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domingo, 11 de dezembro de 2011

Religião e Progresso Material / Religion and Material Progress


“Basicamente nenhuma religião acredita que o progresso material por si só é suficiente para a humanidade. Todas as religiões acreditam em forças que estão além do progresso material. Todas concordam que é muito importante e valioso fazer um esforço para servir a sociedade. Para isso, é importante que compreendamos cada uma. No passado, devido ao estreitamento das mentes e outros fatores, houve, às vezes discórdia entre grupos religiosos. Isso não deve acontecer novamente. Se olharmos profundamente para o valor da religião no contexto da situação mundial, podemos facilmente transcender estes acontecimentos infortunados. Poishá muitas áreas de terra em comum onde podemos ter harmonia. Vamos ajudar lado a lado, respeitando e compreendendo cada um – num esforço comum para servir à humanidade. O foco da sociedade humana deve ser o melhoramento compassivo dos seres humanos.”
Sua Santidade o Dalai Lama.

"No religion basically believes that material progress alone is sufficient for humankind. All religions believe in forces beyond material progress. All agree that it is very important and worthwhile to make a strong effort to serve human society. To do this, it is important that we understand each other. In the past, due to narrow-mindedness and other factors, there has sometimes been discord between religious groups. This should not happen again. If we look deeply into the value of a religion in the context of the worldwide situation, we can easily transcend these unfortunate happenings. For, there are many areas of common ground on which we can have harmony. Let us just be side by side- helping, respecting, and understanding each other - in common effort to serve humankind. The aim of human society must be the compassionate betterment of human beings."
His Holiness the Dalai Lama

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O que é Tsog? Lama Thubten Yeshe


 
As oferendas de Tsog é uma parte profunda do Puja do guru feita regularmente nos centros FPMT (Foundation for the Preservation of the Mahayana Tradition – Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana)

Tsog significa reunião. Nós juntamos e reunimos as coisas que oferecemos e nós mesmos nos reunimos juntamente para a prática. Juntando-se aos outros praticantes, concentrando nossas mentes para dentro do mesmo espaço nos dá inpiração. É muito melhor do que só fazer o puja sozinhos em nossos quartos. Esta é a conotação tibetana de Tsog. Um exemplo do meu colégio em Sera associa um puja em grupo a uma vassoura de palha. Não se pode varrer muito chão com uma só palha, mas, quando muitas palhas são reunidas para se fazer uma vassoura, podemos limpar um gönpa inteiro em muito pouco tempo. Não somos tão fortes quanto praticantes famosos como Milarepa. Ele se sentia bem quando estava sozinho, mas nós não estamos prontos para isso ainda. Então, é bom que nós nos juntemos tentando desenvolver a mente unifocada; a mente de cem pessoas todas se encontrando no mesmo lugar. Isso se torna muito poderoso. Tsog na tradição tibetana é um método muito profundo de purificação, uma maneira profunda de ganhar realizações. Quando recitamos o texto em português podemos ver quantos assuntos estão incluídos na prática. O puja do Guru, por exemplo, cobre o caminho inteiro para a iluminação do começo ao fim. Então, isso pode acontecer nas suas meditações diárias no lamrim (lam "caminho", rim “estágios”); não estamos fazendo nenhum progresso óbvio, e então, durante um puja, por causa da atmosfera condutiva que criamos, zum! – alguma realização aparece em nossas mentes. Muitas pessoas ganharam realizações durante um puja simplesmente por causa desta atmosfera. Normalmente, nos empurramos para alcançar, mas nada acontece porque não criamos o espaço para que algo acontecesse. Ao nos juntarmos para oferecer Tsog criamos um espaço. Quando o espaço certo se abre, zum! - realizações chegam como se fossem magicamente atraídas. Isso é verdadeiro. Logo, é importante nos colocarmos na atmosfera correta ao praticar uma sadhana ou qualquer outra coisa. Talvez tenhamos feito um determinado puja cem vezes antes, mas, de alguma maneira, nunca alcançamos o ponto certo. Quando em algum momento nós encontramos o ponto certo, zum! – algo acontece. Para crescer, precisamos da atmosfera correta. Na terminologia filosófica do budismo falamos sobre karma: Criando um bom karma, alcançaremos esse ou aquele resultado. Simplesmente direi que para alcançar os resultados que queremos, temos que criar a atmosfera correta. Se criarmos uma estufa, flores crescerão e elas também serão protegidas do dano da geada. É a mesma coisa com as nossas mentes de bebês. Precisamos criar o ambiente apropriado onde elas possam se desenvolver e também precisamos protegê-las. Nos reunirmos juntos para o puja, dando energia aos outros é o tipo de proteção que nossas mentes precisam. Na tradição tibetana do budismo mahayana, estamos sempre falando sobre os benefícios que derivamos de todas os seres sencientes que foram nossas mães.Tomar este chá Darjeeling: pensem em quantas pessoas foram envolvidas até que ele chegasse aqui: os plantadores, os colhedores, os classificadores, os encaixotadores, os transportadores, os lojistas, nosso próprio preparo do chá. Finalmente, conseguimos tomá-lo aqui. Sabemos através dos nossos estudos lam-rim, que, direta ou indiretamente cada ser senciente nos ajudou a ter essa xícara de chá. E não só essa xícara de chá. Toda a felicidade, desde o mais ínfimo prazer samsárico ao êxtase eterno da liberação e iluminação vem de cada um de nós para o outro. Assim, para ganhar realizações precisamos criar a atmosfera correta. Fazemos isso nos reunindo e dirigindo nossas mentes para o mesmo lugar. O poder dessa prática traz entendimento, compreensão, sabedoria. Penso que isso é muito bom: somos uma reunião internacional e cada um de nós desenvolveu em seu modo único; mas, apesar de nossas diferenças, nossas mentes ainda podem se encontrar no mesmo lugar e podemos nos comunicar uns com os outros. Realmente acho isso maravilhoso! Pais podem não ser capazes de se comunicar com seus filhos mas aqui, somos de paises diferentes de todo o mundo e somos capazes de nos comunicar uns com os outros, de coração para coração. Outra conotação de tsog é “festa” – uma festa na qual compartilhamos simultaneamente grandes sabedorias e felicidades nascidas. Agora, isso é uma festa.

Fazendo oferendas
Durante sua visita à Austrália ano passado, nosso diretor espiritual, Lama Zopa Rinpoche, disse que extensivas oferendas deveriam ser feitas no gönpa para o benefício do Centro e para a prosperidade interna (dharma) e externa dos estudantes. Deveria haver muitas oferendas, disse ele, pois elas são muito inspiradoras. Fazer inspirações belas e extensas encoraja as pessoas a praticar e a criar mérito. Qualquer um que tem dificuldade no trabalho ou nos negócios e não tem tempo para fazer oferendas pode patrocinar oferendas no Centro, ele disse. A pessoa encarregada do gönpa pode fazer essas oferendas em benefício das pessoas do Centro. Quem quiser participar, dedique o mérito para eles. Rimpoche disse que o sucesso depende do mérito.

A arte da Imperfeicão - Adília Belloti

Não sei quanto a você, mas eu ando definitivamente exausta de correr atrás da perfeição. No outro dia me peguei medindo as toalhas de banho dobradas para que elas formassem impecáveis pilhas no meu armário. Uma amiga me diz que arruma os vidros de tempero por ordem alfabética! E o pediatra solta um comentário bem-humorado sobre mães que se sentem pessoalmente insultadas quando seus filhos ficam gripados. Como se gripe fosse uma espécie de tinta que manchasse a perfeição dos seus pimpolhos. Nosso índice de tolerância aos "defeitos de fabricação" do universo anda mesmo muito baixo. E isso nos torna a espécie mais reclamona do universo, provavelmente a única, mas é que tenho algumas dúvidas se bois e vacas, interiormente, não reclamam daquelas moscas sempre em volta dos seus rabos. Passamos um bocado de tempo tentando caber nas molduras que inventamos para nós. Isso quando escapamos de tentar vestir à força as expectativas que OUTROS criaram para NÓS. Senão, me digam por que seres humanos razoáveis investiriam tanto tempo, dinheiro e energia para tentar recuperar a imagem que tinham aos 18 anos? Por estas e por outras tantas foi que quando terminei de ler aquele livrinho senti que tinha recebido uma revelação divina! É só um livreto, mas, ao contrário, desses livros bonitinhos que a gente compra como se fosse um cartão para dizer "Feliz Aniversário" ou "Como eu gosto de você", não é tão fácil assim de ler. Muito menos de pôr em prática os conselhos da autora. Em português acabou chamando "A arte de viver bem com as imperfeições". Uma pena, eu penso. O título em inglês é "The Art of Imperfection" ou "A Arte da Imperfeição". Assim, simplesmente. Teria sido melhor. Porque é disto que Véronique Vienne fala no seu pequeno livro, das formas de perceber a beleza que se esconde nas frestas do mundo perfeito que tentamos, sempre em vão, construir para nós. Você conhece aquela história de que os tapetes persas sempre tem um pequeno erro, um minúsculo defeito, apenas para lembrar a quem olha de que só Deus é perfeito? Pois é, a Arte da Imperfeição começa quando a gente reconhece e aceita nossa tola condição humana. Véronique Vienne dividiu seu manual em dez capítulos de títulos muito sugestivos: a arte de cometer erros, a arte de ser tímido, a arte de se parecer consigo mesmo, a arte de não ter nada para vestir, a arte de não ter razão, a arte de ser desorganizado, a arte de ter gosto, não bom-gosto, a arte de não saber o que fazer, a arte de ser tolo, a arte de não ser nem rico nem famoso. E encerra o livro com 10 boas razões para ser uma pessoa comum. "A história está cheia de criaturas incompetentes que foram muitíssimo amadas, desajeitados com personalidades cativantes e gente boba que encanta a todos com seu jeito despretensioso. O segredo? Aceitar nossas falhas com a mesma graça e humildade com que aceitamos nossas melhores qualidades", ela diz. E propõe: "Perdoe a si mesmo. (...) Você não precisa ser perfeito para ser um ser humano bem-sucedido. De fato, com mais freqüência do que imaginamos, o desejo de acertar impede as coisas de melhorarem e a necessidade de estar no controle aumenta a desordem e o caos". A Arte da Imperfeição, no entanto, não se limita ao reconhecimento das imperfeições humanas. Também tem a ver com nosso jeito de olhar para as coisas mais banais, mais corriqueiras e enxergá-las com outros e mais benevolentes olhos. Leonard Koren, um designer americano, publicou alguns livros tentando revelar para o nosso jeito ocidental as delicadezas do olhar wabi sabi. Wabi sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. O termo é quase que intraduzível. Na verdade, wabi sabi é um jeito de "ver" as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. Contam que o conceito surgiu por volta do século 15. Um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimônia do Chá. E foi procurar o grande mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar. Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas. E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão. Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro. Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição. O que a historinha de Rikyu tem para nos ensinar é que estes mestres japoneses, com sua sofisticadíssima cultura inspirada nos ensinamentos do taoísmo e do zen budismo, conseguiram perceber que a ação humana sobre o mundo deve ser tão delicada que não impeça a verdadeira natureza das coisas de se revelar. E a natureza das coisas é percorrer seu ciclo de nascimento, deslumbramento e morte; efêmeras e frágeis. Eles enxergaram a beleza e a elegância que existe em tudo que é tocado pelo carinho do tempo. Um velho bule de chá, musgo cobrindo as pedras do caminho, a toalha amarelada da avó, a cadeira de madeira branqueada de chuva que espreguiça no jardim, uma única rosa solta no vaso, a maçaneta da porta nublada das mãos que deixou entrar e sair. Wabi sabi é olhar para o mundo com uma certa melancolia de quem sabe que a vida é passageira e, por isso mesmo, bela. Para os olhos artistas de Leonard Koren wabi sabi é inseparável da sabedoria budista que ensina: Todas as coisas são impermanentes. Todas as coisas são imperfeitas. Todas as coisas são incompletas. Daí olhar para elas de um modo wabi sabi é ver: A beleza que existe naquilo que tem as marcas do tempo (a velha cadeira de balanço com sua pintura já gasta tomando o solzinho que entra pela janela é wabi sabi) A beleza do que é humilde e simples (em vez de sofisticado e cheio de ornamentos inúteis). A beleza de tudo que não é convencional (quer algo mais wabi sabi do que servir à luz de velas e em toalhas de renda um simples hamburguer?) A beleza dos materiais que ainda guardam em si a natureza (wabi sabi é definitivamente papel, algodão, velhos e nobres tecidos, nada de plástico) A beleza da mudança das estações (que tal experimentar descobrir os primeiros verdes fresquinhos e brilhantes que anunciam a primavera?) A Arte da Imperfeição é ver a vida com a tranquilidade de quem sabe que a busca da perfeição exaure nossas forças e corrói nossas pequenas alegrias. Porque, como disse Thomas Moore, "a perfeição pertence a um mundo imaginário".

É inútil sem clareza na mente.

Lama Padma Samten
"Sua Santidade o Dalai Lama afirmou e tem continuamente afirmado a inutilidade da recitação de mantras sem a correspondente clareza da mente. Também ele tem alertado os praticantes quanto a evitarem tornar-se formais, ou seja, imaginarem que a fixação a forma externa das práticas em si mesmo possa significar progresso. Novamente ele alerta para evitarmos a motivação equivocada associada aos seis reinos e manter a compreensão aguda com respeito ao que estamos fazendo. Manter a humildade e a motivação Mahaiana elevada. Essencialmente isso seria também, na linguagem Vajraiana, evitar a quebra de Samaia e manter-se lúcido. Essas recomendações se aplicam enfim a todas as classes de ensinamento e abordagens. As práticas de Nongdro e Dzogchen são preciosas, é importante mantê-las com o reconhecimento de que são a própria porta de saída do Samsara. Inseparável disso é a prática de Guru Ioga pessoal e absoluta, a única forma de atingir a liberação final e iluminação. O sumário concentrado de Guru Ioga é a sabedoria primordial. Foca isso o tempo todo."
Lama Padma Samten

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entrando nos sessenta.

 Meryl Strip
A reação de homens e mulheres ao passar dos anos é diferente? Depende. Da velhice, só escapa quem já morreu!
RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br
Como a mulher e o homem confrontam os 60 anos? O novo filme da diretora Julie Gavras, exibido na mostra internacional de São Paulo e com estreia prevista para 11 de novembro, trata de envelhecimento. De como esconder ou assumir a idade. Aos 60 você se sente maduro, curioso e sábio ou velho, amargo e ultrapassado? O título do filme no Brasil é assombrosamente ruim e apelativo: Late bloomers – O amor não tem fim. “Late bloomer” é uma expressão inglesa que denomina quem amadureceu tardiamente. Em francês, a tradução do título é clara e objetiva: Trois fois vingt ans (Três vezes 20 anos). Uma conta básica de multiplicação mostra que você já viveu bastante. Um dia teve 20 anos. Também comemorou ou receou os 40. E agora, aos 60, passa para o time dos velhos. Ou não?

Isabella Rossellini (Mary) e William Hurt (Adam) fazem o casal protagonista. Devido a um súbito lapso de memória, a mulher, professora universitária, percebe que envelheceu e toma medidas concretas em casa. Aumenta o tamanho dos números no aparelho de telefone, coloca barras na banheira para o casal não escorregar. O homem, arquiteto famoso, se recusa a se imaginar velho, passa a conviver só com jovens e a se vestir como eles. Ela faz hidroginástica, mas se sente fora d’água, organiza reuniões com idosas e mergulha em trabalhos voluntários. Ele vai para o bar, bebe energéticos e vira a noite. Cada um se apega a sua visão de como envelhecer melhor, sem concessões. Ambos acabam tendo casos extraconjugais. Há nos dois um desespero parecido. Mary exagera na consciência da proximidade da morte. E Adam exagera na negação. Depois de décadas de amor sólido, com os três filhos fora de casa e já com netos, o casal se vê prestes a engrossar as estatísticas dos divorciados após os 60 anos, ao descobrir que se tornaram estranhos e por isso ficam melhor sozinhos e livres. O filme é uma comédia romântica para a idade avançada, um gênero quase inexistente.
Julie Gavras não encontrou nenhuma atriz francesa que assumisse com humor os dilemas de uma sexagenária. “Precisava de alguém com a idade certa, mas que não tivesse feito cirurgia plástica”, diz Julie. “Isabella foi perfeita porque entende que, quanto mais velha fica, mais liberdade tem.” Na França, diz a cineasta, “a idade é uma questão delicada para a mulher”. No Brasil, que cultua a juventude feminina como moeda de troca, é mais ainda. Isabella, um dos rostos mais lindos do cinema, disse ter adorado fazer um filme sobre envelhecimento: “São tão poucos e tão dramáticos. E minha experiência tem sido pouco dramática, aliás bem cômica às vezes. Mulheres envelhecendo são vistas como uma tragédia e foi preciso uma cineasta mulher para ver diferente”.
A reação de homens e mulheres ao passar dos anos é diferente? Depende. Da velhice, só escapa quem já morreu!
Homens e mulheres reagem de maneira desigual à passagem dos anos? É arriscado generalizar.. Depende de cada um. Compreendo que mulheres de 60 sintam mais necessidade de parecer jovens e desejáveis – mas alguns homens idosos se submetem a riscos para continuar viris. A obsessão da juventude eterna criou um grupo de deformadas que se sujeitam a uma cirurgia plástica por ano e perdem suas expressões. Mas também fez surgir outro tipo de sexagenárias, genuinamente mais belas, mais em forma, mais ativas e saudáveis enfim.
“As mulheres nessa idade querem aproveitar o mundo, viajar, passear, dançar, ver filmes e peças, fazer cursos. Os homens querem ficar em casa, curtir a família, os netos”, afirma a antropóloga Mirian Goldenberg, que acaba de publicar um livro sobre a travessia dos 60. “Elas se cuidam mais, eles bebem mais. Elas vão a médicos, fazem ginástica, eles engordam, gostam do chopinho com amigos ou sozinhos. Elas envelhecem melhor, apesar do mito de que o homem envelhece melhor. Muitas me dizem: ‘Pela primeira vez na vida posso ser eu mesma’.
Da velhice ninguém escapa, a não ser que a morte o resgate antes. Cada um lida com ela de forma pessoal e intransferível. O escritor Philip Roth, aos 78 anos, diz que “a velhice não é uma batalha; é um massacre”. Mas produz compulsivamente. Woody Allen, de 75 anos, dirige um filme por ano, mas acha que não há romantismo na velhice: “ Você não ganha sabedoria, você se deteriora”. Para Clint Eastwood, de 81 anos, que ficou bem mais inteligente e charmoso com a idade, envelhecer foi uma libertação: “Quando era jovem, era mais estressado. Me sinto muito mais livre hoje. Os 60 e 70 podem ser os melhores anos, desde que você mude ou evolua”. Prefiro acreditar em Eastwood. Por mais que a sociedade estabeleça como idoso quem tem acima de 60, a tendência é empurrar o calendário para a frente. Hoje, para os sessentões, velho é quem tem mais de 80. Os octogenários produtivos acham que velho é quem passou dos 90. No fim, velho mesmo é quem já morreu e não sabe."

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Re-retornando

Tô falando? Agora é mãe! Com toc de tudo que tá torto, resolveu tentar virar a tampa de concreto da caixa de gordura que a faxineira colocou "errado"! Levinho, né? O toc fez tec na coluna e agora ela tá lá toda doendo achando que deu hérnia de disco e o médico disse que ela, aos 84, não suporta outra cirurgia. Então, como não pode tomar antinflamatório, se farta de dipirona! Ai, ai, ai...

sábado, 19 de novembro de 2011

Retornando.

Custoso fazer marido se tratar, quanto mais operar! Mais custoso o pós-operatório de um workaholic! A mente dele é muito tranquila, não ficou nervoso, preocupado, assustado, nada. Mas, depois, já em casa, total falta de assunto, rondando vagarosamente com as pernas enfaixadas - varizes grandonas - com cara de quem tá sem local... louco prá voltar pro trabalho! Inventou de consertar as coisas em casa, menos mal porque tá precisando! Depois de uma semana, voltou! Mas saindo mais tarde e chegando mais cedo. Mas como "quando a gente ama a gente cuida" e não é da boca prá fora, cuidei. Só agora estou de volta. Assim, assim meio sem assunto vou tentar retornar ao meu blog tão abandonadinho, coitado!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A idade chegou...

Pois, é, gente. Agora sou uma idosa por lei! Até prá isso tem lei. Mas nem precisava porque, quando passei um pouco dos trinta anos, percebi que o taxista, os porteiros, o moço do mercado, todos passaram a me chamar de "senhora". Até aí, a ficha não caiu porque eu sempre aparentei ter menos idade do que tinha, não tinha rugas nem excesso de peso, pelo contrário, bem magrinha. Agora, estou com sessenta. Hoje, achei que podia efetuar um pagamento na lotérica, me troquei assim que acordei e saí. Chegando na lotérica, a moça informa que a "senhora" tinha que pagar direto na boca do caixa do banco. No mesmo ritmo de mil quilômetros por hora, desci cerca de dez quarteirões, atravessando ruas lotadas de carros que, mesmo sabendo da faixa de pedestre, não respeitam. O pedestre é invisível! A idosa aqui, então... passam por cima! Já no banco, me dei por satisfeita porque estava vazio e a minha senha era a próxima. Paguei e tornei a voltar na mesma velocidade só que aí, subindo! Em casa achei que tinha feito uma coisa incrível para uma idosa, uma façanha em exercício físico! Aí, conto pros filhos e eles me olham com aquele olhar de "e daí", como se fosse a coisa mais normal do mundo! Quero ver eles fazerem o mesmo quando estiverem "idosos". Será que vivo prá ver?

domingo, 21 de agosto de 2011

Aaah...

"Quando você medita, mantenha sua boca ligeiramente aberta, como se prestes a dizer um profundo e relaxante "Aaah." Ao manter a boca ligeiramente aberta e respirando principalmente através da boca diz-se que, os "ventos cármicos" que criam pensamentos discursivos, normalmente tem menor probabilidade de surgir e criar obstáculos em sua mente e meditação."

"When you meditate, keep your mouth slightly open as if about to say a deep, relaxing “Aaah.” By keeping the mouth slightly open and breathing mainly through the mouth, it is said that the “karmic winds” that create discursive thoughts are normally less likely to arise and create obstacles in your mind and meditation."

"Lorsque vous méditez, gardez votre bouche légèrement ouverte comme si elle allait dire une profonde détente "Aaah". En gardant la bouche légèrement ouverte et la respiration principalement par la bouche, il est dit que le "karma vents" qui créent des pensées discursives sont normalement moins susceptibles de se produire et créer des obstacles dans votre esprit et à la méditation."

Sogyal Rinpoche

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cem Recomendações para a Vida - Mestre Hsing Yün

  1. Descubra seu maior defeito e disponha-se a corrigi-lo.
  2. Escolha até três exemplos de vida e determine-se a segui-los.
  3. Tenha força e sabedoria para resistir às tentações do mundo.
  4. Cultive a força da tolerância de forma a compreender, aceitar, assumir responsabilidades, ter determinação e melhorar as circunstâncias externas. Então, passe a cultivar a tolerância pela vida, a tolerância por todos os darmas e a tolerância pelos darmas não-surgidos de maneira a transformar o cultivo da tolerância em força e sabedoria.
  5. Aprenda a se adaptar à pressão externa e não se deixe afetar por ela.
  6. Seja ativo e destemido. Pense antes de agir.
  7. Envergonhe-se do que ignora, do que é incapaz, do que o torna impuro e rude.
  8. Faça com freqüência algo que toque o coração das pessoas.
  9. Sinta-se bem sob qualquer circunstância, siga as condições corretas, esteja sempre livre de aflições e faça tudo com alegria no coração.
  10. Ser corajoso e virtuoso é ter a capacidade de admitir os próprios erros.
  11. Aprenda a aceitar perdas, falsas acusações, contratempos e humilhações.
  12. Não inveje aqueles que praticam boas ações ou dizem boas palavras. Tenha sempre na mente, bondade e beleza.
  13. Não empurre os outros para a beira do abismo; ao contrário, dê-lhes espaço para recuar — um dia eles poderão lhe ajudar.
  14. Sirva àqueles que desejam fazer o bem, compartilhe um objetivo. Favoreça os outros e respeite seus anseios.
  15. Seja amável e humilde ao relacionar-se com as outras pessoas. Expresse bondade em seu semblante e em sua fala.
  16. A capacidade de doar traz abundância verdadeira.
  17. Importe-se apenas com o que é certo ou errado; não se fixe em perdas e ganhos.
  18. Deixe de lado pensamentos egoístas e dedique-se à justiça, à verdade e ao bem comum.
  19. Viaje pelo mundo sob o céu estrelado. Vivencie a prática da procissão de mendicância pelo menos uma vez na vida.
  20. Abra mão de todas as suas posses ao menos uma ou duas vezes na vida.
  21. A cada quatro ou cinco anos, empreenda uma viagem sozinho.
  22. Não se deixe cegar pelo amor. Não se traia por dinheiro.
  23. Não bata de frente com as coisas — aprenda a arte de ser sutil.
  24. Não há êxito sem persistência, diligência e determinação.
  25. Desenvolva autoconfiança, expectativas em relação a si mesmo e metas pessoais.
  26. Procure ouvir boas palavras e jamais esqueça o que elas significam.
  27. Não desperdice o seu tempo. Faça planos e use o tempo com sabedoria.
  28. Seja sempre sensato, pois a sensatez é imparcial e igual para com todos.
  29. Lembre-se dos erros cometidos. Tenha-os sempre em mente para não repeti-los.
  30. Seja qual for a sua função, desempenhe-a bem. Não olhe para os lados.
  31. Faça tudo com boa intenção, verdade, sinceridade e beleza.
  32. Não se apegue ao passado. Olhe sempre adiante.
  33. Lute sempre pelos seus objetivos e vá longe.
  34. Planeje sua carreira, use seu dinheiro com sabedoria, purifique seus sentimentos e não se apegue a fama e riqueza.
  35. Desenvolva compreensão e visão corretas. Não se deixe levar cegamente pelos outros.
  36. Renuncie a apegos insensatos e aceite a verdade com mente humilde.
  37. Não faça intrigas nem espalhe rumores. Não se deixe influenciar por eles.
  38. Aprenda a desenvolver sua mente, reformar seu caráter, recuar e dar guinadas em na vida.
  39. Cultive méritos por meio de doações que estejam de acordo com sua capacidade, função, disposição e condição.
  40. Creia profundamente no Darma e contemple todas as virtudes. Nunca faça o mal; pratique sempre o bem.
  41. Não culpe os céus nem os outros por sua infelicidade, pois tudo tem sua causa e seu efeito.
  42. Pense no bom e belo ao invés de pensar no que é triste e penoso.
  43. Conquiste ao menos três tipos de habilitação ao longo da vida, como, por exemplo, para guiar automóveis, cozinhar, digitar, cuidar de enfermos, exercer a medicina, o magistério, o direito, a arquitetura etc.
  44. Aprenda a articular bem a fala e a escrita. Aprenda a ouvir, a apreciar, a pensar, a cantar, a pintar e a desenvolver habilidades. Quanto mais se aprende, melhor. Aprenda, ao menos, metade disso tudo.
  45. Leia ao menos um jornal por dia, para se manter em dia com o mundo.
  46. Leia pelo menos dois livros por mês.
  47. Mantenha uma rotina diária.
  48. Cultive hábitos regulares de sono e alimentação.
  49. Pratique exercícios físicos.
  50. Mantenha-se longe de cigarro, álcool, pornografia e drogas. Administre e controle sua própria vida.
  51. Pratique meditação por, pelo menos, dez minutos todos os dias.
  52. Passe, pelo menos, metade de um dia sozinho, uma vez por semana.
  53. Ao menos uma vez por mês, pratique o vegetarianismo, para nutrir seu coração de compaixão.
  54. Ajude os outros e faça o bem sem esperar nada em troca.
  55. Compartilhe sua alegria e compaixão com os demais.
  56. Mantenha a capacidade de se auto-avaliar sob qualquer circunstância.
  57. Reze pelos desafortunados, onde quer que você esteja.
  58. Seja preciso em suas observações. Considere todos os ângulos e seja tolerante e compreensivo em relação aos outros.
  59. Aprecie a vida, cuide dela e não a maltrate jamais.
  60. Use seu dinheiro e suas posses com sabedoria. Não desperdice nem gaste demais.
  61. Em tempos de alegria, contenha a sua fala; no infortúnio, não despeje sua raiva sobre os outros.
  62. Não enalteça seus próprios méritos nem aponte os erros alheios.
  63. Não inveje nem suspeite. Méritos advêm das realizações e da ajuda aos outros.
  64. Não seja ganancioso em relação às posses alheias, nem mesquinho em relação às suas.
  65. Demonstre coerência entre atitude e pensamento. Não seja iluminado na teoria e ignorante na prática.
  66. Não fique sempre pedindo ajuda aos outros. Busque ajuda dentro de si mesmo.
  67. Faça de sua própria conduta um bom exemplo. Não espere benevolência dos outros, mas de si mesmo.
  68. Cultivar bons hábitos é a melhor maneira de manter uma vida íntegra e saudável.
  69. É melhor ser não-inteligente do que não-compassivo.
  70. A mente otimista é contemplada com um futuro brilhante.
  71. Construa seu próprio destino. Corra atrás das oportunidades ao invés de esperar que elas caiam do céu.
  72. Controle suas emoções e seu humor: não se deixe levar por eles.
  73. Elogio e ofensa fazem parte da vida. Não se apegue a eles — conserve sempre a paz interior.
  74. A doação de órgãos ajuda a prolongar a vida além de propiciar recursos para as vidas de outros seres.
  75. Ouça o que os outros têm a dizer e anote a essência do que eles dizem.
  76. Olhe para si mesmo antes de acusar os outros. Somente uma avaliação honesta de seus méritos e de méritos lhe dá o direito de julgar os demais.
  77. Cumpra suas promessas.
  78. Não viole o direito dos outros para beneficiar a si próprio. Favorecer os demais, às vezes, é imperioso.
  79. Não sinta prazer em ridicularizar os outros. Ao contrário, aprenda a fazê-los felizes.
  80. Não critique, por inveja, a benevolência do outro. Respeite-o e siga seu bom exemplo.
  81. Não use de traição para obter vantagens.
  82. Os privilégios devem, antes de tudo, ser oferecidos às outras pessoas.
  83. Aprenda a aceitar as desvantagens. Saiba que, na verdade, elas são vantagens.
  84. Não se apegue a perdas e ganhos. Não faça comparações entre o que você e os outros têm ou deixam de ter.
  85. Seja sincero, impetuoso e educado.
  86. Harmonia, paz e tranqüilidade são a chave para o relacionamento com as pessoas.
  87. Respeito, reverência e tolerância são a tríade para manter boas relações com o mundo.
  88. A raiva não resolve problemas. Somente uma mente tranqüila e pacífica pode ajudar você a lidar com a vida.
  89. Relacione-se com pessoas virtuosas e bons mestres.
  90. Não contamine os outros com sua tristeza, nem leve preocupações para a cama.
  91. Busque prazer e alegria em tudo o que faz, e transmita isso a todos.
  92. Seja grato aos benevolentes e aos que prestam auxílio. Deixe-se tocar por seus atos virtuosos.
  93. Dê um toque de serenidade a tudo o que você fizer na vida.
  94. Não existe dificuldade ou facilidade absolutas. O esforço transforma dificuldade em facilidade, enquanto a indolência torna o fácil difícil.
  95. Ajude seus vizinhos e sua comunidade e participe dos eventos locais. Assim, você se tornará um voluntário da humanidade.
  96. Só a humildade gera o bem. A arrogância não traz nada mais que desvantagem.
  97. Aproxime-se de mestres virtuosos. Ouça-os, seja leal e não os desacate.
  98. Ajudar os outros é ajudar a si mesmo. Ter consideração pelos outros significa cuidar e amar a si próprio.
  99. Dê aos jovens oportunidades e ofereça-lhes orientação sempre que necessário.
  100. Cuide de seus pais e seja amoroso com eles.
http://hsingyun.dharmanet.com.br/cem.htm

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Humildade - Humility - Humilité

"O que a maioria de nós precisa, quase mais do que tudo, é realmente a coragem e humildade para pedir ajuda, do fundo dos nossos corações: para pedir a compaixão dos seres iluminados, para pedir por purificação e cura, para pedir pelo poder de compreender o significado do nosso sofrimento e transformá-lo; em um nível relativo de perguntar para o crescimento em nossas vidas de clareza, paz e discernimento, e pedir a realização da natureza absoluta da mente que vem a partir da fusão com o mente sabedoria imortal do mestre."

"What most of us need, almost more than anything, is the courage and humility really to ask for help, from the depths of our hearts: to ask for the compassion of the enlightened beings, to ask for purification and healing, to ask for the power to understand the meaning of our suffering and transform it; at a relative level to ask for the growth in our lives of clarity, peace, and discernment, and to ask for the realization of the absolute nature of mind that comes from merging with the deathless wisdom mind of the master."

"Ce que la plupart d'entre nous ont besoin, presque plus que tout, c'est le courage et l'humilité vraiment demander de l'aide, du fond de nos cœurs: à demander de la compassion des êtres illuminés, de poser pour la purification et la guérison, pour demander la pouvoir de comprendre le sens de notre souffrance et de la transformer; à un niveau relatif de demander à la croissance dans nos vies de clarté, de paix, et de discernement, et de demander la réalisation de la nature absolue de l'esprit qui vient de fusionner avec la esprit de sagesse impérissable du maître."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Espiritualidade é diferente de Religião

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem, é crença.
A espiritualidade é para os que estão despertos, é sabedoria.

A religião é para os que querem ser guiados por alguém.
A espiritualidade é para os que prestão atenção à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.

A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprenda com o erro.”

A religião reprime tudo, faz-lhe falso.
A espiritualidade transcende tudo, faz-lhe verdadeiro.

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto, é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona é dogmática.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de união.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros e na Natureza.

A religião se alimenta do medo e da culpa.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz viver na intuição da Consciência.

A religião se ocupa com fazer, é exotérica.
A espiritualidade se ocupa com Ser, é esotérica.

A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.

A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade encontra Deus em nosso interior durante a vida.

A religião é falar com Deus.
A espiritualidade é escutar o que Ele fala.

A religião é pedir a Deus.
A espiritualidade é receber o que Ele quer dar.

A religião é curvar-se a Deus.
A espiritualidade é deixar Deus tornar-se Deus dentro de nós.

A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação

by – AMINAEREAL (P+D)
(Fonte – Flávio Girol, Suâmi Sírio Silva)

Obs.- Achamos que Religião aqui se refere mais à Católica romana.

CONCEITOS:

ESPIRITUALIDADE s.f. Qualidade daquilo que é espiritual: a espiritualidade da alma. / Teologia Prática, exercícios devotos que têm por objeto a vida espiritual: livro de espiritualidade.

ESPIRITUALISMO s.m. Filosofia religiosa que prega a existência de um ser ou realidade distinto da matéria. Este ser pode ser chamado mente ou espírito. Algumas pessoas acreditam que a mente, ou espírito, é a única realidade. Esta crença é conhecida como idealismo espiritualista.

ESPIRITISMO s.f. Doutrina religiosa e filosófica que se baseia na crença da sobrevivência do espírito, afirmando existir comunicação entre vivos (almas encarnadas) e mortos (almas desencarnadas), através da mediunidade. - Os princípios fundamentais do espiritismo são: existência de Deus e da alma; lei da reencarnação, espírito assume sucessivas formas materiais para aperfeiçoar-se; e lei do carma, o destino de cada espírito é traçado pelos atos praticados em suas sucessivas vidas terrenas. A história do espiritismo começou nos E.U.A., em 1848, com os fenômenos paranormais sucedidos com Katherine e Margaretta Fox. Foi o francês Allan Kardec (em 1857) o codificador do espiritismo, afirmando-se o chefe doutrinário de uma ciência ditada pelos espíritos. Em pouco tempo, sociedades espiritas surgiram pelo mundo, com membros de todas as classes sociais. No Brasil, o espiritismo assumiu acentuado caráter religioso, ganhando numerosos adeptos. O movimento orientado pela Federação Espírita Brasileira, que tem grande atividade social, promovendo obras assistenciais.Dentre os médiuns brasileiros destacam-se Zé Arigó, cirurgião de Congonhas do Campo (MG) e Chico Xavier, o líder espirita mais famoso do país. Não são raros os grupos religiosos em que o espiritismo se mistura com influências indígenas (Pajelança) e africanas (candomblé). A Umbanda, por exemplo, resultou desta assimilação.

RELIGIÃO s.f. Culto rendido à divindade. / Fé; convicções religiosas, crença: a religião transforma o indivíduo. / Doutrina religiosa: religião cristã. / Tendência para crer em um ente supremo. / Acatamento às coisas santas. / Fig. Coisa a que se vota respeito: o trabalho era para ele uma religião.

(Fonte - Enciclopédia Koogan-Houaiss Digital)

Transformação

 "Eu fui transformado de um homem que estava perdido e vagando sem rumo, sem nenhum objetivo na vida que não fosse um desejo por riqueza material, para alguém que tinha uma motivação profunda, um propósito na vida, uma direção definida, e uma convicção avassaladora de que há uma recompensa no final da vida. Meu interesse em riquezas materiais e ganância por bens foram substituídos por uma sede pela compreensão espiritual e um desejo apaixonado de ver as condições do mundo melhorarem".

“I was transformed from a man who was lost and wandering aimlessly, with no goal in life other than a desire for material wealth, to someone who had a deep motivation, a purpose in life, a definite direction, and an overpowering conviction that there would be a reward at the end of life. My interest in material wealth and greed for possessions were replaced by a thirst for spiritual understanding and a passionate desire to see world conditions improve.”

terça-feira, 26 de julho de 2011

UMA BELA MENSAGEM DO DALAI LAMA


"Esta noite gostaria de falar a vocês sobre a importância da bondade e da compaixão. Ao discutir esses temas, não me vejo como budista, Dalai Lama ou tibetano, mas sim como um ser humano e espero que vocês, no auditório, pensem em si mesmos dessa maneira. Não como americanos, ocidentais ou membros de um determinado grupo, pois essas condições são secundárias. Se interagirmos como seres humanos, podemos chegar a esse nível. Caso eu diga "sou monge" ou "sou budista", as afirmações serão, em comparação com a minha natureza de ser humano, temporárias. Ser humano é básico. Uma vez nascido assim, não se poderá mudar até a morte. Outras condições, ser ou não instruído rico ou pobre, são secundárias. Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns são criados essencialmente por nós mesmos, com base em diferenças de ideologia, religião, raça, situação econômica ou outros fatores. Chegou, portanto, o momento de pensarmos em níveis mais profundos. Em nível humano, condição essa que deveremos apreciar e respeitar em todos os que nos cercam. Devemos construir relacionamentos baseados na confiança mútua, na compreensão, no respeito e na solidariedade, independentemente de diferenças culturais, filosóficas ou religiosas. Todos os seres humanos são iguais. Feitos de carne, ossos e sangue. Todos queremos a felicidade e evitar o sofrimento e temos direito a isso. Em outras palavras, é importante compreender a nossa igualdade. Pertencemos todos a uma família humana. O fato de brigarmos uns com os outros se deve a razões secundárias, e todas essas discussões são inúteis. Infelizmente, durante muitos séculos, os seres humanos usaram todos os métodos para ferir uns aos outros. Muitas coisas terríveis aconteceram, resultando em mais problemas, mais sofrimento e desconfiança. E, conseqüentemente, em mais divisões. O mundo hoje está cada vez menor em vários aspectos, particularmente o econômico. Os países estão mais próximos e interdependentes e, nesse quadro, torna-se necessário pensar mais em nível humano do que em termos do que nos divide. Assim, falo a vocês apenas como um ser humano e espero, sinceramente, que vocês estejam escutando com o pensamento: "Sou um ser humano e estou ouvindo outro ser humano falar". Todos queremos a felicidade; nas cidades, no campo, mesmo em lugares remotos, as pessoas trabalham com o objetivo de alcançá-la, entretanto, devemos ter em mente que viver a vida superficialmente não solucionará os problemas maiores. Há muitas crises e medos à nossa volta. Por meio do grande desenvolvimento da ciência e da tecnologia, atingimos um estado avançado de progresso material, que é necessário. Não podemos, no entanto, comparar o progresso externo com nosso progresso interior. As pessoas queixam-se do declínio da moralidade e do aumento da criminalidade, mas esses problemas não serão resolvidos, se não procurarmos desenvolver nosso interior. No passado remoto, se houvesse uma guerra, os efeitos seriam geograficamente limitados, porém hoje, em função do progresso, o potencial de destruição ultrapassou o concebível. No ano passado estive em Hiroshima, no Japão. Mesmo tendo informações a respeito da explosão nuclear lá ocorrida, era muito diferente estar no local, ver com meus próprios olhos e encontrar pessoas que realmente sofreram com aqueles acontecimentos. Fiquei profundamente emocionado. Uma arma terrível tinha sido usada. Embora possamos considerar alguém como inimigo, temos de levar em conta que essa pessoa é um ser humano e que tem direito a ser feliz. Olhando para Hiroshima e refletindo a respeito, fiquei ainda mais convencido de que a raiva e o ódio não são meios para solucionar problemas. A raiva não pode ser superada pela raiva. Quando uma pessoa tiver um comportamento agressivo com você e a sua reação for semelhante, o resultado será desastroso. Ao contrário, se você puder se controlar e tomar atitudes opostas de "compaixão, tolerância e paciência", não só se manterá em paz, como a raiva do outro diminuirá gradativamente. Do mesmo modo, problemas mundiais não podem ser solucionados pela raiva ou pelo ódio. Sentimentos como esses devem ser enfrentados com amor, compaixão e pura bondade. Pensem em todas as terríveis armas que existem, mas que, por si mesmas, não podem iniciar uma guerra. Por trás do gatilho há um dedo, movido pelo pensamento, não por sua própria força. A responsabilidade permanece em nossa mente, de onde se comandam as ações. Portanto, controlar em primeiro lugar a mente é muito importante. Não estou falando de meditação profunda, mas apenas de cultivar menos raiva e mais respeito aos direitos do outro. Ter uma compreensão mais clara da nossa igualdade como seres humanos. Ninguém quer a raiva, ninguém quer a intranqüilidade, mas por causa da ignorância somos acometidos por sentimentos como esses. A raiva nos faz perder uma das melhores qualidades humanas, o poder de discernimento. Temos um cérebro bem desenvolvido, coisa que outros mamíferos não têm. Esse órgão nos permite julgar o que é certo e o que é errado. Não apenas em termos atuais, mas em projeções para daqui a dez, vinte ou mesmo cem anos. Sem nenhum tipo de pré-cognição, podemos utilizar nosso bom senso para determinar o certo e o errado. Imaginar as causas e seus possíveis efeitos. Contudo, se nossa mente estiver ocupada pela raiva, perderemos o poder de discernimento e nos tornaremos mentalmente incompletos. Devemos salvaguardar essa capacidade e, para tanto, temos de criar uma companhia de seguros interna: autodisciplina, autoconsciência e uma clara compreensão das desvantagens da raiva e dos efeitos positivos da bondade. Se refletirmos a respeito dessas questões com freqüência, podemos incorporar a idéia e, então, controlar a mente. Por exemplo: pode ser que você seja uma pessoa que se irrita facilmente com pequenas coisas. Com desenvolvida compreensão e conscientização, isso pode ser controlado. Se você fica geralmente zangado por dez minutos, tente reduzi-los para oito. Na semana seguinte, reduza para cinco e, no próximo mês, para dois. Depois, passe para zero. É assim que desenvolvemos e treinamos nossa mente. É o que penso e também o que pratico.É perfeitamente claro que todos necessitam de paz interior, que só pode ser alcançada por meio da bondade, do amor e da compaixão. O resultado é uma família em paz, felicidade entre pais e filhos, menos brigas entre casais. Em uma nação, essa atitude pode criar unidade, harmonia e cooperação com saudável motivação. Em nível internacional, precisamos de confiança e respeito mútuos, discussões francas e amistosas, com motivações sinceras e um esforço conjunto no sentido de resolver problemas. Tudo isso é possível. Precisamos, porém, mudar interiormente. Nossos líderes têm feito o melhor que podem para resolver nossos problemas, mas, quando um é resolvido, surge outro. Tenta-se solucionar este, surge mais um em outro lugar. Chegou o momento então de tentar uma abordagem diferente. É certamente difícil realizar um movimento mundial pela paz de espírito, mas é a única alternativa. Caso houvesse outro método mais fácil e prático, seria melhor, porém não há. Se com armas pudéssemos chegar à paz duradoura, muito bem. Transformaríamos todas as fábricas em produtoras de armamentos. Gastaríamos todos os dólares necessários, se conseguíssemos a definitiva paz, mas tal é impossível. As armas não permanecem empilhadas. Uma vez desenvolvidas, alguém irá usá-las. O resultado é a morte de criaturas inocentes. Portanto, a única maneira de atingirmos uma paz mundial duradoura é por meio da transformação interior. E, mesmo que essa transformação não ocorra durante esta vida, a tentativa terá sido válida. Outros seres humanos virão; a próxima geração e as seguintes. E o progresso pode continuar. Sinto que, apesar das dificuldades práticas, e, mesmo correndo o risco de que tal visão seja considerada pouco realista, vale a pena o esforço. Assim, aonde quer que eu vá, expresso essas idéias e sinto-me muito motivado porque mais pessoas têm sido receptivas a elas. Cada um de nós é responsável por toda a humanidade. Chegou a hora de pensarmos nas outras pessoas como verdadeiros irmãos e irmãs e nos preocuparmos com seu bem-estar. Mesmo que você não possa se sacrificar inteiramente, não deverá esquecer-se das dificuldades dos outros. Temos de pensar mais sobre o futuro em benefício de toda a humanidade. Se você tentar dominar seus sentimentos egoístas e desenvolver mais bondade e compaixão, em última análise, você é quem irá sair beneficiado. É o que chamo de egoísmo sábio. Pessoas egoístas tolas só pensam em si mesmas, e o resultado é negativo. Egoístas sábios pensam nos outros, ajudam da melhor forma e também colhem os benefícios. Essa é minha simples religião. Não há necessidade de templos ou de filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso coração são nossos templos. A filosofia é a bondade."

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rainer Maria Rilke
"Não sabemos muito bem que a proteção da dor não funciona e que quando tentamos nos defender do sofrimento só sofremos mais e não aprendemos nada com a experiência? Como Rilke escreveu, o coração protegido que "nunca é exposto à perda, inocente e seguro, não pode conhecer a ternura; somente o coração vencedor pode ser sempre satisfeito, livre de tudo que desistiu, pode alegrar-se em seu domínio."

"Don’t we know, only too well, that protection from pain doesn’t work, and that when we try to defend ourselves from suffering, we only suffer more and don’t learn what we can from the experience? As Rilke wrote, the protected heart that is “never exposed to loss, innocent and secure, cannot know tenderness; only the won-back heart can ever be satisfied: free, through all it has given up, to rejoice in its mastery." 
Glimpse of the Day - Rigpa - http://www.rigpaus.org/Glimpse/Glimpse.php

sábado, 9 de julho de 2011

Espiritualidade



"Espiritualidade não é tentar ser algo especial. Espiritualidade é simplesmente aceitar as coisas como elas são."

"Spirituality is not trying to be something special. Spirituality is simply accepting things as they are."

"La spiritualité n'est pas d'essayer d'être quelque chose de spécial. La spiritualité est tout simplement accepter les choses comme elles sont."

Tulku Lobsang

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A idéia da meditação pode assustar as pessoas. - The idea of meditation can scare people.

 "Eu poderia colocar uma gravura aqui, mas ela poderia te distrair."
"Estamos tão viciados em procurar fora de nós mesmos que perdemos o acesso ao nosso ser interior quase completamente. Somos aterrorizados de olhar para dentro de nós, porque nossa cultura não nos deu nenhuma idéia do que vamos encontrar. Podemos até pensar que, se o fizermos, correremos o perigo de enlouquecer. Este é um dos últimos e mais engenhosos estratagemas do ego para nos impedir de descobrir a nossa natureza real. Assim, fazemos da nossa vida uma coisa tão agitada que eliminamos o menor risco de olhar para dentro de nós mesmos. Mesmo a idéia da meditação pode assustar as pessoas. Quando elas ouvem a palavra sem ego ou vazio, elas pensam que experimentar esses estados será o mesmo que serem jogadas para fora da porta de uma nave espacial flutuando para sempre em um vazio escuro e frio. Nada poderia estar mais longe da verdade. Mas em um mundo dedicado à distração, o silêncio e a quietude aterroriza-nos, nós nos protegemos deles com o barulho e a ocupação frenética. Olhando para a natureza de nossa mente esta é a última coisa que nos atreveriamos a fazer. "

"We are so addicted to looking outside ourselves that we have lost access to our inner being almost completely. We are terrified to look inward, because our culture has given us no idea of what we will find. We may even think that if we do, we will be in danger of madness. This is one of the last and most resourceful ploys of ego to prevent us from discovering our real nature. So we make our lives so hectic that we eliminate the slightest risk of looking into ourselves. Even the idea of meditation can scare people. When they hear the words egoless or emptiness, they think that experiencing those states will be like being thrown out the door of a spaceship to float forever in a dark, chilling void. Nothing could be further from the truth. But in a world dedicated to distraction, silence and stillness terrify us; we protect ourselves from them with noise and frantic busyness. Looking into the nature of our mind is the last thing we would dare to do."
Sogyal Rinpoche - Rigpa Glimpse of the Day - July 7

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Animais, amáveis companheiros.



Animais proporcionam segurança, diversão e afeição.

Quando eu era criança, nós tínhamos uma cachorra chamada Mecha Preta. A Mecha - também chamada de Biscoito - era uma amigável vira-lata que se parecia com uma versão pequena de um perdigueiro do Labrador. Sempre que a deixávamos sozinha, mesmo que fosse por poucas horas, ela ficava tão excitada com a nossa volta, que podíamos ouví-la correndo lá dentro antes mesmo que a chave tocasse a fechadura.

Quando abríamos a porta, ela disparava prá fora como se fosse um borrão de pelo preto em alta velocidade. Depois, dava voltas e cheirava-nos como se fôssemos amigos que ela não via há muitos anos. Mesmo que voltássemos de um passeio rotineiro ou de um picnic que achávamos que tivesse durado pouco tempo, ela nos fazia sentir felizes por estarmos em casa.

Um animal de estimação oferece tanto para uma criança... Atualmente, com as mudanças dos padrões familiares, um cachorro ou um gato desempenham cada vez mais um papel importante na vida de uma criança, oferecendo tanto segurança quanto diversão e afeição.

Crescendo com animais

Estudos começam a mostrar o que a maioria dos amantes dos animais já sabem a muito tempo: as crianças se beneficiam tremendamente quando crescem com animais. Em recente estudo o psicólogo Michael Levine descobriu que “as pessoas que crescem com um animal mostram uma maior responsabilidade social, melhor ajustamento e desenvoltura social.” Até a criança que está começando a andar pode se relacionar com cães e gatos. Ela gosta de interagir com alguém do seu tamanho e pode aprender lições importantes sobre gentileza e respeito. Crianças de 3 a 10 anos de idade podem ser grandes amigas dos animais. Na verdade, alguns amigos verdadeiros e cães - ou gatos - são inseparáveis. Mas, de acordo com um estudo recente, o adolescente provavelmente terá o vínculo mais estreito com o animal da casa. Um gato ou um cachorro são uma importante “âncora” para os instáveis anos de adolescência.

Duas chaves para construir boas relações entre animais e pessoas da família são o momento da escolha e a cooperação. Você deve direcionar uma criança gradualmente para seus deveres e tarefas de dono de um animal. Muitos pais adquirem um cão ou gato “para as crianças” e esperam elas assumam responsabilidades para as quais elas ainda não estão prontas. Isto só transforma o animal numa tarefa chata e não deixa que as crianças criem o tipo de vínculo que as faria ansiosas pelas necessidades de seus bichinhos, pela hora de alimentá-los, etc.

Crianças em idade escolar são capazes de criar uma variedade de alimentação e adestramento, mas poucas estão prontas para a disciplina da manutenção diária essencial. A escovada diária é uma boa tarefa para crianças em idade escolar. É um trabalho gostoso e que proporciona um retorno inestimável. Elas podem ajudar na alimentação e na limpeza, mas serão mais cooperativas se puderem participar voluntariamente.

Do princípio da adolescência em diante, no entanto, as crianças se beneficiam profundamente sendo responsáveis pelas necessidades e desejos de um animal. Um cão persistente geralmente tem mais paciência que um adulto para suportar um adolescente irritado e mal humorado. As rotinas de um animal terão um efeito calmante e estabilizador na maioria dos adolescentes. E não há nada melhor para um adolescente alienado do que se sentir necessário por um amável animal.

Uma presença garantida

Um animal de estimação faz uma diferença especial para crianças que ficam sós em casa após a escola até que seus pais cheguem. Lynette Long, uma psicóloga infantil e autora do best-seller “Hand book for latchkey children and their parents” (Livro de mão para crianças “com a chave” e seus pais) declara que cerca de dez milhões de crianças com menos de 14 anos tomam conta de si mesmas por aproximadamente tres horas numa tarde. Para estas crianças, um gato ou um cachorro fazem a diferença entre voltar para uma casa vazia e voltar para uma casa que tem uma companhia agradável e protetora. Um amigo peludo pode proteger uma criança de todo tipo de ameaças, sejam reais ou imaginárias. Um ronronar ou um abanar de rabo garantem à criança que nenhum estranho estará por perto. E mesmo um pequeno filhote pode dar um poderoso latido para desencorajar um ladrão. Mais que tudo, um animalzinho esperto pode manter a mente de uma criança longe das criaturas à espreita em sua imaginação.

Melhores amigos

Tédio e solidão são outros grandes desafios para as crianças que ficam a sós em casa. -”Não abra a porta para ninguém!” - é a regra que os pais mais determinam quando as crianças ficam sozinhas em casa. Um animalzinho pode ajudar a preencher a falha deixada pela família ausente durante algumas horas. Animais de estimação estão sempre prontos para brincar ou para ouvir. Eles ficam felizes em ouvir uma criança relatar os acontecimentos do dia.

Talvez a coisa mais importante que um animal faz pelas crianças é fazê-las sentirem-se amadas de uma maneira serena e sem críticas que as faz confidenciar todas as suas preocupações e mágoas. Cães e gatos não julgam as pessoas, eles não competem com elas. Eles só oferecem amizade e lealdade incondicionais.

Isto é muito útil em situações de stress. Os psicólogos chamam a isto de “triangulação”, isto é, ter um partido neutro que ajuda a reduzir tensões e a dissolver conflitos. Por exemplo, um cão com uma bola pode proporcionar uma pausa para uma brincadeira, um “refresco” quando as tensões estão altas. Os animais de estimação fazem companhia quando uma criança é deixada de fora das brincadeiras de um irmão mais velho. Proporcionam conforto quando as famílias “mudam de forma” - e as famílias de hoje sempre mudam de forma. Num estudo recente, a psicóloga Aline Kidd descobriu que alguns animais de estimação proporcionam continuidade durante um divórcio. Uma criança lhe disse que “quando estou com meu pai, o cachorro não me deixa sentir falta da mamãe e quando estou com minha mãe, o gato não me deixa sentir falta do meu pai.”

Uma criança aprende a respeitar a vida quando aprende a cuidar de um animal, a importância de seu horário de comer, quando brincar e até quando parar de provocá-lo. Basicamente, os animais mostram à criança como amar e ser amada por alguém tão diferente dela. Estas são lições tão importantes que, ao se fazer uma comparação, fazem o custo para manter um animal parecer muito pequeno.

Por Cynthia Jabs - “You and your pet”- Country Living Magazine - dez. 1989 - pag. 154

Traduzido e digitado por Ana Carmen Castelo Branco (Pema Lodrön) em 06-01-1997

O Absoluto e o Relativo

Sogyal Rinpoche
Os mestres Dzogchen são aguçadamente conscientes dos perigos de confundir o absoluto com o relativo. Pessoas que não conseguem entender esta relação podem ignorar e até mesmo desdenhar os aspectos relativos da prática espiritual e da lei kármica de causa e efeito. No entanto, aqueles que verdadeiramente apreendem o significado do Dzogchen terão apenas um profundo respeito pelo karma, bem como uma apreciação mais aguçada e mais urgente à necessidade de purificação e de prática espiritual. Isso é porque eles vão entender a vastidão do que está neles que foi obscurecida, e assim se esforçar com mais fervor, e com uma disciplina sempre fresca, natural, para remover o que está entre eles e sua verdadeira natureza.

The Dzogchen masters are acutely aware of the dangers of confusing the absolute with the relative. People who fail to understand this relationship can overlook and even disdain the relative aspects of spiritual practice and the karmic law of cause and effect. However, those who truly seize the meaning of Dzogchen will have only a deeper respect for karma, as well as a keener and more urgent appreciation of the need for purification and for spiritual practice. This is because they will understand the vastness of what it is in them that has been obscured, and so endeavor all the more fervently, and with an always fresh, natural discipline, to remove whatever stands between them and their true nature.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Nada dura. Nothing lasts.

Reflita sobre isto: A realização da impermanência é, paradoxalmente, a única coisa que podemos segurar, talvez a nossa única posse duradoura. É como o céu ou a terra. Não importa o quanto tudo à nossa volta possa mudar ou entrar em colapso, eles suportam. Digamos que passamos por uma crise emocional arrasadora. . . toda a nossa vida parece estar se desintegrando. . . nosso marido ou esposa, de repente nos deixa sem avisar. A terra ainda está lá, o céu ainda está lá. Claro que, mesmo a terra treme de vez em quando, apenas para nos lembrar que não podemos tomar nada como garantido. . . .

Reflect on this: The realization of impermanence is paradoxically the only thing we can hold on to, perhaps our only lasting possession. It is like the sky, or the earth. No matter how much everything around us may change or collapse, they endure. Say we go through a shattering emotional crisis . . . our whole life seems to be disintegrating . . . our husband or wife suddenly leaves us without warning. The earth is still there; the sky is still there. Of course, even the earth trembles now and again, just to remind us that we cannot take anything for granted. . . .

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Olhos abertos - Eyes open

Há várias razões para manter os olhos abertos quando você pratica meditação. Com os olhos abertos, você fica menos propenso a cair no sono. Assim, a meditação não é um meio de fugir do mundo, ou de sair dele em uma experiência de transe ou de um estado alterado de consciência. Pelo contrário, é uma maneira direta para nos ajudar a compreender verdadeiramente a nós mesmos e de se relacionar com a vida e o mundo. Portanto, na meditação você mantem seus olhos abertos, não fechados. Ao invés de deixar a vida, você permanece aberto e em paz com tudo. Você deixa todos os seus sentidos - audição, visão, sensação - simplesmente abertos, naturalmente, como eles são, sem se apegar após a percepção deles. Tudo o que você vir, ouvir, deixe como está, sem se apegar. Deixe a audição na audição, a visão na visão, sem deixar que o seu apego entre na percepção.

There are several reasons for keeping your eyes open when you practice meditation. With your eyes open, you are less likely to fall asleep. Then, meditation is not a means of running away from the world, or of escaping from it into a trancelike experience of an altered state of consciousness. On the contrary, it is a direct way to help us truly understand ourselves and to relate to life and the world. Therefore, in meditation you keep your eyes open, not closed. Instead of shutting out life, you remain open and at peace with everything. You leave all your senses—hearing, seeing, feeling—just open, naturally, as they are, without grasping after their perceptions. Whatever you see, whatever you hear, leave it as it is, without grasping. Leave the hearing in the hearing, leave the seeing in the seeing, without letting your attachment enter into the perception.

http://www.rigpaus.org/Glimpse/Glimpse.php

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Curtas meditações - Short meditations

"Sente-se por um curto período de tempo; em seguida, faça uma pausa, um intervalo bem curto de cerca de trinta segundos ou um minuto. Mas esteja consciente de que, o que quer que você faça, não perca a sua presença e sua facilidade natural. Em seguida, alerte-se e sente-se novamente. Se você fizer muitas sessões de curta duração como esta, suas pausas, muitas vezes, farão a sua meditação, mais real e mais inspiradora; elas vão remover a rigidez, o incômodo, o cansaço, a formalidade, a artificialidade de sua prática e trazer cada vez mais foco e conforto para você.
Gradualmente, através deste jogo de pausar e sentar, a barreira entre a meditação e a vida cotidiana vai se desintegrar, o contraste entre elas se dissolvem, e você vai se encontrar cada vez mais na sua presença pura natural, sem distração.
Então, como Dudjom Rinpoche costumava dizer: "Mesmo que o praticante possa sair da meditação, a meditação não vai deixar o praticante".

"Sit for a short time; then take a break, a very short break of about thirty seconds or a minute. But be mindful of whatever you do, and do not lose your presence and its natural ease. Then alert yourself and sit again. If you do many short sessions like this, your breaks will often make your meditation more real and more inspiring; they will take the clumsy, irksome rigidity, solemnity, and unnaturalness out of your practice and bring you more and more focus and ease.
Gradually, through this interplay of breaks and sitting, the barrier between meditation and everyday life will crumble, the contrast between them will dissolve, and you will find yourself increasingly in your natural pure presence, without distraction.
Then, as Dudjom Rinpoche used to say: “Even though the meditator may leave the meditation, the meditation will not leave the meditator."

domingo, 12 de junho de 2011

"Não haveria nenhuma chance de conhecer a morte se isso acontecesse apenas uma vez. Mas, felizmente, a vida nada mais é que uma dança contínua de nascimento e morte, uma dança de mudança. Toda vez que eu ouço o barulho de um riacho de montanha, ou as ondas quebrando na praia, ou meu próprio coração batendo, eu ouço o som da impermanência. Essas mudanças, essas pequenas mortes, são nossos elos da vida com a morte. Eles são os pulsos da morte, a pulsação da morte, levando-nos a abandonar todas as coisas às quais nos agarramos."

"There would be no chance at all of getting to know death if it happened only once. But fortunately, life is nothing but a continuing dance of birth and death, a dance of change. Every time I hear the rush of a mountain stream, or the waves crashing on the shore, or my own heartbeat, I hear the sound of impermanence. These changes, these small deaths, are our living links with death. They are death’s pulses, death’s heartbeat, prompting us to let go of all the things we cling to."
Rigpa - Glimpse of the Day - Sogyal Rinpoche