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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Livros.


De vez em quando compro livros e os coloco na prateleira. Não só pelo extremo prazer em comprá-los, mas por ter minha prateleira mais rica, posto que, para mim, livro é riqueza independente do preço que me tenha custado! Alguns nem mesmo tem preço!

Já faz algum tempo que comprei um pequenino volume, porém grosso chamado Malas, O Poder de Um Acessório de Anna Johnson. Não, não tem nada a ver com os malas tibetanos, os rosários do budismo. Menos ainda com as malas de viagem. Mas malas de mão, ou seja bolsas!

É que descobri que o tal livro é lusitano, português de Portugal e que nossa lingua deveria ser chamada de brasileirês, tamanha a diferença e diversidade dos termos. Pois saibam vocês que mala, em Portugal, é bolsa no Brasil. Então vejamos.

Deparei-me com a fotografia de uma mala cuja descrição é "ridículo otomano,1810". Ridículo. Lá vou eu consultar o Aurélio, o homem, o acadêmico e imortal a quem sempre exaltei, não somente o dicionário.

Ridículo. Bem, no final das contas, avaro, ou seja a tal mala, o tal ridículo é um acessório onde se guardavam moedas. E muito bem guardadas, bem típico de uma pessoa avarenta, ridícula!

Obrigada, dr. Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira que nada tem a ver com o cantor Chico!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_Buarque_de_Holanda_Ferreira

sábado, 15 de novembro de 2008

Anglicismo, galicismo e tradução.

É preciso ter muito cuidado ao traduzir do inglês para o português para que não se perca a linguagem comum e coloquial da língua portuguesa. Não pretendo colocar aqui uma conotação de protecionismo para com a nossa língua. Todas são universais. Mas é preciso preservar seus termos para que ela não se perca como já se perdeu. Um jovem de hoje vai ter que se valer de um bom dicionário se quiser entender Machado de Assis, José de Alencar ou Eça de Queiroz, este último, português.

Através do uso de inúmeras palavras ditas como aportuguesadas, o tão falado anglicismo e o galicismo, respectivamente palavras provenientes do inglês e francês, se interpuseram.

Vamos a alguns exemplos de anglicismo bem conhecidos: bife, futebol, tênis, home-theater, mouse, blush, remix, ranking, piercing, shopping, performance, etc.

É interessante notar que todas elas são usadas de maneira errônea no contexto da língua brasileira. Um inglês ou um estadunidense jamais vai entender que você foi a um shopping – que quer dizer fazer compras e não o local, que seria mall – para comprar um tênis – snicker em inglês – para depois comer um bife – steak.

Futebol é o football que chamamos aqui de futebol americano, porque, para eles, o nosso futebol é soccer. Blush é um verbo, to blush, ficar corado, envergonhado. Piercing, que pode ser usado como substantivo ou verbo, é perfurar algo ou as peças de aço cirúrgico que se coloca no corpo. Lembrando. Tatuagem é galicismo: tatooage em francês.

As áreas de informática, de decoração e de automóveis estão recheadas de anglicismos: browser (navegador, leitor de textos) link (ligação), site (sítio, lugar, local), homecenter (loja enorme de materiais de construção), hometheater (cinema em casa), piston, sedan, coupé, cardan, carter, diesel (motor de explosão interna).

O galicismo, por ter entrado mais cedo, no início do século XX, como um linguajar elegante, tem um número enorme de termos: boite, ballet, maquillage, rouge, baton, bidet, bouquet, boutique, buffet, champagne, cognac, bordeaux – estas três últimas são regiões da França – chalet, carnet, chique, crochet, tricot, coupon, dossier, filet, gaffe, garage, garçon, madame, mayonnaise, omelette, manicure e pedicure, purée para não citar inúmeras outras.

Voltando ao tema da tradução. A palavra inglesa wild que, ao pé da letra se traduz como selvagem deve estar de acordo com o contexto. No caso de animais a tradução seria correta, mas, wild dreams, wild thoughts, jamais seriam entendidos como sonhos ou pensamentos selvagens. São sonhos e pensamentos loucos, mas num sentido relacionado ao sexo.

Engraçado é que o inglês também usa galicismos. A noiva e o noivo comprometidos são fiancé (masculino) e fiancée (feminimo). Na hora do casamento se tornam bride (noiva) e groom (noivo) para só depois serem marido e mulher ou husband and wife. Se o casamento não der certo, tornam-se ex-wife e ex-husband. É muita mudança para o meu gosto! E em muito pouco tempo.

Ah! Esqueci-me de dizer que enquanto “digitava” este texto, “deletei”, dei “enter” e “cliquei” várias vezes...

Ana Carmen Castelo Branco
Belo Horizonte, domingo, 20 de janeiro de 2008 – 07:43h.