Extraído de Trinta Conselhos Vindos do Coração, de Longchenpa
[10] Em tempos de degenerescência, podemos reprovar pessoas grosseiras à nossa volta. Apesar de acharmos que isso será de utilidade para elas, essas atitudes não passam de pensamentos venenosos. Apenas pronuncie palavras pacificadoras — este é o meu conselho do coração.
[11] Com uma boa motivação e cheios de afeição, podemos apontar às pessoas os seus defeitos, apenas desejando seu bem. Ainda assim, apesar de ser verdadeiro o que dizemos, isto vai amargurar os seus corações. Limite-se às palavras amáveis e construtivas, este é o meu conselho vindo do coração.
[12] Com a motivação de preservar a pureza dos ensinamentos do Buddha, podemos entrar em debates, defendendo nosso ponto de vista e contradizendo os pensamentos de outros. No entanto, seguindo este caminho, estaremos induzindo a pensamentos impuros. Mantenha seu silêncio— este é o meu conselho do coração.
[13] Acreditando estar contribuindo para o Dharma, podemos apoiar de uma maneira partidária a linhagem e as visões filosóficas do Lama. No entanto, honrar uns e menosprezar outros fortalece os nossos apegos e raivas. Mantenha-se afastado dessas coisas — este é o meu conselho do coração.
[14] Tendo contemplado profundamente o Dharma, podemos chegar à conclusão de que compreender os erros alheios é a prova de que manifestamos a sabedoria discriminativa. No entanto, pensando desta maneira, apenas acumulamos deméritos. Olhe tudo como verdadeiramente puro — este é o meu conselho do coração.
[15] Fixando-se na vacuidade e ignorando a lei da causa e efeito, podemos pensar que a não-ação é o verdadeiro ensinamento do Buddha, o ponto último do Dharma. No entanto, o abandono das duas acumulações extinguirá a prosperidade da nossa prática. Una esses dois pontos, a ação correta com a compreensão da vacuidade — este é o meu conselho do coração.
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