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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A idade chegou...

Pois, é, gente. Agora sou uma idosa por lei! Até prá isso tem lei. Mas nem precisava porque, quando passei um pouco dos trinta anos, percebi que o taxista, os porteiros, o moço do mercado, todos passaram a me chamar de "senhora". Até aí, a ficha não caiu porque eu sempre aparentei ter menos idade do que tinha, não tinha rugas nem excesso de peso, pelo contrário, bem magrinha. Agora, estou com sessenta. Hoje, achei que podia efetuar um pagamento na lotérica, me troquei assim que acordei e saí. Chegando na lotérica, a moça informa que a "senhora" tinha que pagar direto na boca do caixa do banco. No mesmo ritmo de mil quilômetros por hora, desci cerca de dez quarteirões, atravessando ruas lotadas de carros que, mesmo sabendo da faixa de pedestre, não respeitam. O pedestre é invisível! A idosa aqui, então... passam por cima! Já no banco, me dei por satisfeita porque estava vazio e a minha senha era a próxima. Paguei e tornei a voltar na mesma velocidade só que aí, subindo! Em casa achei que tinha feito uma coisa incrível para uma idosa, uma façanha em exercício físico! Aí, conto pros filhos e eles me olham com aquele olhar de "e daí", como se fosse a coisa mais normal do mundo! Quero ver eles fazerem o mesmo quando estiverem "idosos". Será que vivo prá ver?

domingo, 21 de agosto de 2011

Aaah...

"Quando você medita, mantenha sua boca ligeiramente aberta, como se prestes a dizer um profundo e relaxante "Aaah." Ao manter a boca ligeiramente aberta e respirando principalmente através da boca diz-se que, os "ventos cármicos" que criam pensamentos discursivos, normalmente tem menor probabilidade de surgir e criar obstáculos em sua mente e meditação."

"When you meditate, keep your mouth slightly open as if about to say a deep, relaxing “Aaah.” By keeping the mouth slightly open and breathing mainly through the mouth, it is said that the “karmic winds” that create discursive thoughts are normally less likely to arise and create obstacles in your mind and meditation."

"Lorsque vous méditez, gardez votre bouche légèrement ouverte comme si elle allait dire une profonde détente "Aaah". En gardant la bouche légèrement ouverte et la respiration principalement par la bouche, il est dit que le "karma vents" qui créent des pensées discursives sont normalement moins susceptibles de se produire et créer des obstacles dans votre esprit et à la méditation."

Sogyal Rinpoche

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cem Recomendações para a Vida - Mestre Hsing Yün

  1. Descubra seu maior defeito e disponha-se a corrigi-lo.
  2. Escolha até três exemplos de vida e determine-se a segui-los.
  3. Tenha força e sabedoria para resistir às tentações do mundo.
  4. Cultive a força da tolerância de forma a compreender, aceitar, assumir responsabilidades, ter determinação e melhorar as circunstâncias externas. Então, passe a cultivar a tolerância pela vida, a tolerância por todos os darmas e a tolerância pelos darmas não-surgidos de maneira a transformar o cultivo da tolerância em força e sabedoria.
  5. Aprenda a se adaptar à pressão externa e não se deixe afetar por ela.
  6. Seja ativo e destemido. Pense antes de agir.
  7. Envergonhe-se do que ignora, do que é incapaz, do que o torna impuro e rude.
  8. Faça com freqüência algo que toque o coração das pessoas.
  9. Sinta-se bem sob qualquer circunstância, siga as condições corretas, esteja sempre livre de aflições e faça tudo com alegria no coração.
  10. Ser corajoso e virtuoso é ter a capacidade de admitir os próprios erros.
  11. Aprenda a aceitar perdas, falsas acusações, contratempos e humilhações.
  12. Não inveje aqueles que praticam boas ações ou dizem boas palavras. Tenha sempre na mente, bondade e beleza.
  13. Não empurre os outros para a beira do abismo; ao contrário, dê-lhes espaço para recuar — um dia eles poderão lhe ajudar.
  14. Sirva àqueles que desejam fazer o bem, compartilhe um objetivo. Favoreça os outros e respeite seus anseios.
  15. Seja amável e humilde ao relacionar-se com as outras pessoas. Expresse bondade em seu semblante e em sua fala.
  16. A capacidade de doar traz abundância verdadeira.
  17. Importe-se apenas com o que é certo ou errado; não se fixe em perdas e ganhos.
  18. Deixe de lado pensamentos egoístas e dedique-se à justiça, à verdade e ao bem comum.
  19. Viaje pelo mundo sob o céu estrelado. Vivencie a prática da procissão de mendicância pelo menos uma vez na vida.
  20. Abra mão de todas as suas posses ao menos uma ou duas vezes na vida.
  21. A cada quatro ou cinco anos, empreenda uma viagem sozinho.
  22. Não se deixe cegar pelo amor. Não se traia por dinheiro.
  23. Não bata de frente com as coisas — aprenda a arte de ser sutil.
  24. Não há êxito sem persistência, diligência e determinação.
  25. Desenvolva autoconfiança, expectativas em relação a si mesmo e metas pessoais.
  26. Procure ouvir boas palavras e jamais esqueça o que elas significam.
  27. Não desperdice o seu tempo. Faça planos e use o tempo com sabedoria.
  28. Seja sempre sensato, pois a sensatez é imparcial e igual para com todos.
  29. Lembre-se dos erros cometidos. Tenha-os sempre em mente para não repeti-los.
  30. Seja qual for a sua função, desempenhe-a bem. Não olhe para os lados.
  31. Faça tudo com boa intenção, verdade, sinceridade e beleza.
  32. Não se apegue ao passado. Olhe sempre adiante.
  33. Lute sempre pelos seus objetivos e vá longe.
  34. Planeje sua carreira, use seu dinheiro com sabedoria, purifique seus sentimentos e não se apegue a fama e riqueza.
  35. Desenvolva compreensão e visão corretas. Não se deixe levar cegamente pelos outros.
  36. Renuncie a apegos insensatos e aceite a verdade com mente humilde.
  37. Não faça intrigas nem espalhe rumores. Não se deixe influenciar por eles.
  38. Aprenda a desenvolver sua mente, reformar seu caráter, recuar e dar guinadas em na vida.
  39. Cultive méritos por meio de doações que estejam de acordo com sua capacidade, função, disposição e condição.
  40. Creia profundamente no Darma e contemple todas as virtudes. Nunca faça o mal; pratique sempre o bem.
  41. Não culpe os céus nem os outros por sua infelicidade, pois tudo tem sua causa e seu efeito.
  42. Pense no bom e belo ao invés de pensar no que é triste e penoso.
  43. Conquiste ao menos três tipos de habilitação ao longo da vida, como, por exemplo, para guiar automóveis, cozinhar, digitar, cuidar de enfermos, exercer a medicina, o magistério, o direito, a arquitetura etc.
  44. Aprenda a articular bem a fala e a escrita. Aprenda a ouvir, a apreciar, a pensar, a cantar, a pintar e a desenvolver habilidades. Quanto mais se aprende, melhor. Aprenda, ao menos, metade disso tudo.
  45. Leia ao menos um jornal por dia, para se manter em dia com o mundo.
  46. Leia pelo menos dois livros por mês.
  47. Mantenha uma rotina diária.
  48. Cultive hábitos regulares de sono e alimentação.
  49. Pratique exercícios físicos.
  50. Mantenha-se longe de cigarro, álcool, pornografia e drogas. Administre e controle sua própria vida.
  51. Pratique meditação por, pelo menos, dez minutos todos os dias.
  52. Passe, pelo menos, metade de um dia sozinho, uma vez por semana.
  53. Ao menos uma vez por mês, pratique o vegetarianismo, para nutrir seu coração de compaixão.
  54. Ajude os outros e faça o bem sem esperar nada em troca.
  55. Compartilhe sua alegria e compaixão com os demais.
  56. Mantenha a capacidade de se auto-avaliar sob qualquer circunstância.
  57. Reze pelos desafortunados, onde quer que você esteja.
  58. Seja preciso em suas observações. Considere todos os ângulos e seja tolerante e compreensivo em relação aos outros.
  59. Aprecie a vida, cuide dela e não a maltrate jamais.
  60. Use seu dinheiro e suas posses com sabedoria. Não desperdice nem gaste demais.
  61. Em tempos de alegria, contenha a sua fala; no infortúnio, não despeje sua raiva sobre os outros.
  62. Não enalteça seus próprios méritos nem aponte os erros alheios.
  63. Não inveje nem suspeite. Méritos advêm das realizações e da ajuda aos outros.
  64. Não seja ganancioso em relação às posses alheias, nem mesquinho em relação às suas.
  65. Demonstre coerência entre atitude e pensamento. Não seja iluminado na teoria e ignorante na prática.
  66. Não fique sempre pedindo ajuda aos outros. Busque ajuda dentro de si mesmo.
  67. Faça de sua própria conduta um bom exemplo. Não espere benevolência dos outros, mas de si mesmo.
  68. Cultivar bons hábitos é a melhor maneira de manter uma vida íntegra e saudável.
  69. É melhor ser não-inteligente do que não-compassivo.
  70. A mente otimista é contemplada com um futuro brilhante.
  71. Construa seu próprio destino. Corra atrás das oportunidades ao invés de esperar que elas caiam do céu.
  72. Controle suas emoções e seu humor: não se deixe levar por eles.
  73. Elogio e ofensa fazem parte da vida. Não se apegue a eles — conserve sempre a paz interior.
  74. A doação de órgãos ajuda a prolongar a vida além de propiciar recursos para as vidas de outros seres.
  75. Ouça o que os outros têm a dizer e anote a essência do que eles dizem.
  76. Olhe para si mesmo antes de acusar os outros. Somente uma avaliação honesta de seus méritos e de méritos lhe dá o direito de julgar os demais.
  77. Cumpra suas promessas.
  78. Não viole o direito dos outros para beneficiar a si próprio. Favorecer os demais, às vezes, é imperioso.
  79. Não sinta prazer em ridicularizar os outros. Ao contrário, aprenda a fazê-los felizes.
  80. Não critique, por inveja, a benevolência do outro. Respeite-o e siga seu bom exemplo.
  81. Não use de traição para obter vantagens.
  82. Os privilégios devem, antes de tudo, ser oferecidos às outras pessoas.
  83. Aprenda a aceitar as desvantagens. Saiba que, na verdade, elas são vantagens.
  84. Não se apegue a perdas e ganhos. Não faça comparações entre o que você e os outros têm ou deixam de ter.
  85. Seja sincero, impetuoso e educado.
  86. Harmonia, paz e tranqüilidade são a chave para o relacionamento com as pessoas.
  87. Respeito, reverência e tolerância são a tríade para manter boas relações com o mundo.
  88. A raiva não resolve problemas. Somente uma mente tranqüila e pacífica pode ajudar você a lidar com a vida.
  89. Relacione-se com pessoas virtuosas e bons mestres.
  90. Não contamine os outros com sua tristeza, nem leve preocupações para a cama.
  91. Busque prazer e alegria em tudo o que faz, e transmita isso a todos.
  92. Seja grato aos benevolentes e aos que prestam auxílio. Deixe-se tocar por seus atos virtuosos.
  93. Dê um toque de serenidade a tudo o que você fizer na vida.
  94. Não existe dificuldade ou facilidade absolutas. O esforço transforma dificuldade em facilidade, enquanto a indolência torna o fácil difícil.
  95. Ajude seus vizinhos e sua comunidade e participe dos eventos locais. Assim, você se tornará um voluntário da humanidade.
  96. Só a humildade gera o bem. A arrogância não traz nada mais que desvantagem.
  97. Aproxime-se de mestres virtuosos. Ouça-os, seja leal e não os desacate.
  98. Ajudar os outros é ajudar a si mesmo. Ter consideração pelos outros significa cuidar e amar a si próprio.
  99. Dê aos jovens oportunidades e ofereça-lhes orientação sempre que necessário.
  100. Cuide de seus pais e seja amoroso com eles.
http://hsingyun.dharmanet.com.br/cem.htm

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Humildade - Humility - Humilité

"O que a maioria de nós precisa, quase mais do que tudo, é realmente a coragem e humildade para pedir ajuda, do fundo dos nossos corações: para pedir a compaixão dos seres iluminados, para pedir por purificação e cura, para pedir pelo poder de compreender o significado do nosso sofrimento e transformá-lo; em um nível relativo de perguntar para o crescimento em nossas vidas de clareza, paz e discernimento, e pedir a realização da natureza absoluta da mente que vem a partir da fusão com o mente sabedoria imortal do mestre."

"What most of us need, almost more than anything, is the courage and humility really to ask for help, from the depths of our hearts: to ask for the compassion of the enlightened beings, to ask for purification and healing, to ask for the power to understand the meaning of our suffering and transform it; at a relative level to ask for the growth in our lives of clarity, peace, and discernment, and to ask for the realization of the absolute nature of mind that comes from merging with the deathless wisdom mind of the master."

"Ce que la plupart d'entre nous ont besoin, presque plus que tout, c'est le courage et l'humilité vraiment demander de l'aide, du fond de nos cœurs: à demander de la compassion des êtres illuminés, de poser pour la purification et la guérison, pour demander la pouvoir de comprendre le sens de notre souffrance et de la transformer; à un niveau relatif de demander à la croissance dans nos vies de clarté, de paix, et de discernement, et de demander la réalisation de la nature absolue de l'esprit qui vient de fusionner avec la esprit de sagesse impérissable du maître."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Espiritualidade é diferente de Religião

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem, é crença.
A espiritualidade é para os que estão despertos, é sabedoria.

A religião é para os que querem ser guiados por alguém.
A espiritualidade é para os que prestão atenção à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.

A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprenda com o erro.”

A religião reprime tudo, faz-lhe falso.
A espiritualidade transcende tudo, faz-lhe verdadeiro.

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto, é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona é dogmática.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de união.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros e na Natureza.

A religião se alimenta do medo e da culpa.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz viver na intuição da Consciência.

A religião se ocupa com fazer, é exotérica.
A espiritualidade se ocupa com Ser, é esotérica.

A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.

A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade encontra Deus em nosso interior durante a vida.

A religião é falar com Deus.
A espiritualidade é escutar o que Ele fala.

A religião é pedir a Deus.
A espiritualidade é receber o que Ele quer dar.

A religião é curvar-se a Deus.
A espiritualidade é deixar Deus tornar-se Deus dentro de nós.

A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação

by – AMINAEREAL (P+D)
(Fonte – Flávio Girol, Suâmi Sírio Silva)

Obs.- Achamos que Religião aqui se refere mais à Católica romana.

CONCEITOS:

ESPIRITUALIDADE s.f. Qualidade daquilo que é espiritual: a espiritualidade da alma. / Teologia Prática, exercícios devotos que têm por objeto a vida espiritual: livro de espiritualidade.

ESPIRITUALISMO s.m. Filosofia religiosa que prega a existência de um ser ou realidade distinto da matéria. Este ser pode ser chamado mente ou espírito. Algumas pessoas acreditam que a mente, ou espírito, é a única realidade. Esta crença é conhecida como idealismo espiritualista.

ESPIRITISMO s.f. Doutrina religiosa e filosófica que se baseia na crença da sobrevivência do espírito, afirmando existir comunicação entre vivos (almas encarnadas) e mortos (almas desencarnadas), através da mediunidade. - Os princípios fundamentais do espiritismo são: existência de Deus e da alma; lei da reencarnação, espírito assume sucessivas formas materiais para aperfeiçoar-se; e lei do carma, o destino de cada espírito é traçado pelos atos praticados em suas sucessivas vidas terrenas. A história do espiritismo começou nos E.U.A., em 1848, com os fenômenos paranormais sucedidos com Katherine e Margaretta Fox. Foi o francês Allan Kardec (em 1857) o codificador do espiritismo, afirmando-se o chefe doutrinário de uma ciência ditada pelos espíritos. Em pouco tempo, sociedades espiritas surgiram pelo mundo, com membros de todas as classes sociais. No Brasil, o espiritismo assumiu acentuado caráter religioso, ganhando numerosos adeptos. O movimento orientado pela Federação Espírita Brasileira, que tem grande atividade social, promovendo obras assistenciais.Dentre os médiuns brasileiros destacam-se Zé Arigó, cirurgião de Congonhas do Campo (MG) e Chico Xavier, o líder espirita mais famoso do país. Não são raros os grupos religiosos em que o espiritismo se mistura com influências indígenas (Pajelança) e africanas (candomblé). A Umbanda, por exemplo, resultou desta assimilação.

RELIGIÃO s.f. Culto rendido à divindade. / Fé; convicções religiosas, crença: a religião transforma o indivíduo. / Doutrina religiosa: religião cristã. / Tendência para crer em um ente supremo. / Acatamento às coisas santas. / Fig. Coisa a que se vota respeito: o trabalho era para ele uma religião.

(Fonte - Enciclopédia Koogan-Houaiss Digital)

Transformação

 "Eu fui transformado de um homem que estava perdido e vagando sem rumo, sem nenhum objetivo na vida que não fosse um desejo por riqueza material, para alguém que tinha uma motivação profunda, um propósito na vida, uma direção definida, e uma convicção avassaladora de que há uma recompensa no final da vida. Meu interesse em riquezas materiais e ganância por bens foram substituídos por uma sede pela compreensão espiritual e um desejo apaixonado de ver as condições do mundo melhorarem".

“I was transformed from a man who was lost and wandering aimlessly, with no goal in life other than a desire for material wealth, to someone who had a deep motivation, a purpose in life, a definite direction, and an overpowering conviction that there would be a reward at the end of life. My interest in material wealth and greed for possessions were replaced by a thirst for spiritual understanding and a passionate desire to see world conditions improve.”

terça-feira, 26 de julho de 2011

UMA BELA MENSAGEM DO DALAI LAMA


"Esta noite gostaria de falar a vocês sobre a importância da bondade e da compaixão. Ao discutir esses temas, não me vejo como budista, Dalai Lama ou tibetano, mas sim como um ser humano e espero que vocês, no auditório, pensem em si mesmos dessa maneira. Não como americanos, ocidentais ou membros de um determinado grupo, pois essas condições são secundárias. Se interagirmos como seres humanos, podemos chegar a esse nível. Caso eu diga "sou monge" ou "sou budista", as afirmações serão, em comparação com a minha natureza de ser humano, temporárias. Ser humano é básico. Uma vez nascido assim, não se poderá mudar até a morte. Outras condições, ser ou não instruído rico ou pobre, são secundárias. Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns são criados essencialmente por nós mesmos, com base em diferenças de ideologia, religião, raça, situação econômica ou outros fatores. Chegou, portanto, o momento de pensarmos em níveis mais profundos. Em nível humano, condição essa que deveremos apreciar e respeitar em todos os que nos cercam. Devemos construir relacionamentos baseados na confiança mútua, na compreensão, no respeito e na solidariedade, independentemente de diferenças culturais, filosóficas ou religiosas. Todos os seres humanos são iguais. Feitos de carne, ossos e sangue. Todos queremos a felicidade e evitar o sofrimento e temos direito a isso. Em outras palavras, é importante compreender a nossa igualdade. Pertencemos todos a uma família humana. O fato de brigarmos uns com os outros se deve a razões secundárias, e todas essas discussões são inúteis. Infelizmente, durante muitos séculos, os seres humanos usaram todos os métodos para ferir uns aos outros. Muitas coisas terríveis aconteceram, resultando em mais problemas, mais sofrimento e desconfiança. E, conseqüentemente, em mais divisões. O mundo hoje está cada vez menor em vários aspectos, particularmente o econômico. Os países estão mais próximos e interdependentes e, nesse quadro, torna-se necessário pensar mais em nível humano do que em termos do que nos divide. Assim, falo a vocês apenas como um ser humano e espero, sinceramente, que vocês estejam escutando com o pensamento: "Sou um ser humano e estou ouvindo outro ser humano falar". Todos queremos a felicidade; nas cidades, no campo, mesmo em lugares remotos, as pessoas trabalham com o objetivo de alcançá-la, entretanto, devemos ter em mente que viver a vida superficialmente não solucionará os problemas maiores. Há muitas crises e medos à nossa volta. Por meio do grande desenvolvimento da ciência e da tecnologia, atingimos um estado avançado de progresso material, que é necessário. Não podemos, no entanto, comparar o progresso externo com nosso progresso interior. As pessoas queixam-se do declínio da moralidade e do aumento da criminalidade, mas esses problemas não serão resolvidos, se não procurarmos desenvolver nosso interior. No passado remoto, se houvesse uma guerra, os efeitos seriam geograficamente limitados, porém hoje, em função do progresso, o potencial de destruição ultrapassou o concebível. No ano passado estive em Hiroshima, no Japão. Mesmo tendo informações a respeito da explosão nuclear lá ocorrida, era muito diferente estar no local, ver com meus próprios olhos e encontrar pessoas que realmente sofreram com aqueles acontecimentos. Fiquei profundamente emocionado. Uma arma terrível tinha sido usada. Embora possamos considerar alguém como inimigo, temos de levar em conta que essa pessoa é um ser humano e que tem direito a ser feliz. Olhando para Hiroshima e refletindo a respeito, fiquei ainda mais convencido de que a raiva e o ódio não são meios para solucionar problemas. A raiva não pode ser superada pela raiva. Quando uma pessoa tiver um comportamento agressivo com você e a sua reação for semelhante, o resultado será desastroso. Ao contrário, se você puder se controlar e tomar atitudes opostas de "compaixão, tolerância e paciência", não só se manterá em paz, como a raiva do outro diminuirá gradativamente. Do mesmo modo, problemas mundiais não podem ser solucionados pela raiva ou pelo ódio. Sentimentos como esses devem ser enfrentados com amor, compaixão e pura bondade. Pensem em todas as terríveis armas que existem, mas que, por si mesmas, não podem iniciar uma guerra. Por trás do gatilho há um dedo, movido pelo pensamento, não por sua própria força. A responsabilidade permanece em nossa mente, de onde se comandam as ações. Portanto, controlar em primeiro lugar a mente é muito importante. Não estou falando de meditação profunda, mas apenas de cultivar menos raiva e mais respeito aos direitos do outro. Ter uma compreensão mais clara da nossa igualdade como seres humanos. Ninguém quer a raiva, ninguém quer a intranqüilidade, mas por causa da ignorância somos acometidos por sentimentos como esses. A raiva nos faz perder uma das melhores qualidades humanas, o poder de discernimento. Temos um cérebro bem desenvolvido, coisa que outros mamíferos não têm. Esse órgão nos permite julgar o que é certo e o que é errado. Não apenas em termos atuais, mas em projeções para daqui a dez, vinte ou mesmo cem anos. Sem nenhum tipo de pré-cognição, podemos utilizar nosso bom senso para determinar o certo e o errado. Imaginar as causas e seus possíveis efeitos. Contudo, se nossa mente estiver ocupada pela raiva, perderemos o poder de discernimento e nos tornaremos mentalmente incompletos. Devemos salvaguardar essa capacidade e, para tanto, temos de criar uma companhia de seguros interna: autodisciplina, autoconsciência e uma clara compreensão das desvantagens da raiva e dos efeitos positivos da bondade. Se refletirmos a respeito dessas questões com freqüência, podemos incorporar a idéia e, então, controlar a mente. Por exemplo: pode ser que você seja uma pessoa que se irrita facilmente com pequenas coisas. Com desenvolvida compreensão e conscientização, isso pode ser controlado. Se você fica geralmente zangado por dez minutos, tente reduzi-los para oito. Na semana seguinte, reduza para cinco e, no próximo mês, para dois. Depois, passe para zero. É assim que desenvolvemos e treinamos nossa mente. É o que penso e também o que pratico.É perfeitamente claro que todos necessitam de paz interior, que só pode ser alcançada por meio da bondade, do amor e da compaixão. O resultado é uma família em paz, felicidade entre pais e filhos, menos brigas entre casais. Em uma nação, essa atitude pode criar unidade, harmonia e cooperação com saudável motivação. Em nível internacional, precisamos de confiança e respeito mútuos, discussões francas e amistosas, com motivações sinceras e um esforço conjunto no sentido de resolver problemas. Tudo isso é possível. Precisamos, porém, mudar interiormente. Nossos líderes têm feito o melhor que podem para resolver nossos problemas, mas, quando um é resolvido, surge outro. Tenta-se solucionar este, surge mais um em outro lugar. Chegou o momento então de tentar uma abordagem diferente. É certamente difícil realizar um movimento mundial pela paz de espírito, mas é a única alternativa. Caso houvesse outro método mais fácil e prático, seria melhor, porém não há. Se com armas pudéssemos chegar à paz duradoura, muito bem. Transformaríamos todas as fábricas em produtoras de armamentos. Gastaríamos todos os dólares necessários, se conseguíssemos a definitiva paz, mas tal é impossível. As armas não permanecem empilhadas. Uma vez desenvolvidas, alguém irá usá-las. O resultado é a morte de criaturas inocentes. Portanto, a única maneira de atingirmos uma paz mundial duradoura é por meio da transformação interior. E, mesmo que essa transformação não ocorra durante esta vida, a tentativa terá sido válida. Outros seres humanos virão; a próxima geração e as seguintes. E o progresso pode continuar. Sinto que, apesar das dificuldades práticas, e, mesmo correndo o risco de que tal visão seja considerada pouco realista, vale a pena o esforço. Assim, aonde quer que eu vá, expresso essas idéias e sinto-me muito motivado porque mais pessoas têm sido receptivas a elas. Cada um de nós é responsável por toda a humanidade. Chegou a hora de pensarmos nas outras pessoas como verdadeiros irmãos e irmãs e nos preocuparmos com seu bem-estar. Mesmo que você não possa se sacrificar inteiramente, não deverá esquecer-se das dificuldades dos outros. Temos de pensar mais sobre o futuro em benefício de toda a humanidade. Se você tentar dominar seus sentimentos egoístas e desenvolver mais bondade e compaixão, em última análise, você é quem irá sair beneficiado. É o que chamo de egoísmo sábio. Pessoas egoístas tolas só pensam em si mesmas, e o resultado é negativo. Egoístas sábios pensam nos outros, ajudam da melhor forma e também colhem os benefícios. Essa é minha simples religião. Não há necessidade de templos ou de filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso coração são nossos templos. A filosofia é a bondade."

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rainer Maria Rilke
"Não sabemos muito bem que a proteção da dor não funciona e que quando tentamos nos defender do sofrimento só sofremos mais e não aprendemos nada com a experiência? Como Rilke escreveu, o coração protegido que "nunca é exposto à perda, inocente e seguro, não pode conhecer a ternura; somente o coração vencedor pode ser sempre satisfeito, livre de tudo que desistiu, pode alegrar-se em seu domínio."

"Don’t we know, only too well, that protection from pain doesn’t work, and that when we try to defend ourselves from suffering, we only suffer more and don’t learn what we can from the experience? As Rilke wrote, the protected heart that is “never exposed to loss, innocent and secure, cannot know tenderness; only the won-back heart can ever be satisfied: free, through all it has given up, to rejoice in its mastery." 
Glimpse of the Day - Rigpa - http://www.rigpaus.org/Glimpse/Glimpse.php

sábado, 9 de julho de 2011

Espiritualidade



"Espiritualidade não é tentar ser algo especial. Espiritualidade é simplesmente aceitar as coisas como elas são."

"Spirituality is not trying to be something special. Spirituality is simply accepting things as they are."

"La spiritualité n'est pas d'essayer d'être quelque chose de spécial. La spiritualité est tout simplement accepter les choses comme elles sont."

Tulku Lobsang

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A idéia da meditação pode assustar as pessoas. - The idea of meditation can scare people.

 "Eu poderia colocar uma gravura aqui, mas ela poderia te distrair."
"Estamos tão viciados em procurar fora de nós mesmos que perdemos o acesso ao nosso ser interior quase completamente. Somos aterrorizados de olhar para dentro de nós, porque nossa cultura não nos deu nenhuma idéia do que vamos encontrar. Podemos até pensar que, se o fizermos, correremos o perigo de enlouquecer. Este é um dos últimos e mais engenhosos estratagemas do ego para nos impedir de descobrir a nossa natureza real. Assim, fazemos da nossa vida uma coisa tão agitada que eliminamos o menor risco de olhar para dentro de nós mesmos. Mesmo a idéia da meditação pode assustar as pessoas. Quando elas ouvem a palavra sem ego ou vazio, elas pensam que experimentar esses estados será o mesmo que serem jogadas para fora da porta de uma nave espacial flutuando para sempre em um vazio escuro e frio. Nada poderia estar mais longe da verdade. Mas em um mundo dedicado à distração, o silêncio e a quietude aterroriza-nos, nós nos protegemos deles com o barulho e a ocupação frenética. Olhando para a natureza de nossa mente esta é a última coisa que nos atreveriamos a fazer. "

"We are so addicted to looking outside ourselves that we have lost access to our inner being almost completely. We are terrified to look inward, because our culture has given us no idea of what we will find. We may even think that if we do, we will be in danger of madness. This is one of the last and most resourceful ploys of ego to prevent us from discovering our real nature. So we make our lives so hectic that we eliminate the slightest risk of looking into ourselves. Even the idea of meditation can scare people. When they hear the words egoless or emptiness, they think that experiencing those states will be like being thrown out the door of a spaceship to float forever in a dark, chilling void. Nothing could be further from the truth. But in a world dedicated to distraction, silence and stillness terrify us; we protect ourselves from them with noise and frantic busyness. Looking into the nature of our mind is the last thing we would dare to do."
Sogyal Rinpoche - Rigpa Glimpse of the Day - July 7

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Animais, amáveis companheiros.



Animais proporcionam segurança, diversão e afeição.

Quando eu era criança, nós tínhamos uma cachorra chamada Mecha Preta. A Mecha - também chamada de Biscoito - era uma amigável vira-lata que se parecia com uma versão pequena de um perdigueiro do Labrador. Sempre que a deixávamos sozinha, mesmo que fosse por poucas horas, ela ficava tão excitada com a nossa volta, que podíamos ouví-la correndo lá dentro antes mesmo que a chave tocasse a fechadura.

Quando abríamos a porta, ela disparava prá fora como se fosse um borrão de pelo preto em alta velocidade. Depois, dava voltas e cheirava-nos como se fôssemos amigos que ela não via há muitos anos. Mesmo que voltássemos de um passeio rotineiro ou de um picnic que achávamos que tivesse durado pouco tempo, ela nos fazia sentir felizes por estarmos em casa.

Um animal de estimação oferece tanto para uma criança... Atualmente, com as mudanças dos padrões familiares, um cachorro ou um gato desempenham cada vez mais um papel importante na vida de uma criança, oferecendo tanto segurança quanto diversão e afeição.

Crescendo com animais

Estudos começam a mostrar o que a maioria dos amantes dos animais já sabem a muito tempo: as crianças se beneficiam tremendamente quando crescem com animais. Em recente estudo o psicólogo Michael Levine descobriu que “as pessoas que crescem com um animal mostram uma maior responsabilidade social, melhor ajustamento e desenvoltura social.” Até a criança que está começando a andar pode se relacionar com cães e gatos. Ela gosta de interagir com alguém do seu tamanho e pode aprender lições importantes sobre gentileza e respeito. Crianças de 3 a 10 anos de idade podem ser grandes amigas dos animais. Na verdade, alguns amigos verdadeiros e cães - ou gatos - são inseparáveis. Mas, de acordo com um estudo recente, o adolescente provavelmente terá o vínculo mais estreito com o animal da casa. Um gato ou um cachorro são uma importante “âncora” para os instáveis anos de adolescência.

Duas chaves para construir boas relações entre animais e pessoas da família são o momento da escolha e a cooperação. Você deve direcionar uma criança gradualmente para seus deveres e tarefas de dono de um animal. Muitos pais adquirem um cão ou gato “para as crianças” e esperam elas assumam responsabilidades para as quais elas ainda não estão prontas. Isto só transforma o animal numa tarefa chata e não deixa que as crianças criem o tipo de vínculo que as faria ansiosas pelas necessidades de seus bichinhos, pela hora de alimentá-los, etc.

Crianças em idade escolar são capazes de criar uma variedade de alimentação e adestramento, mas poucas estão prontas para a disciplina da manutenção diária essencial. A escovada diária é uma boa tarefa para crianças em idade escolar. É um trabalho gostoso e que proporciona um retorno inestimável. Elas podem ajudar na alimentação e na limpeza, mas serão mais cooperativas se puderem participar voluntariamente.

Do princípio da adolescência em diante, no entanto, as crianças se beneficiam profundamente sendo responsáveis pelas necessidades e desejos de um animal. Um cão persistente geralmente tem mais paciência que um adulto para suportar um adolescente irritado e mal humorado. As rotinas de um animal terão um efeito calmante e estabilizador na maioria dos adolescentes. E não há nada melhor para um adolescente alienado do que se sentir necessário por um amável animal.

Uma presença garantida

Um animal de estimação faz uma diferença especial para crianças que ficam sós em casa após a escola até que seus pais cheguem. Lynette Long, uma psicóloga infantil e autora do best-seller “Hand book for latchkey children and their parents” (Livro de mão para crianças “com a chave” e seus pais) declara que cerca de dez milhões de crianças com menos de 14 anos tomam conta de si mesmas por aproximadamente tres horas numa tarde. Para estas crianças, um gato ou um cachorro fazem a diferença entre voltar para uma casa vazia e voltar para uma casa que tem uma companhia agradável e protetora. Um amigo peludo pode proteger uma criança de todo tipo de ameaças, sejam reais ou imaginárias. Um ronronar ou um abanar de rabo garantem à criança que nenhum estranho estará por perto. E mesmo um pequeno filhote pode dar um poderoso latido para desencorajar um ladrão. Mais que tudo, um animalzinho esperto pode manter a mente de uma criança longe das criaturas à espreita em sua imaginação.

Melhores amigos

Tédio e solidão são outros grandes desafios para as crianças que ficam a sós em casa. -”Não abra a porta para ninguém!” - é a regra que os pais mais determinam quando as crianças ficam sozinhas em casa. Um animalzinho pode ajudar a preencher a falha deixada pela família ausente durante algumas horas. Animais de estimação estão sempre prontos para brincar ou para ouvir. Eles ficam felizes em ouvir uma criança relatar os acontecimentos do dia.

Talvez a coisa mais importante que um animal faz pelas crianças é fazê-las sentirem-se amadas de uma maneira serena e sem críticas que as faz confidenciar todas as suas preocupações e mágoas. Cães e gatos não julgam as pessoas, eles não competem com elas. Eles só oferecem amizade e lealdade incondicionais.

Isto é muito útil em situações de stress. Os psicólogos chamam a isto de “triangulação”, isto é, ter um partido neutro que ajuda a reduzir tensões e a dissolver conflitos. Por exemplo, um cão com uma bola pode proporcionar uma pausa para uma brincadeira, um “refresco” quando as tensões estão altas. Os animais de estimação fazem companhia quando uma criança é deixada de fora das brincadeiras de um irmão mais velho. Proporcionam conforto quando as famílias “mudam de forma” - e as famílias de hoje sempre mudam de forma. Num estudo recente, a psicóloga Aline Kidd descobriu que alguns animais de estimação proporcionam continuidade durante um divórcio. Uma criança lhe disse que “quando estou com meu pai, o cachorro não me deixa sentir falta da mamãe e quando estou com minha mãe, o gato não me deixa sentir falta do meu pai.”

Uma criança aprende a respeitar a vida quando aprende a cuidar de um animal, a importância de seu horário de comer, quando brincar e até quando parar de provocá-lo. Basicamente, os animais mostram à criança como amar e ser amada por alguém tão diferente dela. Estas são lições tão importantes que, ao se fazer uma comparação, fazem o custo para manter um animal parecer muito pequeno.

Por Cynthia Jabs - “You and your pet”- Country Living Magazine - dez. 1989 - pag. 154

Traduzido e digitado por Ana Carmen Castelo Branco (Pema Lodrön) em 06-01-1997

O Absoluto e o Relativo

Sogyal Rinpoche
Os mestres Dzogchen são aguçadamente conscientes dos perigos de confundir o absoluto com o relativo. Pessoas que não conseguem entender esta relação podem ignorar e até mesmo desdenhar os aspectos relativos da prática espiritual e da lei kármica de causa e efeito. No entanto, aqueles que verdadeiramente apreendem o significado do Dzogchen terão apenas um profundo respeito pelo karma, bem como uma apreciação mais aguçada e mais urgente à necessidade de purificação e de prática espiritual. Isso é porque eles vão entender a vastidão do que está neles que foi obscurecida, e assim se esforçar com mais fervor, e com uma disciplina sempre fresca, natural, para remover o que está entre eles e sua verdadeira natureza.

The Dzogchen masters are acutely aware of the dangers of confusing the absolute with the relative. People who fail to understand this relationship can overlook and even disdain the relative aspects of spiritual practice and the karmic law of cause and effect. However, those who truly seize the meaning of Dzogchen will have only a deeper respect for karma, as well as a keener and more urgent appreciation of the need for purification and for spiritual practice. This is because they will understand the vastness of what it is in them that has been obscured, and so endeavor all the more fervently, and with an always fresh, natural discipline, to remove whatever stands between them and their true nature.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Nada dura. Nothing lasts.

Reflita sobre isto: A realização da impermanência é, paradoxalmente, a única coisa que podemos segurar, talvez a nossa única posse duradoura. É como o céu ou a terra. Não importa o quanto tudo à nossa volta possa mudar ou entrar em colapso, eles suportam. Digamos que passamos por uma crise emocional arrasadora. . . toda a nossa vida parece estar se desintegrando. . . nosso marido ou esposa, de repente nos deixa sem avisar. A terra ainda está lá, o céu ainda está lá. Claro que, mesmo a terra treme de vez em quando, apenas para nos lembrar que não podemos tomar nada como garantido. . . .

Reflect on this: The realization of impermanence is paradoxically the only thing we can hold on to, perhaps our only lasting possession. It is like the sky, or the earth. No matter how much everything around us may change or collapse, they endure. Say we go through a shattering emotional crisis . . . our whole life seems to be disintegrating . . . our husband or wife suddenly leaves us without warning. The earth is still there; the sky is still there. Of course, even the earth trembles now and again, just to remind us that we cannot take anything for granted. . . .

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Olhos abertos - Eyes open

Há várias razões para manter os olhos abertos quando você pratica meditação. Com os olhos abertos, você fica menos propenso a cair no sono. Assim, a meditação não é um meio de fugir do mundo, ou de sair dele em uma experiência de transe ou de um estado alterado de consciência. Pelo contrário, é uma maneira direta para nos ajudar a compreender verdadeiramente a nós mesmos e de se relacionar com a vida e o mundo. Portanto, na meditação você mantem seus olhos abertos, não fechados. Ao invés de deixar a vida, você permanece aberto e em paz com tudo. Você deixa todos os seus sentidos - audição, visão, sensação - simplesmente abertos, naturalmente, como eles são, sem se apegar após a percepção deles. Tudo o que você vir, ouvir, deixe como está, sem se apegar. Deixe a audição na audição, a visão na visão, sem deixar que o seu apego entre na percepção.

There are several reasons for keeping your eyes open when you practice meditation. With your eyes open, you are less likely to fall asleep. Then, meditation is not a means of running away from the world, or of escaping from it into a trancelike experience of an altered state of consciousness. On the contrary, it is a direct way to help us truly understand ourselves and to relate to life and the world. Therefore, in meditation you keep your eyes open, not closed. Instead of shutting out life, you remain open and at peace with everything. You leave all your senses—hearing, seeing, feeling—just open, naturally, as they are, without grasping after their perceptions. Whatever you see, whatever you hear, leave it as it is, without grasping. Leave the hearing in the hearing, leave the seeing in the seeing, without letting your attachment enter into the perception.

http://www.rigpaus.org/Glimpse/Glimpse.php

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Curtas meditações - Short meditations

"Sente-se por um curto período de tempo; em seguida, faça uma pausa, um intervalo bem curto de cerca de trinta segundos ou um minuto. Mas esteja consciente de que, o que quer que você faça, não perca a sua presença e sua facilidade natural. Em seguida, alerte-se e sente-se novamente. Se você fizer muitas sessões de curta duração como esta, suas pausas, muitas vezes, farão a sua meditação, mais real e mais inspiradora; elas vão remover a rigidez, o incômodo, o cansaço, a formalidade, a artificialidade de sua prática e trazer cada vez mais foco e conforto para você.
Gradualmente, através deste jogo de pausar e sentar, a barreira entre a meditação e a vida cotidiana vai se desintegrar, o contraste entre elas se dissolvem, e você vai se encontrar cada vez mais na sua presença pura natural, sem distração.
Então, como Dudjom Rinpoche costumava dizer: "Mesmo que o praticante possa sair da meditação, a meditação não vai deixar o praticante".

"Sit for a short time; then take a break, a very short break of about thirty seconds or a minute. But be mindful of whatever you do, and do not lose your presence and its natural ease. Then alert yourself and sit again. If you do many short sessions like this, your breaks will often make your meditation more real and more inspiring; they will take the clumsy, irksome rigidity, solemnity, and unnaturalness out of your practice and bring you more and more focus and ease.
Gradually, through this interplay of breaks and sitting, the barrier between meditation and everyday life will crumble, the contrast between them will dissolve, and you will find yourself increasingly in your natural pure presence, without distraction.
Then, as Dudjom Rinpoche used to say: “Even though the meditator may leave the meditation, the meditation will not leave the meditator."

domingo, 12 de junho de 2011

"Não haveria nenhuma chance de conhecer a morte se isso acontecesse apenas uma vez. Mas, felizmente, a vida nada mais é que uma dança contínua de nascimento e morte, uma dança de mudança. Toda vez que eu ouço o barulho de um riacho de montanha, ou as ondas quebrando na praia, ou meu próprio coração batendo, eu ouço o som da impermanência. Essas mudanças, essas pequenas mortes, são nossos elos da vida com a morte. Eles são os pulsos da morte, a pulsação da morte, levando-nos a abandonar todas as coisas às quais nos agarramos."

"There would be no chance at all of getting to know death if it happened only once. But fortunately, life is nothing but a continuing dance of birth and death, a dance of change. Every time I hear the rush of a mountain stream, or the waves crashing on the shore, or my own heartbeat, I hear the sound of impermanence. These changes, these small deaths, are our living links with death. They are death’s pulses, death’s heartbeat, prompting us to let go of all the things we cling to."
Rigpa - Glimpse of the Day - Sogyal Rinpoche

terça-feira, 7 de junho de 2011

Os olhos na meditação


"Na minha tradição de meditação, os olhos devem ser mantidos abertos. Este é um ponto muito importante. Se você é sensível a perturbações externas, ao começar a prática, você pode achar útil fechar seus olhos por um instante e calmamente interiorizar.
Uma vez que você se sentir estabilizado na calma, gradualmente abra seus olhos, e você vai descobrir que o seu olhar tornou-se mais tranquilo e pacífico. Agora olhe para baixo, ao longo da linha de seu nariz, em um ângulo de aproximadamente 45 graus à sua frente. Uma dica prática, em geral é que, sempre que sua mente se tornar agitada, é melhor baixar seu olhar, e sempre que ficar entediado ou sonolento, levar seu olhar para cima.
Uma vez que sua mente ficar calma, a clareza da visão começa a surgir, você vai se sentir à vontade para olhar para cima, abrindo os olhos e olhar mais para o espaço em frente de você. Este é o olhar recomendado na prática de Dzogchen."

"In my tradition of meditation, your eyes should be kept open: This is a very important point. If you are sensitive to disturbances from outside, when you begin to practice you may find it helpful to close your eyes for a while and quietly go within.
Once you feel established in calm, gradually open your eyes, and you will find that your gaze has grown more peaceful and tranquil. Now look down, along the line of your nose, at an angle of about 45 degrees in front of you. One practical tip in general is that whenever your mind is wild, it is best to lower your gaze, and whenever it is dull and sleepy, to bring your gaze up.
Once your mind is calm and the clarity of insight begins to arise, you will feel free to bring your gaze up, opening your eyes more and looking into the space directly in front of you. This is the gaze recommended in the Dzogchen practice."

Rigpa Glimpse of the Day - Sogyal Rinpoche

sábado, 4 de junho de 2011

O Que é Compaixão?

O que é compaixão? Não é simplesmente um sentimento de simpatia ou de cuidar da pessoa que sofre, não simplesmente um calor no coração pela pessoa diante de você, ou uma grande nitidez de reconhecimento de suas necessidades e dores, também é uma determinação corajosa e eficaz para fazer o que é possível e necessário para ajudar a aliviar o seu sofrimento.

What is compassion? It is not simply a sense of sympathy or caring for the person suffering, not simply a warmth of heart toward the person before you, or a sharp clarity of recognition of their needs and pain, it is also a sustained and practical determination to do whatever is possible and necessary to help alleviate their suffering.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Até agora.

 
O blog já vai lá para os seus, o quê? Uns quatro anos, por aí! Tenho tentado postar coisas que ajudem os que são e os que não são budistas, mesmo porque ser budista tem mais a ver com a prática diária, o fato de ser uma boa pessoa, ter um bom coração, sem distinção do que ficar horas sentado numa almofada olhando para o nada. Mas isso também é bom e necessário. Rezar alguns mantras visualizando a deidade também, do mesmo jeito que os católicos rezam um terço visualizando Nossa Senhora. Aliás, gosto muito dela!

Mas fico pensando: será que ajudei alguém nesses anos todos, ajudei de verdade, despertei pessoas para uma vida melhor? Será que fui de alguma utilidade com essa ferramenta virtual? Se valer a motivação, a intenção, então sim! E fico feliz, sossegada, apesar de saber que ainda falta muito caminho prá trilhar caso eu não venha a ser tirada repentinamente dele como algumas pessoas conhecidas e inclusive da minha própria família. Portanto, cada décimo de segundo é precioso, cada minutinho, cada pouquinho!

Hoje começa o Vesak, tempo em que comemoramos o nascimento, iluminação e parinirvana do Buda Shakyamuni. É dito que Entre os dias 01 e 15 de junho acontecerá o Saga Dawa, um período especial do ano quando nossas virtudes são multiplicadas. O dia 01 de junho é dia de lua nova e acontecerá um eclipse solar, cujo pico será por volta das 18 horas. O dia 15 é dia de lua cheia e ocorrerá um eclipse solar, cujo pico será por volta das 17 horas. Esse é um período muito auspicioso para fazermos prática.

Simplesmente ser.

Field With Ploughman - Vicent Van Gogh
Calmamente sentado, o corpo parado, a fala silenciosa, a mente em paz, deixe que os pensamentos e emoções que surgirem, irem e virem, sem se apegar a qualquer coisa.
Com o que este estado se parece? Dudjom Rinpoche costumava dizer: "Imagine um homem que chega em casa depois de um dia longo e duro nos campos e se afunda em sua cadeira favorita na frente do fogo. Ele trabalhou todos os dias e ele sabe que ele conseguiu o que queria atingir, não há nada mais para se preocupar, nada inacabado, e ele pode soltar totalmente todos os seus cuidados, preocupações e tudo o mais e, simplesmente, ser.

Quietly sitting, body still, speech silent, mind at peace, let thoughts and emotions, whatever rises, come and go, without clinging to anything.
What does this state feel like? Dudjom Rinpoche used to say: Imagine a man who comes home after a long, hard day’s work in the fields, and sinks into his favorite chair in front of the fire. He has been working all day and he knows that he has achieved what he wanted to achieve; there is nothing more to worry about, nothing left unaccomplished, and he can let go completely of all his cares and concerns, content, simply, to be.