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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Reconhecer o mal em nós - Jeffrey Hopkins


Assim como os Budas perfeitos sabem
As maldades que tenho cometido,
Eu as revelo.
Daqui em diante não mais farei isso.

O significado da última estrofe é que, não sendo onisciente, uma pessoa não conhece todas as maldades que já cometeu ao longo de um ciclo sem início de vidas. Então, ela faz uma confissão geral de todos os maus atos que os seres oniscientes sabem que ela cometeu.

Implicitamente, a mensagem importante comunicada aí é que é impossível esconder os atos negativos.Já que a negação é uma das defesas mais nocivas contra as forças interiores, a noção budista geral de que ao longo de muitas vidas cometemos todo tipo de maldade -- e temos, em nossos fluxos mentais, forças nos predispondo a isso novamente -- fornece uma perspectiva saudável.

Certamente, não evita a negação em todos os níveis (já que as profundezas de nossa própria depravação não são fáceis de reconhecer), mas abre caminho para o reconhecimento consciente do que jaz abaixo da superfície.

Revelar, confessar todas essas maldades é afirmar sua presença, enfraquecendo assim a força da negação e fortalecendo o ego como o árbitro, em vez de a vítima, dessas forças.

Jeffrey Hopkins - "Tantric Techniques"Snow Lion

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