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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Voar

Vajrasatva e Dordje Niema, sua consorte.

Ah, voar pelo mundo! Voar simplesmente! Fazer a gravidade perder a sua força! Sonho muito com isso. Eu voando, entrando através da porta de uma casa, saindo pela janela, passando pelos prédios.
"Aí, um analista amigo meu" e budista como eu, disse que isso é saudades do nirvana. Ele me colocou a pensar e depois de alguns segundos perguntei-lhe: - Será?
Passa o tempo e chega um ensinamento com um lama, o chamado lama gatinho, um que se diz ser "estadunidense, pois americanos somos todos" e nos fez a gentileza maior de aprender o português com perfeição. Ah, se todos fossem iguais a você!
Comento com ele esses sonhos e ele me pergunta se faço práticas de Vajrasatva. Respondo que sim, é claro, pois faço mesmo! E ele sorri antecipando que vai me inflar o ego e diz:
- Sua prática é muito boa. Isso é sinal de realização!
Pronto! Ganhei o dia, a semana, o mês! Como se fosse uma criança, pulo de alegria na privacidade do banheiro!
Mas... "Todo aquele que nasce é impermanente e fadado a morrer." Ainda bem que a empolgação não permaneceu e atesto isso agora, nesse exato momento em que escrevo. Não me empolgo mais. Não me apeguei e isso é ótimo! Agora é desapegar do apego de me sentir feliz por ter visto que me desapeguei. Desculpem-me, estou tentando não usar gírias e/ou palavras de baixo calão, mas é foda, viu?
É, Rinpoche! Você tinha razão. No Samsara não há saída. Quero pular fora dele o mais rápido possível. Só louco prá querer continuar aqui... neste vale de lágrimas.

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