quarta-feira, 3 de junho de 2009
A mobília que não quer calar!
http://www.flickr.com/photos/22823402@N07/sets/72157618717898568/
Comentário de uma pessoa
Ondas











"O mar é minha segunda casa e eu amo o que faço", disse Little. "Não existe para mim aquela sensação de encarar o trabalho como uma obrigação."
O fotógrafo conta que para obter as melhores imagens, ele utiliza uma câmera capaz de obter até dez fotos por segundo. As ondas que ele encara variam entre 90 cm e 4,5 m. Muitas vezes, ele chegou a ser arremessado a até 10 m de distância de sua localização original.
"Sempre existe um risco para mim, por conta da força e tamanho das ondas. Mas minha experiência como surfista me deixa à vontade para encarar as ondas sem medo", afirmou.
Obituário encomendado por Zé Rodrix

Felipe:
Em resposta a seu completissimo questionário passo-lhe às mãos minhas especificações para passamento e eventual necrológio.
Há alguns anos, gostaria de ter a causa-mortis preferida de meu pai: assassinado aos 98 anos de idade com um tiro dado por um marido ciumento que o tivesse pego em pleno ato… mas hoje nao mais. Pode ser de fulminante ataque cardiaco, dentro da minha biblioteca, perto o suficiente da familia e dos amigos, mas afastado o bastante para que, alertados pelos cachorros da casa, ja me encontrem morto, com um sorriso nos lábios.
Pode sepultar-me em pleno mar, sob a forma de cinzas, já que não poderei ser sepultado in totum no jardim da minha casa. Se conseguirem isso, no entanto, que nao cobrem entradas para visitação, à moda do irmão da princesa: deixem que, além das pessoas, os passarinhos e os animais da casa se refestelem no lugar, renovando diariamente o eterno ciclo da Natureza.
Ao enterro devem, através de convite formal, comparecer todos que foram aos meus lançamentos de livro: nada mais parecido com um velório do que isso.
Peço parcimônia nos efluvios emocionais: já as risadas devem ser francas e sem limite. Creio inclusive que prepararei com antecedência uma fita de piadas gravadas para animar o velório e manter o pessoal na boa.
Como dizia o Bozo, “sempre rir, sempre rir….”
Lá so deixarei a mim mesmo: mesmo os inimigos que comparecerem para ter certeza de que estou realmente morto podem voltar para casa em paz. Nao pretendo puxar a perna de ninguém à noite e nem assombrá-los depois de morto.
Já os amigos podem contar comigo: havendo vida após a morte, volto para avisar, da maneira mais prática e menos assustadora que me for possivel. A cremação deve ser feita depois que todos forem embora cuidar de seus proprios afazeres: enfrentar as chamas do forno terrestre já será um grande intróito para a vida eterna.
Se conseguir, tentarei ser crooner da grande Orquestra de Jazz doInferno, vulgarmente chamada de SATANAZZ ALL-STARS: como já vou chegar lá tenente ou capitão, dada a minha imensa taxa de maldades realizadas sobre a Terra, creio que nao será dificil. Meu castigo certamente será cantar MPBdQ por toda a eternidade, mas mesmo com isso ainda se pode encontrar algum prazer, assim na terra como no inferno….é o que veremos a seguir.
No enterro podem tocar de tudo, menos as músicas que eu tenha feito. Minha morte servirá certamente para que se livrem não apenas de mim mas também de minhas obras. Os herdeiros também não merecem ouví-las, sabendo que nada herdarão de minha lavra, porque, sendo eu adepto da politica do VAI TRABALHAR,VAGABUNDO, como meu pai fez comigo, já tomei providências para que essas músicas nao lhes rendam nem um tostão furado. Sendo um velório moderno, recomendo músicas de carnaval antigo, as indiscutíveis, claro, com algumas discretas serpentinas e confetes jogadas sobre o caixão, fechado, naturalmente.
Morrer num sábado à tarde, ser enterrado num domingo antes do almoço, e estar completamente esquecido na manhã de segunda, sem atrapalhar a vida profissional de ninguém: eis a perfeição que desejo na minha morte.
Muito grato.
Beijos
Zé Rodrix
terça-feira, 2 de junho de 2009
Praticando o Nobre Silêncio
"Conseguir manter a meditação estável é muito raro e precioso. E, apesar de frágeis e transitórias, a felicidade e a estabilidade condicionadas surgidas da meditação têm efeitos positivos, curativos!" - Lama Padma Samten, o lama gaúcho, Alfredo Aveline
http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=135
A intervalos de 15 minutos, ajustamos o corpo e alongamos, e assim seguimos nessa prática mais longa, que nos permite avançar no caminho da meditação silenciosa.
É uma oportunidade preciosa de praticarmos as diversas etapas de equilíbrio e pacificação: Shamata impura (com foco), Shamata pura (abertura sem preferências) e Metta Bhavana (cultivo da bondade amorosa). Trata-se, segundo o Lama, de um método de realização simples e eficiente, dirigido à prática do equilíbrio e da pacificação, no contexto das nossas relações cotidianas.
Meditação Meta Bavana
Que eu seja feliz
Que eu me livre do sofrimento
Que eu encontre as causas da felicidade
Que eu supere as causas do sofrimento
Que eu me livre totalmente das estruturas cármicas
Que eu desenvolva uma lucidez que acompanha o olhar, quando eu olhar para as coisas a lucidez está presente.
Que eu me torne verdadeiramente capaz de ajudar os outros seres.
Olhamos para esposa, marido, namorado, filhos, patrão, ex-esposa, ex-marido, vizinhos, colegas, etc.
Que ele seja feliz
Que supere o sofrimento
Que encontre as causas da felicidade
Que supere as causas do sofrimento
Que supere as estruturas cármicas
Que desenvolva um olhar de mestre, ao olhar as coisas a lucidez vem junto.
Que se torne verdadeiramente capaz de gerar benefícios em qualquer idade.
Uma sobrevivente de um campo de concentração
‘‘Sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhuma pessoa devia presenciar. Câmaras de gás construídas por engenheiros ilustrados. Crianças envenenadas por médicos instruídos. Bebês assassinados por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebes mortos a tiros por ginasianos e universitários. Assim, desconfio da educação. Meu pedido é o seguinte: Ajudem os seus discípulos a serem humanos. Os seus esforços nunca deverão produzir monstros cultos, psicopatas hábeis ou Heichmans instruídos. Ler, escrever, saber história e aritmética só são importantes se servem para tornar nossos estudantes mais humanos''
Recebido por e-mail da diretora de uma escola israelita
Texto extraído do site: http://culturabrasil.pro.br/direitoshumanos1.html
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O Ensinamento Mais Porcaria Nenhuma!
uma memorável professora budista.
Konchog Paldron recebeu extensivos ensinamentos de muitos mestres iluminados. Porém foram as instruções orais compassivas de Patrul Rinpoche que despertaram sua mente para estados mais elevados.
Mais tarde, ela transmitiu vários ensinamentos de Patrul Rinpoche para muitos praticantes.
Um dia, falando em verso, Patrul lhe disse:
“Não prolongue o passado,
Não convide o futuro,
Não altere a sua atenção natural do momento presente,
Não tema as aparências,
Não há nada além disso!”
Ao ouvir estas palavras, Konchog Paldron inesperadamente vivenciou um estado mental de sublime bem-aventurança. Patrul havia falado em um dialeto nômade grosseiro, e a frase final soava como “Fora isso, não há mais porcaria nenhuma!”
Isto ficou conhecido como “O Ensinamento Mais Porcaria Nenhuma”. Tem sido passado de mestre a discípulo até os dias de hoje.
Luto

sexta-feira, 29 de maio de 2009
Viver despenteada

O mundo é louco, definitivamente louco.
O que é gostoso engorda.
O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia.
Fazer amor despenteia.
Rir às gargalhadas despenteia.
Viajar, voar, correr, entrar no mar despenteia.
Tirar a roupa despenteia.
Beijar a pessoa amada despenteia.
Brincar despenteia.
Cantar até ficar sem ar despenteia.
Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível.
Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado, mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.
É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.
Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora.
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz? Por acaso não se dão conta de que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita? A pessoa mais bonita que posso ser!
O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser. Por isso, minha recomendação a todas as mulheres: entreguem-se, comam coisas gostosas, beijem, abracem, dancem, apaixonem-se, relaxem, viajem, pulem, durmam tarde, acordem cedo, corram, voem, cantem, arrumem-se para ficar linda, arrumem-se para ficar confortável. Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida lhe despentear!
O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo!
Loucura de amor
Barack Hussein Obama II


http://www.youtube.com/watch?v=pTKTCgznoAQ
I am proud to announce my nominee for the next Justice of the United States Supreme Court: Judge Sonia Sotomayor.
This decision affects us all — and so it must involve us all. I’ve recorded a special message to personally introduce Judge Sotomayor and explain why I’m so confident she will make an excellent Justice.
Please watch the video, and then pass this note on to friends and family to include them in this historic moment.
Judge Sotomayor has lived the America Dream. Born and raised in a South Bronx housing project, she distinguished herself in academia and then as a hard-charging New York District Attorney.
Judge Sotomayor has gone on to earn bipartisan acclaim as one of America’s finest legal minds. As a Supreme Court Justice, she would bring more federal judicial experience to the Supreme Court than any Justice in 100 years. Judge Sotomayor would show fidelity to our Constitution and draw on a common-sense understanding of how the law affects our day-to-day lives.
A nomination for a lifetime appointment to the highest court in the land is one of the most important decisions a President can make. And the discussions that follow will be among the most important we have as a nation. You can begin the conversation today by watching this special message and then passing it on:
http://my.barackobama.com/SupremeCourt
Thank you,
President Barack Obama
quinta-feira, 28 de maio de 2009
O Sutra do Coração.


Em tibetano: Tchom Den De Ma She Rab Tchi Pa Rol Tu Tchi Pe Nying Po
Em português: A Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente – A Deusa Transcendente, Realizada e Vitoriosa
Indescritível, inconcebível e inexprimível, a perfeição do conhecimento transcendente é não nascida e incessante – a própria natureza do espaço. É o campo do estado desperto primordial autoconhecedor de cada um. Presto homenagem à mãe dos budas dos três tempos.
Homenagem à Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente!
Assim ouvi:
Certa vez o Conquistador Transcendente e Realizado encontrava-se no Pico dos Abutres, em Rajagriha, acompanhado de uma numerosa sanga de monges e bodisatvas.
Naquele momento, O Conquistador Transcendente e Realizado descansava em equilíbrio na absorção meditativa de examinar os fenômenos, conhecida como “o estado de profunda percepção”.
Naquele mesmo momento também, o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, examinava atentamente o caminho profundo pelo qual o conhecimento transcendente é consumado e viu com precisão que os cinco agregados da mente e do corpo são vazios de natureza própria.
Então, pelo poder de Buda, o valoroso Shariputra dirigiu as seguintes palavras para o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara:
- “Como deve proceder um filho de ascendência espiritual que deseje se engajar no caminho profundo pelo qual o conhecimento transcendente é consumado?”
Uma vez ditas essas palavras, o grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, dirigiu as seguintes palavras para o valoroso Shariputra:
- “Ó Shariputra, os filhos ou filhas de ascendência espiritual que desejem se engajar no profundo caminho pelo qual o conhecimento transcendente é consumado deveriam ver com precisão desta maneira: deveriam ver, precisa, correta e intimamente, que seus cinco agregados da mente e do corpo são vazios de natureza própria.
A forma é vacuidade.
A vacuidade é forma.
A forma não é outra que não a vacuidade.
A vacuidade não é outra que a não forma.
Da mesma maneira, sensações, percepções, fatores condicionantes e modalidades de consciência são vazios. Ó Shariputra, assim todos os fenômenos são vacuidade – eles são características, não nascidos e incessantes, estão além da imperfeição e da perfeição. Eles não decrescem e não aumentam.
Ó Shariputra, portanto, com vacuidade não há forma, não há sensação, não há percepção, não há estados mentais e não há consciência. Não há os sentidos da visão, da audição, do olfato, do paladar, do tato ou da mente discursiva. Não há formas, não há sons, não há cheiros, não há sabores, não há sensações táteis e não há conceitos. Não há ignorância nem ausência de ignorância e assim por diante inclusive não há envelhecimento e morte, nem ausência de envelhecimento e morte. Do mesmo modo, não há sofrimento, não há origem do sofrimento, não há cessação do sofrimento e não há caminho. Não há estado desperto primordial, não há realização e não há falta de realização.
Ó Shariputra, portanto, por não haver realização para bodisatvas, em vez disso, eles subsistem por confiarem na perfeição do conhecimento transcendente. Já que as suas mentes são desobscurecidas, eles são destemidos. Eles estão muito além de quais quer concepções errôneas e, portanto, alcançam o estado consumado do nirvana. Além disso, todos os budas existentes nos três tempos tornam-se budas, despertam perfeita e completamente para a insuperável, verdadeira e perfeita iluminação, por confiarem na perfeição do conhecimento transcendente. Portanto, já que o mantra da perfeição do conhecimento transcendente, o mantra do supremo estado desperto intrínseco, o mantra insuperável, o mantra que traz igualdade ao que é desigual, o mantra que pacifica totalmente todo o sofrimento, não é falso, ele deveria ser conhecido como verdadeiro.
Recito o mantra da perfeição do conhecimento transcendente.”
OM GATÊ GATÊ PARAGATÊ PARASAMGATÊ BODHÍ SOHÁ
“- Ó, Shariputra, assim deveria treinar-se um grande e corajoso bodisatva na perfeição do conhecimento transcendente.”
Então, o Conquistador Transcendente e Realizado ergueu-se daquele estado de absorção meditativa e expressou sua aprovação ao grande e corajoso bodisatva, o nobre Avalokiteshvara, dizendo:
“- Excelente, excelente! Ó filho de ascendência espiritual, assim é. Assim é. Dessa mesma maneira que você acabou de mostrar, assim se deveria praticar a profunda perfeição do conhecimento transcendente. Os tatágatas se regozijam com isso.”
Uma vez que o conquistador Transcendente e Realizado conferiu esse mandamento, o valoroso Shariputra, o bodisatva Avalokiteshvara, o mundo inteiro de deuses, humanos, semi-deuses e gandarvas, todos se regozijaram. Eles exaltaram as palavras proferidas pelo Conquistador Transcendente e Realizado.
Assim termina a Quintessência da Perfeição do Conhecimento Transcendente
Sob o patrocínio real do Rei Trisong Deutsen, em meados do século VIII, o tradutor tibetano (lotsaua) Bhiksu Rintchen De traduziu este texto para o tibetano juntamente com o mestre indiano (pandita) Vimalamitra. Foi editado pelos grandes tradutores tibetanos (lotsauas) Guelo, Namka e outros. Este texto tibetano foi copiado de afresco em Guedje Tchemaling, um dos templos do glorioso Samye Vihara
Cosmos
“A um rio que tudo arrasta, todos chamam de violento; mas ninguém chama violentas as margens que o aprisionam há séculos.” Bertolt Brecht
No Colégio Santa Dorotéia, sempre fui o primeiro lugar de todos os torneios de redações do colégio inteiro, mesmo dos graus superiores ao meu. É que sempre consegui me expressar melhor por meio da palavra escrita e não da falada. A fala, assim como todos os atos, dominada pela mente, por alguma motivação e pelas emoções aflitivas arrisca uma compreensão errônea, um julgamento posterior confuso e ardiloso por meio do ouvinte que depois a destorce e usa para jogar contra nós! A escrita está registrada e documentada!
Nas minhas lembranças mais remotas que remontam ao berço, fui uma criança cerceada, visada, vigiada, controlada e recriminada. As palavras ásperas e rudes ressoam no meu ouvido até hoje. Quando as escuto, causam-me um mal-estar interior e só depois de adulta, ou direi, velha, consegui compreender a causa desta repulsa apesar de ainda me estremecer.
Meus pais como todos os pais do mundo, queriam que a sua filha brilhasse. Não brilhei!
Minha avó materna é a única pessoa de quem tenho lembrança tranqüila. Falava baixo, manso e conseguia desta maneira que eu comesse todo alimento sem pressionar-me. Não contava estórias. Levava-me a colher flores, o cosmos que grassava nos matos ao redor da casa dela. Morreu antes que eu completasse oito anos.
Às vezes, ponho-me a pensar: se ela tivesse sobrevivido até a minha idade mais adulta, teria eu julgamentos discriminativos sobre ela? Então, passo a perceber essa morte prematura como uma bênção para a minha lembrança, diria eu, macia e suave. Minha filha, que já conta trinta e um anos e ainda tem minha mãe viva analisa-a e a seus atos.
Nunca tive um irmão ou irmã com quem pudesse contar como amigo. Pelos caprichos da vida, fui a primeira filha mulher tendo um irmão mais velho que, agora julgo eu, talvez tenha se sentido enciumado pela minha presença de menina cheia dos vestidos rendados e bordados. Ah, se ele pudesse imaginar como estas vestimentas me apertavam, arranhavam e incomodavam! Quatro anos e meio depois, nasce outro homenzinho. Só depois dos meus oito anos é que veio outra menina, depois outra e depois um menino.
Nada sei dos meus irmãos. Não conheço seus pensamentos. Não me lembro de ter um momento tranqüilo do tipo “jogar conversa fora” com nenhum deles. Fiquei isolada deles, como num limbo.
Na adolescência, fui tornando-me retraída, ensimesmada, trancada. Esse comportamento complicou minha situação e fui novamente taxada de esquisita, nervosa, estranha, de espírito difícil. As pessoas falam. Essa fama correu a família inteira, chegando até aos tios, primos, sobrinhos, cunhadas e outros agregados. Talvez eu seja mesmo uma mulher alterada, a ovelha negra da família.
Quando eu contava dezoito anos perco meu irmão caçula num acidente de carro. Não tendo passado no vestibular e ficando sem o tempo do colégio, comecei a trabalhar muito cedo e encontrei o homem que seria meu marido e pai dos meus filhos vida afora.
Aí, já é outra estória. Mas a relação com minha família de berço e infância já estava estragada. Jamais consegui resgatá-la porque meus pais e irmãos não gostam de ler e eu sempre consegui me expressar melhor por meio da palavra escrita e não da falada.
Por isso tornei-me budista, tomei refúgio no Buda, no Dharma e na Sangha, as Três Jóias e leio os livros dos lamas e monges cujas palavras me acalmam a mente.
http://www.loja.jardicentro.pt/product_info.php?products_id=145
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Lições do mestre Mingyur Rinpoche - Como lidar com o sofrimento?
Viva assim!
Aprenda a observar caramujos.
Plante jardins impossíveis.
Convide alguém perigoso para um chá.
Faça pequenos sinais que digam SIM, e cole todos pela casa.
Faça amigos com liberdade, sem desconfiança.
Olhe com esperança para seus sonhos.
Chore durante os filmes.
Num balanço à luz da lua, balance o mais alto que você puder.
Cultive o amor.
Recuse-se a ser “o responsável”.
Faça por amor.
Tire várias sonecas.
Desprenda-se do dinheiro.
Faça isso agora.
O dinheiro virá naturalmente.
Acredite em magia.
Dê muita risada.
Celebre todo momento glorioso.
Tome banhos de lua.
Tenha criações selvagens, sonhos transformadores e perfeita calma.
Desenhe nos muros, nas paredes.
Leia todo dia.
Imagine-se uma pessoa mágica.
Brinque com crianças.
Escute as pessoas mais velhas.
Esteja aberto.
Mergulhe fundo.
Seja livre.
Abençoe-se.
Deixe os medos de lado.
Divirta-se com tudo.
Entretenha sua criança interior.
Você é inocente.
Construa um forte com lençóis.
Molhe-se.
Abrace árvores.
Escreva cartas de amor.
(Autor desconhecido)
Sutra do Coração (Tibetano - Vajrayanna)
Na língua da Índia: Bhagavati Prajnaparamita Hridaya.
Na língua do Tibet: Chomdendema Sherabkyi P'haröltuchinpe Nyingpo.
O primeiro verso diz:
Assim eu ouvi. Certa vez, o Bhagavan [Buddha] estava em Rajagriha, sobre a montanha Gridhrakuta, com uma grande assembléia de monges e uma grande assembléia de bodhisattvas.
Naquele momento, o Bhagavan entrou na concentração que expressa o ensinamento chamado "Iluminação Profunda". No mesmo momento, o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva [ser da iluminação, grande ser], enquanto praticava a profunda Perfeição da Sabedoria, viu os cinco agregados [forma, sensações, percepções, vontade, consciência] como sendo vazios em sua própria natureza.
Então, pelo poder do Buddha, o venerável Shariputra disse ao nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva: Como deve treinar o filho ou filha de nobre linhagem que deseje praticar a profunda Perfeição da Sabedoria?
Assim ele disse e o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva respondeu o seguinte ao venerável Shariputra: Ó Shariputra, um filho ou filha de nobre linhagem que deseje praticar a profunda Perfeição da Sabedoria deve ver deste modo: os cinco agregados são completamente vazios em sua própria natureza. A forma é vacuidade; a vacuidade é a forma. A vacuidade não é outra senão a forma; a forma não é outra senão a vacuidade. Assim também são a sensação, a percepção, a vontade e a consciência. Deste modo, Shariputra, todos os fenômenos são vacuidade, sem características. Não são produzidos nem interrompidos. Não são impuros nem puros. Não têm diminuição nem aumento.
Portanto, Shariputra, na vacuidade não há forma, sensação, percepção, vontade, consciência; não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, mente; não há cor, som, odor, sabor, tato, fenômeno; não há [reinos dos sentidos, desde] o reino da visão até o reino da mente; não há o reino dos fenômenos, não há o reino da consciência; não há [elos de surgimento dependente, desde] a ignorância e o fim da ignorância até a velhice-e-morte e o fim da velhice-e-morte; não há [as verdades nobres sobre] o sofrimento, a origem, a cessação, o caminho; não há sabedoria, nem atingimento ou não-atingimento. Portanto, Shariputra, como os Bodhisattvas não têm atingimento, eles permanecem na Perfeição da Sabedoria.
Como não há obscurecimento na mente, não há medo. Transcendendo as visões falsas, eles atingem o nirvana completo. Todos os Buddhas dos três tempos, através da Perfeição da Sabedoria, despertaram totalmente para a iluminação insuperável, completa e perfeita. Portanto, o mantra da Perfeição da Sabedoria, o mantra do grande conhecimento, o mantra insuperável, o mantra inigualável, o mantra que alivia todo sofrimento, deve ser conhecido como a verdade, pois não é falso. O mantra da Perfeição da Sabedoria é proclamado deste modo:
GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SOHA
Deste modo, Shariputra, um Bodhisattva Mahasattva deve treinar na profunda Perfeição da Sabedoria.
Então, o Bhagavan levantou de sua concentração e elogiou o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva, dizendo: Bem dito, bem dito, ó filho de nobre linhagem! Assim é, ó filho de nobre linhagem, assim é! Deve-se praticar a profunda Perfeição da Sabedoria assim como você disse e todos os Tathagatas irão se regozijar.
Quando o Bhagavan disse isto, o venerável Shariputra, o nobre Avalokiteshvara Bodhisattva Mahasattva, toda a assembléia e o mundo de devas, humanos, asuras e gandharvas se regozijaram e louvaram as palavras do Bhagavan.
Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria.
De http://www.dharmanet.com.br/
domingo, 24 de maio de 2009
Fotos da mobília-urgente!
sábado, 23 de maio de 2009
Vendo mobília urgente!
Estorinha.
Quando eu tinha treze anos, meus pais me deram de presente de aniversário uma mobília de jacarandá novinha em folha. Só que, como era surpresa, - detesto surpresa - foram eles que escolheram. Uma cama larga, um criado mudo, uma penteadeira com espelho de cristal bizotado e moldura de jacarandá e uma cadeira que o encosto era igual a cabeceira e a peseira da cama.
Até aí tudo bem. Antigamente, né, as pessoas ainda moravam em casas, meu quarto era grande, uns quatro por quatro mais ou menos e tudo cabia direitinho e ainda sobrava espaço para uma prateleirinha também de jacarandá, uma prancheta e uma mesa de trabalho.
Depois de quatro anos de curso superior, me formei em decoração de interiores aos vinte e cinco, me casei aos vinte e seis e carreguei a mobília toda do quarto comigo para o nosso apartamento novinho e feito sob medida porque ainda era uma decoradora exercendo a profissão na maior empolgação!
Coloquei a mobília no quarto de hóspedes. Mas aí, só coube a cama, o criado, a penteadeira com a cadeira e o espelho e a mesa de trabalho um pouquinho atravancados. Sai a prancheta com o banquinho pro quarto que era minha oficina de trabalho. Dava prá levar.
Nasce filha, tira a mesa de trabalho, põe o berço. Nascem mais dois filhos, fica berço, compra um beliche e uma cômoda e tira a tal da mobília, põe no quarto que era a minha oficina de artesanato, decoração e costura. Já era!
Os filhos cresceram. Cresceram mesmo, viraram adultos e cada um quer seu quarto. Até o da empregada foi tomado!
E a mobília? Minha filha odeia! Já deu até briga! Quer porque quer vender e comprar uma da Tok Stok ou similar. Mas quem vai dar o que a mobília vale?
Então taca a correr atrás prá vender uma mobília antiga de jacarandá maciço feita por um artista que até já morreu prá comprar móveis retinhos e branquinhos da Tok Stok ou similar. Até o taco do chão ela quer pintar de branco.
E aí? Alguém se interessa? Tô vendendo porque a impermanência se interpôs e o apego? Quero não!
Moça da Gol
COMO TRATAR AS PESSOAS GROSSAS
Para todos os que têm de tratar com clientes irritantes, ou com pessoas que se acham superiores aos outros, aprendam com a funcionária da GOL. Destrua um ignorante sendo original, como ela foi.
Uma funcionária da GOL, no aeroporto de Congonhas, São Paulo, deveria ganhar um prêmio por ter sido esperta, divertida e ter atingido seu objetivo, quando teve que lidar com um passageiro que, provavelmente, merecia voar junto com a bagagem...
Um vôo lotado da GOL foi cancelado. Uma única funcionária atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de passageiros.
De repente, um passageiro irritado cortou toda a fila até o balcão, atirou o bilhete e disse:
- Eu tenho que estar neste vôo, e tem que ser na primeira classe!
A funcionária respondeu:
- O senhor me desculpe, terei todo o prazer em ajudar, mas tenho que atender estas pessoas primeiro, já que elas também estão aguardando pacientemente na fila. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo.
O passageiro ficou irredutível e disse, bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você faz alguma idéia de quem eu sou?
Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu um instante e pegou no microfone anunciando:
- Posso ter um minuto da atenção dos senhores, por favor? (a voz ecoou por todo o terminal). E continuou:- Nós temos aqui no balcão um passageiro que não sabe quem é, deve estar perdido... Se alguém é responsável por ele, ou é parente, ou então puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade, favor comparecer aqui no balcão da GOL. Obrigada.
Com as pessoas atrás dele gargalhando histericamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Eu vou te foder!
Sem recuar, ela sorriu e disse:
- Desculpe, meu senhor, mas mesmo para isso, o senhor vai ter que esperar na fila; tem muita gente querendo o mesmo...