Acabei de acordar. Com a mente clara, depois de um sono tranqüilo e revigorante, tive um insight sobre o que causou minha síndrome de pânico. Se for isso, estarei curada? Devo perguntar para Allan Wallace* que aconselha que, como um laser, foquemos a mente no passado até para além da idade que temos no momento. Acho que já o fiz e pela segunda vez. A outra foi durante uma noite de insônia, deitada no escuro. A regressão com uma psicóloga não conta porque não funcionou.
Não afirmo, mas sinto com muita intensidade que, na minha vida anterior, estive presa em um campo de concentração nazista. Fui “coletada” em Bergen-Belsen e transferida para Auschwitz-Birkenau. O nome Treblinka não me é desconhecido, mas como foi o primeiro em extermínio, talvez tenha passado por ele e depois, “transferida”. Não me causa uma impressão tão grande quanto os dois primeiros onde, com certeza minha, fui “exterminada” em Auschwitz-Birkenau com a idade de vinte e poucos anos.
Como uma pluma movida pelos ventos do carma, passei pelo bardo sem instrução nenhuma e vim cair aqui, nessa vida, no Brasil, um lugar onde as pessoas mais viajadas dizem que é o melhor para se viver. Os outros países, só para se conhecer. Meu mestre, um refugiado tibetano, depois de escapar das garras do governo chinês, morou no Canadá e nos Estados Unidos. Por onde passou, criou centros de meditação, mas fixou residência aqui e aqui faleceu. Sua viúva e uma de suas alunas mais antigas, ambas dos Estados Unidos, também vivem aqui. São lamas residentes.
Desde a minha mais tenra idade, não me sentia uma criança feliz. Os adultos me assustavam, eram como que mandantes de tudo o que eu devia fazer e eu fazia por medo de punição! Kapos? Meu pai era um dentista muito bravo, mandão e tinha horror de sentar em sua cadeira para tratamento. Mais tarde, já adulta, nunca mais permiti obturações de ouro nos meus dentes. Também não uso jóias e, as poucas que possuo, tenho vontade de vender. Desapego-me fácil das coisas de valor monetário. Valor para mim é outra coisa. Já tive vontade e medo de morrer.
Sou decoradora. Cursei quatro anos na Fundação Universidade Mineira de Arte, uma escola referência nos outros estados com muitos colegas de outras cidades. Tive uma educação acadêmica muito boa assim como a maioria dos judeus tinha. Mas não era uma aluna exemplar. Tomei uma bomba em matemática. Só na universidade é que me destaquei.
As casas de enxaimel da região sul do Brasil sempre me encantam. Os móveis recortados também. Apesar de ter um português e inglês corretos, francês e espanhol medianos, recuso-me a aprender alemão e italiano. Nem Hitler, nem Mussolini. Aliás, só sei dizer “Ahchtung!”
Meu irmão mais velho foi para a escola aos quatro anos de idade. Fui com minha mãe levá-lo, mas, ao vê-lo desaparecer no corredor, tomei-me de um choro só contido pelas explicações de minha mãe que dizia que ele iria voltar de tarde, mas aquelas palavras me soaram falsas. São Tomé, só acreditei vendo!
Quando foi a minha vez, tornei-me ainda mais triste e taciturna. Ao mudar de colégio, nunca fui de ter muitas amigas, colegas próximas, talvez umas três ou quatro. Mas em casa, na vizinhança, as amizades foram em grande número e como que eternas, durando até os dias de hoje. Aí, sim, fui feliz!
Aos dezenove anos de idade, perdi meu irmão caçula de apenas nove. Foi o gatilho. Aos vinte e poucos tive a primeira crise caracterizada por um medo irreconhecível. Não era de morrer, mas mais como que de ficar louca, petrificada de medo. Convivi com isso e, sem contar para ninguém, casei-me e tive meus três filhos.
Aos trinta e poucos, uma nova crise sobreveio ainda mais forte. Tenho para mim que esta foi a idade que teria se viva fosse quando me reencarnei. Então, procurei ajuda profissional para poder ter um mínimo de qualidade par educar meus filhos e trabalhar. Aliás, trabalho sempre foi um enorme problema para mim. Gosto, procuro, mas sempre acho um patrão que me maltrata e, não suportando mais, peço demissão, ou sou despedida, descartada. Trabalho forçado, nunca mais. Não consigo trabalhar por conta própria apesar de ter qualificações muito boas para qualquer coisa. Parece que me acostumei a ser mandada.
Se alguém achar que isso é maluquice, está bem. Mas para mim, faz muito sentido.
Não afirmo, mas sinto com muita intensidade que, na minha vida anterior, estive presa em um campo de concentração nazista. Fui “coletada” em Bergen-Belsen e transferida para Auschwitz-Birkenau. O nome Treblinka não me é desconhecido, mas como foi o primeiro em extermínio, talvez tenha passado por ele e depois, “transferida”. Não me causa uma impressão tão grande quanto os dois primeiros onde, com certeza minha, fui “exterminada” em Auschwitz-Birkenau com a idade de vinte e poucos anos.
Como uma pluma movida pelos ventos do carma, passei pelo bardo sem instrução nenhuma e vim cair aqui, nessa vida, no Brasil, um lugar onde as pessoas mais viajadas dizem que é o melhor para se viver. Os outros países, só para se conhecer. Meu mestre, um refugiado tibetano, depois de escapar das garras do governo chinês, morou no Canadá e nos Estados Unidos. Por onde passou, criou centros de meditação, mas fixou residência aqui e aqui faleceu. Sua viúva e uma de suas alunas mais antigas, ambas dos Estados Unidos, também vivem aqui. São lamas residentes.
Desde a minha mais tenra idade, não me sentia uma criança feliz. Os adultos me assustavam, eram como que mandantes de tudo o que eu devia fazer e eu fazia por medo de punição! Kapos? Meu pai era um dentista muito bravo, mandão e tinha horror de sentar em sua cadeira para tratamento. Mais tarde, já adulta, nunca mais permiti obturações de ouro nos meus dentes. Também não uso jóias e, as poucas que possuo, tenho vontade de vender. Desapego-me fácil das coisas de valor monetário. Valor para mim é outra coisa. Já tive vontade e medo de morrer.
Sou decoradora. Cursei quatro anos na Fundação Universidade Mineira de Arte, uma escola referência nos outros estados com muitos colegas de outras cidades. Tive uma educação acadêmica muito boa assim como a maioria dos judeus tinha. Mas não era uma aluna exemplar. Tomei uma bomba em matemática. Só na universidade é que me destaquei.
As casas de enxaimel da região sul do Brasil sempre me encantam. Os móveis recortados também. Apesar de ter um português e inglês corretos, francês e espanhol medianos, recuso-me a aprender alemão e italiano. Nem Hitler, nem Mussolini. Aliás, só sei dizer “Ahchtung!”
Meu irmão mais velho foi para a escola aos quatro anos de idade. Fui com minha mãe levá-lo, mas, ao vê-lo desaparecer no corredor, tomei-me de um choro só contido pelas explicações de minha mãe que dizia que ele iria voltar de tarde, mas aquelas palavras me soaram falsas. São Tomé, só acreditei vendo!
Quando foi a minha vez, tornei-me ainda mais triste e taciturna. Ao mudar de colégio, nunca fui de ter muitas amigas, colegas próximas, talvez umas três ou quatro. Mas em casa, na vizinhança, as amizades foram em grande número e como que eternas, durando até os dias de hoje. Aí, sim, fui feliz!
Aos dezenove anos de idade, perdi meu irmão caçula de apenas nove. Foi o gatilho. Aos vinte e poucos tive a primeira crise caracterizada por um medo irreconhecível. Não era de morrer, mas mais como que de ficar louca, petrificada de medo. Convivi com isso e, sem contar para ninguém, casei-me e tive meus três filhos.
Aos trinta e poucos, uma nova crise sobreveio ainda mais forte. Tenho para mim que esta foi a idade que teria se viva fosse quando me reencarnei. Então, procurei ajuda profissional para poder ter um mínimo de qualidade par educar meus filhos e trabalhar. Aliás, trabalho sempre foi um enorme problema para mim. Gosto, procuro, mas sempre acho um patrão que me maltrata e, não suportando mais, peço demissão, ou sou despedida, descartada. Trabalho forçado, nunca mais. Não consigo trabalhar por conta própria apesar de ter qualificações muito boas para qualquer coisa. Parece que me acostumei a ser mandada.
Se alguém achar que isso é maluquice, está bem. Mas para mim, faz muito sentido.
Mas quer saber? Eu quero mais é meditar, fazer crochet, costurar, eco-tecer como Gandhi na roca e em seu calmo pensar.
Alan Wallace - Palestra em Curitiba
Posted: 09 Jul 2009 03:04 AM PDT
Palestra na íntegra "Curando a Mente: Onde Meditação e Neurociência Convergem" (Healing the Mind: Where Meditation and Neuroscience Converge), realizada dia 7 de junho em Curitiba. Tradução de Eduardo Pinheiro. Duração: 2h24m.
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2 comentários:
Para si o meu primeiro selinho à sua espera no meu cantinho, com um abraço junto, pois há muito tempo que aprecio os seus textos e ensinamentos.
Parabens pelo seu trabalho
Antonio Gallobar
Olá!!!
Gostaria primeiramente de agradecer suas visitas ao Blog'Arte. Sinta-se a vontade para visitar e comentar sempre!!!
Sobre seu depoimento...compreendo bem, pois convivo com a doença a mais de 10 anos...
Fique bem!!
Beijins!!!
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