasattva deve treinar na profunda Perfeição da Sabedoria.

Então, o Bhagavan levantou de sua concentração e elogiou o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva, dizendo: Bem dito, bem dito, ó filho de nobre linhagem! Assim é, ó filho de nobre linhagem, assim é! Deve-se praticar a profunda Perfeição da Sabedoria assim como você disse e todos os Tathagatas irão se regozijar.

Quando o Bhagavan disse isto, o venerável Shariputra, o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva, toda a assembléia e o mundo de devas, humanos, asuras e gandharvas se regozijaram e louvaram as palavras do Bhagavan.

Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria.

De http://www.dharmanet.com.br/

domingo, 24 de maio de 2009

Feed

Pronto! Agora meu Feedburner está funcionando direitinho!

Fotos da mobília-urgente!

Oi, gente! Tem que ler a estorinha antes das fotos senão ninguém vai entender, tá? Foi avaliada em quinze mil reais, mas minha filha disse que vende por dez mil porque é ur-gen-te! Geralmente, os tampos dos móveis são só folheados. Não é o caso: tanto o tampo da penteadeira quanto o do criado têm duas tábuas maciças! Quem se interessar é só postar no comentário que eu retorno.













sábado, 23 de maio de 2009

Vendo mobília urgente!

A impermanência faz coisas mesmo. O apego também.
Estorinha.
Quando eu tinha treze anos, meus pais me deram de presente de aniversário uma mobília de jacarandá novinha em folha. Só que, como era surpresa, - detesto surpresa - foram eles que escolheram. Uma cama larga, um criado mudo, uma penteadeira com espelho de cristal bizotado e moldura de jacarandá e uma cadeira que o encosto era igual a cabeceira e a peseira da cama.
Até aí tudo bem. Antigamente, né, as pessoas ainda moravam em casas, meu quarto era grande, uns quatro por quatro mais ou menos e tudo cabia direitinho e ainda sobrava espaço para uma prateleirinha também de jacarandá, uma prancheta e uma mesa de trabalho.
Depois de quatro anos de curso superior, me formei em decoração de interiores aos vinte e cinco, me casei aos vinte e seis e carreguei a mobília toda do quarto comigo para o nosso apartamento novinho e feito sob medida porque ainda era uma decoradora exercendo a profissão na maior empolgação!
Coloquei a mobília no quarto de hóspedes. Mas aí, só coube a cama, o criado, a penteadeira com a cadeira e o espelho e a mesa de trabalho um pouquinho atravancados. Sai a prancheta com o banquinho pro quarto que era minha oficina de trabalho. Dava prá levar.
Nasce filha, tira a mesa de trabalho, põe o berço. Nascem mais dois filhos, fica berço, compra um beliche e uma cômoda e tira a tal da mobília, põe no quarto que era a minha oficina de artesanato, decoração e costura. Já era!
Os filhos cresceram. Cresceram mesmo, viraram adultos e cada um quer seu quarto. Até o da empregada foi tomado!
E a mobília? Minha filha odeia! Já deu até briga! Quer porque quer vender e comprar uma da Tok Stok ou similar. Mas quem vai dar o que a mobília vale?
Então taca a correr atrás prá vender uma mobília antiga de jacarandá maciço feita por um artista que até já morreu prá comprar móveis retinhos e branquinhos da Tok Stok ou similar. Até o taco do chão ela quer pintar de branco.
E aí? Alguém se interessa? Tô vendendo porque a impermanência se interpôs e o apego? Quero não!

Moça da Gol

A estória é manjada, mas tem sempre gente que não sabe. E é engraçada mesmo. Vamo lá!

COMO TRATAR AS PESSOAS GROSSAS

Para todos os que têm de tratar com clientes irritantes, ou com pessoas que se acham superiores aos outros, aprendam com a funcionária da GOL. Destrua um ignorante sendo original, como ela foi.

Uma funcionária da GOL, no aeroporto de Congonhas, São Paulo, deveria ganhar um prêmio por ter sido esperta, divertida e ter atingido seu objetivo, quando teve que lidar com um passageiro que, provavelmente, merecia voar junto com a bagagem...

Um vôo lotado da GOL foi cancelado. Uma única funcionária atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de passageiros.
De repente, um passageiro irritado cortou toda a fila até o balcão, atirou o bilhete e disse:
- Eu tenho que estar neste vôo, e tem que ser na primeira classe!
A funcionária respondeu:
- O senhor me desculpe, terei todo o prazer em ajudar, mas tenho que atender estas pessoas primeiro, já que elas também estão aguardando pacientemente na fila. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo.
O passageiro ficou irredutível e disse, bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você faz alguma idéia de quem eu sou?
Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu um instante e pegou no microfone anunciando:
- Posso ter um minuto da atenção dos senhores, por favor? (a voz ecoou por todo o terminal). E continuou:- Nós temos aqui no balcão um passageiro que não sabe quem é, deve estar perdido... Se alguém é responsável por ele, ou é parente, ou então puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade, favor comparecer aqui no balcão da GOL. Obrigada.
Com as pessoas atrás dele gargalhando histericamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Eu vou te foder!
Sem recuar, ela sorriu e disse:
- Desculpe, meu senhor, mas mesmo para isso, o senhor vai ter que esperar na fila; tem muita gente querendo o mesmo...

İManos arriba! İEsto és um assalto!

Pois é. Tentaram me assaltar. Eu estava indo para uma palestra da Lama Tsering lá na sala do budismo. Eu vou a pé, que tenho carro, não, e é muito mais perto.

Então. Foi dia 30 de abril, véspera do 1º de maio e o trânsito estava tão engarrafado que eu chegava antes dos carros! Quando cheguei quase na esquina da Major Lopes, pula na minha frente um galalau de um metro e oitenta, meio claro, tipo o que chamam de nego-aço e diz:

-Aí, tia! me dá o celular! E num grita, não, senão te dou um tiro! Anda, tia! O celular!

Eu olhei bem nos olhos dele e, com um sorriso idiota de quem não se dá conta do que está acontecendo, disse:

-Ô, meu filho, tenho celular não...

E não tinha mesmo, estava só com a chave de casa e uma caneta e caderneta pra anotar. Aí, continuando com o sorriso idiota e sem perder o contato visual, falei toda animadinha:

- Aqui! Eu tô indo pro BUDISMO!

Falei bem articulado que eles acham que é coisa do demo enquanto, pela minha visão periférica, já via um cara no congestionamento abrindo a porta do carro prá me acudir. Não precisou. Continuei.

- Não quer ir comigo, não? Vou rezar! Vamo rezar comigo? Qué não?

O malaco deu um pulo no olhar, sabe, aqueles de recuo e disse:

- Não! Beleza, tia! Tá liberado!

E cascou fora fazendo o tal do liberado prá mim com o polegar prá cima!

Quem não deve ter entendido nada foi o cara do congestionamento, enquanto eu tinha um ataque de risos até chegar no budismo!

Várias versões:
Do pessoal viajandão do budismo: - Ah, deve ser a sua energia búdica!

Tá, viu? Energia eu tava era de dar um chute no saco do cara!

Do pessoal não-viajandão do budismo: - O assalto demorou muito e o cara desistiu.

Versão minha e dos porteiros do prédio:

1) Eu conheço o cara do morro de tanto ficar na porta do prédio e ele me reconheceu.
2) Contato visual é perigoso, mas, às vezes, com o olhar de "tia" idiota e chamando o cara de "ô, meu filho", ele desistiu.
3) Sem dúvida, a palavra BUDISMO funciona.
4) E ele tava armado coisa nenhuma!

Uma coisa eu tenho certeza. Assim como a moça da Gol, tem que ter calma e presença de espírito! Conhece a moça da Gol, não? Já-já eu conto.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Re-encarnação


"Uma consideração a se fazer é pensar que na outra vida eu fui um rei, nessa eu também sou e na outra também serei! Se tudo fosse permanente eu serei o que sou agora e sou o que fui ontem!
Mas há um instinto dentro de nós que diz que podemos ser melhores. Há uma citação de Atisha que diz que, se você quer saber o que você foi no passado, você deve olhar para você agora; se você quer saber o que será no futuro; olhe para você agora!
A impermanência mais grosseira é ver que somos seres humanos de uma vida para outra acontecendo. A impermanência sutil acontece a cada instante."
Jigmed Tromge Rinpoche

Novela e novelo



Deparei-me com as palavras desenredar, desenovelar e fiquei pensando.

Será que a palavra novela vem de novelo? Enredo? Rede? Tem muita gente que tece enquanto vê novela. Não é o meu caso agora, mas já fiz isso. Hoje não vejo novela nem estou tecendo. Mas a novela vai se desenredando enquanto as pessoas vão desnovelando seu novelo e tecendo uma teia, uma rede, uma trama, um tecido.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Aperfeiçoando a Paciência.

Patrul Rinpoche era conhecido pelo seu estilo de vida simples e totalmente desapegado, seu comportamento irreverente e sua aparência despretensiosa. Sua erudição e realização espiritual eram extraordinárias. Profundamente preocupado em manter os praticantes focados na essência da espiritualidade, ele nunca hesitou em denunciar a pretensão e a hipocrisia.

Há um século atrás, o Iluminado Vagabundo, Patrul Rinpoche, divagava como um mendicante anônimo, quando ficou sabendo de um famoso eremita que vivia há muito tempo em reclusão. Patrul foi visitá-lo. Entrou na escura caverna do monge, sem ser convidado, espiando por todos os lados com um sorriso irônico em seu rosto castigado.
- Quem és? De onde viestes, para onde vais? - quis saber o eremita
- Venho da direção atrás das minhas costas e vou para a direção que está a minha frente. - respondeu Patrul
O eremita ficou perplexo.
- Onde nascestes?
- Na terra. - foi a resposta de Patrul.
O eremita ficou um pouco agitado.
- Como é teu nome? - exigiu o eremita
-“Iogue Além da Ação” - respondeu o convidado inesperado.
Então Patrul Rinpoche inocentemente perguntou porque o eremita vivia em um lugar tão remoto. Era uma questão que o eremita, com algum orgulho, estava preparado para responder.
- Estou aqui há vinte anos. Tenho meditado na Perfeição da Paciência Transcendental. - disse ele.
- Essa é boa! - disse o visitante anônimo.
Então, chegando mais perto, como se para dizer um segredo, Patrul sussurrou:
- Uma proeza que nem nós dois juntos conseguiríamos realizar!
O irado eremita levantou rápido de seu assento:
- Quem tu pensas que és, perturbando assim meu retiro? O que te fez vir até aqui? Por que não podes deixar um humilde praticante como eu meditar em paz? - explodiu ele.
- E agora amigo? Onde está a sua perfeita paciência? - perguntou calmamente Patrul Rinpoche.

Dharamsala - Forjando el Futuro de los Tibetanos

Click para agrandar

Por Temtsel Hao Open Democracy News Analysis
Online29 de abril de 2009

La capital de la comunidad tibetana en exilio es un crisol donde la identidad nacional y política está siendo restaurada. El proceso también vuelve aparente los flujos de la política y el pensamiento oficiales de China con respecto a Tíbet, dice Temtsel Hao.
La actitud de las autoridades en la República Popular China (RPC) hacia el Dalai Lama y los tibetanos en exilio es reminiscencia de la respuesta de Joseph Stalin cuando al dictador soviético se le advirtió evitar el conflicto con la iglesia católica: "¿Con cuántas divisiones cuenta el Papa?"
El desdén rutinario de Beijing tiene eco en La China Infeliz, un trabajo de súper venta de un grupo de portavoces con estilo personal para el nacionalismo chino. Uno de los autores dice que China no tiene necesidad alguna de discutir con Occidente si Tíbet fue parte de China históricamente o si es parte legítima de la China actual: China sólo necesita dejar en claro que ocupó Tíbet en 1959. ¿Qué puede hacer Occidente? El caso de realismo brutal y "poder fuerte" en los que el verdadero control importa más que cualquier justificación moral o histórica, revela una corriente de pensamiento significativa en la China contemporánea (ver Song Xiaojun, Wang Xiadodong, Huang Jisu, Song Qiang & Liu Yang, La China Infeliz (Unhappy China) [Jiangsu, People's Press, 2009]
La respuesta a la versión actualizada de la pregunta de Joseph Stalin está clara a partir de una visita a Dharamsala al norte del estado indio de Himachal Pradesh done el Dalai Lama y el gobierno tibetano en exilio se establecieron desde su huída de Tíbet hace cincuenta años. El líder espiritual de Tíbet no tiene ninguna división, excepto algunos guardaespaldas (no armadas) en su residencia. A lo largo del camino por la montaña que lleva a Dharamsala, un visitante puede ver muchos soldados – pero ellos son gurkha, y pertenecen a las fuerzas armadas de India que están establecidas en las cercanías. En realidad, muchos vienen aquí justamente porque Dharamsala representa los valores predicados por el Dalai Lama y personificados por las comunidades tibetanas en exilio: la armonía de las culturas tibetanas e indias, la tranquila inspiración del espíritu, "el poder blando".
Un escultor de madera ghurkha me dijo que cuando los tibetanos llegaron a McLeod Ganj (la parte alta de Dharamsala, recinto del templo y la residencia del Dalai Lama) en 1960, la pequeña estación montañesa construida por los británicos sólo tenía tres residencias. La presencia de los tibetanos ha traído turismo y prosperidad económica a la región, y todos los lugareños se han beneficiado. Él se preocupa de que un arreglo del tema de Tíbet que llevó a los lamas tibetanos a dejar su hogar resulte negativo para la economía y trabajos locales. Sarnas, un escritor hindú en el área quien creció junto a la comunidad tibetana en Dharamsala, también es pesimista sobre el posible regreso de los tibetanos a su tierra; pero él alaba la armonía y riqueza culturales que ellos trajeron al lugar.

El otro lado
La presencia tibetana en Dharamsala – "La pequeña Lhasa" – la ha vuelto una atracción global para peregrinos, turistas y montañeses. Al otro lado de la montaña del Himalaya, el cierre de Lhasa en sí a turistas y periodistas extranjeros desde las protestas y las resultantes medidas represivas en marzo de 2008 ha acentuado esta tendencia. En las calles, cafés y restaurantes de McLeod Ganj, los monjes tibetanos se mezclan con turistas internacionales y extranjeros "localizados" que han pasado muchos años en los monasterios y organizaciones voluntarias aquí. Muchos de ellos usan vestuario tibetano o indio.

En la Región Autónoma de Tíbet (RAT) y todo lugar en China, la presencia de tibetanos exiliados y los retratos del Dalai Lama son tabúes políticos. Pero en Dharamsala todo está a disposición desde "el otro lado": noticias en televisión y propaganda en distintos canales chinos en idioma tibetano, dramas y (nuevamente) programas de propaganda doblada al tibetano. Su audiencia objetivo original son los tibetanos étnicos que viven en la RAT y en regiones vecinas a la RPC donde muchos tibetanos residen (Qinghai, Gansu y Sichuan – o en las tibetanas U-Tsang Amdo y Kham).

Los oficiales del gobierno tibetano en exilio expresan su confianza en cuanto a que los tibetanos en Dharamsala no resultarán con un lavado de cerebro a partir de estos canales de televisión chinos, incluso es algo bueno para las comunidades tibetanas para conocer los argumentos chinos. De hecho, algunos tibetanos jóvenes en Dharamsala me indicaron riéndose algunos absurdos en la propaganda de los programas de televisión. Los oficiales tibetanos, cuando consultados sobre cómo van a manejar la gran ofensiva internacional del gobierno chino, expresaron su confianza en que el mantenerse abiertos y honestos es todo lo que necesitan.

Sus recursos pueden ser débiles cuando comparados con los de Beijing, pero ellos confían en que la verdad está de su lado y que la campaña del gobierno chino no logrará el objetivo esperado. Como evidencia, el oficial del gobierno en exilio, Thubten Samphel citó un anuncio de doce páginas que alaba las políticas de China en Tíbet que apareció en el periódico Daily Times de Malaui en marzo de 2009. Thubten Samphel dijo que la presentación -costeada por la embajada china en Lilongüe-, en realidad ayudó a la causa tibetana al internacionalizar el tema en el distante Malaui, donde sólo unos pocos habían oído de Tíbet.

La ecuanimidad tibetana se está viendo afectada. Dharamsala es más pequeña que una ciudad regular en China y posee recursos económicos modestos, aunque hay una notable calma ante la tercera economía más grande y (probablemente) poder militar en el mundo. Algo de esto puede deberse al regular flujo de nuevos arribados desde Tíbet. El gobierno chino ha usado una variedad de formas (desde el control de información a una fuerte inversión en infraestructura y proyectos de viviendas) para convencer a los tibetanos que están mejor bajo su cuidado. Esto no ha detenido a los tibetanos a arriesgar sus vidas en arduos viajes por el Himalaya para comenzar la próxima etapa de sus vidas como refugiados. Conocí a algunos de estos tibetanos en un centro de recepción de refugiados. Algunos querían una mejor educación, otros deseaban hacerse monjes en los monasterios, algunos sólo querían una vida mejor; ninguno quería regresar a su patria mientras estuviese bajo control chino.

Muchos de los refugiados tibetanos en Dharamsala saben chino. Un pasatiempo favorito de los jóvenes es ir a los cafés Internet, ver video-clips chinos y sacar ventaja del software popular para chatear en línea con jóvenes chinos. Un visitante rápidamente se da cuenta de que los tibetanos que hacen llamadas internacionales a sus parientes y amigos al otro lado del Himalaya, a menudo, hablan en chino.

Los jóvenes tibetanos que han sido educados en el sistema chino, incluyendo aquellos que llegan hasta Dharamsala, son fluidos en chino. Tsegyam, el secretario del Dalai Lama me dijo que desde los años 80, las autoridades chinas instauraron un programa a gran escala con la intención de producir una nueva generación de tibetanos pro China. Esto implicó seleccionar a niños tibetanos para que enseñen en escuelas especiales en las diversas provincias chinas. Los primeros graduados tibetanos de estas escuelas ahora ya tienen 20 años; muchos son muy activos en su expresión de sentimientos nacionalistas pro Tíbet en foros chinos en línea.

Un mundo de diferencia
El político de Singapur, Lee Kuan Yew sugirió que los chinos solo necesitan una cosa para resolver el problema tibetano: tiempo. "(Los chinos) necesitan tiempo para traer una nueva generación (de tibetanos): hablando chino, pensando como chinos e integrándose … a China", expresó un ex primer ministro en una entrevista en abril de 2009. La evidencia de las permanentes protestas anti China en las regiones tibetanas de China, el continuo flujo de tibetanos a Dharamsala, y el comportamiento y actitudes sociales de los jóvenes tibetanos demuestran que aquellos que incluso "hablan chino" no necesariamente "piensan como chinos".

Lo que asumen las palabras de Lee Kuan Yew – que los chinos piensan de una forma parecida, y que los tibetanos pueden ser asimilados-, puede relacionarse a su fe de largo tiempo en "los valores asiáticos". La opinión del actor de cine de Hong Kong Jackie Chan, quien dijo en una conferencia de líderes de negocios que "los chinos necesitan ser controlados" , refleja una creencia similar. Pero muchos chinos rebaten la idea de que el autoritarismo sea beneficioso y que ellos hayan de someter sus voces y aceptar la usurpación de sus derechos. En la opinión de ellos, "pensar como chino" significa pensar como un pueblo libre.

Incluso los nacionalistas chinos de izquierda que produjeron La China Infeliz (Unhappy china) combinaron su llamado a una mayor aserción de los derechos nacionales de China en la arena internacional con énfasis en que China necesita "mejorar los derechos humanos internamente" . En esto, ellos evitan, al menos, la presunción de muchos de sus contrapartes occidentales que niegan los derechos humanos y cívicos a los chinos (y otros) sólo porque son los americanos u otros occidentales quienes hacen el llamado.

Una presunción separada aflige a aquellos forasteros que sí apoyan los derechos humanos y cívicos para los chinos, pero que tienden a asociar el tema con una política orientada hacia el exterior de anticolonialismo y nacionalismo anti Occidente. En estos, ellos se niegan a reconocer que los tibetanos –al igual que otras minorías étnicas no chinas-, puedan tener motivos de queja legítimos en sus propios términos, independiente de la geopolítica de China versus Occidente.

Algunos intelectuales y escritores liberales en China comparten este punto "ciego", en el que ellos también niegan la existencia autónoma de temas étnicos y derechos para las minorías. Ellos arguyen que el problema tibetano es el producto de la tontería ideológica de los comunistas chinos al copiar la teoría y políticas de Lenin y Joseph Stalin sobre la nacionalidad. Al reconocer la realidad de la diferencia étnica y al prometer un grado de libre determinación y autonomía a las diversas "nacionalidades" , los comunistas chinos crearon problemas imposibles en el manejo y control políticos para ellos mismos (ver Li Datong, "El Tíbet de China: un tema sin respuesta", 16 de abril de 2009).

El defecto en este punto de vista es que al cargar la responsabilidad de los problemas étnicos exclusivamente a los chinos comunistas, no se puede entender las identidades étnicas (excepto aquellas de los chinos Han) en términos de las verdaderas diferencias sociales, culturales y territoriales. La implicancia es que un cambio de política bajo un gobierno central de otro tipo resolvería el "problema" tibetano y cualquier otro.

Pero la experiencia de anteriores regímenes chinos sugiere que aquí existe un gran elemento de evasión, Sun-Yat-Sen, "el padre fundador" de la República de China, creía que la integración debía alcanzarse al "asimilar todos los distintos pueblos en China en una sola nación". Él recomendó "imitar a los Estados Unidos", de manera que "chinos, manchúes, mongoles y tibetanos sean asimilados en una nación china y formen un estado-nación" . Su sucesor Chiang Kai-shek ni siquiera reconoció la existencia de nacionalidades distintas y dijo que todos los diversos pueblos dentro de China eran del mismo grupo.
El evitar la realidad de esta diferencia, la legitimidad de las identidades étnicas, y la existencia de las quejas y aspiraciones colectivas, tiene así raíces más profundas en la historia china. Muchas personas dentro y fuera de China de aparente diferencia, de izquierda o liberales, posturas políticas, han llegado a compartir esto. Esto le otorga a la agenda definida por las autoridades chinas en Tíbet y otras regiones de minorías no chinas, un avance libre.

Un vacío chino
Los líderes chinos en cuatro décadas –desde Deng Xiaoping y Jiang Zemin hasta Hu Jintao y Wen Jiabao-, todos han expresado en algún momento ideas muy similares sobre los problemas étnicos, lo que refleja una mentalidad que podría llamarse `reducción económica y política'. La idea de que el desarrollo económico en las regiones minoritarias, respaldado por un estado poderoso dedicado a una agenda de asimilación, sería suficiente para disolver los problemas no ha resultado en Tíbet y ningún otro lugar.

El contraste entre las fallas de comprensión de las autoridades chinas aquí y la mentalidad de los tibetanos en Dharamsala destaca los límites del enfoque de Beijing. Hu Jintao puede haber dicho al 17º congreso del Partido Comunista Chino en octubre de 2007 que China necesitaba aumentar su poder blando, pero esto no se extiende al tema tibetano. La designación de los acontecimientos de 1959 en marzo 28 de 2009 como "Día de la Emancipación de la Servitud" recicló la visión de la sociedad tibetana antes de 1949 como atrapada en la esclavitud teocrática, varias "etapas" atrás en la sociedad china misma en la jerarquía de Marx en cuanto al desarrollo social. Pero el abandono de la ideología marxista por parte del partido chino en mando sólo enfatiza su vacío intelectual, la carencia de un sistema de creencia persuasivo que puede competir con el prometido por el Dalai Lama y el gobierno tibetano en exilio.

De nuevo, el sorprendente desequilibrio de poder no resulta cómodo para la autoridad china que ve al Dalai Lama como la fuente del problema. Pues, son los tibetanos en Dharamsala quienes completaron la reforma democrática de su modelo de gobierno, incluyendo una separación de poderes. Esto ha alcanzado incluso un efecto mayor; el vocero del gobierno tibetano en exilio, Penpa Tsering, me dijo que Bután ha aprendido de la constitución tibetana en su propio experimento democrático. China ha apostado el futuro del tema de Tíbet fuertemente en la sucesión del Dalai Lama, pero el mismo Dalai Lama ha puesto el tema de la sucesión en un marco más impersonal y democrático. "El tema de Tíbet no se relaciona con el futuro del Dalai Lama", dice él. En un marco democrático comparativo y global, ¿quién se encuentra delante del otro?

La estrella que cambia Dharamsala tiene cierta afinidad con un lugar chino que de igual forma se volvió un sitio de atracción cultural, ideales políticos e inspiración personal – y entrenamiento de grupos para prepararlos para el momento de la transformació n. Éste es el Yanan de la era de la guerra sino-japonesa (1931-45). La visita de Edgar Snow en 1936, registrada en La Estrella Roja sobre China, inspiró el peregrinaje de muchos jóvenes idealistas chinos al santuario de los comunistas chinos en las cuevas de Yanan.

Los cincuenta años de mando comunista en Tíbet han visto miles de jóvenes tibetanos que escapan hacia Dharamsala, en muchos casos encontrando el santuario también del progreso personal; Dharamsala ha permitido a personas de las áreas tibetanas pobres, rurales, de escasa educación y pocas perspectivas de carrera en China, llegar a ser profesionales (editores, eruditos, funcionarios de gobierno) cuyos horizontes se extienden por el mundo.

Hoy, Dharamsala, al igual que Yanan en los años 1930-40, enfrenta su propio "problema" de un gobierno chino poderoso e inflexible. Ha acumulado muchos bienes en este camino de cincuenta años (incluyendo el crédito resultante de los equivalentes a Edgar Snow, que contribuyó inmensamente a su poder blando). Tal vez, lo más importante es la experiencia de las generaciones de tibetanos que han ayudado a crear y renovar la identidad e instituciones políticas tibetanas. Ellos serán parte del futuro de Tíbet. El reconocimiento de esto por parte de China, como diría Lee Kwan Yew, es sólo cosa de tiempo.

Nota: Temtsel Hao es un periodista del Servicio Mundial de BBC en Londres. Además de sus informes, columnas escritas y blog sobre China y asuntos internacionales, Temtsel también escribe sobre temas de minorías étnicas en China y la libertad de prensa.
Postado por Rogel Samuel via e-mail

Avatar: Um Bodisatva Não é Uma Lenda - Um paralelo entre os ensinamentos budistas e a série de animação Avatar



Se você é uma ou um praticante budista, tem um filho pequeno e, depois da conversão, anda com medo do que o pimpolho anda vendo pela TV, jogando na escola, se influenciando por aí, saiba que nem só de inferno vive a mídia.
Esses tais tempos de degenerescência têm esse nome complicado porque é assim que o mundo está, dizem. Como tudo que nasce um dia vai declinar, não seria diferente com o Darma. Ele nasceu e vai se extinguir.
E os “sinais dos tempos”, como dizem os profetas, são esse mundo de influências que nos rodeia e nos faz de marionetes, pipocando pra lá e pra cá, coçando a cabeça diante de um monastério, sorrindo prum méquidonaldis, sentando a bunda numa choupana na beira de um penhasco himalaio e batendo uma bolinha com os amigos, como se tudo fosse a mesma degenerada e feliz coisa.
Bom, por um lado, é mesmo. Para a visão última, para a natureza búdica, para a tradição Dzogchen nada escapa do fio da natureza primordial. Logo, em última análise (última mesmo), não há nada errado com o mundo e Buda está inclusive na carne de minhoca que você come todo dia depois de pagar no mínimo cinco pilas no draivetru. Mas o próprio Guru Rinpoche nos alerta sobre o risco de tomarmos isso como desculpa para não praticar. Em outras palavras: tudo já é, mas você está vendo que é?
Bom, mas o que acontece nesses tais tempos de degenerescência é que tanto coisas positivas quanto negativas, tanto caminhos para a iluminação quanto iscas do samsara, vem no mesmo balaio.
A prática é gerar o olho que sabe filtrar essas coisas para poder pescar as mais tenras e puras. Estou longe de ter desenvolvido esse olho, mas suspeito que uma das coisas boas, ou seja, com forte potencial de mostrar o caminho que pode nos conduzir à liberação, ou, para usar o jargão cebbiano, um bom meio hábil que está sendo transmitido (ora vejam!) pela Rede Globo de Televisão (um dos mais potentes balaios que tudo transmite, comparável ao Império Romano, que aceitava todas as religiões como estratégia de dominação) é um desenho animado chamado Avatar: a lenda de Aang (Avatar: The Legend of Aang).
Na verdade, ele é de propriedade da Nickelodeon e pode ser baixado na íntegra no site Mundo Avatar. Na TV Globinho ele passa com cortes por causa do curto horário e já está na terceira temporada. Vale a pena entrar no site e ver desde o primeiro episódio para acompanhar bem a saga de Aang.

Há muito tempo as nações viviam em paz e harmonia. Os quatro elementos conviviam tranquilamente. Mas tudo se desequilibrou quando a Nação do Fogo resolveu atacar. O Avatar domina os quatro elementos e é o único que pode restabelecer a ordem. Contudo, devido a crises naturais que brotam quando um ser é diferenciado dos demais, ele se isolou e permaneceu congelado por 100 anos. Quando ele retorna, encontrado por um casal de irmãos (uma bela dupla Espírito/Carne; Feminino/Masculino; Coragem/Medo; Determinação/Preguiça; Katara/Sokka) o planeta está mergulhado em guerra. A primeira temporada inteira conta a viagem dos três rumo ao Pólo Norte.

Os detalhes peculiares e interessantes estão, por exemplo, no paralelo AvatarTulku. Ou seja, o Avatar também é uma reencarnação de um Avatar anterior, chamado Roko. Ele aparece para o menino, apontando caminhos, buscando encorajá-lo, mostrando que, na verdade, eles são a mesma pessoa.
Também o Avatar é reconhecido através de testes muito parecidos com aqueles que se fazem para localizar os grandes mestres reencarnados. E isso acontece num monastério, onde Aang convive com centenas de outros mongezinhos que brincam e se divertem, numa espécie de reprodução dos cenários que vemos em filmes como "A Copa" e "Samsara".
Também é muito interessante ver como, apesar de ele ser um Avatar reconhecido, ele precisa treinar como todos os mestres budistas. Nesse aprendizado, ele se mostra incrivelmente humano e tipicamente infantil (não infantilóide), o que o aproxima muito do público telespectador: fica irritável quando não consegue aprender logo, não tem muita paciência pra meditar, uma das exigências de um dos mestres dele. Ao mesmo tempo, a exemplo do próprio Buda, mostra-se surpreendentemente hábil, como se todo aquele conhecimento já estivesse presente desde sempre dentro dele.

Dois dos episódios mais significativos da primeira temporada (a única a que assisti até agora): em um deles, Aang precisa pacificar um espírito da floresta. É hilário e encantador ver que ele não tenta fazer isso através da força, mas busca conversar com o espírito, amigavelmente, de acordo com a sua tarefa como Avatar (e como bodisatva?). Ao fim, meio sem saber como, ele faz a ponte entre o mundo espiritual e o terreno, num claro exemplo de xamanismo, o que nos remete à noção budista de que estamos constantemente vivendo em bordos, ou seja, num limiar tênue em relação à verdade última. Rituais budistas como o Sur (Puja do Fogo) são ótimos exemplos dessa tentativa de conexão. O outro episódio se chama “A Grande Divisão” e nada mais é do que a atividade incessante de um bodisatva. Duas tribos – claramente Reino dos Deuses e Reino dos Infernos ou Fantasmas Famintos – que se odeiam precisam atravessar uma encosta lado a lado e Aang deverá ser o mediador dos conflitos que surgirão. Conflitos esses que se iniciaram por um grave mal-entendido, ou de acordo com a designação do próprio Avatar (não vou contar pra não perder a graça). O mágico é: a mente construindo mundos.

Um outro detalhe muito interessante é que, mesmo que haja um vilão (ou mais de um), como todo desenho de aventura que se preze deve ter, há um esforço em mostrar o lado humano e as motivações que levam, no caso, por exemplo, o príncipe Zucco a caçar tão desesperadamente o Avatar. Há até um ensaio de amizade entre os dois. O que contribui para isso é justamente a questão dos elementos, ou seja, todos os elementos convivem em paz. A vida na Terra é harmoniosa se os elementos estão equilibrados. Não é um inimigo que resolve dominar, mas um desequilíbrio que acontece naturalmente, como quando há uma enchente ou uma fileira de casas é queimada.

Na dúvida, resolvi fazer o teste com um primo meu, chamado Gabriel, de 9 anos. Ele iniciou a conversa acusando a Nação do Fogo de ser “do mal”, mas diante de alguns episódios e alguma conversa depois, ele logo estava vendo diferente. Aspiro que sigamos nesse diálogo e se possível postarei outros relatos da conversa aqui.

Não costumo ver tevê e tenho a tendência a refutar os excessos – às vezes caindo perigosamente no caminho do ouvinte/obedecente –, mas devo dizer que Avatar é uma boa recomendação. Nada passa despercebido e nenhum personagem parece estar aí por acaso. Eles vão se revelando aos poucos, mostrando suas funções e sempre, me parece, contribuindo para uma percepção lúcida da realidade. Esteja atento para o que vê. Esteja atento para o que seus filhos vêem. Aproveite para trocar uma ideia com eles de igual pra igual.
Mas deixe a liberdade operar. Mais cedo ou mais tarde, todos vamos nos liberar. Agora, quando podemos acelerar esse processo, é bom aproveitar. EMAHO!
Da revista "Bodisatva - Um Olhar Budista"

domingo, 17 de maio de 2009

As Trinta e Sete Práticas de um Bodhisattva


No Budismo Vajrayana, dentro das sadhanas, primeiramente se faz a prece de refugio, onde se atualiza, o voto de refúgio, que é o de estarmos fazendo a prática para o benefício de todos os seres. Pensar no sofrimento dos seres, como motivação primeira, estabelece a "bodichitta", ou "mente altruísta". A bodichitta é de fato, a condição necessária, para toda prática de meditação. Sem ela, a motivação, e a própria prática, passam a não ter sentido, e nenhuma transformação pode se operar. O desenvolvimento da bodhichita é essencial. Todos os Budas e Bodhisattvas atingiram a realização através de primeiro terem desenvolvido a bodhichita eles mesmos. Devido a realização do estágio de bodhisattva vir de se cultivar a bodhichita, nós precisamos seguir o mesmo sistema de desenvolver a bodhichitta em nós mesmos.Todos os Bodisattvas fizeram o voto de não passar para o Nirvana antes de liberar todos os seres do sofrimento do Samsara. Neste ensinamento inspirador o Lama, nos fala das trinta e sete práticas que definem a via de um Bodisattva, e os aspectos e qualidades que demonstram suas ações iluminadas, sendo um espelho orientador para todo praticante em sua vida cotidiana.

sábado, 16 de maio de 2009

Diz Sua Santidade, o XIVº Dalai Lama, Tensyn Gyatso


"Um meditante que fica tempos infindos a praticar mas que não se sente interessado pelos outros e que não se mostra nem generoso nem altruísta, pratica de uma maneira ineficaz."

"Utilizar passagens dos ensinamentos sem descernimento a fim de formular juízos sobre os outros ou sobre uma situação não é positivo. Este processo testemunha um aprisionamento e uma separação do espírito e do coração. Uma técnica especial não é adaptada a todas as circunstâncias. O ensinamento não deve servir para se justificar quando é evidente que está errado."

"O espírito que medita não deve ficar no indefinido, neutro e ausente da realidade. O nada não é um dado do budismo. A vacuidade preconiza a não existência intrínseca dos fenómenos mas não a inexistência dos fenómenos. Compreender que nada tem existência em si não leva ao niilismo."

"A primeira etapa da prática consiste em tentar não produzir acções, palavras e pensamentos negativos."

"O esforço consiste em alegrar-se por ser livre de agir de uma maneira positiva e construtora."

"É possível mudar em qualquer momento. Basta querermos e agir em consequência. somos todos capazes disso."

"São as provações que revelam se um discípulo é um verdadeiro praticante. A natureza real dos seres exteriora-se nesses momentos especiais."

"Qualquer transformação interior faz-se a longo prazo. A paciência permite aceitar a lentidão desse processo."

"Fazer, todas as noites, o balanço dos nossos dias ajuda-nos a tomar consciência dos pensamentos e das acções que constribuíram para nos construir no decorrer dos diferentes momentos que acabámos de viver. Se aquilo que fizermos corresponde aos nossos compromissos, podemos alegrar-nos; caso contrário, o remorso permite evitar reproduzir actos que estão em desacordo com a nossa prática."

"As prosternações diante de Buda ou diante de um mestre não são uma homenagem feita a um deus ou a um ser de natureza divina. Estas prosternações testemunham que reconhecemos a nossa natureza fundamental que é conhecimento puro, total, absoluto e luminoso da realidade libertada da ignorância."

"Os Budas fizeram o voto de libertar os seres deste ciclo ilusório, reino de sofrimento. Manifestam as suas ações através dos mestres. Os mestres dão o seu suporte, o seu canal. Abrem para nós a porta que dá acesso às diferentes actividades dos Budas. É por isso que devemos considerar simbolicamente o mestre como um Buda autêntico a fim de que estes últimos possam agir através deles."

"As iniciações estão na moda. Mas se não praticar, não receberá a quintessência destas iniciações. Passará sem dúvida um momento agradável, mas não terá incidência sobre a sua evolução."

"O essencial para sermos felizes é sentirmo-nos satisfeitos com o que somos e com o que possuímos no momento presente. Este contentamento interior mudará o olhar que pousamos sobre as coisas e o nosso espírito sentir-se-á em paz."

"Quando uma pessoa nos ofende, não hesitemos em lhe perdoar. Na verdade, se reflectirmos sobre o que motivou o seu acto, compreenderemos que foi o sofrimento que carrega e não a vontade deliberada de nos magoar ou prejudicar. Perdoar é um gesto activo baseado na reflexão e não no esquecimento. Perdoar é um acto responsável que se apoia no conhecimento e na aceitação da realidade das circunstâncias enfrentadas."

"A raiva, o ódio, a aversão necessitam de um objecto para se manifestarem, como o lume precisa de lenha para arder. Quando enfrentamos condições adversas, seres que nos provocam ou nos tentam prejudicar, utilizemos a força da paciência para não sermos arrastados por emoções "negativas". A paciência é uma força que resulta da nossa capacidade de nos mantermos firmes e inabaláveis, sejam quais forem as circunstâncias. Se recorrermos à paciência, nada nem ninguém poderá perturbar a paz do nosso espírito."

"Não percamos tempo em invejas ou em querelas diversas. Meditemos sobre a impermanência a fim de estimar o valor da vida. Alcançar a paz do espírito e do coração exige uma mudança de hábitos mentais. Sob pena de enlouquecermos quando abandonamos este mundo, aprendamos a não nos prendermos às coisas como se pudéssemos levá-las no momento da morte."

"Criamos constantemente a nossa própria infelicidade derivado à nossa ignorância e falta de discernimento. O nosso espírito oscila entre o que apreciamos e o que rejeitamos. Agimos como se pudéssemos repelir as circunstâmcias que se nos apresentam. Esquecemo-nos de que nada dura nem tem existência em si. Esquecemo-nos de que podemos morrer a qualquer instante."

"Os actos que realizamos são um reflexo dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos. Não são em si mesmos positivos nem negativos, antes dependem da intenção subjacente. É esta intenção que determina o nosso karma, a lei de causa e efeito que faz a vida parecer-nos feliz ou infeliz."

"Aprender a dar começa pela renúncia a ofender os outros. Deste modo, renunciamos igualmente a prejudicarmo-nos, pois magoar os outros é em primeiro lugar ferir-nos a nós próprios."
"Cultivar a paciência ensina a desenvolver a compaixão em relação aos que nos ofendem sem no entanto aceitarmos que nos destruam. A compaixão é a melhor terapia para o espírito. Liberta-o de todas as amarras e do domínio das emoções conflituais."
"Esforcemo-nos por contribuir, em cada momento da nossa existência, para a libertação dos seres do sofrimento e das suas causas e ajudemo-los a encontrar a felicidade e as suas causas. Lembremo-nos de que sentir compaixão pelos seres começa por sentirmos compaixão por nós próprios, o que não tem nada de egoísta, pois estamos incluídos em todos os outros seres."
"Tudo é impermanente, é por isso que temos a possibilidade de transformar o nosso espírito e as emoções perturbadoras que o animam. O ódio ou a raiva, por exemplo, surgem em função das circunstâncias. Não são, portanto, reais em si mesmas, não existem de forma permanente no espírito e é por isso que se torna possível domá-las, transformá-las e eliminá-las. Para isso, importa restituí-las ao seu contexto, analisar as circunstâncias que as levaram a manifestar-se, compreender o seu sentido. Construir um estado de felicidade duradouro exige que purifiquemos o espírito de todas as emoções negativas."
"O princípio dito da interdependência dos seres e dos fenómenos ensina-nos que estamos sempre ligados uns aos outros, à natureza e ao cosmos. Somos interdependentes, o que explica que sejamos responsáveis pelo que pensamos, vivemos, pelo mais insignificante dos nossos actos, pois eles influenciam o resto do universo. Além disso, devido a esta interacção constante entre tudo o que existe, temos o dever de ajudar todos os seres sensíveis a libertarem-se do sofrimento e a encontrar as causas da felicidade. Ajudar todos os seres significa que também devemos agir sobre as causas dos sofrimentos que nos atingem directamente. É a interdependência bem entendida."
"Compete a cada um de nós, com ou sem ajuda de um mestre, determinar a forma de prática mais conveniente, a mais adaptada às nossas necessidades específicas. Este critério é essencial para conseguirmos a transformação interior, a paz do espírito e o desenvolvimento das qualidades positivas que farão de nós bons seres humanos. Por conseguinte, é capital que os mestres religiosos ensinem de acordo com a inclinação espiritual e a disposição mental de cada um, como fez Buda Sakyamuni no seu tempo. Assim como não consumimos os mesmos alimentos que o nosso vizinho - cada um come em função da sua constituição física -, também não necessitamos dos mesmos alimentos espirituais."

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Como se livrar do ego negativo - Shrividya Starling.

O ego é o conjunto de nossos padrões mentais. Pode ser positivo ou negativo, nosso amigo ou nosso próprio inimigo. O ego positivo é composto de pensamentos positivos, de sentimentos como aceitação, paciência, compaixão, bondade, humildade, gratidão, alegria de viver e entusiasmos. O ego negativo é composto dos venenos da mente como: desejo, raiva, culpa, apego, ambição, ciúme, inveja, paixão, orgulho, medo, preocupação, ódio de si mesmo. É importante identificar o ego negativo para podermos nos libertar dele. Precisamos aprender a lidar com esses inimigos internos, identificando-os dentro de nós. Muitas vezes negamos essas emoções e ficamos mais presos e amarrados a elas. Através da prática do yoga, da contemplação, da meditação, da observação da mente, vamos aprendendo a lidar com esses venenos do ego, podendo assim superá-los. Vamos purificando o ego negativo e tornando-o positivo. Isto não acontece da noite para o dia. Temos que desenraizar o ego e este é o processo do yoga que nos liberta da tirania do ego. Nós sabemos que este processo está acontecendo, quando notamos que somos capazes de aceitar críticas sem ficarmos com raiva ou tristes. Sabemos que estamos nos libertando do ego negativo quando não temos que justificar tudo. Quando não ficamos comparando, julgando ou nos diminuindo. Quando não sentimos mais inveja ou ciúme. Ou quando não guardamos mais mágoas das pessoas que nos ignoram ou ofendem. Com a prática constante do yoga, o ego vai se tornando menor e menor e paramos de nos identificar com nossas limitações. Desta maneira podemos experimentar nossa própria grandeza interior e ter a experiência da paz interior. É importante identificar o ego negativo para podermos nos libertar dele. Estamos no ego quando estamos sérios e preocupados. O ego nos faz agir com seriedade, com ansiedade e medos. Agimos compulsivamente. Ficamos presos a hábitos antigos e condicionamentos. Ficamos presos ao que os outros pensam sobre nós. O corpo fica tenso e rígido. Não sentimos contentamento, nem nos sentimos à vontade com os outros. Temos dificuldade em dizer não, pois achamos que temos que fazer algo para as pessoas para manter a amizade delas. Algumas pessoas exigem perfeição de si mesmos e dos outros. Têm o vício de trabalhar, permanecendo tão ocupadas, que não conseguem saborear a vida e nem se sentir bem com as coisas que fazem. Ficam na defensiva. Não admitem nenhuma crítica, mesmo sendo construtiva, e se tornam irritadas, com raiva. Como têm tal necessidade de serem perfeitas e se envergonham de não conseguir isso, não podem permitir que alguém diga que fizeram algo errado. Guardam pilhas e pilhas de culpa, de cobranças e incertezas. Fogem de se relacionar com as pessoas. Elas encontram muitas maneiras de se punir, como comer demais ou de menos, imaginar cenas futuras difíceis ou ficar relembrando sofrimentos passados. Criam várias cenas com "se" e vão gerando medo dentro delas mesmas. E depois, não entendem nem descobrem de onde surgiu tanto medo. Elas precisam parar de agir assim e compreender que são pessoas boas. Não há nada de errado com elas. Se por acaso fizeram algo errado, tudo bem; aprendam e façam agora o melhor que puderem. É muito importante nos respeitar e aceitar. Parar de nos culpar e de nos fazer de vítimas. Precisamos ser carinhosos, gentis e bondosos conosco. Quando não estamos atolados no ego, vivenciamos tudo com tranqüilidade, alegria e bom humor. Encontramos equilíbrio entre a responsabilidade e a leveza de espírito. Como disse, certa vez, Baba Muktananda, um mestre do yoga: "O ser humano não é a criatura inadequada que pode parecer. Ele é sublime e somente se prejudica porque não está consciente de seu próprio valor e dignidade". Ele sofre porque pensa que não é bom o suficiente.

Faça agora uma pausa. Vamos fazer uma contemplação. Sem fazer nada para respirar, sinta o ar entrando, sinta o ar saindo. Aquiete sua mente com a respiração. Relaxe por alguns momentos, acalmando sua mente, focando sua atenção nessas palavras de luz: Eu sou digno. Eu sou merecedor. Inspire e mentalize: Eu sou digno. Expire e sinta: Eu sou merecedor. Faça isto algumas vezes. Inspire: Eu sou digno. Expire: Eu sou merecedor. Agora volte à respiração natural. Permita que estas palavras lhe conduzam além do medo, além do ego limitante. Permita que o poder destas palavras lhe conduza para o sucesso, para a prosperidade, para a auto-estima. Leve essa nova conscientização para sua vida. Viva com a consciência: "Eu tenho valor. Eu sou digno e merecedor. Eu sou o Ser interior". Transforme-se para melhor. Fique em paz! Namaste! Deus em mim saúda Deus em você!