Sempre viajei acompanhada ou dos pais e irmãos quando jovem ou do marido e filhos quando casada. Agora, só eu budista, viajo sozinha para o Khadro Ling, Rio Grande do Sul. Estou descendo dia sete de janeiro e voltando dia onze se tudo correr bem. Posso morrer no caminho, o vôo pode atrasar, qualquer coisa pode acontecer. Não é pessimismo. É fato. É bom estar preparada para qualquer coisa e não ter expectativa de nada. Ninguém vai fazer festinha prá mim nem tem comitê de recepção. É tudo por minha conta. Isso me traz uma ansiedade, um aperto no peito, um medo mesmo. Já fui uma vez, correu tudo bem e não era para estar me sentindo assim. Mas estou. Mala pronta, pouca coisa, o necessário e muita praticidade. Farmacinha não pode faltar. Já estou levando. Da outra vez, fiquei um mês lá e passei mal. Desta vez são só cinco dias. Isso me tranquiliza. No entanto, penso, eu estou indo porque quero. Ninguém me obrigou. E se eu pensar que posso desistir, me faz ficar frustrada. Adoro aquele lugar. Tão sossegado, tranquilo, silencioso. Até a comida é gostosa e dessa vez vou ficar na Casa de Amitabha, num quarto e não no dormitório. Enfim, um pouquinho mais de conforto que já não sou mais uma adolescente prá acampar nem uma mulher jovem que não se importa com multidão. Acho que multidão vai ter de qualquer jeito porque o ensinamento é novo e importante para os budistas e, pelo que vejo, tá indo todo mundo! Finalmente, quem está na chuva é prá se molhar. Literalmente! Não pára de chover em todo o país. Então vamos em frente que atrás vem gente. E relaxar, deixar tudo acontecer que não tenho poder sobre nada.
Boas Festas
Há 10 anos
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