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domingo, 8 de março de 2009

Mais Clarisse

“Existir não é lógico.”

“Já que sou, o jeito é ser.”

“Sou um homem que tem mais dinheiro do que os que passam fome, o que faz de mim, de algum modo, um desonesto.”

“Quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falta o delicado essencial.”

“... mas sem fazer estardalhaço de minha humildade, que já não seria mais humildade.”

“O dia de hoje e o dia de amanhã será um hoje; a eternidade é o estado das coisas neste momento.”

“Isso será coragem minha, a de abandonar sentimento antigos, já confortáveis.”

“A palavra não pode ser enfeitada e artisticamente vã; tem que ser apenas ela.”

“O que eu vou escrever já deve estar, na certa, de algum modo, escrito em mim.”

“Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.”

“Se der para me entenderem, está bem. Se não, também está bem.”

“Para que escrevo? E eu sei? Sei não.”

“... assim como um cachorro não sabe que é um cachorro.”

“Quando acaricio a cabeça do meu cão sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique.”

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