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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Pantajali - O Sábio Hindu


"Patanjali foi um dos maiores psicólogos em yoga. Justamente ele e a época exata de sua existência permanecem um mistério. Mas os historiadores concordam em que ele reuniu em seus famosos sutras a melhor síntese de yoga jamais compilada. Sua obra consistiu em editar idéias correntes durante centenas de anos, condensando esta riqueza de material numa súmula altamente seletiva. Esta súmula chamada Yoga-Sutras pode ser adquirida em várias traduções, mas eu advirto o leitor que, embora se trate de uma fonte básica das teorias de yoga, seu estudo significa um labor muito árduo.

É de se lembrar que Pantajali escreveu para contemporâneos seus e não para a posteridade. Ademais, escreveu para indivíduos que estavam trilhando a senda da yoga e não para principiantes. Assim, com brilhante economia, ele pode, numa visão telescópica reduzir a sentenças, capítulos inteiros e a palavras, parágrafos completos. É por isso que, conquanto todos os Sutras ocupem menos de dez páginas de tipos graúdos, ofereceram um bem elaborado esboço de Psicologia e Filosofia.

Pantajali não se preocupou com arguições convincentes ou particulares. Suas declarações são feitas 'friamente', não dialeticamente. Ele sabia que seus seguidores não precisavam ser convencidos. Tudo o que solicitavam era uma teoria compreensiva à qual pudessem ajustar fatos verificados por experiência pessoal. Patanjali a deu numa dose notavelmente pequena.

No ocidente acostumamo-nos a associar meditação com místicos e monjes. Patanjali não alimentava tal ilusão. Aconselhava todos a exercitá-la como um primeiro passo para a auto compreensão. 'Que mais natural do que estudar a mente por tal observação interna?' parecia ser a pergunta. Contudo, antes de alguém começar a compreender a mente, tem que discipliná-la e treiná-la na técnica da compreensão. Daí, a grande soma de análise introspectiva que acompanha todos os ensinamentos tradicionais de yoga, não sendo nenhuma exceção os de Pantajali.

Nosso moderno instinto científico tenderia a rejeitar estas práticas meditativas, considerando-as um simples truque. Porém, com igual direito poderia o yogue recusar nossos próprios inventos científicos es estatísticas estéreis. Ele os rejeitaria porque somente arranham a superfície. Diria que tais resultados eram em todo caso, falíveis por estarem sujeitos a interpretações por mentes não treinadas em discernir a realidade da ilusão."

Desmond Dunne - Yoga ao Alcance de Todos - pág. 116/117

terça-feira, 9 de agosto de 2016


"A meditação não é sobre o que está acontecendo, é sobre como você se relaciona com o que está acontecendo." - Sharon Salzberg 
As pessoas quando falam "vou meditar sobre isso" usam o verbo meditar no sentido de refletir. E assim, muitos que ainda não praticam a Meditação, pensam que Meditar é pensar, refletir sobre algo. E outros, acreditam que Meditar é pensar em nada ou sobre coisa alguma. Então, penso que ao usarmos a expressão 'meditar sobre' qualquer coisa, isso não é Meditar é refletir. Na Meditação, não fazemos uma reflexão sobre algo. Aliás, a não existência desse objeto ao qual o nosso pensamento se demore, seja ele qual for, é exatamente o exercício da Meditação. Embora, uma das consequências possíveis da prática da Meditação seja um comportamento menos reativo. E, nesse sentido , a Meditação possa estar implicada, dizendo à respeito ou ' sobre' o modo como nos relacionamos com os acontecimentos. Penso também que a Meditação não deva ser praticada visando um resultado. A Meditação tem um valor e significado em si mesma.
A Monja budista Pema Chodron (Foi aluna de Chögyam Trungpa Rinpoche) no seu livro "Quando Tudo Se Desfaz", diz: “É bom lembrar sempre que meditar relaciona-se com abrir e relaxar, surja o que surgir, sem selecionar ou escolher. Definitivamente, não significa reprimir nada e também não tem a finalidade de estimular o apego. Allen Ginsberg usa a expressão “mente surpresa”. Você senta e — opa! — surge uma surpresa bem desagradável. Tudo bem. Que seja assim. Não devemos rejeitar esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como “pensando” e deixar que ele vá. Então — opa! — aparece uma surpresa muito agradável. Tudo bem. Que seja assim. Mais uma vez, não devemos nos apegar a esse aspecto, mas compassivamente reconhecê-lo como “pensando” e deixar que ele vá. Percebemos que essas surpresas não têm fim. Milarepa, yogue tibetano do século XII, cantava maravilhosamente suas canções sobre a forma correta de meditar. Uma delas dizia que há mais projeções na mente que partículas de poeira em um raio de sol e que nem mesmo centenas de lanças podem pôr fim a isso. Portanto, como meditadores, também podem parar de lutar contra nossos pensamentos e perceber que honestidade e senso de humor são muito inspiradores e úteis contra ou a favor de algo. De qualquer forma, o objetivo não é tentar livrar-se dos pensamentos, mas ver sua verdadeira natureza. Ficaremos dando voltas inúteis com nossos pensamentos se acreditarmos em sua solidez. Na verdade, eles são como imagens de sonho. São como uma ilusão — não são tão sólidos assim. Como dizemos, são apenas pensamentos.”

Comentários colhidos do Facebook.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Caminho do Bodisatva escrito por Shantideva - Paciência


Capítulo VI

PACIÊNCIA

1. Boas obras reunidas ao longo de mil eras, tais como atos de generosidade ou oferendas aos budas - um único lampejo de raiva as destrói.

2. Não há mal algum que se iguale à raiva, nem prática espiritual que se compare à paciência. Imbua-se, portanto, de paciência - de todos os modos, com urgência, com zelo.

3. Aqueles que vivem atormentados pela dor da raiva jamais conhecerão paz de espírito. Alheios serão de todo prazer - o sono os abandona, nunca conseguem descansar.

4. Nobres senhores cheio de cólera serão atacados e mortos mesmo por aqueles que deles dependem para obter honrarias e bens materiais.

5. Apartados de amigos e parentes e evitados por aqueles que sua generosidade outrora atraiu, os homens raivosos não conhecem alegria abandonados que são por toda felicidade e paz.

6. Todos esses males são causados pela cólera, essa inimiga que semeia a nossa dor. Mas aqueles que pegam e esmagam a sua raiva encontram alegria nesta vida e em vidas futuras.

7. Receber na vida o que eu não quero e tudo o que obstrui o meu desejo - aí minha mente encontra combustível para a sua aflição; a raiva brota daí, oprimindo-me.

8. Portanto, destruirei por completo o sustento desta minha inimiga; minha adversária, cuja única intenção é causar-me dano e sofrimento.

9. Aconteça o que acontecer, nunca prejudicarei o ânimo e a alegria do meu espírito. O abatimento nunca traz o que eu quero; Minha virtude fica por ele distorcida e corrompida.

10. Se há remédio para o problema que sobre você se abate, que motivo há para o desânimo? Mas, se não há remédio para o seu problema, de que adianta você se entristecer?

11. Dor, humilhação, repreensão e insultos - não queremos essas coisas nem para nós mesmos, nem para aqueles que amamos. Para aqueles de quem não gostamos, é bem o contrário!

12. A causa da felicidade raramente aparece e muitas vezes são a semente do sofrimento! Mas, se eu experimentar a dor, nunca ansiarei por liberdade; portanto, ó minha mente, seja firme!

(O capítulo sobre a paciência é muito extenso. Tem 134 versos. Para os bons praticantes, aconselho a compra do livro no site http://makara.com.br/livros/2013/05/o-caminho-do-bodisatva/

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A chave da prática é a consistência

Dzongsar Khyentse Rinpoche
“Quando a prática for boa, tente não ficar muito excitado ou usar esse nível de concentração e inspiração como o padrão para toda prática futura. Tsele Natsok Rangdröl disse que praticantes do darma não devem ser como crianças que ficam tão excitadas em um parquinho de diversões cheio de brinquedos que ficam incapazes de escolher com qual vão brincar e terminam não fazendo nada. Quando sua prática não ir bem, não deixe isso sabotar ou desgastar sua determinação. O conselho que Jigme Lingpa dá é, ao repentinamente se deparar com circunstâncias ruins e obstáculos, considere tudo como as bênçãos compassivas do mestre, do darma e do resultado da prática. Nossas vidas serão estimuladas pela prática. Podemos até atrair obstáculos, como Buda Shakyamuni, que atraiu a ira de Mara nas horas antes de alcançar a iluminação. Dificuldades são, então, um sinal que sua prática está funcionando e deveriam te fazer feliz.A chave é consistência. O que acontece com frequência é que, no calor da inspiração, praticantes exageram na dose da prática, depois se sentem profundamente frustrados quando falham em vivenciar um bom sonho, não conseguem se concentrar adequadamente ou manter a calma. Tendo praticado até se fartar, eles param por uns meses, e quando eventualmente retornam, estão de volta à estaca zero. Nesse ritmo, o progresso é muito lento. Uma abordagem muito melhor é a da tartaruga. Cada passo parece uma eternidade, mas não importa quão desanimado se sinta, continue a seguir a agenda de sua prática de modo preciso e consistente. É assim que podemos usar nosso maior inimigo, o hábito, contra ele mesmo. O hábito gruda em nós como uma sanguessuga, ficando mais rígida e teimosa a cada momento, e mesmo que consigamos espantá-la, ainda ficamos com uma lembrança de sua existência que provoca coceira. Ao se habituar à prática do darma regular, no entanto, usamos nosso inimigo contra ele mesmo ao contrabalançar maus hábitos com o bom hábito da prática. E, como Shantideva, apontou, nada é difícil uma vez que você se acostume.”



sábado, 13 de fevereiro de 2016

NÃO CONTE NADA A NINGUÉM E SEJA FELIZ!


“Que as grandes fortunas foram feitas em silêncio e a velha guarda dos bilionários às vezes é flagrada até viajando numa classe econômica. Não sei porquê, mas boa parte dos homens mais ricos que conheci tinham a camisa meio surrada e, quando tinham avião, sempre era em sociedade com amigos. E jamais entraram numa Ferrari ou sabem o que é um camarote de boate. A não ser que tenham sociedade na boate, é claro.Um dia, perguntei a um poderoso amigo Francês por que os ricos de sua terra eram discretíssimos em relação à dinheiro, a ponto de jamais tocar no assunto e levar uma vida de classe média. Num surto de sinceridade, meu amigo, cujas filhas só ficaram sabendo aos 30 anos que o pai tinha um avião, disse: ” Tão perigosa quanto a inveja é a capacidade de o ser humano achar que chegou ao topo. Quando ele acha que pode tudo, começa o fim.” Bruno Astuto para a GQ Brasil Minha avó já dizia, contra a inveja, o silêncio. Ninguém precisa saber da sua vida, das suas conquistas, dos caminhos que pretende seguir, dos tombos, fracassos, enfim, da sua rotina. Você não deve explicação à ninguém. Não precisa sair por ai gritando a felicidade ou reclamando no Facebook, viver a sua vida, já está de bom tamanho. Ninguém é feliz e tão bem sucedido como no Facebook. Você não precisa fazer propaganda da sua vida em uma rede social para dizer que é melhor do quê o outro. Ninguém é melhor do quê ninguém, o dinheiro faz (de conta) que umas pessoas são melhores que as outras, quanto engano. Uma meta para 2016: Ficar mais em silêncio. Tenho à péssima mania de contar algumas conquistas e coisas bacanas para os outros. Mesmo sendo bem seletiva, descobri como poucas que a inveja não tem nome ou sobrenome, vem de quem a gente menos imagina. Além do silêncio, a outra meta é fazer coisas acontecerem, sem ninguém perceber. Como já disse e repito, não conte a sua vida para ninguém e verá como sera feliz. É Bruno Astuto, se tem uma frase que marcou a minha vida e vai ser levada à risca agora em diante é essa: "Tão perigosa quanto a inveja é a capacidade de o ser humano achar que chegou ao topo. Quando ele acha que pode tudo, começa o fim.” Desejos para 2016? Pés no chão, boca fechada, olhar para frente e coração-bussola. Se a gente tem isso e saúde, não há mal que sempre vença. Que o bem prevaleça. Amém!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Do livro "Yoga ao Alcance de Todos" - Desmond Dunne - Editora Pensamento


Modificar os hábitos mentais de uma existência não é por certo tarefa fácil. a concentração é a única chave para abrir esta porta. Por sorte todos nós possuímos esta chave, embora se enferruje se for negligenciada. Sem dúvida é uma chave terrivelmente difícil de ser usada. Dia a você mesmo: "Eu farei isto"... e logo sua atenção oscila e você se encontrará fazendo outra coisa. Frequentemente não fazendo nada!
Concentração dinâmica é o nome que dei à técnica de meditação para modelar e afiar este formidável poder que se acha latente em todas as mentes. É dinâmica porque a concentração que desenvolvemos tem um impulso, energia e força de proporções incríveis. Com a concentração dinâmica você pode prender sua mente em qualquer tarefa, embora difícil e desagradável o bastante para levá-la a cabo com êxito.
A maioria das pessoas tenta melhorar sua concentração jungindo-a coisa de vulto. Exemplo típico são as resoluções de ano novo. Você resolve abandonar o fumo, as blasfêmias, os exageros. (...) Depois intervem os acontecimentos e você se esquece da resolução. A "vontade" ali estava, mas não o ingrediente mais importante: a concentração dinâmica. Tal concentração é unidirigida e sustida; unidirigida no sentido de que ela prende efetivamente a mente a uma só coisa num dado tempo e a mantém ali o tempo necessário para tornar essa coisa uma realidade.
Normalmente somos muito impressionáveis. Nossa atenção de lança daqui para alí na medida em que passamos de uma influência para outra. Praticando a fórmula da concentração dinâmica, você primeiro treinará sua mente a refrear a teimosia e as tendências dispersivas em relação a coisas simples. Segue-se portanto que você estará melhor equipado para cuidar de coisas maiores porque seu treinamento anterior terá tornado sua mente mais flexível e responsiva.

Este livro pode ser encontrado no formato pdf: http://www.orelhadelivro.com.br/livros/426006/yoga-ao-alcance-de-todos/

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

8 de fevereiro de 2016, ano do Macaco de Fogo.

Para os nascidos em 1932, 1944, 1956, 1968, 1980, 1992, 2004 lembrando-se que o ano novo se inicia no mês de fevereiro.

Astucioso, ágil, palhaço, o macaco é um animal desconcertante. Está sempre a nos espantar, a nos desorientar. Ao pular de galho em galho, simboliza a consciência do mundo sensível. A superioridade do macaco provem do coração - e assim é que o chamam em certos métodos búdicos de meditação para expressar o controle das emoções em perpétua vagabundagem. Na China, o macaco é designado como filho do céu e da terra. Na Índia, o macaco é muito hábil, espontâneo, ágil e fantasista. Ele possui uma força imensa, mas não emprega tal poder para fins egoístas, para a satisfação dos próprios desejos, para a sua própria glória. Entrega tudo a serviço de seu dono e não atribui nenhum mérito a si. Na Ásia o macaco simboliza igualmente o vento e, como o vento, ele aparece, faz suas travessuras e desaparece num salto. Será branco ou preto? Será Ying ou Yang? Ele é um outro: é um mágico, um saltimbanco, inteligente e ambíguo, senhor das forças instintivas e criativas que liberta. Seu universo é irracional e nele vive a vagabundar, saltitando pelos raios da roda do tempo. Equilibrista vigilante e zombeteiro, ele tocaia a queda de seus semelhantes. Descuidado, às vezes, da noção do bem e do mal, não deixa de ser perfeitamente lúcido; é um astucioso camarada pronto a desaparecer ao menor alerta levando consigo o fruto roubado.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Losar Tashi Delek - བཀྲ་ཤིས་བདེ་ལེགས།།

Losar Tashi Delek - Feliz Ano Novo! Que o Ano do Macaco do Fogo seja de muita PAZ para todos. Que todos possam se livrar do sofrimento, seja ele de qualquer espécie e caminhar a passos firmes pelo caminho de sabedoria dos Budas e Bodisatvas. Que possamos praticar o Dharma verdadeiro para o benefício de todos sem exceção.
http://quietamente.blogspot.com.br/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O verdadeiro problema do apego nas relações íntimas - por Bodhipaksa

Pelo tempo em que eu tenho praticado o Budismo, as pessoas têm falado sobre apego nas relações íntimas de uma forma particular; elas falam sobre o problema como sendo um apego pela outra pessoa.
Para ter certeza, o apego a uma outra pessoa pode ser uma fonte de dor. Quando você está amando alguém pela primeira vez você pode descobrir que vai se sentir péssimo em querer estar com esta pessoa. Quando elas estão disponíveis ou você não tem certeza, elas são atraídas para você, então isso pode ser angustiante.
Em um relacionamento estabelecido, quando há insegurança, juntamente com o apego, você pode ficar com ciúmes dela passar o tempo com outras pessoas, ou com medo de que ela não te ame tanto quanto você a ama. Essas coisas são dolorosas também.
O apego à outra pessoa pode ser tal que nós temos medo da mudança delas, porque sentimos que elas estão se transformando em uma pessoa diferente e que é percebido como uma ameaça para o nosso relacionamento.
E você pode perder a outra pessoa só quando ela está longe, embora eu acho que a maioria dos casais apreciem dar um tempo separados.
Essas formas de apego a outra pessoa são comentadas frequentemente, e por muitos anos se limitavam à maneira como eu via o apego em relacionamentos íntimos. Recentemente, porém, eu cheguei a pensar que um problema muito mais importante com apego é o apego que temos de nossos próprios hábitos. O auto-apego é o principal problema que enfrentamos.
Por exemplo, se você está criticando constantemente um parceiro porque ele não faz as coisas do jeito que você quer, o que está realmente está acontecendo é que você está ligado a ter certas coisas de uma determinada maneira - e está ligado a crítica como um tipo de comunicação. Se isso é contínuo e supera os aspectos positivos da relação, então você vai causar sofrimento. Então, surge a pergunta, você está preparado para ser flexível com seus próprios hábitos? Não é apenas uma questão de deixar meias no chão do quarto, ou cabelos no ralo do chuveiro, mas de aprender novas maneiras de se comunicar com essas coisas? Você pode aprender a ser mais brincalhão, por exemplo, ou usar elogios e palavras carinhosas como uma forma de incentivar o seu parceiro a mudar - ou você usa só a crítica?
Querer estar certo o tempo todo é uma outra forma de apego. Quando isso acontece, nós estamos ligados a um tipo particular de "status" (ser "aquele que está certo"), achando que isto vai nos trazer felicidade. O problema é que, se você está ligado a estar certo o tempo todo, você fica rígido, não tem empatia, e continua num relacionamento infeliz. Humildade e empatia são qualidades que são muito mais propensos a levar a uma relação harmoniosa. Então? Você pode abandonar a necessidade de admitir suas falhas? Pode abraçar a vulnerabilidade? A vulnerabilidade é um espaço aberto em que o crescimento pode ocorrer.
Evitar o conflito é outro problema mortal em relacionamentos que podem ser só apegos. Supomos que, se ignorarmos um problema ele vai embora. Bem, qualquer problema particular pode ir embora, mas ele será substituído por uma dúzia deles. Coragem requer deixar o hábito de evitar conflitos.
Rancores são outra coisa que podemos nos apegar. Nós nos apeguemos ao papel de vítima. Este tipo de apego foi descrito como pegar um carvão em brasa com a intenção de jogá-la em outra pessoa. Quem se machuca mais nesse cenário? O perdão é uma forma de deixar esse apego pessoal.
Estes são apenas alguns exemplos de como somos ligados a hábitos que podem causar sofrimento nos relacionamentos. Mas qualquer problema de relacionamento que posso pensar envolve um apego desta natureza: ser apegado a fazer drama, ser desonesto, ignorar seu parceiro porque você está focado no trabalho ou no lazer, deixar seu desejo sexual (ou a falta dele) gerar conflito com o bem estar do seu parceiro e assim, o bem-estar de seu relacionamento. Tudo envolve auto-apego.
A medida que nosso profundo auto apego pode ficar é o tão doloroso quanto difícil tornar-se ciente dos nossos hábitos, não importando a mudança. É doloroso admitir quando estamos falhando em nos comunicarmos de forma honesta e corajosa e perdoar. Podemos gastar um monte de energia ao resistir a fazer essas coisas, e quando enfrentamos nossos hábitos podemos nos sentir crus, expostos e humilhados.
Enquanto o apego aos nossos parceiros pode ser uma coisa muito real, é o apego a nós mesmos e aos nossos hábitos que eu vejo como a força mais destrutiva dos relacionamentos íntimos.
Com amor,
Bodhipaksa


The true problem of attachment in intimate relationships

by Bodhipaksa
For as long as I’ve been practicing Buddhism, people have been talking about attachment in intimate relationships in a particular way; they’ve talked about the problem as being attachment to the other person.
To be sure, attachment to another person can be a source of pain. When you’re first in love with someone you may find that you make yourself miserable wanting to be with the other person. When they’re unavailable or you’re not sure they’re attracted to you, then this can be agonizing.
In an established relationship, when there’s insecurity along with your attachment you might be jealous of them spending time with others, or fearful that they don’t love you as much as you love them. Those things are painful as well.
Attachment to another person can be such that we fear them changing, because we sense that they’re turning into a different person, and that’s perceived as a threat to our relationship.
And you might just miss the other person when they’re away, although I think most couples appreciate having some time apart.
Those forms of attachment to another person are talked about often, and for many years that limited the way I looked at attachment in intimate relationships. Recently, though, I’ve come to think that a far more important problem with attachment is that which we have to our own habits. Self-clinging is the principal problem we face.
For example, if you’re constantly criticizing a partner because they don’t do things the way you want them to be done, what’s really going on is that you’re attached to having certain things happen in a certain way — and you’re attached to criticism as a communication style. If that’s ongoing and outweighs the positive aspects of the relationship, then you’re going to cause suffering. So the question comes up, are you prepared to be flexible in your own habits? It’s not just a question of putting up with socks on the bedroom floor, or hairs in the shower drain, but of learning new ways of communicating about such things. Can you learn to be more playful, for example, or to use praise and affection as a way of encouraging your partner to change — or are you attached to using criticism?
Wanting to be right all the time is another form of attachment. When this happens we’re attached to a particular kind of “status” (being “the one who is right”), assuming that it’ll bring us happiness. The trouble is that if you’re attached to being right all the time, you’re going to be rigid and unempathetic, and be in an unhappy relationship. Humility and empathy are qualities that are much more likely to lead to a harmonious relationship. So can you let go of your attachment to winning arguments and being right? Can you embrace the need to admit your faults? Can you embrace vulnerability? Vulnerability is an open space in which growth can take place.
Avoiding conflict is another deadly problem in relationships that we can be attached to. We assume that if we ignore a problem it’ll go away. Well, any one particular problem might go away, but it’ll be replaced by a dozen more. Courage requires letting go of the habit of conflict-avoidance.
Grudges are another thing we can get attached to. We get attached to being the victim. This kind of attachment has been described as like grasping a red-hot coal with the intention of throwing it at the other person. Who gets hurt most in that scenario? Forgiveness is a form of letting go of this particular attachment.
These are just a few examples of how being attached to habits can cause suffering in relationships. But any relationship problem I can think of involves attachment of this nature: being attached to drama, being dishonest, ignoring your partner because you’re focused on work or recreation, letting your sexual desire (or the lack of it) conflict with your partner’s wellbeing—and thus the wellbeing of your relationship. These all involve self-clinging.
The measure of how deep our self-clinging can be is how painful and how difficult it is to become aware of, never mind change, our habits. It’s painful to admit when we’re at fault, to communicate honestly and courageously, and to forgive. We can put a lot of energy into resisting doing these things, and when we do face up to our habits we can feel raw, exposed, and humiliated.
While attachment to our partners can be a very real thing, it’s attachment to ourselves and our habits that I see as the most destructive force in intimate relationships.
With love,
Bodhipaksa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Julgamento.


A dor e o sofrimento do outro.


É verdade. Não é pieguice nem lugar comum. É verdade. Só a mãe consegue sentir compaixão e empatia pelo sofrimento de uma filha. O pai não entende, os irmãos saem de casa, o namorado/marido fica nervoso e fala merda! No entanto, a mãe não pode salvar uma filha com dor porque elas são como dois sapatos iguais, mas de números diferentes.. A mãe senta do lado, abraça, ouve e escuta, mas se sente impotente. E esta impotência dói na mãe e juntam-se duas dores distintas: esta e a da empatia. "Eu sei o que ela está sentindo, mas não sei o que fazer!" É desesperador! Por favor, não diminua, não banalize o sofrimento do outro! Se não puder fazer nada, pelo menos não atrapalhe falando palavras duras, dizendo que é frescura, que a pessoa está possuída por uma entidade, que ela é negativa, baixo-astral, amarga, nada disso! Isto só piora o quadro. Silencie. Ouça mais e fale menos. Dê carinho e atenção. E muito mais que isto, tenha paciência porque tudo vai passar.